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    COMPREENDENDO A INTERCONSULTA PSIQUIÁTRICA

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    INTRODUÇÃOA inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, apesar de ser um desafio nos dias atuais, tem esboço de sua existência desde o século XVIII. Já no século XX, principalmente após a II Guerra Mundial, esse fenômeno cresceu em importância nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, as enfermarias psiquiátricas em hospitais gerais surgem após a década de 1950.Com a inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, surge um novo campo de atuação: a interconsulta. A partir da discussão da Reforma Psiquiátrica e especialmente após a promulgação da Lei nº 10216, de 6 de abril de 2001, que recomenda a criação de unidades psiquiátricas em hospitais gerais, tornando uma norma a relação já existente entre a psiquiatria e as demais especialidades médicas, a interconsulta ganhou mais destaque.A interconsulta psiquiátrica é considerada uma área de conhecimento que se encarrega da assistência, ensino e pesquisa na interface da psiquiatria e demais especialidades da medicina. A prática de interconsultoria por enfermeiros de saúde mental em hospitais gerais iniciou-se, no Brasil, na década de 1960.A justificativa para a realização deste estudo foi a dificuldade encontrada por acadêmicos de enfermagem para a obtenção de conhecimento deste tema, a partir de artigos e textos, e por esta especialidade ser insuficientemente abordada na Academia, fazendo com que muitos profissionais desconheçam ou não entendam as atribuições e características dessa área de atuação que já apresenta destaque na área médica e é muito bem desenvolvida em outros países. OBJETIVOSO objetivo desse estudo é: (1) compreender a interconsulta psiquiátrica em enfermagem, suas características e aplicações; (2) diferenciar interconsulta psiquiátrica das demais expressões empregadas, realizando uma discussão desses conceitos; (3) e analisar a situação geral da interconsulta psiquiátrica em enfermagem no Brasil e no mundo, a partir das publicações encontradas. METODOLOGIAA metodologia utilizada foi a pesquisa documental. A preferência por esse tipo foi devido a possibilidade de analisar as publicações encontradas e, a partir dessa análise, reelaborar esses matérias de acordo com os objetivos da pesquisa.Optou-se por base de dados na internet. As publicações encontradas foram selecionadas utilizando-se, inicialmente, o descritor interconsulta.  RESULTADOSA Interconsulta Psiquiátrica é uma área de conhecimento que se propõe a estudar os fenômenos que ocorrem na relação entre a psiquiatria e todas as outras áreas dos conhecimentos do processo saúde-doença, bem como propõe condutas a seus problemas clínicos ou institucionais. Ancora-se numa perspectiva biopsicossocial do adoecer, visando uma abordagem mais integral e eficaz dos portadores de transtornos mentais. Nesse sentido, no atendimento das intercorrências relativas a fenômenos mentais e de comportamento, um trabalho de cooperação interdisciplinar compreenderá um atendimento conjunto entre o profissional de saúde mental e colegas das demais áreas da saúde.O interconsultor, além de realizar a assistência ao paciente, trabalha a relação deste com a equipe solicitante, contribui para esclarecimentos, diagnósticos, sensibiliza a equipe quanto aos aspectos psicossociais do paciente, orienta familiares e previne o desenvolvimento de problemas psiquiátricos.Num sentido mais estrito, podemos definir a interconsulta psiquiátrica e seus objetivos como uma subespecialidade da psiquiatria que: (1) atua na interface com outras especialidades; (2) auxilia na assistência ao paciente de hospital geral; (3) colabora na abordagem psicossocial (aspectos psiquiátricos, psicológicos e sociais) do paciente; e (4) auxilia na tarefa de ensino e pesquisa.Paralelamente à Interconsulta Psiquiátrica, temos a Consultoria Psiquiátrica. A definição tradicional considera que consultoria se refere à atuação do psiquiatra na avaliação do paciente e na formação de hipóteses e de recomendações oferecidas às equipes solicitantes, que atendem os pacientes, ou seja, o profissional indica um tratamento que estão sob os cuidados de outros especialistas, numa abordagem multiprofissional.Os objetivos de Consultoria Psiquiátrica no contexto hospitalar envolvem as seguintes solicitações em situações de emergência, em casos em que os exames clínicos e laboratoriais são negativos e doenças neurológicas foram descartadas, nas doenças crônicas, nos procedimentos invasivos, patologias oncológicas e doenças terminais, reações importantes em doenças neurológicas, transplante de órgãos, entre outros.Há ainda a Psiquiatria de Ligação que é definida como a área da psiquiatria clínica que inclui todas as atividades diagnósticas, terapêuticas, de ensino e de investigação realizadas por psiquiatras em serviços não psiquiátricos de um hospital geral. Também tem por base uma prática médica hospitalar que se situa na interface dos fatores psicológico, biológicos e sociológicos do adoecer. A psiquiatria de ligação refere-se a uma relação cooperativa contínua entre equipe psiquiátrica e outras equipes; é a promoção da qualidade dos cuidados prestados ao doente.No Brasil, os números de interconsulta são desconhecidos. O que se sabe á que nos hospitais gerais que possuem uma enfermaria de psiquiatria, 86% possuem um serviço de interconsulta. O que se observa é que a maioria dos serviços de interconsulta está concentrada nos hospitais universitários.Atualmente, a maioria dos hospitais de médio e grande porte nos Estados Unidos conta com serviços de interconsulta. Já na Inglaterra, Lloyd enfatiza que a incipiente psiquiatria de interconsulta não possui recursos para acompanhar a tantos pacientes e que se faz necessário o aprendizado de técnicas de terapia cognitiva comportamental por esses profissionais. CONCLUSÕESApesar das semelhanças encontradas na prática profissional da interconsulta, consultoria e psiquiatria de ligação, foi possível demonstrar, a partir dessa pesquisa, as diferenças existentes. Cada termo apresenta suas especificidades, cabendo ao profissional especialista compreendê-las, aprimorando sua prática. Foi possível observar que em outros países a interconsulta psiquiátrica, assim como no Brasil, depende da estrutura de saúde onde é implantada e do interesse, investimento e reconhecimento por parte do poder público (ou instituição, ou profissionais) em implementá-la e mantê-la, apoio sem o qual não é possível desenvolver um trabalho eficiente e satisfatório.Podemos considerar que a importância das atribuições da interconsulta psiquiátrica é o desenvolvimento da interação dos profissionais envolvidos no tratamento do paciente com distúrbio mental tendo uma visão interdisciplinar, proporcionando a este individuo e sua família um cuidado integral e também o apoio necessário a equipe de assistência para o aprimoramento das suas atividades. REFERÊNCIASFILHO, N. A.. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Revista Ciência & Saúde Coletiva. 1997. GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTOS, J. A.; MELLA, L. F. B.; TURATO, E. R.; BOTEGA, N. J.. Alterações psiquiátricas após corticoterapia em paciente com rara manifestação neurológica de Síndrome de Behçet e o papel da interconsulta psiquiátrica. Rev. psiquiatr. clín.  [serial on the Internet]. 2009  [cited  2010  June  15] ;  36(5): 203-205. SCHERER, Z.  A. P.; SCHERER, E.  A.; LABATE, R. C.. Interconsulta em enfermagem psiquiátrica: qual a compreensão do enfermeiro sobre esta atividade?. Rev. Latino-Am. Enfermagem  [serial on the Internet]. 2002 Jan [cited  2010  June  15] ;  10(1): 7-14. SCHMITT, R.; GOMES, R. H.. Aspectos da interconsulta psiquiátrica em hospital de trauma. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul  [serial on the Internet]. 2005  Apr [cited  2010  June  15] ;  27(1): 71-81.  THOMAS, J., SANTOS, L., WETZEL, C., BARBISAN, R.. Implantação da consultoria de enfermagem psiquiátrica em um hospital geral. Revista HCPA, América do Norte, 27, oct. 2007. ZAVASCHI, M. L. S.; LIMA, D.; PALMA, R. B.. Interconsulta psiquiátrica na pediatria. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2, pp. 48-51

    A COMUNICAÇÃO COMO FATOR DE RISCO NO PRÉ-OPERATÓRIO: APROXIMAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM

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    INTRODUÇÃO: Trata-se de um subprojeto decorrente de dados produzidos a partir do Projeto de Pesquisa: “Rastreamento de Riscos em Clientes de Pré-Operatório: Identificação das Necessidades de Intervenção de Enfermagem”.Os resultados obtidos apontaram diversos temas dentre os quais destacamos a Comunicação como um risco potencial nos cuidados de Enfermagem em Pré-Operatório. Não obstante, neste estudo, o objeto é a comunicação como fator de risco no pré-operatório: implicações para cuidado de enfermagem. Embora a comunicação não seja um tema novo, ainda assim, ela tem aparecido, constantemente, como inadequada para os clientes e para a equipe de enfermagem. Nesse estudo, foram os clientes no pré-operatório que nos indicaram o que ocorre. Precisamos saber como estamos nos comunicando e que efetividade esta comunicação está tendo e, assim, evitar riscos para clientes que já se encontram sob tensão a espera da cirurgia.OBJETIVOS:1- Identificar como se dá a comunicação entre enfermagem e cliente pré-operatório e quais são os fatores que interferem nessa comunicação; 2 - Analisar discutindo as implicações dos achados para o cuidado de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa. O espaço: O estudo está sendo realizado em uma enfermaria de um Hospital Universitário localizado na cidade do Rio de Janeiro,que comporta os clientes em pré-operatório, após a aprovação do subprojeto pelo Comitê de Ética da Instituição. Os sujeitos são voluntários que estejam orientados no tempo e no espaço e que irão vivenciar a experiência cirúrgica. O instrumento: entrevista semi-estruturada contendo 12 perguntas. O tratamento das informações para organização de análise dos dados transcorreu segundo BARDIN (1997), pois objetivamos compreender um determinado fenômeno através das falas dos sujeitos-objeto, aproximando as idéias para posteriormente categorizá-las. RESULTADOS: Até o momento foram entrevistados 07 clientes, dentre os quais, 85,71% apontaram que a Enfermagem se utiliza de palavras simples, objetivas e capazes de esclarecê-los acerca dos procedimentos ora realizados na unidade.. Chama-nos atenção o fato de que muito embora 85,71% da amostra indique que a Enfermagem se utiliza de termos simples e objetivos, o mesmo percentual aponta para o fato de que não são esclarecidos quanto aos riscos/iatrogenias oriundas do procedimento. 60,00% da amostra referem que a equipe de Enfermagem questionava e aguardava uma resposta enquanto que os 40,00% não questionava. 100,00% assinalam que a equipe de Enfermagem permanecia atenta à fala dos respondentes. Isso pode evidenciar que a relação entre Enfermagem e o cliente ocorre de maneira “respeitosa”, tal como uma relação onde os interesses do cliente devem ser considerados e respeitados. Tal relação foi percebida pelos respondentes a partir de expressões corporais tais como: “um olhar” e ”o silêncio”.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda em que pese o fato do estudo se encontrar ainda em fase inicial, já é possível convergir para os resultados do projeto supra-citado os quais apontam a comunicação como um fator de risco para clientes que se encontram internados aguardando o procedimento cirúrgico. REFERENCIAS:BACHELARD, G.A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto,1996.BARDIN, L. Análise de Conteúdo.  Lisboa 1997 Edições 70BAYLON, C; MIGNOT, X. La Comunication. 2ª ed . Nathan UniversitéMINAYO, M. C de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/ Rio de Janeiro: Hucitec/ Abrasco, 1992.SANTANELLA, L. Comunicação e Pesquisa: projetos para mestrado e doutorado. São Paulo: Hacker Editores, 2001.SILVA, M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais na saúde.4ª ed.São Paulo Soyota

    Procedimentos odontopediátricos realizados pelo Sistema Único de Saúde no Rio Grande do Sul, antes e durante a pandemia de covid-19: diferença entre os anos de 2018 e 2021

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    Objective: To analyze the difference in the number of dental procedures in the primary dentition performed in the Unified Health System in the state of Rio Grande do Sul, before and during the COVID-19 pandemic. Methods: Descriptive ecological study, using secondary data from the Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS), from 2018 to 2021, in the state and in the seven health macro-regions. The relative and absolute frequencies and the percentage difference of the dental procedures performed were calculated. Results: 94,443 and 36,151 dental procedures were registered before and during the pandemic, respectively, which corresponded to a reduction of 61.7%. Relevant percentage reductions were observed in restorative procedures, which reached 20 percentage points in the southern region of the state. An increase in the percentage of exodontic and endodontic procedures was observed. Conclusion: The results suggest that the COVID-19 pandemic had negative repercussions on the performance of dental procedures in the primary dentition in the state.Objetivo: Analizar la diferencia en el número de procedimientos odontológicos en dentición temporal realizados en el Sistema Único de Salud del estado de Rio Grande do Sul, antes y durante la pandemia de COVID-19. Métodos: Estudio ecológico descriptivo, utilizando datos secundarios del Sistema de Información Ambulatorio del SUS (SIA-SUS), de 2018 a 2021, en el estado y en las siete macrorregiones de salud. Se calcularon las frecuencias relativas, absolutas y la diferencia porcentual de los procedimientos odontológicos realizados. Resultados: se registraron 94.443 y 36.151 procedimientos odontológicos antes y durante la pandemia, respectivamente, lo que corresponde a una reducción del 61,7%. Se observaron reducciones porcentuales relevantes en los procedimientos restaurativos, que alcanzaron 20 puntos porcentuales en la región sur del estado. Se observó un aumento en el porcentaje de procedimientos de exodoncia y endodoncia. Conclusión: Los resultados sugieren que la pandemia de COVID-19 tuvo repercusiones negativas en la realización de procedimientos odontológicos en dentición temporal en el estado.Objetivo: analisar a diferença no número de procedimentos odontológicos na dentição decídua, realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, antes e durante a pandemia de covid-19. Métodos: estudo ecológico descritivo, utilizando-se dados secundários do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), de 2018 a 2021, no estado e em suas sete macrorregiões de saúde; foram calculadas as frequências relativas e absolutas, e a diferença percentual dos procedimentos odontológicos realizados. Resultados: foram registrados 94.443 e 36.151 procedimentos odontológicos antes e durante a pandemia, respectivamente, correspondendo a uma redução de 61,7%; reduções percentuais relevantes foram observadas nos procedimentos restauradores, atingindo 20 pontos percentuais na região Sul do estado; observou-se aumento no percentual de procedimentos exodônticos e endodônticos. Conclusão: os resultados sugerem que a pandemia de covid-19 teve repercussões negativas sobre a realização dos procedimentos odontológicos na dentição decídua, no estado gaúcho

    Compreendendo a interconsulta psiquiátrica

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    INTRODUÇÃOA inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, apesar de ser um desafio nos dias atuais, tem esboço de sua existência desde o século XVIII. Já no século XX, principalmente após a II Guerra Mundial, esse fenômeno cresceu em importância nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, as enfermarias psiquiátricas em hospitais gerais surgem após a década de 1950.Com a inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, surge um novo campo de atuação: a interconsulta. A partir da discussão da Reforma Psiquiátrica e especialmente após a promulgação da Lei nº 10216, de 6 de abril de 2001, que recomenda a criação de unidades psiquiátricas em hospitais gerais, tornando uma norma a relação já existente entre a psiquiatria e as demais especialidades médicas, a interconsulta ganhou mais destaque.A interconsulta psiquiátrica é considerada uma área de conhecimento que se encarrega da assistência, ensino e pesquisa na interface da psiquiatria e demais especialidades da medicina. A prática de interconsultoria por enfermeiros de saúde mental em hospitais gerais iniciou-se, no Brasil, na década de 1960.A justificativa para a realização deste estudo foi a dificuldade encontrada por acadêmicos de enfermagem para a obtenção de conhecimento deste tema, a partir de artigos e textos, e por esta especialidade ser insuficientemente abordada na Academia, fazendo com que muitos profissionais desconheçam ou não entendam as atribuições e características dessa área de atuação que já apresenta destaque na área médica e é muito bem desenvolvida em outros países. OBJETIVOSO objetivo desse estudo é: (1) compreender a interconsulta psiquiátrica em enfermagem, suas características e aplicações; (2) diferenciar interconsulta psiquiátrica das demais expressões empregadas, realizando uma discussão desses conceitos; (3) e analisar a situação geral da interconsulta psiquiátrica em enfermagem no Brasil e no mundo, a partir das publicações encontradas. METODOLOGIAA metodologia utilizada foi a pesquisa documental. A preferência por esse tipo foi devido a possibilidade de analisar as publicações encontradas e, a partir dessa análise, reelaborar esses matérias de acordo com os objetivos da pesquisa.Optou-se por base de dados na internet. As publicações encontradas foram selecionadas utilizando-se, inicialmente, o descritor interconsulta.  RESULTADOSA Interconsulta Psiquiátrica é uma área de conhecimento que se propõe a estudar os fenômenos que ocorrem na relação entre a psiquiatria e todas as outras áreas dos conhecimentos do processo saúde-doença, bem como propõe condutas a seus problemas clínicos ou institucionais. Ancora-se numa perspectiva biopsicossocial do adoecer, visando uma abordagem mais integral e eficaz dos portadores de transtornos mentais. Nesse sentido, no atendimento das intercorrências relativas a fenômenos mentais e de comportamento, um trabalho de cooperação interdisciplinar compreenderá um atendimento conjunto entre o profissional de saúde mental e colegas das demais áreas da saúde.O interconsultor, além de realizar a assistência ao paciente, trabalha a relação deste com a equipe solicitante, contribui para esclarecimentos, diagnósticos, sensibiliza a equipe quanto aos aspectos psicossociais do paciente, orienta familiares e previne o desenvolvimento de problemas psiquiátricos.Num sentido mais estrito, podemos definir a interconsulta psiquiátrica e seus objetivos como uma subespecialidade da psiquiatria que: (1) atua na interface com outras especialidades; (2) auxilia na assistência ao paciente de hospital geral; (3) colabora na abordagem psicossocial (aspectos psiquiátricos, psicológicos e sociais) do paciente; e (4) auxilia na tarefa de ensino e pesquisa.Paralelamente à Interconsulta Psiquiátrica, temos a Consultoria Psiquiátrica. A definição tradicional considera que consultoria se refere à atuação do psiquiatra na avaliação do paciente e na formação de hipóteses e de recomendações oferecidas às equipes solicitantes, que atendem os pacientes, ou seja, o profissional indica um tratamento que estão sob os cuidados de outros especialistas, numa abordagem multiprofissional.Os objetivos de Consultoria Psiquiátrica no contexto hospitalar envolvem as seguintes solicitações em situações de emergência, em casos em que os exames clínicos e laboratoriais são negativos e doenças neurológicas foram descartadas, nas doenças crônicas, nos procedimentos invasivos, patologias oncológicas e doenças terminais, reações importantes em doenças neurológicas, transplante de órgãos, entre outros.Há ainda a Psiquiatria de Ligação que é definida como a área da psiquiatria clínica que inclui todas as atividades diagnósticas, terapêuticas, de ensino e de investigação realizadas por psiquiatras em serviços não psiquiátricos de um hospital geral. Também tem por base uma prática médica hospitalar que se situa na interface dos fatores psicológico, biológicos e sociológicos do adoecer. A psiquiatria de ligação refere-se a uma relação cooperativa contínua entre equipe psiquiátrica e outras equipes; é a promoção da qualidade dos cuidados prestados ao doente.No Brasil, os números de interconsulta são desconhecidos. O que se sabe á que nos hospitais gerais que possuem uma enfermaria de psiquiatria, 86% possuem um serviço de interconsulta. O que se observa é que a maioria dos serviços de interconsulta está concentrada nos hospitais universitários.Atualmente, a maioria dos hospitais de médio e grande porte nos Estados Unidos conta com serviços de interconsulta. Já na Inglaterra, Lloyd enfatiza que a incipiente psiquiatria de interconsulta não possui recursos para acompanhar a tantos pacientes e que se faz necessário o aprendizado de técnicas de terapia cognitiva comportamental por esses profissionais. CONCLUSÕESApesar das semelhanças encontradas na prática profissional da interconsulta, consultoria e psiquiatria de ligação, foi possível demonstrar, a partir dessa pesquisa, as diferenças existentes. Cada termo apresenta suas especificidades, cabendo ao profissional especialista compreendê-las, aprimorando sua prática. Foi possível observar que em outros países a interconsulta psiquiátrica, assim como no Brasil, depende da estrutura de saúde onde é implantada e do interesse, investimento e reconhecimento por parte do poder público (ou instituição, ou profissionais) em implementá-la e mantê-la, apoio sem o qual não é possível desenvolver um trabalho eficiente e satisfatório.Podemos considerar que a importância das atribuições da interconsulta psiquiátrica é o desenvolvimento da interação dos profissionais envolvidos no tratamento do paciente com distúrbio mental tendo uma visão interdisciplinar, proporcionando a este individuo e sua família um cuidado integral e também o apoio necessário a equipe de assistência para o aprimoramento das suas atividades. REFERÊNCIASFILHO, N. A.. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Revista Ciência & Saúde Coletiva. 1997. GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTOS, J. A.; MELLA, L. F. B.; TURATO, E. R.; BOTEGA, N. J.. Alterações psiquiátricas após corticoterapia em paciente com rara manifestação neurológica de Síndrome de Behçet e o papel da interconsulta psiquiátrica. Rev. psiquiatr. clín.  [serial on the Internet]. 2009  [cited  2010  June  15] ;  36(5): 203-205. SCHERER, Z.  A. P.; SCHERER, E.  A.; LABATE, R. C.. Interconsulta em enfermagem psiquiátrica: qual a compreensão do enfermeiro sobre esta atividade?. Rev. Latino-Am. Enfermagem  [serial on the Internet]. 2002 Jan [cited  2010  June  15] ;  10(1): 7-14. SCHMITT, R.; GOMES, R. H.. Aspectos da interconsulta psiquiátrica em hospital de trauma. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul  [serial on the Internet]. 2005  Apr [cited  2010  June  15] ;  27(1): 71-81.  THOMAS, J., SANTOS, L., WETZEL, C., BARBISAN, R.. Implantação da consultoria de enfermagem psiquiátrica em um hospital geral. Revista HCPA, América do Norte, 27, oct. 2007. ZAVASCHI, M. L. S.; LIMA, D.; PALMA, R. B.. Interconsulta psiquiátrica na pediatria. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2, pp. 48-51

    COMPREENDENDO A INTERCONSULTA PSIQUIÁTRICA

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    INTRODUÇÃO A inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, apesar de ser um desafio nos dias atuais, tem esboço de sua existência desde o século XVIII. Já no século XX, principalmente após a II Guerra Mundial, esse fenômeno cresceu em importância nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, as enfermarias psiquiátricas em hospitais gerais surgem após a década de 1950. Com a inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, surge um novo campo de atuação: a interconsulta. A partir da discussão da Reforma Psiquiátrica e especialmente após a promulgação da Lei nº 10216, de 6 de abril de 2001, que recomenda a criação de unidades psiquiátricas em hospitais gerais, tornando uma norma a relação já existente entre a psiquiatria e as demais especialidades médicas, a interconsulta ganhou mais destaque. A interconsulta psiquiátrica é considerada uma área de conhecimento que se encarrega da assistência, ensino e pesquisa na interface da psiquiatria e demais especialidades da medicina. A prática de interconsultoria por enfermeiros de saúde mental em hospitais gerais iniciou-se, no Brasil, na década de 1960. A justificativa para a realização deste estudo foi a dificuldade encontrada por acadêmicos de enfermagem para a obtenção de conhecimento deste tema, a partir de artigos e textos, e por esta especialidade ser insuficientemente abordada na Academia, fazendo com que muitos profissionais desconheçam ou não entendam as atribuições e características dessa área de atuação que já apresenta destaque na área médica e é muito bem desenvolvida em outros países.   OBJETIVOS O objetivo desse estudo é: (1) compreender a interconsulta psiquiátrica em enfermagem, suas características e aplicações; (2) diferenciar interconsulta psiquiátrica das demais expressões empregadas, realizando uma discussão desses conceitos; (3) e analisar a situação geral da interconsulta psiquiátrica em enfermagem no Brasil e no mundo, a partir das publicações encontradas.   METODOLOGIA A metodologia utilizada foi a pesquisa documental. A preferência por esse tipo foi devido a possibilidade de analisar as publicações encontradas e, a partir dessa análise, reelaborar esses matérias de acordo com os objetivos da pesquisa. Optou-se por base de dados na internet. As publicações encontradas foram selecionadas utilizando-se, inicialmente, o descritor interconsulta.   RESULTADOS A Interconsulta Psiquiátrica é uma área de conhecimento que se propõe a estudar os fenômenos que ocorrem na relação entre a psiquiatria e todas as outras áreas dos conhecimentos do processo saúde-doença, bem como propõe condutas a seus problemas clínicos ou institucionais. Ancora-se numa perspectiva biopsicossocial do adoecer, visando uma abordagem mais integral e eficaz dos portadores de transtornos mentais. Nesse sentido, no atendimento das intercorrências relativas a fenômenos mentais e de comportamento, um trabalho de cooperação interdisciplinar compreenderá um atendimento conjunto entre o profissional de saúde mental e colegas das demais áreas da saúde. O interconsultor, além de realizar a assistência ao paciente, trabalha a relação deste com a equipe solicitante, contribui para esclarecimentos, diagnósticos, sensibiliza a equipe quanto aos aspectos psicossociais do paciente, orienta familiares e previne o desenvolvimento de problemas psiquiátricos. Num sentido mais estrito, podemos definir a interconsulta psiquiátrica e seus objetivos como uma subespecialidade da psiquiatria que: (1) atua na interface com outras especialidades; (2) auxilia na assistência ao paciente de hospital geral; (3) colabora na abordagem psicossocial (aspectos psiquiátricos, psicológicos e sociais) do paciente; e (4) auxilia na tarefa de ensino e pesquisa. Paralelamente à Interconsulta Psiquiátrica, temos a Consultoria Psiquiátrica. A definição tradicional considera que consultoria se refere à atuação do psiquiatra na avaliação do paciente e na formação de hipóteses e de recomendações oferecidas às equipes solicitantes, que atendem os pacientes, ou seja, o profissional indica um tratamento que estão sob os cuidados de outros especialistas, numa abordagem multiprofissional. Os objetivos de Consultoria Psiquiátrica no contexto hospitalar envolvem as seguintes solicitações em situações de emergência, em casos em que os exames clínicos e laboratoriais são negativos e doenças neurológicas foram descartadas, nas doenças crônicas, nos procedimentos invasivos, patologias oncológicas e doenças terminais, reações importantes em doenças neurológicas, transplante de órgãos, entre outros. Há ainda a Psiquiatria de Ligação que é definida como a área da psiquiatria clínica que inclui todas as atividades diagnósticas, terapêuticas, de ensino e de investigação realizadas por psiquiatras em serviços não psiquiátricos de um hospital geral. Também tem por base uma prática médica hospitalar que se situa na interface dos fatores psicológico, biológicos e sociológicos do adoecer. A psiquiatria de ligação refere-se a uma relação cooperativa contínua entre equipe psiquiátrica e outras equipes; é a promoção da qualidade dos cuidados prestados ao doente. No Brasil, os números de interconsulta são desconhecidos. O que se sabe á que nos hospitais gerais que possuem uma enfermaria de psiquiatria, 86% possuem um serviço de interconsulta. O que se observa é que a maioria dos serviços de interconsulta está concentrada nos hospitais universitários. Atualmente, a maioria dos hospitais de médio e grande porte nos Estados Unidos conta com serviços de interconsulta. Já na Inglaterra, Lloyd enfatiza que a incipiente psiquiatria de interconsulta não possui recursos para acompanhar a tantos pacientes e que se faz necessário o aprendizado de técnicas de terapia cognitiva comportamental por esses profissionais.   CONCLUSÕES Apesar das semelhanças encontradas na prática profissional da interconsulta, consultoria e psiquiatria de ligação, foi possível demonstrar, a partir dessa pesquisa, as diferenças existentes. Cada termo apresenta suas especificidades, cabendo ao profissional especialista compreendê-las, aprimorando sua prática. Foi possível observar que em outros países a interconsulta psiquiátrica, assim como no Brasil, depende da estrutura de saúde onde é implantada e do interesse, investimento e reconhecimento por parte do poder público (ou instituição, ou profissionais) em implementá-la e mantê-la, apoio sem o qual não é possível desenvolver um trabalho eficiente e satisfatório. Podemos considerar que a importância das atribuições da interconsulta psiquiátrica é o desenvolvimento da interação dos profissionais envolvidos no tratamento do paciente com distúrbio mental tendo uma visão interdisciplinar, proporcionando a este individuo e sua família um cuidado integral e também o apoio necessário a equipe de assistência para o aprimoramento das suas atividades.   REFERÊNCIAS FILHO, N. A.. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Revista Ciência & Saúde Coletiva. 1997.   GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.   SANTOS, J. A.; MELLA, L. F. B.; TURATO, E. R.; BOTEGA, N. J.. Alterações psiquiátricas após corticoterapia em paciente com rara manifestação neurológica de Síndrome de Behçet e o papel da interconsulta psiquiátrica. Rev. psiquiatr. clín.  [serial on the Internet]. 2009  [cited  2010  June  15] ;  36(5): 203-205.   SCHERER, Z.  A. P.; SCHERER, E.  A.; LABATE, R. C.. Interconsulta em enfermagem psiquiátrica: qual a compreensão do enfermeiro sobre esta atividade?. Rev. Latino-Am. Enfermagem  [serial on the Internet]. 2002 Jan [cited  2010  June  15] ;  10(1): 7-14.   SCHMITT, R.; GOMES, R. H.. Aspectos da interconsulta psiquiátrica em hospital de trauma. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul  [serial on the Internet]. 2005  Apr [cited  2010  June  15] ;  27(1): 71-81.   THOMAS, J., SANTOS, L., WETZEL, C., BARBISAN, R.. Implantação da consultoria de enfermagem psiquiátrica em um hospital geral. Revista HCPA, América do Norte, 27, oct. 2007.   ZAVASCHI, M. L. S.; LIMA, D.; PALMA, R. B.. Interconsulta psiquiátrica na pediatria. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2, pp. 48-51

    COMPREENDENDO A INTERCONSULTA PSIQUIÁTRICA

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    INTRODUÇÃO A inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, apesar de ser um desafio nos dias atuais, tem esboço de sua existência desde o século XVIII. Já no século XX, principalmente após a II Guerra Mundial, esse fenômeno cresceu em importância nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, as enfermarias psiquiátricas em hospitais gerais surgem após a década de 1950. Com a inserção da psiquiatria nos hospitais gerais, surge um novo campo de atuação: a interconsulta. A partir da discussão da Reforma Psiquiátrica e especialmente após a promulgação da Lei nº 10216, de 6 de abril de 2001, que recomenda a criação de unidades psiquiátricas em hospitais gerais, tornando uma norma a relação já existente entre a psiquiatria e as demais especialidades médicas, a interconsulta ganhou mais destaque. A interconsulta psiquiátrica é considerada uma área de conhecimento que se encarrega da assistência, ensino e pesquisa na interface da psiquiatria e demais especialidades da medicina. A prática de interconsultoria por enfermeiros de saúde mental em hospitais gerais iniciou-se, no Brasil, na década de 1960. A justificativa para a realização deste estudo foi a dificuldade encontrada por acadêmicos de enfermagem para a obtenção de conhecimento deste tema, a partir de artigos e textos, e por esta especialidade ser insuficientemente abordada na Academia, fazendo com que muitos profissionais desconheçam ou não entendam as atribuições e características dessa área de atuação que já apresenta destaque na área médica e é muito bem desenvolvida em outros países.   OBJETIVOS O objetivo desse estudo é: (1) compreender a interconsulta psiquiátrica em enfermagem, suas características e aplicações; (2) diferenciar interconsulta psiquiátrica das demais expressões empregadas, realizando uma discussão desses conceitos; (3) e analisar a situação geral da interconsulta psiquiátrica em enfermagem no Brasil e no mundo, a partir das publicações encontradas.   METODOLOGIA A metodologia utilizada foi a pesquisa documental. A preferência por esse tipo foi devido a possibilidade de analisar as publicações encontradas e, a partir dessa análise, reelaborar esses matérias de acordo com os objetivos da pesquisa. Optou-se por base de dados na internet. As publicações encontradas foram selecionadas utilizando-se, inicialmente, o descritor interconsulta.   RESULTADOS A Interconsulta Psiquiátrica é uma área de conhecimento que se propõe a estudar os fenômenos que ocorrem na relação entre a psiquiatria e todas as outras áreas dos conhecimentos do processo saúde-doença, bem como propõe condutas a seus problemas clínicos ou institucionais. Ancora-se numa perspectiva biopsicossocial do adoecer, visando uma abordagem mais integral e eficaz dos portadores de transtornos mentais. Nesse sentido, no atendimento das intercorrências relativas a fenômenos mentais e de comportamento, um trabalho de cooperação interdisciplinar compreenderá um atendimento conjunto entre o profissional de saúde mental e colegas das demais áreas da saúde. O interconsultor, além de realizar a assistência ao paciente, trabalha a relação deste com a equipe solicitante, contribui para esclarecimentos, diagnósticos, sensibiliza a equipe quanto aos aspectos psicossociais do paciente, orienta familiares e previne o desenvolvimento de problemas psiquiátricos. Num sentido mais estrito, podemos definir a interconsulta psiquiátrica e seus objetivos como uma subespecialidade da psiquiatria que: (1) atua na interface com outras especialidades; (2) auxilia na assistência ao paciente de hospital geral; (3) colabora na abordagem psicossocial (aspectos psiquiátricos, psicológicos e sociais) do paciente; e (4) auxilia na tarefa de ensino e pesquisa. Paralelamente à Interconsulta Psiquiátrica, temos a Consultoria Psiquiátrica. A definição tradicional considera que consultoria se refere à atuação do psiquiatra na avaliação do paciente e na formação de hipóteses e de recomendações oferecidas às equipes solicitantes, que atendem os pacientes, ou seja, o profissional indica um tratamento que estão sob os cuidados de outros especialistas, numa abordagem multiprofissional. Os objetivos de Consultoria Psiquiátrica no contexto hospitalar envolvem as seguintes solicitações em situações de emergência, em casos em que os exames clínicos e laboratoriais são negativos e doenças neurológicas foram descartadas, nas doenças crônicas, nos procedimentos invasivos, patologias oncológicas e doenças terminais, reações importantes em doenças neurológicas, transplante de órgãos, entre outros. Há ainda a Psiquiatria de Ligação que é definida como a área da psiquiatria clínica que inclui todas as atividades diagnósticas, terapêuticas, de ensino e de investigação realizadas por psiquiatras em serviços não psiquiátricos de um hospital geral. Também tem por base uma prática médica hospitalar que se situa na interface dos fatores psicológico, biológicos e sociológicos do adoecer. A psiquiatria de ligação refere-se a uma relação cooperativa contínua entre equipe psiquiátrica e outras equipes; é a promoção da qualidade dos cuidados prestados ao doente. No Brasil, os números de interconsulta são desconhecidos. O que se sabe á que nos hospitais gerais que possuem uma enfermaria de psiquiatria, 86% possuem um serviço de interconsulta. O que se observa é que a maioria dos serviços de interconsulta está concentrada nos hospitais universitários. Atualmente, a maioria dos hospitais de médio e grande porte nos Estados Unidos conta com serviços de interconsulta. Já na Inglaterra, Lloyd enfatiza que a incipiente psiquiatria de interconsulta não possui recursos para acompanhar a tantos pacientes e que se faz necessário o aprendizado de técnicas de terapia cognitiva comportamental por esses profissionais.   CONCLUSÕES Apesar das semelhanças encontradas na prática profissional da interconsulta, consultoria e psiquiatria de ligação, foi possível demonstrar, a partir dessa pesquisa, as diferenças existentes. Cada termo apresenta suas especificidades, cabendo ao profissional especialista compreendê-las, aprimorando sua prática. Foi possível observar que em outros países a interconsulta psiquiátrica, assim como no Brasil, depende da estrutura de saúde onde é implantada e do interesse, investimento e reconhecimento por parte do poder público (ou instituição, ou profissionais) em implementá-la e mantê-la, apoio sem o qual não é possível desenvolver um trabalho eficiente e satisfatório. Podemos considerar que a importância das atribuições da interconsulta psiquiátrica é o desenvolvimento da interação dos profissionais envolvidos no tratamento do paciente com distúrbio mental tendo uma visão interdisciplinar, proporcionando a este individuo e sua família um cuidado integral e também o apoio necessário a equipe de assistência para o aprimoramento das suas atividades.   REFERÊNCIAS FILHO, N. A.. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Revista Ciência & Saúde Coletiva. 1997.   GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.   SANTOS, J. A.; MELLA, L. F. B.; TURATO, E. R.; BOTEGA, N. J.. Alterações psiquiátricas após corticoterapia em paciente com rara manifestação neurológica de Síndrome de Behçet e o papel da interconsulta psiquiátrica. Rev. psiquiatr. clín.  [serial on the Internet]. 2009  [cited  2010  June  15] ;  36(5): 203-205.   SCHERER, Z.  A. P.; SCHERER, E.  A.; LABATE, R. C.. Interconsulta em enfermagem psiquiátrica: qual a compreensão do enfermeiro sobre esta atividade?. Rev. Latino-Am. Enfermagem  [serial on the Internet]. 2002 Jan [cited  2010  June  15] ;  10(1): 7-14.   SCHMITT, R.; GOMES, R. H.. Aspectos da interconsulta psiquiátrica em hospital de trauma. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul  [serial on the Internet]. 2005  Apr [cited  2010  June  15] ;  27(1): 71-81.   THOMAS, J., SANTOS, L., WETZEL, C., BARBISAN, R.. Implantação da consultoria de enfermagem psiquiátrica em um hospital geral. Revista HCPA, América do Norte, 27, oct. 2007.   ZAVASCHI, M. L. S.; LIMA, D.; PALMA, R. B.. Interconsulta psiquiátrica na pediatria. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2, pp. 48-51

    Independent impact of infections on the course and outcome of status epilepticus: a 10-year cohort study

    No full text
    Infections are frequent in patients with status epilepticus (SE). It remains unclear if infections merely reflect severity of the underlying illness or if they independently predict unfavourable course and outcome. We sought to determine if infections diagnosed within 48 h from SE onset are independent predictors of poor course and outcome and if their effect is modified by clinical characteristics. From 2005 to 2014, pertinent clinical data, microbiology, death, return to functional baseline, and unfavourable outcome in survivors were assessed in SE patients treated in the intensive care units (ICU) of an academic medical care center. Among 352 consecutive patients, 81 (23 %) were diagnosed with infections at SE onset. In-hospital mortality was higher in patients with infections (26 %) compared to 10 % in patients without infections (p < 0.001). Infections at SE onset increased the odds ratios (OR) for prolonged ICU (OR = 4.1, 95 %CI 1.87-6.74) and hospital stay (OR = 5.4, 95 %CI 1.24-9.63), refractory SE (OR = 3.1, 95 %CI 1.79-5.34), prolonged mechanical ventilation (OR = 3.8, 95 %CI 2.15-6.79), no return to functional baseline (OR = 2.1, 95 %CI 1.10-4.02), unfavourable outcome in survivors (OR = 2.0, 95 %CI 1.02-3.81), and death (OR = 2.5, 95 %CI 1.28-4.99). All associations were independent of confounders and without significant effect modification by age, level of consciousness, types and severity of SE, and etiologies. In addition, the number of infections increased the probability of unfavourable course and outcome. Infections at SE onset are frequent and associated with prolonged medical care, treatment refractory SE, higher morbidity and mortality independently of potential confounders calling for the evaluation of treatment strategies

    A COMUNICAÇÃO COMO FATOR DE RISCO NO PRÉ-OPERATÓRIO: APROXIMAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM

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    INTRODUÇÃO: Trata-se de um subprojeto decorrente de dados produzidos a partir do Projeto de Pesquisa: “Rastreamento de Riscos em Clientes de Pré-Operatório: Identificação das Necessidades de Intervenção de Enfermagem”.Os resultados obtidos apontaram diversos temas dentre os quais destacamos a Comunicação como um risco potencial nos cuidados de Enfermagem em Pré-Operatório. Não obstante, neste estudo, o objeto é a comunicação como fator de risco no pré-operatório: implicações para cuidado de enfermagem. Embora a comunicação não seja um tema novo, ainda assim, ela tem aparecido, constantemente, como inadequada para os clientes e para a equipe de enfermagem. Nesse estudo, foram os clientes no pré-operatório que nos indicaram o que ocorre. Precisamos saber como estamos nos comunicando e que efetividade esta comunicação está tendo e, assim, evitar riscos para clientes que já se encontram sob tensão a espera da cirurgia. OBJETIVOS: 1- Identificar como se dá a comunicação entre enfermagem e cliente pré-operatório e quais são os fatores que interferem nessa comunicação; 2 - Analisar discutindo as implicações dos achados para o cuidado de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa. O espaço: O estudo está sendo realizado em uma enfermaria de um Hospital Universitário localizado na cidade do Rio de Janeiro,que comporta os clientes em pré-operatório, após a aprovação do subprojeto pelo Comitê de Ética da Instituição. Os sujeitos são voluntários que estejam orientados no tempo e no espaço e que irão vivenciar a experiência cirúrgica. O instrumento: entrevista semi-estruturada contendo 12 perguntas. O tratamento das informações para organização de análise dos dados transcorreu segundo BARDIN (1997), pois objetivamos compreender um determinado fenômeno através das falas dos sujeitos-objeto, aproximando as idéias para posteriormente categorizá-las. RESULTADOS: Até o momento foram entrevistados 07 clientes, dentre os quais, 85,71% apontaram que a Enfermagem se utiliza de palavras simples, objetivas e capazes de esclarecê-los acerca dos procedimentos ora realizados na unidade.. Chama-nos atenção o fato de que muito embora 85,71% da amostra indique que a Enfermagem se utiliza de termos simples e objetivos, o mesmo percentual aponta para o fato de que não são esclarecidos quanto aos riscos/iatrogenias oriundas do procedimento. 60,00% da amostra referem que a equipe de Enfermagem questionava e aguardava uma resposta enquanto que os 40,00% não questionava. 100,00% assinalam que a equipe de Enfermagem permanecia atenta à fala dos respondentes. Isso pode evidenciar que a relação entre Enfermagem e o cliente ocorre de maneira “respeitosa”, tal como uma relação onde os interesses do cliente devem ser considerados e respeitados. Tal relação foi percebida pelos respondentes a partir de expressões corporais tais como: “um olhar” e ”o silêncio”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda em que pese o fato do estudo se encontrar ainda em fase inicial, já é possível convergir para os resultados do projeto supra-citado os quais apontam a comunicação como um fator de risco para clientes que se encontram internados aguardando o procedimento cirúrgico. REFERENCIAS: BACHELARD, G.A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto,1996. BARDIN, L. Análise de Conteúdo.  Lisboa 1997 Edições 70 BAYLON, C; MIGNOT, X. La Comunication. 2ª ed . Nathan Université MINAYO, M. C de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/ Rio de Janeiro: Hucitec/ Abrasco, 1992. SANTANELLA, L. Comunicação e Pesquisa: projetos para mestrado e doutorado. São Paulo: Hacker Editores, 2001. SILVA, M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais na saúde.4ª ed.São Paulo Soyota

    A COMUNICAÇÃO COMO FATOR DE RISCO NO PRÉ-OPERATÓRIO: APROXIMAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM

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    INTRODUÇÃO: Trata-se de um subprojeto decorrente de dados produzidos a partir do Projeto de Pesquisa: “Rastreamento de Riscos em Clientes de Pré-Operatório: Identificação das Necessidades de Intervenção de Enfermagem”.Os resultados obtidos apontaram diversos temas dentre os quais destacamos a Comunicação como um risco potencial nos cuidados de Enfermagem em Pré-Operatório. Não obstante, neste estudo, o objeto é a comunicação como fator de risco no pré-operatório: implicações para cuidado de enfermagem. Embora a comunicação não seja um tema novo, ainda assim, ela tem aparecido, constantemente, como inadequada para os clientes e para a equipe de enfermagem. Nesse estudo, foram os clientes no pré-operatório que nos indicaram o que ocorre. Precisamos saber como estamos nos comunicando e que efetividade esta comunicação está tendo e, assim, evitar riscos para clientes que já se encontram sob tensão a espera da cirurgia. OBJETIVOS: 1- Identificar como se dá a comunicação entre enfermagem e cliente pré-operatório e quais são os fatores que interferem nessa comunicação; 2 - Analisar discutindo as implicações dos achados para o cuidado de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa. O espaço: O estudo está sendo realizado em uma enfermaria de um Hospital Universitário localizado na cidade do Rio de Janeiro,que comporta os clientes em pré-operatório, após a aprovação do subprojeto pelo Comitê de Ética da Instituição. Os sujeitos são voluntários que estejam orientados no tempo e no espaço e que irão vivenciar a experiência cirúrgica. O instrumento: entrevista semi-estruturada contendo 12 perguntas. O tratamento das informações para organização de análise dos dados transcorreu segundo BARDIN (1997), pois objetivamos compreender um determinado fenômeno através das falas dos sujeitos-objeto, aproximando as idéias para posteriormente categorizá-las. RESULTADOS: Até o momento foram entrevistados 07 clientes, dentre os quais, 85,71% apontaram que a Enfermagem se utiliza de palavras simples, objetivas e capazes de esclarecê-los acerca dos procedimentos ora realizados na unidade.. Chama-nos atenção o fato de que muito embora 85,71% da amostra indique que a Enfermagem se utiliza de termos simples e objetivos, o mesmo percentual aponta para o fato de que não são esclarecidos quanto aos riscos/iatrogenias oriundas do procedimento. 60,00% da amostra referem que a equipe de Enfermagem questionava e aguardava uma resposta enquanto que os 40,00% não questionava. 100,00% assinalam que a equipe de Enfermagem permanecia atenta à fala dos respondentes. Isso pode evidenciar que a relação entre Enfermagem e o cliente ocorre de maneira “respeitosa”, tal como uma relação onde os interesses do cliente devem ser considerados e respeitados. Tal relação foi percebida pelos respondentes a partir de expressões corporais tais como: “um olhar” e ”o silêncio”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda em que pese o fato do estudo se encontrar ainda em fase inicial, já é possível convergir para os resultados do projeto supra-citado os quais apontam a comunicação como um fator de risco para clientes que se encontram internados aguardando o procedimento cirúrgico. REFERENCIAS: BACHELARD, G.A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto,1996. BARDIN, L. Análise de Conteúdo.  Lisboa 1997 Edições 70 BAYLON, C; MIGNOT, X. La Comunication. 2ª ed . Nathan Université MINAYO, M. C de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/ Rio de Janeiro: Hucitec/ Abrasco, 1992. SANTANELLA, L. Comunicação e Pesquisa: projetos para mestrado e doutorado. São Paulo: Hacker Editores, 2001. SILVA, M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais na saúde.4ª ed.São Paulo Soyota

    A comunicação como fator de risco no pré-operatório: Aproximações para o cuidado de enfermagem

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    INTRODUÇÃO: Trata-se de um subprojeto decorrente de dados produzidos a partir do Projeto de Pesquisa: “Rastreamento de Riscos em Clientes de Pré-Operatório: Identificação das Necessidades de Intervenção de Enfermagem”.Os resultados obtidos apontaram diversos temas dentre os quais destacamos a Comunicação como um risco potencial nos cuidados de Enfermagem em Pré-Operatório. Não obstante, neste estudo, o objeto é a comunicação como fator de risco no pré-operatório: implicações para cuidado de enfermagem. Embora a comunicação não seja um tema novo, ainda assim, ela tem aparecido, constantemente, como inadequada para os clientes e para a equipe de enfermagem. Nesse estudo, foram os clientes no pré-operatório que nos indicaram o que ocorre. Precisamos saber como estamos nos comunicando e que efetividade esta comunicação está tendo e, assim, evitar riscos para clientes que já se encontram sob tensão a espera da cirurgia.OBJETIVOS:1- Identificar como se dá a comunicação entre enfermagem e cliente pré-operatório e quais são os fatores que interferem nessa comunicação; 2 - Analisar discutindo as implicações dos achados para o cuidado de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa. O espaço: O estudo está sendo realizado em uma enfermaria de um Hospital Universitário localizado na cidade do Rio de Janeiro,que comporta os clientes em pré-operatório, após a aprovação do subprojeto pelo Comitê de Ética da Instituição. Os sujeitos são voluntários que estejam orientados no tempo e no espaço e que irão vivenciar a experiência cirúrgica. O instrumento: entrevista semi-estruturada contendo 12 perguntas. O tratamento das informações para organização de análise dos dados transcorreu segundo BARDIN (1997), pois objetivamos compreender um determinado fenômeno através das falas dos sujeitos-objeto, aproximando as idéias para posteriormente categorizá-las. RESULTADOS: Até o momento foram entrevistados 07 clientes, dentre os quais, 85,71% apontaram que a Enfermagem se utiliza de palavras simples, objetivas e capazes de esclarecê-los acerca dos procedimentos ora realizados na unidade.. Chama-nos atenção o fato de que muito embora 85,71% da amostra indique que a Enfermagem se utiliza de termos simples e objetivos, o mesmo percentual aponta para o fato de que não são esclarecidos quanto aos riscos/iatrogenias oriundas do procedimento. 60,00% da amostra referem que a equipe de Enfermagem questionava e aguardava uma resposta enquanto que os 40,00% não questionava. 100,00% assinalam que a equipe de Enfermagem permanecia atenta à fala dos respondentes. Isso pode evidenciar que a relação entre Enfermagem e o cliente ocorre de maneira “respeitosa”, tal como uma relação onde os interesses do cliente devem ser considerados e respeitados. Tal relação foi percebida pelos respondentes a partir de expressões corporais tais como: “um olhar” e ”o silêncio”.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda em que pese o fato do estudo se encontrar ainda em fase inicial, já é possível convergir para os resultados do projeto supra-citado os quais apontam a comunicação como um fator de risco para clientes que se encontram internados aguardando o procedimento cirúrgico. REFERENCIAS:BACHELARD, G.A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto,1996.BARDIN, L. Análise de Conteúdo.  Lisboa 1997 Edições 70BAYLON, C; MIGNOT, X. La Comunication. 2ª ed . Nathan UniversitéMINAYO, M. C de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/ Rio de Janeiro: Hucitec/ Abrasco, 1992.SANTANELLA, L. Comunicação e Pesquisa: projetos para mestrado e doutorado. São Paulo: Hacker Editores, 2001.SILVA, M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais na saúde.4ª ed.São Paulo Soyota
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