Aspectos da saúde mental dos urologistas brasileiros durante a pandemia da covid-19

Objetivo: Estabelecer a prevalência de burnout, estresse e distúrbios do sono em urologistas brasileiros durante a pandemia de Covid-19. Materiais e Métodos: Uma pesquisa online foi conduzida com urologistas brasileiros na prática clínica durante a pandemia de Covid-19 e nos 6 meses anteriores. Informações demográficas e de prática clínica foram coletadas. Burnout foi avaliado usando o Copenhagen Burnout Inventory. A Escala de Estresse Percebido - 10 e o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg foram usados para avaliar o estresse e a qualidade do sono, respectivamente. Na análise estatística foram utilizados os seguintes testes: teste exato de Fisher, teste não paramétrico U de Mann-Whitney e teste de Kruskal Wallis. Resultados: 165 urologistas responderam ao questionário. 7,87% (13) sofreram de burnout relacionado ao paciente, 23% (38) burnout relacionado ao trabalho, 20,6% (34) burnout pessoal e 15,5% (25) burnout geral. 57,57% (95) apresentaram percepção de estresse moderado a alto durante a pandemia, com associação significativa com o sexo (p = 0,043). 44,84% (74) tiveram má qualidade do sono. Houve associação significativa entre a qualidade do sono e as taxas gerais de burnout (p = 0,008) e entre os níveis de estresse percebido e as taxas gerais de burnout (p <0,0001). Conclusões: A prevalência de burnout em urologistas brasileiros durante a pandemia de Covid-19 foi menor do que achados anteriores nos Estados Unidos, mas consistente com as taxas de burnout entre médicos brasileiros. Encontramos um alto nível de estresse e má qualidade do sono durante a pandemia e também uma associação significativa entre os níveis de estresse e pior qualidade do sono com os níveis de burnout entre os urologistas.Purpose: To establish the prevalence of Brazilian urologists burnout, stress, and sleep disorders during the Covid-19 pandemic. Materials and Methods: An online survey was conducted with Brazilian urologists in clinical practice during the Covid-19 pandemic and in the 6 months prior. Demographic and clinical practice information was collected. Burnout was assessed using the Copenhagen Burnout Inventory. The Perceived Stress Scale - 10 and the Pittsburg Sleep Quality Index were used to assess stress and sleep quality, respectively. The following tests were used in the statistical analysis: Fisher's exact test, the Mann-Whitney U nonparametric test and the Kruskal Wallis test. Results: 165 urologists answered the questionnaire. 7.87% (13) experienced patient-related burnout, 23% (38) work-related burnout, 20.6% (34) personal burnout and 15.5% (25) overall burnout. 57.57% (95) showed a moderate to high perceived stress during the pandemic, with a significant association with gender (p=0.043). 44.84% (74) had a poor sleep quality. There was a significant association between sleep quality and overall burnout rates (p = 0.008) and between perceived stress levels and overall burnout rates (p<0.0001). Conclusions: Burnout prevalence in Brazilian urologists during the Covid-19 pandemic was lower than previous U.S. findings, but consistent with the burnout rates among Brazilian physicians. We found a high level of stress and poor sleep quality during the pandemic an also a significant association between the stress levels and poorer sleep quality with burnout levels among urologists