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    COVID-19 e Riscos Psicossociais: um alerta sobre o Suicídio/COVID-19 and Psychosocial Risks: a warning about Suicide

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    A pandemia de COVID-19 impactou significativamente a saúde mental de muitos indivíduos, principalmente das pessoas que contraíram o vírus, causando diversos problemas de saúde e comportamental. Dentre as consequências da pandemia está a tentativa de suicídio, que vem acontecendo desde os primeiros momentos do distanciamento social. Este estudo foi uma Revisão Integrativa da Literatura. A busca dos estudos foi pelo acesso online, tendo como critérios de inclusão, artigos completos em inglês. Como resultado foram selecionados 12 artigos, que mostraram que durante uma pandemia o risco de suicídio é exacerbado. Dentre os possíveis fatores de risco para o suicídio em momentos de pandemia, destaca-se a discriminação que muitos doentes sofrem, além da questão financeira. Profissionais alertam sobre a importância do assunto e possíveis casos de suicídio pós pandemia

    O Cuidado e suas Dimensões: Subsídios para o Cuidar de Si de Docentes de Enfermagem

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    IntroduçãoO cuidado, sendo a essência da profissão Enfermagem, a base do ensino e da prática profissional, vem sendo estudado com o intuito de fortalecer a construção do saber da profissão enquanto ciência em plena evolução e resgatar a história da profissão ao trazer à tona os elementos constituintes de uma prática cujas raízes estão fincadas na evolução da humanidade, na sobrevivência e nas relações entre indivíduo e natureza. Segundo as mesmas autoras, a Enfermagem nasceu das necessidades humanas em relação aos cuidados de saúde. O cuidado possui uma dimensão ontológica que entra na constituição do ser humano1. Desde o nascimento até a morte, não há ser humano sem cuidado. O cuidado pode ser visto sobre várias vertentes. Cuidado com os animais, natureza, ambiente, objeto, lugar ou com pessoas. Todo cuidado representa envolvimento. O aspecto fundamental do cuidado é tentar compreender a realidade do outro; envolve sair da própria estrutura referencial e entrar na do outro – é um sentir-se com o outro. A enfermagem na sua evolução passou por diferentes períodos que vão desde a época primitiva até os dias atuais. Durante o processo histórico da humanidade, o cuidado de enfermagem já foi associado à habilidade de manipular as forças da natureza e das divindades; conhecimentos de culinária, de preparo dos remédios; além de ter sido reconhecido como um trabalho divino, como um exercício de penitência para alcançar a purificação e expiação dos pecados de quem cuidava e de quem era cuidado3. Com o avanço da ciência e profissionalização da enfermagem com Florence Nightingale, surge a Enfermagem Moderna, instituindo, assim, um marco no conhecimento científico da enfermagem, sendo o cuidado o norteador desse processo de trabalho. Atualmente, o cuidado, eixo principal do processo de trabalho da enfermagem, comporta, em sua estrutura, o conhecimento técnico/operacional bem como a competência interpessoal, a fim de atender às necessidades humanas. Enquanto movimento dinâmico e processual, o cuidado vem sendo estudado e tem influenciado a teoria, a pesquisa, a prática e a educação em enfermagem, nas suas mais variadas formas e expressões definidas como assistir, ajudar e servir. Grande parte do avanço teórico do conceito de cuidado na enfermagem mostra as influências dos saberes de filósofos, teólogos, psicólogos, estudiosos de enfermagem e de outras áreas do conhecimento. Na perspectiva da teoria transcultural de enfermagem de Madeleine Leininger, o cuidado é entendido como um fenômeno universal e essencial para a sobrevivência humana, e por isso não pode ser suprimido e nem descartado. Neste sentido, se faz necessário que o professor de enfermagem seja estimulado  à prática do cuidar de si não só para proporcionar ao outro um cuidado mais consciente e seguro, mas também para proporcionar a si um nível satisfatório de bem–estar ao que tange a sua saúde enquanto trabalhador. ObjetivosDescrever concepção dos docentes de enfermagem sobre o cuidado e suas dimensões e analisar esta concepção para o cuidar de si perspectiva da saúde do trabalhador. MétodosO estudo foi exploratório, de natureza qualitativa. Os sujeitos foram 33 professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, sendo submetidos à análise temática e analisados à luz da concepção de autores que discutem a promoção da saúde e a saúde do trabalhador. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa3 da Escola de Enfermagem Anna Nery/Hospital Escola São Francisco de Assis/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ResultadosOs resultados obtidos no estudo e estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo. São elas: concepção de cuidado e suas dimensões e implicações do cuidado para o cuidar si dos docentes de enfermagem. Sobre Cuidado, os entrevistados demonstraram terem o conhecimento de uma forma geral do conceito, quando descrevem o cuidado em suas dimensões. Quanto à dimensão subjetiva, foram colocados os sentimentos e comportamentos que, segundo os entrevistados, não podem faltar para que haja cuidado, corroborando com autores que mencionam o cuidar pessoal/empírico/popular e o cuidar profissional4. Ainda nesse prisma, percebe-se uma preocupação dos depoentes em diferenciar o cuidado em um cuidado específico da profissão, do cuidado prestado por outras pessoas que não os (as) enfermeiros (as). Destaca-se também o cuidado na dimensão relacional. O cuidado é visto como uma forma de se relacionar, pois pode ser considerado um sentimento e, também uma forma de ser e estar no mundo2. De certa forma, o cuidado também foi relacionado a um produto final do processo de cuidar, tendo como base a promoção da saúde. O cuidado está vinculado ao cuidar também como ação de prevenção5. A preocupação do profissional de enfermagem necessita abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado biopsicossocial. O profissional de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no corpo6. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade. É uma necessidade também que o ser humano possa se perceber, direcionando o cuidado a ele mesmo.  ConclusãoAcerca do cuidado, os docentes apontaram duas vertentes, ou seja, o cuidado profissional baseado nas teorias e processos de enfermagem. Este cuidado profissional também foi caracterizado como a essência da profissão, que se constitui de um processo que envolve o cliente, a família, o profissional que cuida e o ambiente onde estão inseridos, apontado aqui pelos professores como um cuidado direcionado ao outro. A outra vertente do cuidado foi o cuidado empírico, voltado para os saberes adquiridos ao longo de suas vivências pessoais. Ainda sobre este cuidado (empírico ou profissional), os professores relataram que para colocá-los em prática há a necessidade da atenção, da empatia, da preocupação, com o objetivo de mudar uma realidade de acordo com as necessidades apresentadas pelas pessoas que necessitam de cuidado.  Porém, tanto na perspectiva do saber científico, quanto na perspectiva do saber empírico, nota-se nos relatos dos entrevistados que o cuidado está direcionado praticamente somente ao outro, todavia não houve relatos sobre o cuidar do outro profissional e raros foram os relatos onde destacaram a importância do cuidado de si

    A promoção da saúde na percepção do docente de enfermagem: perspectivas para a saúde do trabalhador

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     IntroduçãoA discussão sobre promoção da saúde no contexto deste estudo vem ao encontro do novo paradigma no contexto da saúde do trabalhador1. O novo paradigma que custeia esta discussão são as ações de promoção da saúde diferentemente daquelas que trabalham a medicina do Trabalho e a saúde Ocupacional. Nesta perspectiva, ao longo da sua evolução, o conceito de Promoção da Saúde vem sofrendo modificações, tendo como pano de fundo os períodos históricos ao qual foram desenvolvidos. Historicamente, o trabalhador vem sendo sacrificado, em detrimento das políticas organizacionais que imperam em cada época. Desde a antiguidade, onde o trabalhador era tratado como escravo, a falta do reconhecimento daqueles que trocam/vendem seus esforços físicos e intelectuais para gerar um produto que proporciona lucro e conseqüentemente o crescimento do país é visível e infelizmente aceitável por muitos. Com o passar dos séculos, pouca coisa foi progredindo com relação aos trabalhadores. Pode-se dizer que o grande marco para o início do desenvolvimento de uma sistematização voltada para a saúde do trabalhador aconteceu na Inglaterra, com a Revolução Industrial e com a criação do primeiro serviço médico voltado para o trabalhador, dando origem assim a medicina do trabalho enquanto especialidade médica2. Porém o trabalhador ainda hoje sofre com grande demanda de trabalho e pouco reconhecimento. E com o docente de enfermagem não é diferente. O trabalho do professor não se restringe ao exercício de sua função dentro da sala de aula, exige atualização e preparo constantes para ser realizado de modo satisfatório. Dentro da sala de aula, além de lidar com os imprevistos que geram um desgaste psíquico e emocional, como recurso audiovisual solicitado não estar disponível, ar condicionado que nem sempre funciona, entre outros; o professor também tem de lidar com situações que levam a um desgaste físico, como turmas com número excessivo de alunos; alunos que conversam durante as aulas; dificuldade de colocar em prática dinâmicas que favoreçam o aprendizado devido à estrutura física das salas, além de ter de ouvir as reclamações dos alunos referentes a estas situações que também são expostos. Com esse processo de trabalho fica difícil, às vezes, parar para fazer um lanche ou até mesmo descansar um pouco. Essas situações não favorecem ao professor colocar em prática seu conhecimento sobre promoção da saúde e levam a reflexão sobre a importância não só do conhecimento, mas da ação em si, ou seja, da prática de ações de promoção da sua saúde. ObjetivosDiscutir a concepção de promoção da saúde na percepção dos professores de enfermagem e analisar esta concepção na perspectiva da saúde do trabalhador. MétodosO estudo foi exploratório, de natureza qualitativa. Os sujeitos foram 33 professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, sendo submetidos à análise temática e analisados à luz da concepção de autores que discutem a promoção da saúde e a saúde do trabalhador. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa3 da Escola de Enfermagem Anna Nery/Hospital Escola São Francisco de Assis/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ResultadosOs resultados obtidos no estudo e estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo. São elas: concepções de promoção da saúde e implicações da promoção da saúde para a saúde do trabalhador. Sobre promoção da saúde, os entrevistados demonstraram terem o conhecimento de uma forma geral do conceito de promoção à saúde, quando descrevem que esta tem a ver com o contexto que se vive, ações para a melhoria da qualidade de vida, não só física, mas também a psíquica e a espiritual e a responsabilidade do profissional como ator nesse processo da busca de estratégias para a melhoria desta qualidade de vida. Com relação às implicações para a saúde do trabalhador, embora, a promoção da saúde seja um conceito ampliado, onde as ações estão direcionadas também ao próprio sujeito enquanto responsável pela própria saúde foi constatado nos relatos que essa promoção ainda está voltada para o outro. Apesar de ser de fundamental importância que as ações de promoção à saúde sejam colocadas em prática, destaca-se que a formação inicial dos profissionais de saúde, de um modo geral, não os prepara para atuar no campo da promoção à saúde, devido ao enfoque ainda predominantemente biologicista, curativo, médico-centrado e desarticulado das práticas em saúde e ainda há confusões entre os conceitos de promoção e prevenção à saúde4,5. Predomina o enfoque comportamental de mudanças de estilo de vida, sendo a saúde ainda compreendia como ausência de doença. É percebido, através dos relatos, o quão os modelos anteriores ao proposto em Ottawa estão enraizados6. Neste sentido, é importante uma reflexão a respeito da metodologia adotada dentro da academia, uma vez que a aprendizagem significativa deve estar engajada no desenvolvimento de políticas públicas saudáveis e estimular a criação de ambientes favorecedores da saúde, da mudança de comportamentos que permitam a proteção do meio ambiente, a conservação de recursos naturais e o envolvimento cada vez maior da população em projetos de promoção da saúde. ConclusãoA promoção da saúde foi considerada como as atividades que são realizadas com o objetivo de manter uma qualidade de vida, considerando o contexto vivido. Para que se obtenha essa qualidade de vida, os professores relataram a importância da prevenção das doenças e agravos, assim como manter um bem-estar e evitar situações de risco à saúde dos indivíduos. Com vistas às falas sobre a compreensão da promoção da saúde, cabem reflexões sobre suas implicações para o objeto de estudo. Nesta perspectiva do conceito de promoção da saúde, contribuirá para subsidiar a análise das práticas de saúde relatadas pelos sujeitos do estudo

    FATORES FACILITADORES E IMPEDITIVOS PARA O CUIDAR DE SI DE DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM.

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    INTRODUÇÃO O objeto de estudo foi os fatores facilitadores e impeditivos para cuidar de si de professores de graduação em enfermagem. Várias concepções de cuidado têm coexistido e influenciado a prática de enfermagem na atualidade, variando conforme perspectivas teórico-filosófica e o cenário da prática. Essa coexistência, este convívio, determina práticas, técnicas e formas de intervenção. Neste sentido, uma das teorias de enfermagem mais influente na enfermagem brasileira é a teoria do autocuidado de Orem (George, 2000). Porém, mais recentemente, uma outra perspectiva tem surgido no discurso da enfermagem brasileira, a do cuidado de si mesmo, de Michel Foucault. Assim, quem cuida de si adequadamente encontra-se em condições de conduzir-se na relação com o outro. O cuidado de si requer um controle e uma delimitação do poder, pois quem cuida de si, conhece a si, e conhece também quais são seus deveres e limites nas diferentes relações que desenvolve. Cuidar de si mesmo não é simplesmente uma obrigação; é uma maneira de viver, da qual cada um deve se incumbir ao longo de sua vida (Foucault, 1988). Apesar dos estudos sobre a capacidade das pessoas em refletir e fazer coisas benéficas para si e sobre a importância do cuidar de si, para os professores essa prática se torna um obstáculo, pois as inúmeras atribuições exigidas hoje pelo mercado de trabalho, somado às condições ambientais desse trabalho requerem muito além de um conjunto de conhecimentos técnico-científicos. Neste sentido, de acordo com Rocha e Felli (2004) a qualidade de vida no trabalho (QVT) do docente de enfermagem é expressa por diversos problemas de saúde que permitem evidenciar que os fatores desgastantes (remuneração, demanda de trabalho, falta de incentivo, dificuldade em participar de congressos, entre outros) se sobrepõem aos fatores potencializados (relação emocionalmente afetiva com alunos, colegas e funcionários, o prazer em ensinar, crescimento dos alunos, entre outros). Rocha e Sarriera (2006), em seus estudos, concluíram que quanto maior o número de horas semanais trabalhadas menores são os níveis de saúde dos professores. Esses resultados são preocupantes, uma vez que professores são trabalhadores e merecem ter seus momentos adequados de descanso e de lazer. Importante destacar que os professores que têm uma grande demanda de trabalho acaba ultrapassando suas 40 h de trabalho ao qual foram contratados. Sobre as condições de saúde do trabalhador docente de enfermagem, Mauro (1977) há 30 (trinta) anos já apontava que a falta de tempo para refeições e de descanso tanto psicológico quanto fisiológico durante a jornada são causas de fadiga que pode ser atribuído ao trabalho do professor. Esses apontamentos se mantêm atualizados até os tempos de hoje, sendo, portanto, ainda uma referência atualizada relacionada à saúde deste trabalhador.O ambiente de trabalho que alguns professores são submetidos, além de gerar insatisfações, não estimula o professor a cuidar de si. Nesta perspectiva, “talvez não falte iniciativa dos professores em cuidar de si, o que falta é tempo e condições favoráveis para fazê-lo”. Os professores entendem o que é uma vida melhor, mas devido às condições de trabalho não conseguem colocar em prática. (WEBLER; RISTOW, 2006). Essas situações levam a refletir sobre de que forma os fatores internos (da própria pessoa) e os externos (ambientais) contribuem para o cuidar dos professores. OBJETIVOS Descrever os fatores facilitadores e os impeditivos para o cuidar de si do docente de enfermagem e discutir a implicação destes fatores para o cuidar de si do docente de enfermagem na perspectiva da saúde do trabalhador. O estudo teve respaldo na problemática apresentada, sendo uma questão que merece ser investigada enquanto um problema para a saúde do trabalhador. É relevante no que tange à formação do enfermeiro, ao ensino, à assistência e à pesquisa, uma vez que gerou discussões sobre as facilidades e dificuldades do professor em praticar o cuidado de si. METODOLOGIA O estudo foi exploratório, descritivo, de natureza qualitativa. Os sujeitos do estudo foram 33 (trinta e três) professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão, que atuavam na graduação, pós-graduação Lato ou Stricto Senso, pesquisa, extensão, com cargo administrativo, concomitantemente ou não, escolhidos aleatoriamente, utilizando a técnica “bola de neve” sendo convidados para participarem do estudo. Os professores concentraram-se na faixa etária de 30 a 55 anos, sendo que 66,6 % se encontravam na faixa etária de 40 a 49 anos. 26 eram do sexo feminino e 7 do sexo masculino. Os dados formam coletados pela própria autora da investigação e submetidos à análise temática; a discussão se deu à luz do referencial teórico eleito para o estudo, sendo ampliado com referenciais bibliográficos, considerando-se os resultados encontrados. A etapa de coleta de dados foi iniciada após a aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa sob o Protocolo nº 113/07 e mediante a autorização das Escolas locais de estudo. RESULTADOS Os resultados obtidos no estudo estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo, que respondem aos objetivos do estudo e são elas: Fatores facilitadores para o cuidar de si; Fatores impeditivos para o cuidar de si; e Implicações para a Saúde do Trabalhador. A realização deste estudo proporcionou a reflexão acerca dos fatores que facilitam ou dificultam os professores de cuidarem de si. Os resultados mostraram que os fatores impeditivos acabam, de certa forma, sobrepondo-se aos fatores facilitadores para o cuidar de si, e que os fatores impeditivos na maioria das vezes estão relacionados ao trabalho (organização do trabalho, demanda de trabalho), apesar de terem sido relatados pela minoria. Cabe aqui destacar que para alguns professores os fatores impeditivos estão relacionados à falta de acesso a serviços de saúde e a remuneração. “Horário de trabalho, remuneração, burocracia, submissão, impotência, competitividade, cobrança, incompatibilidade, entre afazeres, a família e o lazer são fatores que afetam a sua saúde”. (DIAS et al., 2007). Com este comportamento constante, percebe-se que os professores tendem ao adoecimento e que isso certamente afetará sua vida laboral. Portanto, ter este comportamento de não cuidar de si ou de ter um cuidado mínimo consigo favorece ao prejuízo com relação à saúde e a saúde enquanto trabalhador. Desta forma, este trabalhador não conseguirá desenvolver suas atividades com a devida atenção, ficará desmotivado facilmente, diminuirá a paciência, ficará emocionalmente mais abalado e também levará para seu ambiente doméstico estes sentimentos. Para Vasconcelos e Prado (2004, p.8), a organização do trabalho “deve ser vista antes que qualquer coisa, como uma relação socialmente construída e não somente em sua dimensão estritamente tecnológica, cognitiva ou física”. As autoras (op. cit.) ainda destacam que a organização do trabalho aparece, antes de tudo, como uma relação intersubjetiva e uma relação social e isto, exige sempre, reajustes e reinterpretações pelos atores sociais. A intersubjetividade também aparece no próprio centro das organizações do trabalho, e esta é, definitivamente determinada pelas relações sociais de trabalho. Neste sentido, as instituições, local de trabalho dos professores, devem repensar a organização do trabalho e as condições impostas a estes professores, uma vez que se o profissional não tem boas condições de trabalho e tem uma demanda grande de trabalho, não consegue ter tempo para atender suas necessidades, bem como seu horário de cuidar de si. CONCLUSÕES A desvalorização do professor, aliada às condições de trabalho, se caracteriza como fatores que impedem o desenvolvimento de práticas do próprio cuidado, pois tendo que dar conta dos trabalhos, o professor utiliza outros recursos para finalização do seu trabalho, deixando, muitas vezes, o trabalho invadir seu lar, implicando em menos tempo para o lazer, o descanso, o convívio com família e amigos. O prejuízo não é somente para o trabalhador, mas também para as instituições, pois a tendência é o aumento das licenças por motivo de saúde o que levará a uma sobrecarga dos outros professores e colocando estes também em risco, uma vez que a demanda de trabalho aumentará tornando uma problemática e um ciclo vicioso. REFERÊNCIAS DIAS, J. et al. Promoção de saúde das famílias de docentes de enfermagem: apoio, rede social e papéis na família. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 16, n. 4, out./dez. 2007.   FOUCAULT, M.. Verdade, poder e si. Espaço Michel Foucault. 1988. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2008 GEORGE, J. Teorias de enfermagem: dos fundamentos à prática profissional. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. ROCHA, S. S. L.; FELLI, V. E. A. Qualidade de vida no trabalho docente de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem, Ribeirão Preto, v.12, n.1, jan./fev. 2004. ROCHA, K. B.; SARRIERA, J.C. Saúde percebida em professores universitários: gênero, religião e condições de trabalho. Psicol. Esc. Educ., Campinas, v.10, n.2, dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 02 abr. 2008. VASCONCELOS, C. M. C. B.; PRADO, M. L. Vivendo o sofrimento e os desafios no trabalho: expressões autocríticas de um grupo de enfermeiros-educadores. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 1, 2004. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2007. WEBLER, R. M.; RISTOW, M. R. O mal-estar e os Riscos da profissão docente. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, v. 6, n. 11, 2006. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2007

    O Cuidado e suas Dimensões: Subsídios para o Cuidar de Si de Docentes de Enfermagem

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    Introdução O cuidado, sendo a essência da profissão Enfermagem, a base do ensino e da prática profissional, vem sendo estudado com o intuito de fortalecer a construção do saber da profissão enquanto ciência em plena evolução e resgatar a história da profissão ao trazer à tona os elementos constituintes de uma prática cujas raízes estão fincadas na evolução da humanidade, na sobrevivência e nas relações entre indivíduo e natureza. Segundo as mesmas autoras, a Enfermagem nasceu das necessidades humanas em relação aos cuidados de saúde. O cuidado possui uma dimensão ontológica que entra na constituição do ser humano1. Desde o nascimento até a morte, não há ser humano sem cuidado. O cuidado pode ser visto sobre várias vertentes. Cuidado com os animais, natureza, ambiente, objeto, lugar ou com pessoas. Todo cuidado representa envolvimento. O aspecto fundamental do cuidado é tentar compreender a realidade do outro; envolve sair da própria estrutura referencial e entrar na do outro – é um sentir-se com o outro. A enfermagem na sua evolução passou por diferentes períodos que vão desde a época primitiva até os dias atuais. Durante o processo histórico da humanidade, o cuidado de enfermagem já foi associado à habilidade de manipular as forças da natureza e das divindades; conhecimentos de culinária, de preparo dos remédios; além de ter sido reconhecido como um trabalho divino, como um exercício de penitência para alcançar a purificação e expiação dos pecados de quem cuidava e de quem era cuidado3. Com o avanço da ciência e profissionalização da enfermagem com Florence Nightingale, surge a Enfermagem Moderna, instituindo, assim, um marco no conhecimento científico da enfermagem, sendo o cuidado o norteador desse processo de trabalho. Atualmente, o cuidado, eixo principal do processo de trabalho da enfermagem, comporta, em sua estrutura, o conhecimento técnico/operacional bem como a competência interpessoal, a fim de atender às necessidades humanas. Enquanto movimento dinâmico e processual, o cuidado vem sendo estudado e tem influenciado a teoria, a pesquisa, a prática e a educação em enfermagem, nas suas mais variadas formas e expressões definidas como assistir, ajudar e servir. Grande parte do avanço teórico do conceito de cuidado na enfermagem mostra as influências dos saberes de filósofos, teólogos, psicólogos, estudiosos de enfermagem e de outras áreas do conhecimento. Na perspectiva da teoria transcultural de enfermagem de Madeleine Leininger, o cuidado é entendido como um fenômeno universal e essencial para a sobrevivência humana, e por isso não pode ser suprimido e nem descartado. Neste sentido, se faz necessário que o professor de enfermagem seja estimulado  à prática do cuidar de si não só para proporcionar ao outro um cuidado mais consciente e seguro, mas também para proporcionar a si um nível satisfatório de bem–estar ao que tange a sua saúde enquanto trabalhador.   Objetivos Descrever concepção dos docentes de enfermagem sobre o cuidado e suas dimensões e analisar esta concepção para o cuidar de si perspectiva da saúde do trabalhador.   Métodos O estudo foi exploratório, de natureza qualitativa. Os sujeitos foram 33 professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, sendo submetidos à análise temática e analisados à luz da concepção de autores que discutem a promoção da saúde e a saúde do trabalhador. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa3 da Escola de Enfermagem Anna Nery/Hospital Escola São Francisco de Assis/Universidade Federal do Rio de Janeiro.   Resultados Os resultados obtidos no estudo e estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo. São elas: concepção de cuidado e suas dimensões e implicações do cuidado para o cuidar si dos docentes de enfermagem. Sobre Cuidado, os entrevistados demonstraram terem o conhecimento de uma forma geral do conceito, quando descrevem o cuidado em suas dimensões. Quanto à dimensão subjetiva, foram colocados os sentimentos e comportamentos que, segundo os entrevistados, não podem faltar para que haja cuidado, corroborando com autores que mencionam o cuidar pessoal/empírico/popular e o cuidar profissional4. Ainda nesse prisma, percebe-se uma preocupação dos depoentes em diferenciar o cuidado em um cuidado específico da profissão, do cuidado prestado por outras pessoas que não os (as) enfermeiros (as). Destaca-se também o cuidado na dimensão relacional. O cuidado é visto como uma forma de se relacionar, pois pode ser considerado um sentimento e, também uma forma de ser e estar no mundo2. De certa forma, o cuidado também foi relacionado a um produto final do processo de cuidar, tendo como base a promoção da saúde. O cuidado está vinculado ao cuidar também como ação de prevenção5. A preocupação do profissional de enfermagem necessita abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado biopsicossocial. O profissional de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no corpo6. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade. É uma necessidade também que o ser humano possa se perceber, direcionando o cuidado a ele mesmo.   Conclusão Acerca do cuidado, os docentes apontaram duas vertentes, ou seja, o cuidado profissional baseado nas teorias e processos de enfermagem. Este cuidado profissional também foi caracterizado como a essência da profissão, que se constitui de um processo que envolve o cliente, a família, o profissional que cuida e o ambiente onde estão inseridos, apontado aqui pelos professores como um cuidado direcionado ao outro. A outra vertente do cuidado foi o cuidado empírico, voltado para os saberes adquiridos ao longo de suas vivências pessoais. Ainda sobre este cuidado (empírico ou profissional), os professores relataram que para colocá-los em prática há a necessidade da atenção, da empatia, da preocupação, com o objetivo de mudar uma realidade de acordo com as necessidades apresentadas pelas pessoas que necessitam de cuidado.  Porém, tanto na perspectiva do saber científico, quanto na perspectiva do saber empírico, nota-se nos relatos dos entrevistados que o cuidado está direcionado praticamente somente ao outro, todavia não houve relatos sobre o cuidar do outro profissional e raros foram os relatos onde destacaram a importância do cuidado de si

    Tuberculose ocupacional: um desafio para os serviços de saúde / Occupational tuberculosis: a challenge for health services

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    A tuberculose é uma das causas mais importantes de morbidade e mortalidade no mundo atualmente. O ressurgimento da epidemia da tuberculose no mundo tem sido atribuído em parte pela dificuldade das instituições governamentais e da própria comunidade científica de conduzir o problema de forma pertinente. As ações de controle da doença vêm sendo utilizadas de forma inadequada, sendo necessário à adoção de medidas de controle apropriadas para impedir sua transmissão. As maiores taxas de transmissão estão presentes nos hospitais e unidades de saúde, escolas médicas e sistema prisional, configurando como um risco ocupacional maior de contrair a doença. Trata-se de uma revisão da literatura que se deu por levantamento bibliográfico a fim de se obter uma análise qualitativa sobre a incidência de tuberculose em profissionais de saúde. Foram revisados 18 trabalhos científicos entre os anos de 2005 e 2020, com um maior número de publicações no ano de 2013. Dentre eles, oito são de publicação nacional e os demais de publicação internacional. Os estudos foram unânimes em considerar que tanto médicos, quanto enfermeiros e técnicos de enfermagem possuem um maior risco ocupacional em relação aos demais profissionais. Há a necessidade urgente de conscientizar os profissionais de saúde para que se protejam adequadamente, bem como realizar a implementação de medidas que garantam a proteção tanto dos profissionais, quanto dos pacientes de qualquer contaminação

    Resiliência dos estudantes de enfermagem de uma universidade na Baixada Fluminense/RJ / Resilience of nursing students from a university in the Baixada Fluminense/RJ

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    Resiliência é um processo interativo entre a pessoa e o seu meio, processo que irá fortalecer e capacitar o indivíduo para lidar com as adversidades de uma forma positiva. Atualmente estudos sobre resiliência tem ocupado maior espaço nos diversos contextos onde o ser humano atua.  Objetivo: avaliar os indicadores de resiliência dos estudantes de enfermagem no ensino superior. Método: O Estudo foi realizado em uma Universidade Privada situada na Baixada Fluminense/RJ. Teve como Critérios de Exclusão, os estudantes que não estavam frequentando as aulas amparadas por Benefício Lei ou Regime Especial. Foi utilizado um questionário com perguntas para caracterização dos participantes e a Escala de Resiliência desenvolvida por Wagnild e Young, que mede níveis de adaptação psicossocial positiva em face de eventos de vida importantes. Resultados: Participaram da pesquisa 56 estudantes, todos do 7º período. 79% do sexo feminino. 39% na faixa etária de 20 a 27 anos. 68% cursam de 4 a 7 disciplinas e 57% estudam no turno da tarde. 75% dos participantes exercem alguma atividade ocupacional. Evidencia-se que (39,3%) dos entrevistados possui elevada resiliência, 37,5% possuem resiliência moderada e 23,2% possuem baixa resiliência, o que pode gerar alto índice de estresse, depressão e ansiedade influenciando no comportamento e na formação desses futuros enfermeiros. Conclusão: A resiliência é uma competência importantíssima que deve ser desenvolvida e aperfeiçoada nos indivíduos, visto que ser resiliente vai além da temática de superar as adversidades. Envolve uma reconstrução contínua dos aspectos pessoais

    Perception of graduation students of tourism in Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) about the dimensions of touristic sustainability

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    O presente artigo analisa a percepção dos graduandos em Turismo da UFRN sobre o estudo das dimensões da sustentabilidade turística ao longo do Curso. Os objetivos específicos foram: traçar o perfil dos discentes; verificar a conscientização, competência e preparação dos discentes quanto às dimensões da sustentabilidade turística; identificar as inquietações dos estudantes quanto ao Curso. A metodologia teve um caráter descritivo-exploratório, com abordagem quali-quantitativa, através de análises em um software estatístico. Constatou-se que a maioria dos discentes são jovens e não trabalha na área, apesar de se capacitar; estão conscientes com relação às questões socioambientais, porém estão inseguros para lidar com alguns aspectos sociais, tendo para tanto inquietações quanto às disciplinas e à conciliação da teoria com a prática.This article examines the perceptions of students of tourism in UFRN, about the study of the dimensions of touristic sustainability along the Course. The specific objectives were: to draw the learners’ profile; to verify awareness, competence and preparation of students in relation to the dimensions of touristic sustainability; to identify the concerns of students in relation to the Course. The methodology had a descriptive-exploratory character, with qualitative-quantitative approach, through analyzes using a statistical software. It was found that most learners are young and does not work in the area, despite their capacitation; they are aware about the environmental issues, but they are unreliable to deal with some social aspects, they have concerns about the disciplines and the conciliation of theory with practice

    Saúde dos Policiais Militares: um estudo de revisão / Military Police Health: a review study

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    Introdução: Dentre os fatores de risco responsáveis pelo adoecimento dos policiais militares destacam-se a falta de alimentação balanceada e local apropriado para alimentação, sucateamento das viaturas, convivência com pessoas em situação de vulnerabilidade, extensa carga horária de trabalho, violência verbal e física. Objetivo: Identificar o adoecimento causado pelo trabalho em policiais militares, estabelecendo os fatores de risco que envolvem as principais patologias presentes nesse grupo de trabalhadores. Método: Estudo de revisão integrativa, nas bases SciELO, LILACS, PUBMED e MEDLINE, publicados de janeiro/2009 a dezembro/2019. Resultados: Nove estudos atenderam aos critérios de inclusão. O policial militar está exposto a situações que interferem diretamente na sua saúde. A rotina estressante e carga horária extensa contribuem diretamente para o surgimento de fatores de risco de determinadas doenças. Além do desenvolvimento de doenças relacionadas ao ambiente de trabalho, estudos demonstram a vitimização dos policiais em seu período de folga. Em relação ao adoecimento de policiais do sexo feminino, a principal queixa se deu ao estresse ocupacional e sua conciliação com tarefas domiciliares. Conclusão: Contemplar a saúde do policial no Brasil não se limita a oferecer serviços de suporte e estrutura, mas melhores condições de trabalho, assim como o investimento na saúde da população como um todo

    Síndrome de burnout e ideação suicida entre estudantes de medicina: um estudo de revisão / Burnout syndrome and suicidal ideation among medical students: a review study

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    Estudo realizado na Universidade Estácio de Sá ,na graduação em medicina. O recurso utilizado foi o de levantamento bibliográfico, com intuito de enumerar publicações que apontam Síndrome de Burnout e Ideação Suicida entre estudantes de medicina.Sendo através desse estudo,  possível identificar alguns fatores relacionados ao desenvolvimento da síndrome e entre eles a ideação suicida
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