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Vaginose bacteriana em pacientes atendidas nos serviços de ginecologia da rede pública e privada de Juiz de Fora, MG: epidemiologia e aspectos diagnósticos / Bacterial vaginosis in patients treated at public and private gynecologic services in Juiz de Fora, MG: epidemiology and diagnostic aspects
Vaginose Bacteriana (VB) é uma síndrome polimicrobiana, caracterizada pelo desequilíbrio da microbiota vaginal, associada à substituição da população bacteriana vaginal predominantemente aeróbia (Lactobacillus spp.) por uma população anaeróbia (principalmente Gardnerella vaginalis), gerando descarga vaginal anormal em mulheres em idade reprodutiva. Este trabalho tem como objetivo determinar a presença de VB entre as pacientes atendidas nos serviços de ginecologia da rede pública (SUS) e rede privada (RP), de Juiz de Fora, MG, utilizando o escore de Nugent, e estabelecer a validade e a confiabilidade do encontro de clue-cells como indicador da presença da síndrome, correlacionando aos resultados obtidos no exame preventivo (Papanicolaou). Amostras de secreção vaginal foram coletadas e processadas para isolamento seletivo. A presença de VB foi determinada por meio do escore de Nugent. A concordância entre a presença de clue-cells e o resultado positivo de Papanicolaou foi de 75,0% na RP e 57,1% no SUS. Os dados sugerem que a bacterioscopia pelo método de Gram pode ser uma técnica incorporada aos critérios diagnósticos de forma complementar ao Papanicolaou, auxiliando e agilizando o diagnóstico de VB.
Aspectos epidemiológicos, etiológicos e da susceptibilidade aos antimicrobianos de infecções bacterianas de vias aéreas inferiores em um hospital terciário
Health-care-related infections (IRAS) represent one of the most important public
health problems in the world. Those located in the Lower Respiratory Tract
(TRI) are of great importance because of their frequency and associated
morbidity, with pneumonia being the most important epidemiologically. The
absence of a gold standard for diagnosis, which can be routinely used, the
indiscriminate use of antimicrobials, and inadequate empirical treatment are
factors that underlie the permanent challenge of correct diagnosis and
treatment. This study has the purpose of tracing the epidemiological and
etiological profile of the bacterial infections of the TRI of the patients
hospitalized in a regional hospital of Juiz de Fora; in addition to the
determination of its antimicrobial susceptibility profile, thus aiding in the
diagnosis and the implementation of the correct treatment, aiming to reduce the
selection of resistant microorganisms through the empirical and indiscriminate
use of antimicrobial drugs. We used representative samples of the TRI from
patients hospitalized at the Regional Hospital of João Penido, selected from
2014 to 2016. A total of 431 clinical specimens from several hospital wardens
were obtained. The patients' ages ranged from 20 days to 95 years, of both
sexes. The samples were sent to the laboratory with the requisition of culture,
and after qualification by the Gram method, followed by the isolation,
identification of the microorganisms and antimicrobial susceptibility profile,
according to POPs from the laboratory of clinical analyzes and the one
recommended by the CLSI. Of the 431 samples, 45.2% (195/431) were from
the UTI, 13.9% (60/431) from the Pediatric UTI, 1.6% (07/431) from the
Neonatal UTI, 9.3% (40/431) of the Intermediate Unit, 7.9% (34/431) of the
Female Wing, 12.1% (52/431) of the Male wing, 4.6% (20/431) of the Tisiology
and 5.3% (23/431) of Pediatrics. Among the samples, 209 were classified as
monomicrobial, with the isolation and identification of only one microorganism
and 222 as polymicrobial. A total of 732 microorganisms were isolated, 209 in
monomicrobial infections and 523 in polymicrobial infections. Pseudomonas
aeruginosa was the most isolated microorganism, with 25.9% (190/732),
followed by Acinetobacter baumannii with 25.7% (188/732), Klebsiella
pneumoniae with 12.4% (91/732), Staphylococcus aureus with 9.2% (67/732),
S. maltophilia with 5.9% (43/732) and others with 20.9% (153/732). According
to the resistance profile, of the 732 pathogens isolated in the three years
studied, 170 (23.2%) presented resistance phenotypes. Among them, ESBL in
109 (64.1%); MRSA at 35 (20.6%), AmpC at 22 (12.9%) and detection of MLSB
at 4 (2.4%). The drug susceptibility profile showed multiresistant pathogens in
both monomicrobial and polymicrobial isolates. Thus, our data are highly
relevant to surveillance systems and raise discussions about strategies for the
care, containment, and rational use of chemotherapy.As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) representam um dos
mais importantes problemas de saúde pública no mundo. As infecções
localizadas no Trato Respiratório Inferior (TRI) têm grande importância pela
frequência em que ocorrem e pela morbidade associadas, sendo as
pneumonias as mais importantes epidemiologicamente. A ausência de um
padrão ouro para o diagnóstico, que possa ser usado de rotina, o uso
indiscriminado de antimicrobianos e o tratamento empírico inadequado são
fatores que alicerçam o permanente desafio do correto diagnóstico e
tratamento. Este estudo teve como finalidade traçar o perfil epidemiológico e
etiológico das infecções bacterianas do TRI dos pacientes internados em um
hospital regional de Juiz de Fora; além da determinação do seu perfil de
susceptibilidade dos isolados aos antimicrobianos, auxiliando assim, no
desfecho do diagnóstico e na implantação do tratamento correto, buscando
diminuir a seleção de microrganismos resistentes pelo uso empírico e
indiscriminado de drogas antimicrobianas. Foram utilizadas amostras
representativas do TRI de pacientes internados no Hospital Regional João
Penido, escolhidas nos anos de 2014 a 2016. Foram obtidas no total de 431
amostras, de diversas alas do hospital. A idade dos pacientes variou de 20 dias
a 95 anos, de ambos os sexos. As amostras foram enviadas ao laboratório com
a requisição de cultura, e após qualificação pelo método do Gram, seguiu-se
com o isolamento, identificação dos microrganismos e perfil de susceptibilidade
aos antimicrobianos, de acordo com POPs do laboratório de análises clínicas e
o recomendado pelo CLSI. Dos 431 espécimes clínicos, 45,2% (195/431) são
da UTI Adulto, 13,9% (60/431) da UTI Pediátrica, 1,6% (07/431) da UTI
Neonatal, 9,3% (40/431) da Unidade Intermediária, 7,9% (34/431) da Ala
Feminina, 12,1% (52/431) da Ala Masculina, 4,6% (20/431) da Tisiologia e
5,3% (23/431) da Pediatria. Dentre as amostras, 209 foram classificadas como
monomicrobianas, com o isolamento e identificação de apenas um
microrganismo e 222 como polimicrobianas. Foram isolados no total, 732
microrganismos, 209 nas infecções monomicrobianas e 523 nas
polimicrobianas. Pseudomonas aeruginosa foi o microrganismo mais isolado,
com 25,9% (190/732), seguido do Acinetobacter baumannii com 25,7%
(188/732), Klebsiella pneumoniae com 12,4% (91/732), Staphylococcus aureus
com 9,2% (67/732), S. maltophilia com 5,9% (43/732) e outros com 20,9%
(153/732). De acordo com o perfil de resistência, dos 732 patógenos isolados
nos três anos estudados, 170 (23,2%) apresentaram fenótipos de resistência.
Dentre eles, ESBL em 109 (64,1%); MRSA em 35 (20,6%), AmpC em 22
(12,9%) e detecção de MLSB em 4 (2,4%). O perfil de susceptibilidade às
drogas mostrou patógenos multirresistentes tanto nos isolados de culturas
monomicrobianas quanto polimicrobianas. Assim, nossos dados são altamente
relevantes para os sistemas de vigilância e levantam discussões sobre
estratégias para o cuidado, a contenção e o uso racional da quimioterapia