O trabalho docente nas escolinhas esportivas: experiências narradas na escola

Este estudo tematiza o trabalho docente dos Professores de Educação Física que fazem parte de um coletivo contratado por uma escola da rede privada como “Professores de Escolinhas Esportivas”. Trata-se de uma pesquisa realizada em uma escola da rede privada de educação no Município de Porto Alegre orientada pelo seguinte problema de conhecimento: quais as experiências docentes dos Professores de Educação Física que ensinam o esporte como atividade opcional em uma escola da rede privada de Porto Alegre? Para responder a essa questão, como opção metodológica, escolhi percorrer essa travessia por meio de uma pesquisa narrativa, o trabalho de campo perdurou entre os meses de outubro a dezembro do ano de 2019, e foram realizadas entrevistas, observações participantes, análise de documentos e narrativas de quatro Professores colaboradores desse estudo. A partir das interpretações e das narrativas dos docentes foi possível compreender que os Professores colaboradores do estudo percebem seu trabalho dentro de um contexto de “não lugar” de atuação docente. A construção das experiências docentes desses professores perpassa suas histórias de vida com o esporte e estão fortemente ligadas a cultura escolar em que estão inseridos. Os colaboradores desse estudo ensinam esporte em uma escola específica, com o reflexo da cultura social dessa determinada comunidade e vinculada a um contexto particular que marcam seus processos formativos. Além disso, é válido ressaltar que um outro fator contribuinte para os sentidos que estão vinculados o ensino do esporte dentro das atividades esportivas opcionais é a relação que esse professor estabelece com sua turma, com o coletivo docente da escola, coordenadores e comunidade escolar em geral. Como seres sociais, culturais e históricos dentro do contexto o qual estão inseridos constroem saberes e sentidos únicos no trabalho docente, cada professor passa pela própria experiencia e constrói uma subjetividade, intransferível e própria.This study reports the preceptor work of Physical Education teachers which are part of a group hired by a private school as “Sports Little School Teachers”. It concerns a research that took place in a private school in the city of Porto Alegre guided by the following knowledge problem: which are the experiences of Physical Education teachers that teach sports as an optional activity in a private school from Porto Alegre? To answer this question, as a methodological option, I chose to go through this crossing. By a narrative research, the fieldwork lasted from october to december of the year 2019, and there were made interviews, participants observations, analysis of documents and narratives from four colaborative teachers in this study. From the interpretations and narratives of the professors it was possible understand that the collaborating Professors of the study perceive their work within a context of “no place” of teaching performance. The construction of these teachers' teaching experiences permeates their life stories with sport and are strongly linked to the school culture in which they are inserted. The collaborators of this study teach sport in a specific school, reflecting the social culture of that particular community and linked to a particular context that mark its formative processes. In addition, it is worth noting that another contributing factor to the senses that are linked to the teaching of sport within optional sports activities is the relationship that this teacher establishes with his class, with the school's collective, coordinators and the school community in general. As social, cultural and historical beings within the context in which they are inserted, they build unique knowledge and meanings in the teaching work, each teacher goes through his own experience and builds a subjectivity, which is non-transferable and his own

El trabajo docente en escuelas deportivas: experiencias relatadas en el colegio

Neste artigo tematizam-se as experiências docentes dos professores de Educação Física que ensinam o esporte como atividade opcional em uma escola da rede privada de Porto Alegre, RS. No estudo, uma pesquisa narrativa, a produção dos dados foi obtida mediante entrevistas e observação dos participantes registradas em diário de campo além da análise de documentos, no período de outubro a dezembro de 2019. A análise das informações coletadas revelou que os professores colaboradores do estudo percebem seu trabalho dentro de um contexto de “não lugar” de atuação docente. A construção das experiências docentes desses professores perpassa suas histórias de vida com o esporte e está fortemente ligada à cultura escolar na qual estão inseridos.This article focuses on the teaching experiences of Physical Education teachers who teach sport as an optional activity in a private school in Porto Alegre, RS. In the study, a narrative research, the production of the data was obtained through interviews and observation the of participants recorded in a field diary in addition to the analysis of documents, from October to December 2019. The analysis of the information collected revealed that the collaborating teachers of the study perceive their work within a context of a "non-place" of teaching. The construction of the teaching experiences of these teachers permeates their life stories with sport and is strongly linked to the school culture in which they are inserted.Este trabajo presenta experiencias docentes de los profesores de Educación Física que enseñan deporte como actividad optativa en un colegio privado de Porto Alegre, Río Grande del Sur, Brasil. En este estudio, una investigación narrativa, la producción de los datos se obtuvo por medio de entrevistas y de la observación de los participantes, registradas en un diario de campo, además del análisis de documentos, en el período de octubre a diciembre de 2019. El examen de las informaciones colectadas reveló que los profesores colaboradores del estudio observan su trabajo dentro del contexto de un “no lugar” de actuación docente. La construcción de las experiencias docentes de esos profesionales atraviesa sus histórias de vida con el deporte y está fuertemente ligada a la cultura escolar en la que están inseridos

Educación infantil, pandemiay reflexiones acerca del derribar muros

O texto objetiva tratarda Educação Infantil no contexto da pandemia da COVID-19, considerando as orientações legais da Base Nacional Comum Curricular e das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Realizamos uma reflexão exploratória sobre o momento histórico e de crise vivido no ano de 2020 com a pandemia, e, posteriormente, apresentamosuma aproximação conceitual com o processo de desemparedamento como forma de interaturar com as infâncias e com a Educação Infantil a partir de uma educação mais coletiva e humana.Concluímos que o desemparedamento das infâncias e das escolas de Educação Infantil pode se tornar uma prática e uma experiência nesses novos tempos de retorno àpresencialidade nas escolas. Tempos estes que estamos sendo desafiadas e desafiados a transformar bruscamente nossa prática pedagógica, exigindo de nós ações diversas, por vezes,poucas reflexões, novos desafios e incontáveis desacomodações.The text aims to address Early Childhood Education within the context of the COVID-19 pandemic, considering the legal guidelines of the Base Nacional Comum Curricular (Common National Curriculum Base) and the Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (the National Curriculum Guidelines for Early Childhood Education). We carried out an exploratory reflection on the historical moment and crisis experienced in 2020 due to the pandemic, and later presented a conceptual approach with the process of knocking down of walls as a way to interact with childhoods and with Early Childhood Education from a more collective and humane educational approach. We concluded that the knocking down of walls that confine childhoods and Early Childhood Education schools can become a practice and an experience in these challenging new times of a return to attendance in schools; a period in which we are being challenged to abruptly transform our pedagogical practice, requiring from us diverse actions, new challenges as well as countless disaccommodations and leaving, sometimes, little chance for thought.El texto tiene el objetivo de abordar la Educación Infantil en el contexto pandémico causado por el COVID-19, considerando las directrices legales de la Base Nacional Común Curricular y de las Directrices Curriculares Nacionales para la Educación Infantil.Desarrollamos una reflexión exploratoria sobre el momento histórico y de crisis vivido en 2020 con la pandemia, y, luego, presentamos un acercamiento con los conceptos del proceso de derribar muros, como forma de interaccionar con las infancias y con la Educación Infantil a partir de una educación más colectiva y humana. Concluimos que derribar las barreras de las infancias y de las escuelas de educación infantil pueden tornarse una práctica y una experiencia en estos nuevos tiempos de retorno a la presencialidad en las escuelas. Tiempos estos que nos desafían a transformar bruscamente nuestra práctica pedagógica, exigiéndonos acciones múltiples, a veces pocas reflexiones, nuevos desafíos e incontables incomodidades

Docencia en educación física y maternidades : construyendo otras interrrelaciones

Este artigo objetiva refletir sobre a maternidade e os modos de viver essa experiência que impactam e são impactados pela docência em Educação Física na Educação Básica e no Ensino Superior, em Porto Alegre/RS e região metropolitana. A temática abordada se fundamenta na análise das interpretações de dois grupos de discussão, constituídos como estratégia metodológica e das informações obtidas que possibilitaram a construção de uma categoria de análise em uma pesquisa de Doutorado. As análises e as interpretações da pesquisa indicam que as professoras participantes do estudo percebem que apesar da maternidade ser uma experiência vivida de modo individual, cercada de exigências sociais e que localiza na mulher significativa responsabilidade pela criação dos/as filhos/as, há possibilidades de se conceitualizar e viver outras experiências de maternar de modo mais coletivo e comunitário.This article aims to reflect on motherhood and the ways of living this experience which impact and are impacted by teaching in Physical Education, Basic Education and Higher Education in Porto Alegre/Rio Grande do Sul/Brazil and metropolitan area. The theme addressed is based on the analysis of the interpretations of two discussion groups constituted as a methodological strategy and on information obtained that allowed the construction of a category of a Doctoral research. The analyzes and interpretations of the research indicate that the teachers collaborating in the study realize that despite motherhood being an experience lived individually, surrounded by social demands and which places significant responsibility for raising children on women, there are possibilities to conceptualize and live other experiences of mothering in a way that is more collective and communal.Este artículo busca reflexionar sobre la maternidad y los modos de vivir esta experiencia que impactan y son impactados por la docencia en Educación Física, de la Educación Básica y de la Enseñanza Superior en Porto Alegre/RS y región metropolitana. El tema abordado se basa en el análisis de las interpretaciones de dos grupos de discusión constituidos como estrategia metodológica, así como de la información obtenida que posibilita la construcción de una categoría de análisis en una investigación de Doctorado. Los análisis y las interpretaciones de la investigación indican que las profesoras colaboradoras del estudio perciben que, a pesar de la maternidad ser una experiencia vivida de modo individual, cercada de exigencias sociales y que enfoca en la mujer significativa responsabilidad por la crianza de los/las hijos/as, existen posibilidades de conceptualizarse y de vivir otras experiencias de maternar de manera más colectiva y comunitaria

Netwoork/wall sports an experience in school physical education

Este texto é fruto de uma experiência realizada com o tema do Esporte de Rede/Parede em “Esportes de rede/parede com raquete”, uma disciplina eletiva do curso de Graduação em Educação Física que ocorreu no segundo semestre de 2019, em uma Universidade Federal no Município de Porto Alegre. Os estudantes prepararam uma unidade de ensino para alunos da rede Municipal de Educação da cidade de Porto Alegre. Os registros e as reflexões dessa experiência apontam que a ação participativa e cooperativa nas atividades propostas enalteceu o tratamento didático do conteúdo esportivo, promovendo experiências sociais construídas a partir da inclusão e participação efetiva dos alunos nas aulas de Educação Física.The result of this text is na experience performed with the theme “Net/Wall Sport”, in the Net/ Wall Sports with racket” class, an elective course from the Undergraduate course of Physical Education, which happened in these condterm of 2019, in a Federal University, in the city of Porto Alegre. To close the semester, the university students prepared a practical teaching plan for students of the municipal educational system of Porto Alegre. The records and the considerations from this experience show that the participative and cooperative action and the responsibility sense in the development of the proposed activities valued the didactic sport content, promoting social experiences built from the inclusion and effective participation of the students in the Physical Education classes

As maternidades na Universidade : o caso da Escola de Educaçao Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS

Integramos o Coletivo Mães F3P-EFICE, subgrupo do Grupo de Estudos Qualitativos Formação de Professores e Prática Pedagógica em Educação Física e Ciências do Esporte (F3P-EFICE) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 2018, temos pesquisado as relações entre maternidades, docências e Educação Física (EF). Diversos Coletivos que abordam a questão da maternidade no contexto docente e discente têm surgido nas universidades brasileiras - cerca de 30 coletivos de mães criados em diversas áreas de conhecimento nos últimos anos, alguns, especialmente, em decorrência da pandemia da COVID-19. Nesse sentido, o presente texto apresenta resultados de pesquisa de natureza qualitativa que objetivou compreender como as experiências da maternidade impactam a docência em EF e a vida de professoras-pesquisadoras-estudantes da Educação Básica e do Ensino Superior. Para tanto, realizamos um mapeamento sobre a realidade vivida por mães-estudantes dos quatro Cursos de Graduação da ESEFID/UFRGS (Licenciatura em EF, Bacharelado em EF, Licenciatura em Dança e Fisioterapia) e dos cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da ESEFID/UFRGS. O trabalho de campo contou com a participação de estudantes de Graduação e de Pós-Graduação da ESEFID/UFRGS, regularmente matriculados(as) no ano de 2021. Enviamos por e-mail um questionário no Google Forms com objetivo de mapear estudantes que eram mães, pais ou responsáveis legais por crianças e adolescentes, com os critérios de inclusão: ser estudante de Graduação ou de Pós-Graduação da ESEFID/UFRGS; ter disponibilidade para participar da pesquisa; e ter filhos(as) entre 0 e 21 anos de idade. Em 2021, havia 1671 estudantes regularmente matriculados(as) nos quatro Cursos de Graduação da ESEFID/UFRGS sendo 690 estudantes na Licenciatura em EF, 520 no Bacharelado em EF, 250 no Curso de Licenciatura em Dança e 211 no Curso de Fisioterapia. No mesmo ano, o PPGCMH da ESEFID/UFRGS contava com 220 estudantes matriculados(as), sendo 107 no Mestrado e 113 no Doutorado. Responderam ao questionário enviado 101 estudantes: 31 de Pós-Graduação (26 cursando Doutorado e 05 Mestrado) e 70 de Graduação (25 cursando EF Bacharelado, 20 EF Licenciatura, 15 Fisioterapia e 10 Licenciatura em Dança). Compreendemos que o acesso, a permanência e a conclusão do Ensino Superior têm se configurado significativos desafios, principalmente para mães estudantes dos diversos Cursos de Graduação e de Pós-graduação pesquisados. Evidenciamos isso a partir das categorias de análise que emergiram na pesquisa, dentre as quais destacamos: tempo; saúde mental; e práticas docentes. O tempo figurou como o principal desafio enfrentado para se manter estudando simultaneamente às responsabilidades com o cuidado de crianças e/ou de adolescentes. Realizar o Ensino Superior é um direito constitucional e que as mães não podem ser excluídas por estarem nessa condição. É sabido que os primeiros anos da maternidade são os mais desafiadores e que geram mudanças significativas na vida da mulher que se torna mãe. Nesse sentido, o acolhimento nas Universidades é o primeiro passo para que essa experiência não seja traumática, excludente e sofrida para as mães estudantes.Fil: Schultz Wittizorecki, Elisandro. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Santos Kuhn, Simone. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Dahlke, Ana Paula. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Nobre Bins, Gabriela. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Martins Terragno, Tatiana. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Oliveira e Silva, Lisandra. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS

As maternidades na Universidade : o caso da Escola de Educaçao Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS

Integramos o Coletivo Mães F3P-EFICE, subgrupo do Grupo de Estudos Qualitativos Formação de Professores e Prática Pedagógica em Educação Física e Ciências do Esporte (F3P-EFICE) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 2018, temos pesquisado as relações entre maternidades, docências e Educação Física (EF). Diversos Coletivos que abordam a questão da maternidade no contexto docente e discente têm surgido nas universidades brasileiras - cerca de 30 coletivos de mães criados em diversas áreas de conhecimento nos últimos anos, alguns, especialmente, em decorrência da pandemia da COVID-19. Nesse sentido, o presente texto apresenta resultados de pesquisa de natureza qualitativa que objetivou compreender como as experiências da maternidade impactam a docência em EF e a vida de professoras-pesquisadoras-estudantes da Educação Básica e do Ensino Superior. Para tanto, realizamos um mapeamento sobre a realidade vivida por mães-estudantes dos quatro Cursos de Graduação da ESEFID/UFRGS (Licenciatura em EF, Bacharelado em EF, Licenciatura em Dança e Fisioterapia) e dos cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da ESEFID/UFRGS. O trabalho de campo contou com a participação de estudantes de Graduação e de Pós-Graduação da ESEFID/UFRGS, regularmente matriculados(as) no ano de 2021. Enviamos por e-mail um questionário no Google Forms com objetivo de mapear estudantes que eram mães, pais ou responsáveis legais por crianças e adolescentes, com os critérios de inclusão: ser estudante de Graduação ou de Pós-Graduação da ESEFID/UFRGS; ter disponibilidade para participar da pesquisa; e ter filhos(as) entre 0 e 21 anos de idade. Em 2021, havia 1671 estudantes regularmente matriculados(as) nos quatro Cursos de Graduação da ESEFID/UFRGS sendo 690 estudantes na Licenciatura em EF, 520 no Bacharelado em EF, 250 no Curso de Licenciatura em Dança e 211 no Curso de Fisioterapia. No mesmo ano, o PPGCMH da ESEFID/UFRGS contava com 220 estudantes matriculados(as), sendo 107 no Mestrado e 113 no Doutorado. Responderam ao questionário enviado 101 estudantes: 31 de Pós-Graduação (26 cursando Doutorado e 05 Mestrado) e 70 de Graduação (25 cursando EF Bacharelado, 20 EF Licenciatura, 15 Fisioterapia e 10 Licenciatura em Dança). Compreendemos que o acesso, a permanência e a conclusão do Ensino Superior têm se configurado significativos desafios, principalmente para mães estudantes dos diversos Cursos de Graduação e de Pós-graduação pesquisados. Evidenciamos isso a partir das categorias de análise que emergiram na pesquisa, dentre as quais destacamos: tempo; saúde mental; e práticas docentes. O tempo figurou como o principal desafio enfrentado para se manter estudando simultaneamente às responsabilidades com o cuidado de crianças e/ou de adolescentes. Realizar o Ensino Superior é um direito constitucional e que as mães não podem ser excluídas por estarem nessa condição. É sabido que os primeiros anos da maternidade são os mais desafiadores e que geram mudanças significativas na vida da mulher que se torna mãe. Nesse sentido, o acolhimento nas Universidades é o primeiro passo para que essa experiência não seja traumática, excludente e sofrida para as mães estudantes.Fil: Schultz Wittizorecki, Elisandro. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Santos Kuhn, Simone. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Dahlke, Ana Paula. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Nobre Bins, Gabriela. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Martins Terragno, Tatiana. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Oliveira e Silva, Lisandra. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS

As maternidades na Universidade : o caso da Escola de Educaçao Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS

Integramos o Coletivo Mães F3P-EFICE, subgrupo do Grupo de Estudos Qualitativos Formação de Professores e Prática Pedagógica em Educação Física e Ciências do Esporte (F3P-EFICE) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 2018, temos pesquisado as relações entre maternidades, docências e Educação Física (EF). Diversos Coletivos que abordam a questão da maternidade no contexto docente e discente têm surgido nas universidades brasileiras - cerca de 30 coletivos de mães criados em diversas áreas de conhecimento nos últimos anos, alguns, especialmente, em decorrência da pandemia da COVID-19. Nesse sentido, o presente texto apresenta resultados de pesquisa de natureza qualitativa que objetivou compreender como as experiências da maternidade impactam a docência em EF e a vida de professoras-pesquisadoras-estudantes da Educação Básica e do Ensino Superior. Para tanto, realizamos um mapeamento sobre a realidade vivida por mães-estudantes dos quatro Cursos de Graduação da ESEFID/UFRGS (Licenciatura em EF, Bacharelado em EF, Licenciatura em Dança e Fisioterapia) e dos cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da ESEFID/UFRGS. O trabalho de campo contou com a participação de estudantes de Graduação e de Pós-Graduação da ESEFID/UFRGS, regularmente matriculados(as) no ano de 2021. Enviamos por e-mail um questionário no Google Forms com objetivo de mapear estudantes que eram mães, pais ou responsáveis legais por crianças e adolescentes, com os critérios de inclusão: ser estudante de Graduação ou de Pós-Graduação da ESEFID/UFRGS; ter disponibilidade para participar da pesquisa; e ter filhos(as) entre 0 e 21 anos de idade. Em 2021, havia 1671 estudantes regularmente matriculados(as) nos quatro Cursos de Graduação da ESEFID/UFRGS sendo 690 estudantes na Licenciatura em EF, 520 no Bacharelado em EF, 250 no Curso de Licenciatura em Dança e 211 no Curso de Fisioterapia. No mesmo ano, o PPGCMH da ESEFID/UFRGS contava com 220 estudantes matriculados(as), sendo 107 no Mestrado e 113 no Doutorado. Responderam ao questionário enviado 101 estudantes: 31 de Pós-Graduação (26 cursando Doutorado e 05 Mestrado) e 70 de Graduação (25 cursando EF Bacharelado, 20 EF Licenciatura, 15 Fisioterapia e 10 Licenciatura em Dança). Compreendemos que o acesso, a permanência e a conclusão do Ensino Superior têm se configurado significativos desafios, principalmente para mães estudantes dos diversos Cursos de Graduação e de Pós-graduação pesquisados. Evidenciamos isso a partir das categorias de análise que emergiram na pesquisa, dentre as quais destacamos: tempo; saúde mental; e práticas docentes. O tempo figurou como o principal desafio enfrentado para se manter estudando simultaneamente às responsabilidades com o cuidado de crianças e/ou de adolescentes. Realizar o Ensino Superior é um direito constitucional e que as mães não podem ser excluídas por estarem nessa condição. É sabido que os primeiros anos da maternidade são os mais desafiadores e que geram mudanças significativas na vida da mulher que se torna mãe. Nesse sentido, o acolhimento nas Universidades é o primeiro passo para que essa experiência não seja traumática, excludente e sofrida para as mães estudantes.Fil: Schultz Wittizorecki, Elisandro. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Santos Kuhn, Simone. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Dahlke, Ana Paula. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Nobre Bins, Gabriela. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Martins Terragno, Tatiana. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.Fil: Oliveira e Silva, Lisandra. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS