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    Entre silêncios e ruídos: a Anistia na Assembleia Constituinte de 1987/88

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    This text aims at analyzing the debates on amnesty and the uses of past in the Brazilian Constituent Assembly (1987/88) set up after the Military Dictatorship (1964-1985). The debates have elucidated that the past was negotiated, reinterpreted and propagated during a process of political transition which sought to lead the country out of a discretionary regime and into a consolidation of a democratic era. Between the remembrance and the forgetfulness – by means of constant negotiations around amnesty –, the game stands forward and the political strategy to men who were involved in the rise of a new regime in the country. Hence, the dictatorial past was negotiated as from political and memorial clashes established during the context of transition which culminated in the plenary of the Constituent Assembly. By the debates risen over amnesty as well as the analysis of the Journals, Annals, magazines and memorialistic works of the Constituent Assembly the magazines and memorialistic, this text is highly committed, therefore, to assess the strategies, the negotiations and, also, the interpretation about the past in this period. In addition, this work is concerned with investigating the uses of the past in the matter of the political clashes, silences and noises which together have left their marks, scars and unsolved questions. Otherwise stated, this work can be taken as a complex interlocution settled down between the memory and history realms.Este texto tem por objetivo analisar os debates acerca da anistia e os usos do passado na Assembleia Constituinte de 1987/88. A partir de tais debates podemos perceber como o passado foi posto em negociação, reinterpretado e difundido em meio a um processo de transição política que visava à passagem de um regime discricionário para a consolidação de um regime democrático. Por meio das negociações em torno da anistia o jogo entre a lembrança e o esquecimento aparece como estratégia política para aqueles homens envolvidos na construção de um novo regime político no país. Dessa forma, o passado ditatorial foi negociado a partir dos embates políticos e embates de memória que foram travados no contexto da transição e culminaram no plenário da Constituinte. Dentro desse quadro, a partir dos diários e anais das Assembleia Constituinte, bem como de periódicos e obras memorialísticas, pretende-se avaliar, por intermédio dos debates acerca da anistia, as estratégias e negociações em torno do passado, e de sua interpretação, no período. Assim, analisamos os usos do passado: os embates políticos, os silêncios e ruídos que deixaram marcas, cicatrizes e questões que ainda hoje aguardam respostas. Interlocução complexa que se situa entre o terreno da memória e da história

    1930: Entre a memória e a história

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    This essay seeks to analyse two historiographic books on 1930. The first is Barbosa Lima Sobrinho's The truth on the Revolution of October, 24th 1930 and the other is Boris Fausto's 1930: history and historiography. Both narratives create differents patterns of historical explication, so they keep a rich dialogue between memory and history as ways of historical conscience.Este ensaio procura realizar uma análise da produção historiográfica sobre 1930 com base na leitura de dois livros clássicos: A Revolução de 1930: historiografia e história de Boris Fausto e, A verdade sobre a revolução de 24 de outubro de 1930 de Barbosa Lima Sobrinho. As duas narrativas elaboram distintos modelos de explicação histórica, permitindo um rico diálogo entre memória e história como formas de produção da consciência histórica

    História e memória em Goiás no século XIX: uma consciência da mágoa e da esperança

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    Este artigo propõe identificar um modelo explicativo para a escrita da história de Goiás no século XIX. Este modelo implicava numa relação ambîgua em relação ao passado, revelando uma consciência histórica marcada pelo reforço do vínculo com a nação, pela negativação do período colonial e pela adoção de um critério moral para julgar o passado. Ao dialogar intensamente com a memória regional quase ao ponto de fundir-se com ela, a escrita da história de Goiás conclamava o Estado a participar da construção, não da Nação, já esboçada nos escritos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), mas da região, na esperança de reconstruir os seus vínculos identitários

    Sertão Planaltino na perspectiva dos lugares, nomes e acontecimentos em um tempo marcado pela presença da nova capital.

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    A história e a memória da construção de Brasília podem ser percebidas de mirantes e tempos diversos. A visão triunfante da obra do presidente Juscelino Kubitschek, na década de 1950, mitigou a visibilidade do sertão planaltino, e de seus habitantes, que em um tempo longo aguardaram a anunciada mudança, antevista ainda no século XIX.  A longa trajetória do mudancismo acompanha o deslocamento de paulistas e boiadeiros em torno de terras e águas de três municípios goianos, Formosa, Planaltina e Luziânia que futuramente foram incorporadas ao Distrito Federal. A mudança da capital para Brasília provocou a supressão da identidade de uma população que permanece à margem da moderna capital incrustrada no sertão goiano
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