49 research outputs found

    ENTRE O DISCURSO E O SILÊNCIO: : QUAL O LUGAR DA MULHER NA POLÍCIA?

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    Neste trabalho, sustentando-se teoricamente na Análise de Discurso, analisaremos, a partir de alguns dizeres de mulheres policiais, como a mulher policial é significada e significa na corporação polícia. Mostraremos como o corpo da mulher simboliza-se nesse espaço e como o silêncio dessa funciona como um modo de resistir. Foram entrevistadas cinco (5) mulheres com nível superior completo e efetivadas por concurso público, em diferentes períodos, para atuarem em delegacias do estado do Pará, Amazônia oriental. Nos dizeres de todas elas, há uma representação construída pelos colegas de trabalho e pela sociedade de que são menos capazes, frágeis para atuarem na função de policial. Essas expressões materializam dizeres e formulações sexistas que violentam as mulheres policiais a partir do funcionamento da ideologia patriarcal, intentando diminuir, apagar a mulher, dizendo o que essa pode ou não realizar como trabalho, sustentando que lugar ela pode ou não ocupar em nossa formação social. &nbsp

    ENTRE A CASA GRANDE, CASEBRES E JIRAUS: RELAÇÕES DE PODER E SUBALTERNIDADE DAS MULHERES DALCIDIANAS EM MARAJÓ.

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    Resumo: A intenção em trazer a obra o Marajó (1947) de Dalcídio Jurandir é despertar para uma etnografia da Amazônia Paraense no século XX e visibilizar as mulheres representadas pelo romancista que desvela as relações de poder, silenciamento e subalternidade ao patriarcado branco. A pesquisa considera a trama das mulheres Marta, Nhá Benedita, Siá Felismina, Alaíde e Orminda, que traçaram estratégias de sobrevivência e resistência à hierarquia fálica. Refletir sobre tais práticas sociais ajuda a compreender as fontes documentais sobre um povo escravizado e humilhado. Entre a casa grande, os casebres e os jiraus, as relações subalternas são invisibilizadas e as práticas coronelistas vistas no passado serpenteiam alegoricamente neste século XXI

    “BATIDA” PRA ELAS, CACHAÇA PRA ELES: O RITUAL DE BEBERAGEM NA FESTA DE TODOS OS SANTOS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE JURUSSACA EM TRACUATEUA/PA.

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    Esse artigo procura analisar o ritual de beberagem na festa de todos os santos na comunidade quilombola de Jurussaca em Tracuateua/PA. Refletindo sobre essa prática, onde o ritual de beberagem, considerado não sagrado, ganha características religiosas embrenhado na festa como elemento constitutivo de um corpo modelado pelo catolicismo popular. E discorrendo acerca dessas tradicionais dicotomias entre sagrado e profano, se propõe observar e refletir sobre as beberagens observadas dentro da festa que acontece anualmente na comunidade em questão. Para a pesquisa entrevistas semi estruturadas e observação participante foram utilizados. Compreender os elementos ressaltados na fala dos moradores da comunidade de Jurussaca sobre suas tradições religiosas ligadas a vida em comunidade nos conduz para as reelaborações constantes que o catolicismo popular vem sofrendo em sua vivência, seja no cotidiano ou no momento ritual das festas

    A Etnofísica da Carpintaria Naval em Bragança - Pará - Brasil

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    Esta pesquisa teve o propósito de analisar a Etnofísica presente na construção artesanal de barcos, feita por carpinteiros navais, que na maioria possuem pouca escolaridade no município de Bragança-Pará, e também enaltecer a arte cultural desses trabalhadores, numa realidade em que uma das principais gerações da economia da região é a pesca. É feita uma análise deste saber tradicional com o saber científico da Física. A necessidade desta pesquisa está vinculada às escassas produções em Etnofísica no Brasil. A metodologia usada foi de abordagem qualitativa, onde realizamos entrevistas com roteiro pré-elaborado com três carpinteiros navais da região bragantina, estas entrevistas renderam discussões científicas e sociais, indispensáveis para a elaboração deste trabalho. Ao final desta pesquisa chegou-se à conclusão de que podemos utilizar os conhecimentos empíricos da carpintaria naval sobre a Física, pondo em prática os preceitos da Etnofísica.

    As Famílias do Mangue e Suas Práticas Holísticas: Um Estudo no Nordeste Paraense, Amazônia, Brasil

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    O presente estudo traz discussão relacionada aos povos usuários dos manguezais do nordeste do estado do Pará (município de Bragança, Amazônia Brasileira) objetivando analisar as famílias e suas práticas holísticas empreendidas nas atividades de apropriação e uso dos recursos ambientais do mangue. Por conseguinte, descrever o perfil e as características dessas famílias no que concerne à organização social, às formas e práticas. Procura, ainda, identificar as práticas produtivas e sua relação de gênero e de geração, constituídas através dos saberes ecológicos locais por quem sobrevive do e no mangue. O estudo ocorreu no período de 2012 a 2015 em quatro comunidades, a saber: Bonifácio, Castelo, Caratateua e Tamatateua, consideradas produtoras de atividades laborais nos manguezais dessa região. Foram selecionadas 24 pessoas, entre homens e mulheres, para participarem de entrevistas direcionadas, por meio de um questionário com perguntas semiestruturadas e relacionadas com as práticas cotidianas empreendidas para a apropriação e uso dos recursos ambientais do mangue. Adicionalmente, foram feitas observações diretas em campo e registros das falas e dos discursos por meio de gravação. A análise dos dados correu por meio do Programa Statistical Package for the Social Sciences, complementado com a análise de conteúdo, que permitiu interpretar e compreender as falas e os discursos dos entrevistados. Os resultados revelaram que as famílias do mangue constituem sua renda a partir do extrativismo do peixe, do caranguejo-uçá, dos mariscos e da madeira de mangue, assim como por pequenas atividades ligadas à confecção e conserto de redes de pesca, à coleta de lenha do mangue para a fabricação de carvão, ao artesanato, dentre outros, com a participação direta de todos os membros da família. Os homens, na sua maioria, praticam atividades pesqueiras de produtos que agregam maiores valores no mercado, enquanto as mulheres extraem recursos como peixes costeiros, crustáceos e ervas medicinais, prioritariamente, para o sustento e manutenção, imediato, familiar. São também observadas práticas de reciprocidade entre as famílias e seus membros, com a divisão do esforço físico de trabalho, de apetrechos pesqueiros e nas atividades festivas das comunidades. Identificou-se, ainda, que os saberes empreendidos pelas famílias no uso dos recursos dos manguezais se devem à transmissão de saberes dos mais “velhos” aos mais “novos”, onde a inserção ocorre muito cedo, ainda na infância, e se concretiza de modo geral, na juventude quando passam a integrar os grupos pesqueiros interfamiliares. Logo, conclui-se que essas famílias têm como marca de suas atividades uma relação direta e holística no ambiente do manguezal, tanto no que diz respeito ao usufruto dos recursos que este oferece quanto na sua dinâmica social, econômica e cultural

    FRAGMENTOS DE UMA AULA DE CAMPO EM COMUNIDADE EXTRATIVISTA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA: OUVIR, DIALOGAR E APRENDER

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    Através da disciplina intitulada “Gênero: um conceito relacional em comunidades tradicionais na Amazônia”, ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia (PPLSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizou-se uma visita de campo na comunidade, tendo como resultado este ensaio etnofotográfico.Nossa intenção é seguir dialogando com as comunidades tradicionais amazônicas para desempenhar sua função de compreender os mais diferentes fenômenos nos campos da linguagem e dos saberes, em seus múltiplos contextos.    

    Plantas da Amazônia: saberes, usos e relações na Feira do Buritizal, Amapá, Brasil

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    O presente estudo traz à tona os saberes tradicionais sobre a apropriação e uso das plantas medicinais comercializadas na Feira do Buritizal, Amapá, Brasil, com o objetivo de analisar e visibilizar os saberes empreendidos pelos feirantes e comerciantes de plantas na referida Feira. O procedimento metodológico deu-se a partir da abordagem qualitativa de pesquisa, com a técnica história de vida por meio de um roteiro com perguntas pré-formuladas. Os principais resultados demonstraram que a Feira do Buritizal está estruturada por saberes tradicionais, além de ser um local de encontros, trocas e comercialização, cujas sensações das cores e cheiros das plantas causam um sentimento de pertencimento para quem habita na Amazônia. A principal conclusão revela que os saberes tradicionais sobre as plantas comercializadas na Feira transversalizam as gerações e crenças, assim como revelam o saber-fazer a partir das vivências diárias na Amazônia brasileira

    PERCEPÇÃO DOS EXTRATIVISTAS ESTUARINO-COSTEIROS SOBRE AS PRÁTICAS E OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NOS MANGUEZAIS DO NORDESTE PARAENSE, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

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    O estudo descreve a percepção dos extrativistas sobre suas práticas e os impactos causados ao manguezal do nordeste paraense. Objetivou-se descrever o perfil das comunidades, organização social, processo de degradação e conservação dos recursos naturais dos manguezais. O estudo é o resultado de pesquisas realizadas no período de 2008 a 2015, em quatro comunidades: Acarajó, América, Caratateua e Tamatateua, com 72 extrativistas, entre homens e mulheres, que responderam a um questionário sobre as práticas cotidianas no uso dos recursos do manguezal,num espaço-temporal de 10 anos atrás, hoje e 10 anos depois (passado, presente e futuro). A análise dos dados correu por meio do Programa Statistical Package for the Social Sciences e a análise de conteúdo com a interpretação das falas dos entrevistados. Os resultados revelaram que as comunidades se consideram mais organizadas nos dias de hoje quando comparadas a 10 anos atrás e estarão mais organizadas no futuro devido às exigências e critérios das agências de financiamento a projetos de renda e trabalho. Demonstraram que hoje e no futuro a degradação e o impacto ambiental serão bem maiores quando comparados a 10 anos atrás, ressaltando que este processo é acelerado e contínuo devido a entrada de mais pessoas no extrativismo dos recursos dos manguezais. Acreditam a  conservação dos recursos corria quando comparado nos dias de hoje e no futuro. Conclui-se que a percepção dos extrativistas sobre as práticas e os impactos ambientais representa o atual estado de organização, exploração e conservação dos recursos do manguezal nas comunidades costeiras amazônicas

    A inclusão escolar do aluno com paralisia cerebral: a percepção dos professores do ensino fundamental

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    This research aims to understand the perception of Elementary School teachers about the school inclusion of students with cerebral palsy. Six elementary school teachers from an 8th grade class who had a student with cerebral palsy participated in the research. The survey was conducted through semi-structured interviews. In the results, the participants indicated that they were unaware of the Political Pedagogical Project/curriculum and its articulation with inclusive practices, in addition, they have little understanding of the characteristics of cerebral palsy, as well as presenting difficulties in planning and inclusive pedagogical practice for students especially in the application of methodologies; they implement few curricular flexibilities, justifying them due to the reduced professional preparation to work with the student with cerebral palsy and the lack of adequate material. It is concluded that, despite the advancement in the legal aspect of inclusive education, there are a number of barriers for the implementation of an inclusive educational quality policy in classes with students with cerebral palsy, which hinders the development and learning process of that student.    Esta investigación tiene como objetivo comprender la percepción de los docentes de educación fundamental sobre la inclusión escolar de estudiantes con parálisis cerebral. En la investigación participaron seis maestros de educación fundamental de una clase de octavo grado que tenían una alumna con parálisis cerebral. La encuesta se realizó mediante entrevistas semiestructuradas. En los resultados, los participantes señalaron que desconocían el Proyecto Político Pedagógico/currículo y su articulación con prácticas inclusivas. También, tienen poca comprensión de las características de la parálisis cerebral, además de presentar dificultades en la planificación y práctica pedagógica inclusiva para los estudiantes, especialmente en la aplicación de metodologías; implementan pocas flexibilidades curriculares, justificándolas ante la reducida preparación profesional para trabajar con el alumno con parálisis cerebral y la falta de material adecuado. Se concluye que, a pesar del avance en el aspecto legal de la educación inclusiva, existe una serie de barreras para la implementación de una política de calidad educativa inclusiva en las clases con alumnos con parálisis cerebral, lo que dificulta el desarrollo y proceso de aprendizaje de la alumna en cuestión.    A presente pesquisa visa compreender a percepção de professores do ensino fundamental acerca da inclusão escolar do aluno com paralisia cerebral. Participaram da pesquisa seis professores do ensino fundamental de uma turma do 8º ano que tinha uma aluna com paralisia cerebral. O levantamento foi realizado por meio de entrevista semiestruturada. Nos resultados, os participantes indicaram desconhecer o Projeto Político Pedagógico/currículo e sua articulação com práticas inclusivas. Além disso, eles têm pouca compreensão das características da paralisia cerebral, assim como apresentam dificuldades no planejamento e na prática pedagógica inclusiva para alunos público-alvo da educação especial, principalmente na aplicação de metodologias; eles implementam poucas flexibilizações curriculares, justificando-as em função do reduzido preparo profissional para atuar com a aluna com paralisia cerebral e a falta de material adequado. Conclui-se que, apesar do avanço no aspecto legal da educação inclusiva, há um conjunto de barreiras para que se efetive uma política educacional inclusiva de qualidade em turmas com portadores de paralisia cerebral, o que dificulta o processo de desenvolvimento e aprendizagem da referida aluna

    A LINGUAGEM E A VULNERABILIDADE DO CORPO NA AMAZÔNIA: DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO À DENÚNCIA EM BRAGANÇA, PARÁ, BRASIL

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    Este trabalho se propõe a visibilizar de que maneira a violência contra a mulher é tratada pelas instituições de denúncia, identificando as principais formas de violência denunciadas contra a mulher na Região Bragantina, nordeste do estado do Pará. Os dados foram coletados no período de dezembro de 2016 a junho de 2017, na Delegacia da mulher (Deam Bragança / PROPAZ integrado - 6ª Região de Segurança Pública (RISP) Caeté). Os estudos de gênero esclarecem os danos causados à mulher, através da vulnerabilidade do corpo, como a violência simbólica, física, sexual, religiosa entre outras, do homem sobre a mulher. Grande parte dos agressores são pessoas da família. A violência se percebe como um fenômeno crucial para delimitar, espaços e territórios e suas ações criam capilaridades e se propagam na ideologia, na linguagem, na palavra, no som, os são assimilados pelos sentidos, corpos, grupos, nações, com o objetivo de sempre reduzir o outro a um estado mínimo
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