17 research outputs found

    Apresentação do artigo “O Eu de Fichte”, de Dieter Henrich

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    ResumoNo texto fundacional da Doutrina da Ciência, a Grundlage (1794), Fichte inovou ao propor o princípio da autoconsciência, como autoposição de si, para fundador tanto do conhecimento teorético como do prático. Contudo, ao conceder exclusivamente a esse princípio (eu) estabelecer o conjunto das atividades reflexivas, nisso esbarrou em pontos intratáveis para a própria atividade da consciência. Ainda que alcançou umafundamentação, na perspectiva transcendental, da estrutura autorreflexiva da consciência que faltava ao princípio da consciência de Reinhold, a vinculação dela a um não-eu, como condição para mantê-la em sua dinâmica, conduziu Fichte, a despeito de haver inaugurado pela teoria do “eu” a segunda fase no tratamento da teoria da reflexão, a aporias que colocaram sua teoria da reflexão da consciência perante obstáculos intransponíveis. Na percepção dos limites intrínsecos a essa abordagem do primeiro princípio assentada na figura da autoconsciência (eu), Fichte elaborará, nos anos seguintes, as outras exposições da Doutrina da Ciência, visando escapar das aporias manifestadas na primeira versão.AbstractPresentation of the translation "Fichte's Self" by Dieter Henrich. In the foundational text of the Doctrine of Science, the Grundlage (1794), Fichte innovated by proposing the principle of selfconsciousness, as self-position of self, for the founder of both theoretical and practical knowledge. However, by granting exclusively to this principle (Self) establish the set of reflexive activities, in this he ran into intractable points for the activity of consciousness itself. Yet it achieved a grounding, from the transcendental perspective, of the self-reflexive structure of consciousness that Reinhold's principle of consciousness lacked, the linking of the consciousness to a non-self, as a condition for maintaining its dynamic, led Fichte, despite having inaugurated the second phase in the treatment of the theory of reflection with the theory of the "Self", the aporias that placed his theory of the reflection of consciousness before insurmountable obstacles. In the perception of the intrinsic limits of this approach to the first principle based on the figure of selfconsciousness (Self), Fichte would elaborate, in the following years, the other expositions of the Doctrine of Science, aiming to escape the aporias manifested in the first version

    Johann Gottlieb Fichte: aspectos biográficos do filósofo da Egoidade Absoluta

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    Marking the beginning of a new era, the era of systematization of thetranscendental Philosophy developed by Kant, Fichte went beyond his master and inaugurateda new series of questions within the German Philosophy in the period prior to GermanRomanticism. The following is a brief overview of his life and works, the main interlocutorswith whom fought debate and who helped to make known the temper of this philosopher, oneof the most controversial and least understood of the history of German Philosophy.Marcando o início de uma nova época, a época da sistematização da Filosofiatranscendental elaborada por Kant, Fichte foi além de seu mestre e inaugurou uma nova sériede questões no âmbito da Filosofia alemã no período que antecede ao Romantismo alemão.A seguir apresentamos um breve panorama de sua vida e feitos, dos principais interlocutorescom os quais travou debate e que contribuiriam para tornar conhecida a têmpera dessefilósofo, um dos mais controvertidos e menos compreendidos da história da filosofia alemã.PALAVRAS-CHAVE: Filosofia alemã, Filosofia transcendental, Idealismo Alemão; Razãoprática

    Entre moral e religião: destinação e afeto desinteressado no debate Kant-Schiller

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    Em nota no A religião nos limites da simples razão (1793), Kant comenta a exposição de Schiller, em Graça e dignidade (1793), como tendo associado o elemento estético (graça) ao elemento puramente moral (dignidade) sendo, porém, tal aproximação indevida em face da dignidade da lei. A partir dos demais textos de Schiller, como o Fragmento das preleções sobre estética (1792-3), o Do sublime (1793), o Sobre a utilidade moral de costumes estéticos (1793) e as Cartas sobre a educação estética do homem (1795), pode-se mostrar que este não pensou a interação entre graça e dignidade no modo como lhe imputara Kant. Sem atrair para si o elemento estético, na compreensão schilleriana a dignidade antes não o rejeita, em face de não dever se deixar associar aos extremos da condição humana, a do selvagem e a do bárbaro. Isso pode ser demonstrado tematizando-se as noções de destinação e afeto desinteressado.

    Educación al revés de la letra en las Lecciones Sexta y Séptima de los Grundzüge (1806)

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    Fichte deals, in the Sixth and Seventh Lessons of the Characteristics of the Present Age [Die Grundzüge des gegenwärtigen Zeitalters, 1806], with an important question concerning the interval between two periods or ages, the third and fourth ages of humanity, in its relation of opposition and complementarity. For him, the time had come to prepare the necessary transition from the third to the fourth age of humanity, since the third represented a false autonomy acquired by the letter (by the press) in relation to the spirit, which was the true source of vitality in human affairs from its initial setting, oral communication. We briefly contextualize the theme of the criteria of reading that the true science of reason presupposes in order to reach the fourth age of humanity, as a requirement that points to the elucidation of this moment before the letter itself (in written or printed discourse) in which oral communication is generated in the dimension of the spirit, as a truly living activity that meets the needs of thought, whether philosophical or literary, in society.Fichte abordó en las Lecciones Sexta y Séptima de Los Caracteres de la Edad Contemporánea [Die Grundzüge des gegenwärtigen Zeitalters, 1806] una importante cuestión relativa al intervalo entre dos períodos o edades, la tercera y la cuarta edad de la humanidad, en su relación de oposición y complementariedad. Para él había llegado el momento de preparar la necesaria transición de la tercera a la cuarta edad de la humanidad, ya que la tercera representaba una falsa autonomía lograda por la letra (por la imprenta) frente al espíritu, siendo éste la verdadera fuente de vivacidad en los asuntos humanos desde su marco inicial, la comunicación oral. En nuestro texto contextualizamos brevemente el tema de los criterios de lectura que presupone la verdadera ciencia de la razón como requisito que apunta a este momento previo en el que la propia letra (discurso escrito o impreso) se genera en la dimensión del espíritu, como la actividad verdaderamente viva que satisface todas las necesidades del pensamiento, ya sea filosófico o literario, en la sociedad.Fichte abordó en las Lecciones Sexta y Séptima de Los Caracteres de la Edad Contemporánea [Die Grundzüge des gegenwärtigen Zeitalters, 1806] una importante cuestión relativa al intervalo entre dos períodos o edades, la tercera y la cuarta edad de la humanidad, en su relación de oposición y complementariedad. Para él había llegado el momento de preparar la necesaria transición de la tercera a la cuarta edad de la humanidad, ya que la tercera representaba una falsa autonomía lograda por la letra (por la imprenta) frente al espíritu, siendo éste la verdadera fuente de vivacidad en los asuntos humanos desde su marco inicial, la comunicación oral. En nuestro texto contextualizamos brevemente el tema de los criterios de lectura que presupone la verdadera ciencia de la razón como requisito que apunta a este momento previo en el que la propia letra (discurso escrito o impreso) se genera en la dimensión del espíritu, como la actividad verdaderamente viva que satisface todas las necesidades del pensamiento, ya sea filosófico o literario, en la sociedad

    O TRANSCENDENTAL AVANT LA LETTRE NA DESSUBSTANCIALIZAÇÃO DO SUJEITO CARTESIANO EM MALEBRANCHE

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    Pretendemos mostrar que na crítica de Malebranche ao racionalismo de Descartes encontram-se os pressupostos de uma primeira refutação do idealismo problemático cartesiano. Ao dizer que o sujeito de conhecimento é, necessariamente, um sujeito receptivo e vinculado às percepções sensíveis, Malebranche assenta o fundamento do sujeito cognitivo no pressuposto transcendente (Deus), por não aceitar que o ser pudesse se tornar objeto da ciência. De forma secundária, delinearemos um importante precedente através do mesmo pressuposto transcendente (Deus) fundador do sujeito cognitivo: a necessidade de admitir a estrutura da sensibilidade humana, reconhecida posteriormente em Kant como “transcendental”. A avaliação feita da crítica de Malebranche às condições de possibilidades do conhecimento defendidas por Descartes, evidencia uma defesa da Psicologia Empírica da Alma. Isso porque ela apresenta as incongruências do idealismo material/problemático de Descartes, onde o intelecto humano aparece subordinado à experiência sensível por meio de seus pressupostos. Neste sentido, queremos demonstrar que na teoria do sujeito de Malebranche encontram-se objeções a Descartes que perfilam o caráter avant la lettre do “transcendental” no seu enquadramento crítico. Se o pensamento de Malebranche se caracteriza, no primeiro plano, como racionalista devido à defesa da tese da visão do espírito humano dos objetos inteligíveis em Deus, no segundo plano, ele se mostra dependente do intelecto divino e subordinado à experiência sensível. Sua refutação do idealismo material cartesiano é uma das teses centrais presentes em A Busca da Verdade (1674-75). Nela, o conteúdo crítico se filia à crítica de Kant ao cogito e à ideia de Alma cartesiana, em contraste com a refutação kantiana do idealismo material cartesiano. Assim, o objetivo geral deste trabalho é mostrar que o pensamento malebranchiano descobre a importância do sentido externo (forma pura do espaço, na terminologia kantiana) e o lugar de sua fundamentação um século antes da Crítica da Razão Pura (1781-1787). Para tal, adotamos o método imanente para verificar, nas obras de Malebranche e de Kant, as críticas à Psicologia racional de Descartes e suas consequências que acarretam na dessubstancialização do sujeito cartesiano, transformando-o depois com Kant em um sujeito transcendental

    Natureza da razão na filosofia kantiana

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    Qual a natureza da razão na filosofia de Kant? Se partimos do pressuposto de quea razão é a faculdade que organiza sistematicamente a multiplicidade dos objetos depensamento, no que diz respeito ao conhecimento dos fenômenos e ao puro pensamentocrítico transcendental, então, como disse Kant, temos de convir que se trata de umafaculdade que é “por natureza arquitetônica”. A questão que esse texto pretenderádesenvolver será, portanto, esta: como compreender a natureza da razão que, por natureza,é ser arquitetônica

    IMMANUEL KANT: considerações sobre a teoria do homem como “cidadão de dois mundos”

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    This article has as main objective to present Kant’s conception of man as a“citizen of two worlds”, the apparent dualistic conception founded on the doctrine of TranscendentalIdealism of the Kantian subject. It is from the understanding of triduum’s reason(as theoretical reason, practical reason and speculative reason) that we can conceive how thedistinction made between “what we can know” and “what we can think” reflects or producesconsequences in relation to question about “what we can do.” Speaking of man as a citizen ofboth the sensible world as the intelligible world, Kant is incisive in pointing the way to beadopted this perspective. As options for a way to embrace it as dealing with two ontologicallyseparate worlds or just as two points of view adopted conceptually. During the study willdemonstrate clearly why the philosopher admits only the conceptual distinction and thereforepossible only since the realm of pure thought. As will be shown, this question appearsto be linked to the elucidation of the problem on the development of the Kantian concept offreedom.Este artigo tem como principal objetivo apresentar a concepção kantiana dohomem como “cidadão de dois mundos”, aquela aparente concepção dualista fundada a partirda doutrina do Idealismo Transcendental do Sujeito kantiano. É desde a compreensão darazão em sentido tríduo (como razão teórica, razão especulativa e razão prática) que podemosconceber de que modo a distinção efetuada entre “o que podemos conhecer” e “o quepodemos pensar” reflete ou produz conseqüências em relação à questão acerca “do quepodemos fazer”. Ao falar do homem como cidadão tanto do mundo sensível como do mundointeligível, Kant é incisivo em assinalar o modo pelo qual deve ser adotada tal perspectiva.Como opções há um modo de adotá-la como tratando de dois mundos ontologicamenteseparados ou somente como dois pontos de vista conceitualmente adotados. No decorrer doestudo se demonstrará porque o filósofo admite claramente apenas a distinção conceitual epor isso, possível apenas desde a esfera do puro pensamento. Conforme será demonstrado,esta questão mostra-se atrelada ao problema da elucidação kantiana sobre o desenvolvimentodo conceito de liberdade

    Uma relação entre estética e ética

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    O objetivo da oficina é apresentar a importância da sensibilidade (como faculdade/capacidade) e seu funcionamento em conjunto com as outras faculdades (razão e entendimento) para a vida humana. Na primeira parte a oficina esclarece o significado do termo “Estética” para a Filosofia, mostrando que ela diz respeito a um campo de estudo que visa compreender o modo como a sensibilidade participa, a todo momento, do pensamento, do conhecimento e está presente na reflexão e na razão. Mas, afinal, o que é a faculdade da sensibilidade? É a capacidade do ser humano de afetar e ser afetado pelas coisas e pelas pessoas. Enquanto capacidade ela realiza um papel insubstituível no conjunto das atividades humanas. É também através dela que se chega ao sentimento de humanidade como a capacidade de se colocar no lugar do outro, de ver o outro como um igual, de compartilhar emoções e torná-las comuns a um grande número, expandindo o sentimento

    Oficina didática de filosofia: entre razão e emoção:: a estética se dá bem com a ética?

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    O objetivo da oficina é apresentar a importância da sensibilidade (como faculdade/capacidade) e seu funcionamento em conjunto com as outras faculdades (razão e entendimento) para a vida humana. Na primeira parte, a oficina esclarece o significado do termo “estética” para a Filosofia, mostrando que ela diz respeito a um campo de estudo que visa compreender o modo como a sensibilidade participa a todo momento do pensamento, do conhecimento e está presente na reflexão e na razão. Afinal, o que é a sensibilidade? É a capacidade do ser humano de afetar e ser afetado pelas coisas. Enquanto capacidade, ela realiza um papel insubstituível no conjunto das atividades humanas. É, também, através dela, que se chega ao sentimento de humanidade, como a capacidade de se colocar no lugar do outro, de ver o outro como um igual, de compartilhar as emoções e expandir o sentimento e torná-lo comum a todos

    A exig?ncia da fundamenta??o do sistema da filosofia transcendental sob o princ?pio absoluto do ich bin em Fichte

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    Made available in DSpace on 2015-04-14T13:55:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1 393360.pdf: 1070574 bytes, checksum: bdcff4a268161dc826528003f2381ff8 (MD5) Previous issue date: 2007-06-18Esta tese tem como prop?sito acompanhar o desenvolvimento do Transcendental na Filosofia, cujo ponto de partida ? Kant. A fim de apresentar a fundamenta??o do Transcendental pelo princ?pio fichtiano Eu sou, o texto exp?e a abordagem da Ontologia principiada pela concep??o de uma Elementarphilosophia, na unifica??o da raz?o anteriormente separada em seus ?ngulos te?rico e pr?tico. Nesse sentido demonstrar-se-? como a teoria de Fichte ? ainda relevante para o resgate de quest?es centrais da Filosofia, tal como ? quest?o sistem?tica. Tal quest?o apresenta-se como a investiga??o da dinamicidade pr?pria dos momentos positivos que s?o desenvolvidos para ser constitu?do o car?ter transcendental filos?fico. ? base da descri??o da l?gica das ci?ncias da natureza e do funcionamento teleol?gico mostra-se que a problematiza??o do conceito de finalidade perante a figura da coisa em si (Dinge an Sich) kantiana revela o surgimento da fonte ?nica e verdadeira da Filosofia transcendental. Por isso investiga-se nos primeiros p?s-kantianos Reinhold, Schulze e Maimon, os fundamentos da Ontologia auridos em consequ?ncia da posicionalidade da consci?ncia como fundamento da Filosofia. A tese recupera os argumentos pelos quais Fichte cumulou a formaliza??o do transcendental como sistema, mediante a exposi??o do princ?pio Eu sou. Na apresenta??o da inanidade do conceito de coisa em si (Dinge an Sich) e do car?ter inaut?ntico da separa??o da raz?o motivada por esse conceito, como cindida em raz?o te?rica e raz?o pr?tica, o princ?pio fichtiano Eu sou ? examinado como a exig?ncia da unifica??o do fundamento da Filosofia. Na conclus?o do trabalho debatemos com as posi??es dos int?rpretes contempor?neos que dialogam com Fichte. Expomos as posi??es de Reinhard Lauth e Alexis Philonenko que, pelo fato de realizarem uma certa interpreta??o do texto fichtiano, comprometem a compreens?o correta do essencialmente enfatizado por Fichte, e que motivou a amplia??o dessa pesquisa filos?fica por parte de Hegel, na busca da aut?ntica fundamenta??o do incondicionado como princ?pio do filosofar
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