7 research outputs found
The newly described Araguaian river dolphins, Inia araguaiaensis (Cetartiodactyla, Iniidae), produce a diverse repertoire of acoustic signals
This work was funded by the Rufford Foundation and Cetacean Society International. Gabriel Melo-Santos received a scholarship from the CAPES Foundation from the Brazilian Ministry of Education. Funding was also contributed by the Swarovski Foundation.The recent discovery of the Araguaian river dolphin (Inia araguaiaensis) highlights how little we know about the diversity and biology of river dolphins. In this study, we described the acoustic repertoire of this newly discovered species in concert with their behaviour. We analysed frequency contours of 727 signals (sampled at 10 ms temporal resolution). These contours were analyzed using an adaptive resonance theory neural network combined with dynamic time-warping (ARTwarp). Using a critical similarity value of 96%, frequency contours were categorized into 237 sound-types. The most common types were emitted when calves were present suggesting a key role in mother-calf communication. Our findings show that the acoustic repertoire of river dolphins is far from simple. Furthermore, the calls described here are similar in acoustic structure to those produced by social delphinids, such as orcas and pilot whales. Uncovering the context in which these signals are produced may help understand the social structure of this species and contribute to our understanding of the evolution of acoustic communication in whales.Publisher PDFPeer reviewe
Ethnozoological Knowledge Students Public Schools About the Aquatic mammals que occur in the Amazon
Aquatic mammals are important functional elements of their ecosystem. Conservation actions would not be efficient with lack of information concerning the ecology and biology of those species as well as the perceptions that local communities have about those animals. Interactions of aquatic mammals with human populations happen mainly by fishnets accidents, straining, or the symbolic, mystical-religious values they possess, which may lead to both positive and negative human perceptions. Many studies on the perception of cetaceans (river dolphins and whales) and sirenians (manatees) were carried out using fisherman as the main interlocutor, but few have reported what children and young school age teenagers know about those animals and how they interact. The aim of this dissertation was to investigate school children’s ethnozoological knowledge on aquatic mammals in different locations of the State of Pará, in the Amazon Region of Brazil, recording the main interactions between them and free-ranging river dolphins, whales, and manatees (N=15). Thus, we used quantitative and qualitative methods in ethnozoology to analyze essays (N=374), interviews, questionnaires, and topographic plates (N=241). The subjects of this investigation were students from public fundamental schools II of Abaetetuba region and Mocajuba, in the Lower Tocantins River, Marajo Island, Santarém (Tapajós River), and Belem Metropolitan Region. Our results show that there was a prevalence of positive statements concerning to the pink-river dolphin (Inia sp.) (66%, N=89) compared to those related to dolphins Sotalia sp. (22%, N = 29), manatees (7%, N = 9) and whales (7%, N = 5%). Feelings of indifference (30%) along with fear (32%) were the most frequent in the voices of the students. Students had previous ethnozoological knowledge on morphology, diversity, legends, behavior, and threatening to aquatic mammal survival. In places where the living is largely based on fishery resources, young people tend to confirm details and part of the knowledge derived from both the family and the television midia. Because of the boto legend reported by the students in the regions surveyed we were able to identify variations related to social contexts and several behaviors, depending on the presence or absence of river dolphins in the regions. Despite great part of the subjects being part of an area considered to be urban, the belief on the boto legend is vastly disseminated, concurring for the myth to be held in the Amazonian imaginary, demonstrating that oral tradition is still strong in urban populations. Interactions between river dolphins and young/children close to rivers and fairs of Santarém and Mocajuba revealed that the most evident behaviors are those involving feeding river dolphins with fishes, and the playful behavior of a group of young school children that swim with pink-river dolphin in the rivers of the region. We found that although the aquatic mammals that occur in the Amazon may be poorly known from the biological point of view or even feared by part of the students, they could accepted by the students and may be taken into account in conservation programs by means of popular and scientific knowledge articulation. Those programs must guarantee the maintenance of local knowledge along with the species and their ecosystem maintenance. A greater perception of the public on the importance of biological diversity maintenance and environmental conservation may assist on the dissemination of information about aquatic mammals, contributing to a gradual deconstruction of negative values about them. This research provides a background to carry out efficient projects of awareness and information for future studies about aquatic mammals in the Amazon.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoOs mamíferos aquáticos são elementos funcionais importantes dos ecossistemas dos quais fazem parte. Ações visando à conservação das espécies não seriam eficientes sem informações acerca da ecologia e biologia, bem como as percepções que as comunidades locais possuem sobre essas espécies. As interações com as populações humanas ocorrem principalmente através de emalhes acidentais durante a pesca, eventos de encalhes ou pelo valor simbólico e mágico-religioso que estes animais representam, e desta forma estas interações podem resultar em percepções positivas ou negativas. Muitos estudos sobre a percepção dos cetáceos (botos e baleias) e sirênios (peixes-boi) foram conduzidos utilizando-se como principais interlocutores os pescadores, mas poucos relatam o que as crianças e jovens em idade escolar conhecem sobre estes animais e como se relacionam com estes. O objetivo desta tese foi investigar quais os conhecimentos etnozoológicos sobre os mamíferos aquáticos entre o público discente em diferentes locais do estado do Pará, na região amazônica e registrar as principais interações entre crianças e jovens com as espécies (botos, baleias e peixes-boi) em vida livre (N=15). Utilizamos para isso métodos quantitativos e qualitativos no campo da etnozoologia entre redações (N=374), entrevistas, questionários e pranchas topográficas (N=241). Os sujeitos da investigação são estudantes de escolas públicas do ensino fundamental II sediadas na região de Abaetetuba e Mocajuba no Baixo rio Tocantins, Ilha de Marajó, Santarém (Rio Tapajós) e região metropolitana de Belém. Os resultados demonstram uma prevalência de respostas afirmativas para o conhecimento das lendas relacionadas aos botos-vermelhos (Inia sp.) (66%, N=89) quando comparadas àquelas referentes aos botos Sotalia sp. (22%, N= 29), peixes-boi (7%, N=9) e baleias (7%, N= 5%). Vale ressaltar que sentimentos de indiferença (30%) juntamente com o medo (32%) foram os mais frequentes nas falas dos discentes. Os alunos possuem conhecimentos prévios etnozoológicos sobre características morfológicas, diversidade, lendas, comportamentos e ameaças à sobrevivência dos mamíferos aquáticos. Em locais onde se vive essencialmente dos recursos pesqueiros os jovens tendem a confirmar tais detalhes e parte dos saberes advém principalmente dos familiares e da mídia televisa. Através da lenda do Boto narrada pelos estudantes nas várias regiões pesquisadas pudemos identificar as variações das narrativas de acordo com os contextos sociais e comportamentos diversos dependendo da presença ou ausência de botos nas regiões pesquisadas. Apesar de uma parcela da amostra fazer parte de área considerada urbana, a crença na lenda do Boto é vastamente difundida, desta forma contribui para que o mito se mantenha vivo no imaginário popular amazônico e comprova que a tradição oral ainda se mantém presente na população urbana. As interações entre os botos e jovens e crianças nos rios próximos às feiras de Santarém e Mocajuba demonstram que os comportamentos mais evidentes são aqueles que envolvem alimentação induzida por parte dos meninos aos cetáceos e comportamento lúdico envolvendo grupo de jovens que nadam com botos-vermelhos nos rios. Percebemos que embora os mamíferos aquáticos que ocorrem na Amazônia sejam pouco conhecidos do ponto de vista biológico ou mesmo temidos por uma parte do público discente, poderão ser bem aceitos pelos estudantes através da articulação entre os saberes populares e científicos em programas conservacionistas. Estes programas devem garantir a manutenção do conhecimento local aliado à manutenção das espécies e do ecossistema do qual fazem parte. O público sensibilizado quanto à importância da manutenção da diversidade biológica e conservação ambiental pode auxiliar na divulgação das informações sobre os mamíferos aquáticos e dessa forma contribuir para a desconstrução gradativa dos valores negativos que permeiam este grupo de animais. Esta pesquisa fornece subsídios para realização de um projeto eficiente de iniciativas de sensibilização e informação para futuros estudos sobre este tema em outros locais de ocorrência de mamíferos aquáticos
O boto na verbalização de estudantes ribeirinhos: uma visão etnobiológica
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorO presente estudo apresenta uma investigação sobre o conhecimento de estudantes ribeirinhos acerca dos botos, em duas instituições formais de ensino de duas diferentes regiões insulares do Estado do Pará. Uma dessas escolas se localiza no município de Soure, na Ilha do Marajó e a outra, no rio Sapucajuba em Abaetetuba. Fizeram parte da pesquisa 80 estudantes, todos, filhos de pescadores, com idades entre 11 e 14 anos. As escolas localizam-se em duas regiões do Estado do Pará, uma delas localizada no município de Soure, na Ilha de Marajó e a outra, no rio Sapucajuba em Abaetetuba. A pesquisa foi realizada em duas fases distintas e complementares: (1) utilização de estórias sobre o boto relatadas em formato de redações elaboradas por alunos da 53 e 63 séries e (2) aplicação de questionários. Sobre a importância dos animais do seu convívio, os peixes foram mais mencionados na opinião dos jovens de Soure (26%) e aves para os alunos de Sapucajuba (51%). O boto aparece logo atrás na escala de importância para a amostra de Soure (24%). Em se tratando de animais prejudiciais, as cobras lideram o ranking entre alunos do Sapucajuba (57%) e peixes com ferrões somam 52% segundo os jovens de Soure. Sobre os botos, meninos e meninas responderam que os vêem, geralmente, em localidades como praias, rios e igarapés. O sentimento "medo" em relação ao boto ocorreu 70% nas respostas dos alunos de Sapucajuba e 41 % entre alunos de Soure evidenciando o papel por ele exercido no imaginário dos ribeirinhos, em parte pela repercussão negativa da lenda entre os amazônidas. Quanto às etnoespécies, a citação do boto preto apareceu mais vezes entre alunos de Sapucajuba (32%), enquanto que, em Soure, os mais citados foram os botos malhado e rosa (37%). Mesmo com um percentual elevado de respostas que designam sentimentos negativos sobre o boto, 57% da amostra de Soure e 82% de Sapucajuba, acreditam na chance de conservá-los, usando como justificativa o fato desses animais fazerem parte da natureza. As análises das redações comprovaram que o conhecimento adquirido pelos alunos é conciso e coerente com a literatura científica quanto ao comportamento ecológico dos botos. Alusões a lendas foram freqüentes nas verbalizações da população pesquisada. Esses dados podem fornecer subsídios para pesquisas científicas objetivando o desenvolvimento da percepção ambiental das comunidades envolvidas, além de mitigarem possíveis ameaças à conservação dos cetáceos
Establishment and Characterization of a Primary Fibroblast Cell Culture from the Amazonian Manatee (<i>Trichechus inunguis</i>)
The vulnerable status of the Amazon manatee, Trichechus inunguis, indicates the need to seek measures to guarantee its conservation. In this context, the cultivation of cells in vitro is a strategy that should at least guarantee the preservation of their genetic material. Thus, we established for the first time a primary culture of Amazonian manatee fibroblasts (TINsf) from a skin biopsy of a young male. Karyotypic analysis of the 3rd, 7th, and 12th passages confirmed the taxonomic identity of the species T. inunguis (2n = 56/NF = 92) and indicated that this culture presents genomic stability. Gene and protein expression of vimentin at the 13th passage show the predominant presence of fibroblasts in TINsf. To test the cell line’s responsiveness to materials and demonstrate a possible application of this culture, it was exposed to andiroba seed oil (ASO), and its viability and proliferative capacity were evaluated. ASO demonstrated toxic effects at the highest concentrations and longest exposure times tested, reproducing results observed in human cultures, indicating the applicability of TINsf in toxicological and biotechnological studies. After cryopreservation, the TINsf line maintained its proliferative potential, indicating the establishment of a new culture available for future studies
Ancestral chromosomal signatures of Paenungulata (Afroteria) reveal the karyotype of Amazonian manatee (Trichechus inunguis, Sirenia: Trichechidae) as the oldest among American manatees.
BACKGROUND: Chromosomal painting in manatees has clarified questions about the rapid evolution of sirenians within the Paenungulata clade. Further cytogenetic studies in Afrotherian species may provide information about their evolutionary dynamics, revealing important insights into the ancestral karyotype in the clade representatives. The karyotype of Trichechus inunguis (TIN, Amazonian manatee) was investigated by chromosome painting, using probes from Trichechus manatus latirostris (TML, Florida manatee) to analyze the homeologies between these sirenians. RESULTS: A high similarity was found between these species, with 31 homologous segments in TIN, nineteen of which are whole autosomes, besides the X and Y sex chromosomes. Four chromosomes from TML (4, 6, 8, and 9) resulted in two hybridization signals, totaling eight acrocentrics in the TIN karyotype. This study confirmed in TIN the chromosomal associations of Homo sapiens (HSA) shared in Afrotheria, such as the 5/21 synteny, and in the Paenungulata clade with the syntenies HSA 2/3, 8/22, and 18/19, in addition to the absence of HSA 4/8 common in eutherian ancestral karyotype (EAK). CONCLUSIONS: TIN shares more conserved chromosomal signals with the Paenungulata Ancestral Karyotype (APK, 2n = 58) than Procavia capensis (Hyracoidea), Loxodonta africana (Proboscidea) and TML (Sirenia), where TML presents less conserved signals with APK, demonstrating that its karyotype is the most derived among the representatives of Paenungulata. The chromosomal changes that evolved from APK to the T. manatus and T. inunguis karyotypes (7 and 4 changes, respectively) are more substantial within the Trichechus genus compared to other paenungulates. Among these species, T. inunguis presents conserved traits of APK in the American manatee genus. Consequently, the karyotype of T. manatus is more derived than that of T. inunguis