11 research outputs found

    Onde estão as meninas? Tensionando o conceito de exploração sexual a partir dos estudos sobre pedofilização e relações de gênero

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    O presente estudo se propôs a discutir e tensionar o conceito de exploração sexual a partir do referencial teórico dos Estudos de Gênero, dos Estudos da Sexualidade e dos Estudos Culturais. A pesquisa buscou problematizar de que forma as redes de atendimento que deveriam se constituir como redes de proteção à infância e adolescência compreendem esse fenômeno e de que modo crianças e adolescentes do gênero feminino em situação de exploração sexual vivenciam tal realidade. Para tanto, foram produzidos materiais de pesquisa a partir de três fontes. O material 1 partiu de uma pesquisa documental realizada durante um período de 3 meses em uma delegacia especializada em violência contra crianças e adolescentes, sendo selecionados três inquéritos envolvendo casos de exploração sexual. O material 2 consistiu de entrevistas realizadas com seis participantes profissionais atuantes tanto nas organizações de enfrentamento como nos serviços de atendimento, utilizando-se um roteiro semiestruturado. O material 3 partiu do acompanhamento a três meninas/jovens, com idades entre 11 e 14 anos, identificadas em situação de exploração sexual e atendidas nos serviços de acolhimento na modalidade casa-lar e abrigo. Foram realizados encontros com grupos focais e entrevistas individuais seguindo-se um roteiro semiestruturado. Os resultados apontaram que, nos processos de erotização precoce, analisados aqui como processos de pedofilização e que dão sustentação à cultura do estupro, a/o violência/abuso sexual se fez presente na vida das meninas/jovens interlocutoras desta pesquisa. O forte investimento erótico no corpo jovem feminino, em suas pedagogias de gênero e de sexualidade vivenciadas nas relações afetivas familiares, perpassou desde as figuras masculinas mais próximas, como padrasto, padrinho, tio, avô e irmão, além das próprias mães, que, de alguma forma, reconheciam (ou atribuíam) esse poder em suas filhas pelo simples fato de serem jovens. Por parte dos homens, esse corpo jovem exerce um fascínio, despertado a partir de uma erotização das desigualdades, seja pela questão geracional ou ainda pelos atravessamentos de classe social, reafirmando, assim, uma masculinidade heteronormativa e perpetrando uma sexualidade vista como “desenfreada” e facilmente cedida aos “apelos” femininos juvenis. Tal perspectiva é legitimada pela figura materna, que, nas negociações de suas filhas com esses homens, colocam os corpos jovens de suas meninas como disponíveis, para também terem acesso ao poder econômico por eles exercido. Diante de toda a estimulação sexual impressa nessas meninas/jovens, a exploração sexual acaba por ser uma das possibilidades de expressão e exercício da sexualidade, sendo uma estratégia utilizada por elas para serem reconhecidas e apreciadas enquanto mulheres. O trabalho das instituições de proteção torna-se complexo e dificultoso, principalmente por chegarem até as meninas tardiamente, quando elas já encontraram suas formas próprias de lidar com a violência sexual sofrida. Ao se darem conta dessa dificuldade, as meninas constroem estratégias para burlar as regras cotidianas desse controle institucional, emergindo como insubordinas, chegando mesmo a fugir dos abrigos ou casas-lares. Diante do quadro de insubordinação, elas passam a ser alvo de controle e normatização por parte do estado por meio da administração de um forte tratamento medicamentoso. Muito mais do que combater ou erradicar a exploração sexual – entendendo aqui que essa dimensão não pode ser abandonada – para que essa “proteção” possa cumprir os seus propósitos, as questões envolvidas nesses processos de erotização precoce necessitam ser reconhecidas, assim como os seus efeitos na vida dessas meninas/jovens.The present study proposed to discuss and stress the concept of sexual exploitation as a theme based on the theoretical framework of Gender Studies, Studies of Sexuality, and Cultural Studies. The research aimed to discuss how the Child and Teenager Protection Network understands this phenomenon and how female children and adolescents that experience sexual exploitation live this reality. To this end, research material from three different sources was produced. Material 1 came from a documentary research conducted over a period of three months in a Police Station specialized in violence against children and adolescents. Three surveys that involved cases of sexual exploitation have been selected. Material 2 consisted of interviews conducted with six professional participants working both in coping and in customers service organizations following a semi-structured guide. Material 3 started from monitoring the three girls/young people aged between 11 and 14 identified in a situation of sexual exploitation assisted in childcare services in private-home and shelter. Meetings were held with focus groups and individual interviews following a semi-structured guide. The results indicated that, in cases of early eroticism analyzed here as processes of pedophilização lending support to the rape culture, violence/sexual abuse was present in the life of the surveyed girls/young women. The strong erotic investment in the young female body, in its pedagogies of gender and sexuality experienced in the family, affective relations ranged from the closest male figures such as stepfather, godfather, uncle, grandfather and brother besides the mothers themselves who somehow recognized (or attributed to) that power in their daughters simply because they were young. On the part of men, this young body exerts a fascination, awakened from an erotization of the inequalities, either by the generational question or by the crossings of social class, thus reaffirming a heteronormative masculinity and perpetrating a sexuality seen as “wild” and easily transferred to the young feminine “appeals”. Such a perspective is legitimized by the mother figure who in the negotiation of their daughters with these men, make their young bodies available, to have access, also, to the economic power they exercise. And in the face of all sexual stimulation printed in these girls/young women, sexual exploitation ends up being one of the possibilities of expression and exercise of sexuality. It is also a strategy used by girls to be recognized and appreciated as women. The work of the protection institutions becomes complex and difficult mainly because they arrive too late to young people when they have already found their own ways of dealing with their suffered sexual violence. And when they realize this difficulty, the girls construct strategies to circumvent the daily rules of this institutional control, emerging as insubordinate fleeing from the private-homes and shelters. In face of the insubordination they become the target of control and standardization on the part of the state through the administration of a strong drug treatment. Much more than combat or eradicate sexual exploitation - understand here that this dimension cannot be abandoned – so that this “protection” can fulfill its purposes, the issues involved in these processes of early erotization need to be recognized as well as its effects on the lives of these girls/young people

    Corpografia Anatômica

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    CORPOS-CADEIRA

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    Este artigo reflete sobre como restrições de movimento constituem efeito da violência colonial nos corpos em situação de educação. Para tal, se relata a experiência da performance Corpos-cadeira, realizada no contexto universitário, com objetivo de analisar os lugares do corpo e suas movenças como elementos questionadores de experiências pedagógicas, metodológicas e estruturantes de hegemonias pautadas no controle sobre os corpos. Os pressupostos teóricos giram em torno da descolonização da educação com foco nos corpos de seus agentes, indicando possibilidades de fraturar as lógicas de violência e domesticação em prol de uma educação emancipadora, capaz de cegar a mira colonial

    Perspectivas sobre papéis de gênero masculino e feminino: um relato de experiência com mães de meninas vitimizadas Perspectives of the masculine and the feminine roles: an experience with mothers of victimized girls

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    O objetivo deste estudo foi analisar os papéis masculinos e femininos expressos por mães de meninas vítimas de violência intrafamiliar. A perspectiva de gênero relacionada à manutenção e ao enfrentamento desse tipo de violência também foi avaliada. Participaram do estudo nove mães, com idades entre 26 e 68 anos, atendidas em uma instituição em teresina, Piauí. Foram realizados três encontros nos quais eram usadas técnicas projetivas, corporais e psicodramáticas. Os resultados apontaram que concepções machistas passadas pelas mães no processo educativo, a constante associação da representação masculina como uma figura violenta e o não reconhecimento das mães sobre suas capacidades são fatores relevantes para a manutenção da violência. É importante que, no contexto da violência, intervenções abordem temas como cidadania e o conhecimento de serviços e políticas públicas, a fim de protegerem e empoderarem as mulheres e suas filhas no enfrentamento da violência.The study aimed to identify the masculine and feminine roles of the mothers of victimized children and adolescents. A gender perspective was taken on the confrontation or the maintenance of domestic violence. Nine women, aged 26 to 68 years old participated in group meetings in which projective, corporal and dramatic techniques were used. Results showed that sexist mother-child transmission, association between masculinity and violent behavior, and lack on the recognition of their own skills may maintain violence. In the context of violence, psychologists have to promote strategies of intervention that focus on the empowerment of the participants, improving their knowledge about citizenship and protective policies and services

    Onde estão as meninas? Tensionando o conceito de exploração sexual a partir dos estudos sobre pedofilização e relações de gênero

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    O presente estudo se propôs a discutir e tensionar o conceito de exploração sexual a partir do referencial teórico dos Estudos de Gênero, dos Estudos da Sexualidade e dos Estudos Culturais. A pesquisa buscou problematizar de que forma as redes de atendimento que deveriam se constituir como redes de proteção à infância e adolescência compreendem esse fenômeno e de que modo crianças e adolescentes do gênero feminino em situação de exploração sexual vivenciam tal realidade. Para tanto, foram produzidos materiais de pesquisa a partir de três fontes. O material 1 partiu de uma pesquisa documental realizada durante um período de 3 meses em uma delegacia especializada em violência contra crianças e adolescentes, sendo selecionados três inquéritos envolvendo casos de exploração sexual. O material 2 consistiu de entrevistas realizadas com seis participantes profissionais atuantes tanto nas organizações de enfrentamento como nos serviços de atendimento, utilizando-se um roteiro semiestruturado. O material 3 partiu do acompanhamento a três meninas/jovens, com idades entre 11 e 14 anos, identificadas em situação de exploração sexual e atendidas nos serviços de acolhimento na modalidade casa-lar e abrigo. Foram realizados encontros com grupos focais e entrevistas individuais seguindo-se um roteiro semiestruturado. Os resultados apontaram que, nos processos de erotização precoce, analisados aqui como processos de pedofilização e que dão sustentação à cultura do estupro, a/o violência/abuso sexual se fez presente na vida das meninas/jovens interlocutoras desta pesquisa. O forte investimento erótico no corpo jovem feminino, em suas pedagogias de gênero e de sexualidade vivenciadas nas relações afetivas familiares, perpassou desde as figuras masculinas mais próximas, como padrasto, padrinho, tio, avô e irmão, além das próprias mães, que, de alguma forma, reconheciam (ou atribuíam) esse poder em suas filhas pelo simples fato de serem jovens. Por parte dos homens, esse corpo jovem exerce um fascínio, despertado a partir de uma erotização das desigualdades, seja pela questão geracional ou ainda pelos atravessamentos de classe social, reafirmando, assim, uma masculinidade heteronormativa e perpetrando uma sexualidade vista como “desenfreada” e facilmente cedida aos “apelos” femininos juvenis. Tal perspectiva é legitimada pela figura materna, que, nas negociações de suas filhas com esses homens, colocam os corpos jovens de suas meninas como disponíveis, para também terem acesso ao poder econômico por eles exercido. Diante de toda a estimulação sexual impressa nessas meninas/jovens, a exploração sexual acaba por ser uma das possibilidades de expressão e exercício da sexualidade, sendo uma estratégia utilizada por elas para serem reconhecidas e apreciadas enquanto mulheres. O trabalho das instituições de proteção torna-se complexo e dificultoso, principalmente por chegarem até as meninas tardiamente, quando elas já encontraram suas formas próprias de lidar com a violência sexual sofrida. Ao se darem conta dessa dificuldade, as meninas constroem estratégias para burlar as regras cotidianas desse controle institucional, emergindo como insubordinas, chegando mesmo a fugir dos abrigos ou casas-lares. Diante do quadro de insubordinação, elas passam a ser alvo de controle e normatização por parte do estado por meio da administração de um forte tratamento medicamentoso. Muito mais do que combater ou erradicar a exploração sexual – entendendo aqui que essa dimensão não pode ser abandonada – para que essa “proteção” possa cumprir os seus propósitos, as questões envolvidas nesses processos de erotização precoce necessitam ser reconhecidas, assim como os seus efeitos na vida dessas meninas/jovens.The present study proposed to discuss and stress the concept of sexual exploitation as a theme based on the theoretical framework of Gender Studies, Studies of Sexuality, and Cultural Studies. The research aimed to discuss how the Child and Teenager Protection Network understands this phenomenon and how female children and adolescents that experience sexual exploitation live this reality. To this end, research material from three different sources was produced. Material 1 came from a documentary research conducted over a period of three months in a Police Station specialized in violence against children and adolescents. Three surveys that involved cases of sexual exploitation have been selected. Material 2 consisted of interviews conducted with six professional participants working both in coping and in customers service organizations following a semi-structured guide. Material 3 started from monitoring the three girls/young people aged between 11 and 14 identified in a situation of sexual exploitation assisted in childcare services in private-home and shelter. Meetings were held with focus groups and individual interviews following a semi-structured guide. The results indicated that, in cases of early eroticism analyzed here as processes of pedophilização lending support to the rape culture, violence/sexual abuse was present in the life of the surveyed girls/young women. The strong erotic investment in the young female body, in its pedagogies of gender and sexuality experienced in the family, affective relations ranged from the closest male figures such as stepfather, godfather, uncle, grandfather and brother besides the mothers themselves who somehow recognized (or attributed to) that power in their daughters simply because they were young. On the part of men, this young body exerts a fascination, awakened from an erotization of the inequalities, either by the generational question or by the crossings of social class, thus reaffirming a heteronormative masculinity and perpetrating a sexuality seen as “wild” and easily transferred to the young feminine “appeals”. Such a perspective is legitimized by the mother figure who in the negotiation of their daughters with these men, make their young bodies available, to have access, also, to the economic power they exercise. And in the face of all sexual stimulation printed in these girls/young women, sexual exploitation ends up being one of the possibilities of expression and exercise of sexuality. It is also a strategy used by girls to be recognized and appreciated as women. The work of the protection institutions becomes complex and difficult mainly because they arrive too late to young people when they have already found their own ways of dealing with their suffered sexual violence. And when they realize this difficulty, the girls construct strategies to circumvent the daily rules of this institutional control, emerging as insubordinate fleeing from the private-homes and shelters. In face of the insubordination they become the target of control and standardization on the part of the state through the administration of a strong drug treatment. Much more than combat or eradicate sexual exploitation - understand here that this dimension cannot be abandoned – so that this “protection” can fulfill its purposes, the issues involved in these processes of early erotization need to be recognized as well as its effects on the lives of these girls/young people

    Primeiras experiências de exploração sexual: um estudo sobre o processo de aproximação de adolescentes a essa realidade

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    The aim of this study was to analyze the process of approach of adolescents to practical of the sexual exploitation, approaching as they perceive this practical and which elements had been part of this process. Participate in of that research three exploited adolescents, age to 13 e 17, in a institution dedicated to children and adolescents at vulnerability situations. Activities in group with materials playful and a semi-structure interview were used. The outcomes they showed as the adolescents they sense appearances positive e negatives in practice of exploitation sexual. The first approaches with this practical had in such a way suffered influences from the occurred relations in the contexts next, family, sexual relations of friendship and invitations, as of the global context, financial difficulties and easy access to the market of the sex. Thus, the analysis of this process of envolvement with the sexual exploration is basic for the establishment of confrontation strategies that can be next to the reality where they meet.O objetivo desse estudo foi analisar o processo de aproximação de adolescentes à prática da exploração sexual, abordando como elas percebem essa prática e quais elementos fizeram parte desse processo. Participaram dessa pesquisa três adolescentes do sexo feminino envolvidas com a exploração sexual, com idade entre 13 e 17 anos, numa instituição voltada para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Foram utilizadas atividades em grupo com materiais lúdicos e um roteiro de entrevista semiestruturada. Os resultados mostraram que as adolescentes percebem aspectos positivos e negativos na prática de exploração sexual. As primeiras aproximações a essa prática sofreram influências das relações ocorridas nos contextos mais próximos, família, relações de amizade, como nos mais amplos, dificuldades financeiras e fácil acesso ao mercado do sexo. Assim, a análise desse processo é fundamental para o estabelecimento de estratégias de enfrentamento que possam estar mais próximas da realidade em que elas se encontram.El objetivo de este estudio fue el de analizar el proceso de aproximación de adolescentes la práctica de la explotación sexual, indagando sobre su percepción de la misma y de los elementos que habían sido parte de este proceso. Participaron de esta investigación tres adolescentes de sexo femenino con edades entre 13 y 17 años, envueltas con la explotación sexual, en una institución vuelta para niños y adolescentes en situación de vulnerabilidade. Fueron utilizadas actividades en grupo haciendo uso de materiales lúdicos y una guía de entrevista semiestructurada. Los resultados mostraron que las adolescentes perciben aspectos tanto positivos como negativos en la práctica de la explotación sexual. Las primeras aproximaciones a esta práctica estuvieron influenciadas por las relaciones establecidas tanto en los contextos más próximos, familia y relaciones de amistad, como en los más amplios, dificultades financieras y fácil acceso al mercado del sexo. Se considera que el análisis del proceso de envolverse con la explotación sexual es básico para el establecimiento de estrategias de enfrentamiento que pueden estar más próximas a la realidad en que ellas se encuentran

    Exploração sexual e prostituição : um estudo de fatores de risco e proteção com mulheres adultas e adolescentes

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    O objetivo desse estudo foi identificar os fatores de risco e proteção em mulheres adolescentes e adultas em situação de exploração sexual e prostituição, analisando os contextos nos quais estão inseridas. No estudo I participaram três adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, atendidas numa instituição. Foram utilizados o método da inserção ecológica e entrevista semi-estruturada. No estudo II foram entrevistadas três mulheres adultas com idade entre 29 e 30 anos, atendidas numa instituição. Nos dois estudos foram encontrados fatores de risco e proteção no contexto familiar, nas relações afetivo-sexuais, na escola, nas instituições de atendimento, na relação com os clientes e no envolvimento com a prática da exploração sexual e da prostituição. Os estudos mostraram a importância de considerar as diferenças e semelhanças nas fases desenvolvimentais estudadas; a relevância do contexto familiar; das estratégias para identificação da exploração sexual e de serviços de atendimento específicos para essa realidade.The general aim of this research was to identify the risk and protective factors for female adolescents and adult women in sexual exploitation and prostitution contexts, analyzing the background in which they are inserted. Study I consisted of interviews with three sexually exploited adolescents, aged 13 to 17, assisted in an institution. Ecological insertion and semistructured interviews were the methods used. Study II consisted of interviews with three adult women, aged 29 to 30 assisted in an institution. In both studies, there were risk and protective factors related to family contexts, emotional-sexual relations, school, institutions, relationships with clients, and in their involvement with sexual exploitation and the prostitution. The studies showed the importance of considering differences and similarities on developmental stages; the relevance of family contexts, strategies for identification of sexual exploitation and of specific assistance services in such reality

    Corpo e Embelezamento: A Criança Participante de Concurso de Beleza

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    This paper aims at analyzing the mother's conceptions on her daughter participation in infantile beauty pageant in order to understand how the perceptions on female body, the rationale of beautification, and its relationship with media discourses are imbricated. A case study was undertaken in a semi-structured interview approaching issues about the body, beau-tification, and the media. The interviewee is a 32 yrs old mother, her daughter is 9 yrs old who started in walkways at age of two and half years old. The results showed that implications from media discourses set values, acting as belvederes of a body ideal to be met, favoring the set up of precocious "adulthood", in addition to contributing to raising a consumerist child in a spec-tacularized society. It becomes necessary to reflect on childhood in current days, particularly on girls, and in what ways it has been incited to produce their bodies in view of marketing precepts of beautification.Este trabalho tem como objetivo analisar as concepções de uma mãe sobre a participação de sua filha nos concursos de beleza infantil, com vistas a compreender como estão imbricadas as percepções sobre o corpo feminino, as lógicas de embelezamento e a sua relação com os discursos midiáticos. Realizou-se um estudo de caso com entrevista de roteiro semiestruturado, abordando questões sobre corpo, embelezamento e mídia. A entrevistada tem 32 anos e sua filha tem 9, a qual ingressou nas passarelas com 2 anos e meio. Os resultados apontaram que as implicações dos discursos midiáticos estabelecem valores, agindo como mirantes de um ideal corporal a ser atendido, favorecendo a constituição da "adultalização" precoce, além de contribuir para a formação de criança consumidora em uma sociedade espe-tacularizada. Faz-se necessário refletir sobre a infância na contemporaneidade, principalmente de meninas, e de que forma ela tem sido instigada a produzir seus corpos diante dos preceitos mercadológicos de embelezamento.Este trabajo tiene como objetivo analizar las concepciones de una madre sobre la participación de su hija en los concursos de belleza infantil, con vistas a comprender cómo están relacionadas las percepciones sobre el cuerpo femenino, las lógicas de embellecimiento y su relación con los discursos mediáticos. Se realizó un estudio de caso con entrevista de guión semiestructurado, abordando cuestiones sobre cuerpo, embellecimiento y medios. La entrevistada tiene 32 años, su hija 9 que empezó en las pasarelas con 2 años y medio. Los resultados apuntaron que las implicaciones de los discursos mediáticos establecen valores, actuando como miradores de un ideal corporal a ser atendido, favoreciendo la constitución de la "adultización" precoz, además de contribuir para la formación de niños consumidores en una sociedad espectacularizada. Se torna necesario reflexionar sobre la infancia en la contemporaneidad, principalmente de niñas, y de qué forma ella ha sido instigada a producir sus cuerpos delante de los preceptos mercadológicos de embellecimiento
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