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    Where fragments of Africa intersect: the traffic of africans and theport of Salvador in the XVIII century

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    Salvador foi o segundo maior porto das Américas em volume de escravizados desembarcados durante o tráfico transatlântico de africanos. Este artigo pretende analisar como este porto se organizava de modo a estruturar o comércio negreiro, atendendo a logística das armações, a construção e a manutenção dos navios, bem como a oferta de mão de obra especializada para astripulações formadas, sobretudo, por africanos escravizados e libertos.Salvador was the second largest port in the Americas in terms of the volume of enslaved disembarkation during the transatlantic slave trade Africans. This article intends to analyze how this port was organized in order to structure the slave trade, complying with the logistics, construction and maintenance of vessels, as well as the offer of specialized labor for the crews formed, above all, by enslaved and freed Africans

    Na teia da escravidão trabalho e resistência no Recôncavo baiano na primeira metade do século XVIII

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    No Engenho do Conde, no Recôncavo baiano, cerca 66 escravos, entreeles Domingos Benguela, André Arda, o barqueiro Salvador e ocarpinteiro Paulo crioulo, assassinaram o Capitão João Dorneles em plenasafra de cana-de-açúcar no início de 1718. Foram todos presos na cadeiada Vila de São Francisco, enquanto os jesuítas, administradores doengenho, tentavam desesperadamente a soltura dos cativos, que faziam“grande falta ao dito Engenho”. Anos depois, João Dias, Nicácia e Terezapardos, e Perpétua mestiça foram acusados de assassinarem com umtiro de espingarda o seu ex-senhor José Pereira Sodré. Estas e outrashistórias de conflitos e embates envolvendo escravizados foramencontradas nos livros de Alvarás e Provisões do Tribunal da Relação daBahia. Este trabalho visa perceber a ações de resistência e amovimentação dos cativos no Recôncavo baiano na primeira metade doséculo XVIII, bem como analisar as medidas tomadas pelas autoridadescoloniais no controle e vigilância da farta população escrava existente naBahia. Nesse sentido, foram pesquisados os livros do Tribunal da Relação, onde os alvarás e provisões reais referentes aos processos dotribunal eram registrados, relacionando-os com as Ordenações Filipinas,as ordens e provisões régias. Deste modo, pretendo apresentar comoalguns escravizados construíram suas estratégias de resistência noRecôncavo baiano setecentista

    SOB O VÉU ISLÂMICO – A DISPERSÃO DE ENUNCIADOS SOBRE A ESCOLHA DO USO DO HIJAB

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    Neste artigo, analisamos excertos de relatos de duas brasileiras convertidas ao islã optantes do uso do hijab. A partir da noção de discurso e do método arqueológico de Michel Foucault, objetivamos apresentar análises possíveis dos sentidos atribuídos ao uso do véu islâmico como escolha da mulher. Trata-se de uma pesquisa transdisciplinar que se insere no campo da Linguística Aplicada e aborda brevemente as discussões sobre a multiplicidade do islã, o orientalismo na perspectiva saidiana e os sentidos atribuídos ao uso do véu. Conclui-se que tais relatos colocam em circulação sentidos divergentes dos enunciados dominantes no mundo ocidental que conectam o uso do véu muçulmano à submissão feminina

    Repensando a Abolição: uma entrevista com Walter Fraga Filho

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    Walter Fraga Filho é doutor em História Social pela Universidade Estadual de   Campinas   e   professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Publicou, entre outros, Mendigos, Moleques e Vadios na Bahia do Século XIX (São Paulo, HUCITEC, Edufba, 1996) e Encruzilhadas da Liberdade: histórias de escravos e libertos na Bahia (1870-1910) (São Paulo, Editora da Unicamp, 2006), resultados de sua dissertação de mestrado e de sua tese de doutorado, respectivamente. Com Wlamyra Ribeiro de Albuquerque, publicou Uma história do negro no Brasil (Salvador, Fundação Palmares, 2006), vencedor do prêmio nacional instituído pela Fundação Palmares para materiais didáticos voltados para a implementação do ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira no Ensino Básico. Sua produção acadêmica é voltada para o período do final do Império e do começo da República na Bahia, especialmente o pós-abolição, com ênfase nos temas da pobreza e nas vidas de ex-escravos. Entrevista concedida por correio eletrônico a Daniele Santos de Souza em junho de 2008, a partir de roteiro elaborado por Daniele Santos de Souza e Fábio Baqueiro Figueiredo

    Transversalidade de gênero e mulheres na política de Assistência Social: uma análise documental

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    The themes gender and women are cross-cutting in Social Assistance Policy is the object of attention from that article. Qualitative data were produced by a documentary analysis of regulatory frameworks of the Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Two categories emerged from the analysis: “gender and women’s tessitura in the documents” and “an interface of rights violations with a social assistance policy”. Gender appears coupled to equal rights, respect for diversity and combating discrimination. Women appear as target audience of social assistance, by experiencing situations of vulnerability or violation of rights and violence. There is still an incipient and uncritical approach to this issue in official documents reflecting the risk of maintaining traditional gender roles. It is evident the importance of discussion of gender for the understanding of the processes of exclusion and discrimination of the target audience of SUAS.Objetivou-se compreender como as mulheres e gênero são descritos e articulados nos documentos oficiais da política de Assistência Social brasileira. Foi realizada uma análise documental dos marcos regulatórios do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Duas categorias emergiram da análise: “tessituras sobre gênero e mulheres nos documentos” e “violações de direitos e a política de assistência social”. Gênero aparece atrelado à igualdade de direitos, respeito à diversidade e combate às discriminações. Mulheres são descritas como público alvo da assistência social, por vivenciar situações de vulnerabilidade ou violação de direitos. Visualiza-se uma abordagem ainda incipiente e pouco crítica desse tema nos documentos oficiais refletindo o risco de manutenção dos papéis tradicionais de gênero. E evidencia-se a importância da discussão de gênero para a compreensão dos processos de exclusão e discriminação do público alvo do SUAS

    Da hospitalidade à intolerância ao migrante árabe: construções discursivas sobre um mesmo Brasil

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    Este artigo propõe analisar a reportagem “Cariocas fazem ‘esfihaço’ para apoiar refugiado sírio agredido em Copacabana”, veiculada em 12 de agosto de 2017, pelo portal G1, que alude à acolhida e à intolerância a um refugiado sírio no Brasil. Entende-se que tal reportagem apresenta um mesmo Brasil construído discursivamente de modos diferentes: o país da hospitalidade e o país da intolerância. A análise é amparada em conceitos como orientalismo (SAID, 2016) e migração (árabe) (OLIVEIRA, 2002; SEYFERTH, 2002; 2008; BRANDÃO, 2007; PINTO, 2010; 2014; FARAH, 2014; HAESBAERT, 2014; ZOLIN-VESZ, 2015; 2016a; 2016b; BAUMAN, 2017). Conclui-se que é no embate entre a hospitalidade e a intolerância, em constante tentativa de uma se firmar diante da outra como mais verdadeira, que a reportagem parece contribuir para a compreensão do Brasil contemporâneo
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