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Novos tempos, novos ventos? A extrema-direita europeia e o Islão
Desde o início deste milénio que a investigação académica tem identificado o sentimento
anti muçulmano como uma característica-chave da extrema-direita europeia.
Este artigo discute a história e a validade do termo “islamofobia”, assim como a
emergência e consolidação do tema da “Eurábia” na ideologia da extrema-direita.
Analisa ainda a forma como as concepções de uma tomada de poder pelos muçulmanos
na Europa têm contribuído para reconfigurar a ideologia da extrema-direita e para
formar novas convergências entre diferentes margens do espaço político
Is anarchy coming back?
O anarquismo, como visão política de uma ordem social alternativa, tem conhecido uma acentuada revitalização desde o final do século xx, nomeadamente através das ideias e práticas de movimentos sociais agindo dentro do contexto alargado e fluído da alter-globalização. Este artigo percorre o panorama do anarquismo contemporâneo, delineando primeiro as suas diversas manifestações nos protestos populares e no movimento das ocupações, e depois – naquele que é o fulcro deste estudo – incidindo mais pormenorizadamente na filosofia, dinâmicas, e episódios do anarquismo dito de “insurreição” cuja influência se sente quer em diversas manifestações de massas contra os poderes instituídos, quer clandestinamente através de uma “internacional negra” de ativistas.As a political vision and an alternative social order, anarchy has seen a sharp come-back since the end of the 20th century, through the thoughts and practices of social movements responding to globalization pressures. This article examines the panorama of contemporary anarchy – first its many manifestations in popular protests and “occupations”, and second – the main focus of the study – the fascination in philosophy and acts of anarchy pertaining to “insurrection”, the influence of which is seen in mass public protests against seated powers and in clandestine “international dark activism”.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Power and resistance in the history of Portugal: from the old regime to the First Republic - Historiographical observations of António Manuel Hespanha and Ernesto Castro Leal
As resistências aos poderes vigentes nunca nascem no vazio, mas
pertencem a uma genealogia, inscrevem-se numa sucessão de períodos
e episódios de mobilização e ativismo, que se sucederam ao longo
dos tempos, cruzando vários regimes políticos. Daí a importância de
ter uma visão temporal e histórica sobre estes fenômenos, de forma a
contrabalançar a tendência, natural em todas as gerações, de ter apenas
como guia as inquietações, esperanças, e sonhos (desfeitos ou não), do
presente. Nesse sentido, e abrangendo sobretudo a História de Portugal,
importa recorrer à visão historiográfica de dois especialistas de períodos
históricos diferentes, cujas considerações ajudam a contextualizar o
fenômeno da desobediência, da rebeldia, do confronto – e a sua interação
com as autoridades – ao longo de cada época
'This is what democracy looks like': is representation under siege?
info:eu-repo/semantics/publishedVersio
O dia que mudou o mundo? O 11 de Setembro 20 anos depois
4ApresentaçãoO dia que mudou o mundo? O 11 de Setembro 20 anos depoisThe day that changed the world? September 11 20 years laterEl día que cambió el mundo? El 11 de setiembre 20 años despuésJosé Pedro Zúquetehttps://orcid.org/0000-0001-6209-6931Uma das imagens-choque da manhãdos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, foi a de pessoas a atiraram-se, esbracejando no ar, das torres gémeas de Nova Iorque em chamas. Praticamente 20 anos depois, uma das imagens-choque da retirada Americana do Afeganistão, invadido pelos EUA a seguir ao 11 de Setembro, foi a de civis afegãos a caírem de um avião militar Americano. Iniciar este texto sobre o 11 de Setembro sobre aquilo que uma pessoa vê, e o poder do visual, faz sentido na medida em que esse episódio tem um efeito de “lâmpada” na memória das pessoas –e àescala internacional até porque se deu num contexto muito mais tecnologicamente mediatizado do que no passado, instantâneo e visto e comentado em directo –fazendo-as relembrar, às gerações da passagem do século XX para o século XXI, onde e com quem estavam quando se deu o “evento”. Para muitos pareceu uma interrupção no tempo histórico –havia o antes e o depois, e dizia-se que “nada será como dantes”, e que o mundo, pelo menos Ocidental, teria mudado “para sempre”, na sua confiança, na sua vertigem pela abertura e interconexão, e por uma globalização liberal e capitalista que, pensava-se, iria chegar (e transformar) a todos os cantos do mundo –o mundo que, pensava-se, estava cada vez mais plano, tornava-se subitamente outra vez rugoso e acidentado. E, para quem antestinha pensado num fim da história, ela depoise sem aviso, fazia-se ouvir, imprevisível, desconcertante e, como sempre, destruidora de profecias.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
The irregular populist: André Ventura: the lider of Chega
This paper aims to measure, for the first time, the level of populist rhetoric of
André Ventura – the leader of the Chega party. We did so by analyzing a total of sixteen
discursive elements (selected speeches, interviews and tweets, between 2020 and 2022),
using the holistic grading method with two graders.
Despite a total average of 1.14 (on a scale ranging from 0 to 2), which would
suggest mild populism, we managed to identify several features of manifest populist
rhetoric, such as a dualistic framework of politics, an agonistic dichotomy between Chega
and the political and economic establishment – the “system” –, and an attempt to rekindle
political conflict seen as a moral battle where Chega would act as the sole instrument to
save Portugal from its enemies and problems. Taking this into consideration, the main
conclusion of this paper is the classification of André Ventura as an irregular populist,
considering the constant fluctuation of his populist rhetoric in order to adapt to the place,
the audience, and, most likely, the political moment and the intended consequences of the
speech itselfinfo: https://populism.byu.edu
The other side of protest music: the extreme-right and skinhead culture in democratic Portugal (1974-2015)
Abstract
Although Portugal does not have a significant radical right presence in its party system, in
the last decades the country did witness the development of a neo-Nazi skinhead
movement that expressed its white nationalist nature and goals through the musical
genres of Rock Against Communism (RAC) and the related Oi!. Utilizing various historical
sources, this study contextualizes the development of nationalist music in Portugal, both
before and especially during the democratic period (1974-2015). It focuses on its
protagonists, domestic and international networks, as well as on the few attempts to
establish a common cause with radical right-wing political parties at the turn of the
century and in present times
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