15 research outputs found

    Múltiplos modos de afirmar E negar: Uma refutação da leitura eleata de espinosa pela via dos modos de perceber

    Get PDF
    A estrutura argumentativa deste artigo pode ser resumida no seguinte raciocínio: 1) Espinosa foi recorrentemente acusado de eleatismo; 2) há ruptura com o eleatismo quando se admite a multivocidade dos operadores lógicos “é” e “não é”; como se vê, por exemplo, 2.1) na discussão que introduz os Grandes Gêneros no So sta de Platão, e 2.2) em certo uso que Aristóteles faz da doutrina das categorias para exibilizar a versão parmenídica do Princípio de Não-Contradição. 3) Espinosa admite a multivocidade do “é” e do “não-é”. Logo, Espinosa não deve ser colocado entre os eleatas mas sim na irmandade dos suspeitos do chamado parricídio contra Parmênides. Este raciocínio, quase um truísmo, permitirá, não obstante, duas apreciações interessantes: uma acerca de como certa tradição interpretativa da loso a de Espinosa colocou mal o problema da relação da ontologia espinosana com os princípios lógicos; outra acerca do tipo de lógica subjacente à teoria dos modos de percepção ou gêneros de conhecimento

    História e Estrutura: Considerações sobre o Fazer Filosófico a partir de Alguns Modernos

    Get PDF
    The guiding line of this article is the programmatic opposition for the philosophical method of "structural reading": namely, the interiority of structure, on the one hand, and the alleged exteriority of historical causes, on the other, with regard to interpreting philosophical systems. The characterization of this method of reading will begin with an analysis of a famous article by V. Goldschmidt, firstly by presenting the notion of historical time (I.1); then, the notion of logical time (I.2); finally, following M. Guéroult, I will consider the notion of an “architectonic” (I.3). Secondly, I will delineate a first critique of the structural method, a critique grounded on a “self-critique” made public by O. Porchat (II). Finally, this article ends by exploring a second critique, inspired in Spinoza, a critique which simultaneously reveals some of the logical and metaphysical presuppositions of such method and also makes room for thinking a reintegration of history and structure (III).O fio condutor que o presente artigo segue é a oposição, programática para o método de leitura estrutural, entre a interioridade da estrutura e a suposta exterioridade das causas históricas na interpretação dos sistemas filosóficos. Principiando pela caracterização desse método, começa-se pelo comentário ao artigo de V. Goldschmidt “Tempo Histórico e Tempo Lógico na Interpretação dos Sistemas filosóficos”. Tomando esse texto por base, parte-se da oposição feita por Goldschmidt entre história e estrutura, (I.1) primeiramente apresentando a noção goldschmidtiana de tempo histórico; em seguida (I.2), passa-se à noção de tempo lógico; por fim, por meio da contribuição de um texto de Martial Guéroult, (I.3) são tecidas algumas considerações sobre a noção de arquitetônica. Num segundo movimento (II), passa-se a apresentar uma primeira crítica ao método estruturalista através de uma “autocrítica” feita por O. Porchat, um dos primeiros entusiastas e implementadores desse método no Brasil. Finalmente, à guisa de conclusão (III), a exposição encerra-se sugerindo uma outra crítica, inspirada em Espinosa, que simultaneamente revela alguns dos pressupostos lógicos e metafísicos do método estruturalista e abre campo para que se possa pensar uma reintegração entre história e estrutura

    Intellectus Fabrica

    Get PDF

    A Gênese Textual Da Doutrina Da Educação Das Crianças No Tratado Da Emenda Do Intelecto De Espinosa

    Get PDF
    Meu objetivo no presente artigo é analisar o movimento argumentativo pelo qual Espinosa introduz, no proêmio do Tratado da Emenda do Intelecto, a expressão “Doctrina de puerorum Educatione”. Embora não se trate de um conceito direta e detidamente desenvolvido por Espinosa, estimo ser possível reconstruir, com base na referida análise, a função de tal doutrina no interior do programa filosófico que aí se delineia. Através dessa reconstrução, pretendo defender que uma doutrina espinosana da educação das crianças deve necessariamente pautar-se pelo “princípio do acompanhamento do erro”, de modo a exprimir, também no âmbito da pedagogia, o caráter radicalmente imanentista do sistema de Espinosa.5152-110FilosofiaEducaçãoÉtic

    A Ira, o Trovão e o Círculo: Aspectos aristotélicos da definição explicativa da essência no De Emendatione de Espinosa

    Get PDF
    O objetivo do presente artigo é reconstruir alguns dos nexos históricos e conceituais que ligam a teoria aristotélica da definição triádica às teorias modernas da definição genética, especialmente àquela desenvolvida por Espinosa no Tractatus de Intellectus Emendatione (sendo esta última obra entendida como um tratado seiscentista de "lógica material" e de "medicina da mente"). Para tanto, também será indicada a importância de pelo menos um ponto da interpretação de Zabarella acerca das relações entre definição e demonstração no aristotelismo. Procuraremos, com isso, defender que, apesar de críticos da lógica aristotélica, muitos dos modernos, como Espinosa e Hobbes, dependeram dessa mesma lógica na elaboração de suas teorias alternativas. Por fim, mencionaremos um aspecto relevante desse debate lógico-epistemológico para a ética espinosana. Assim, o texto terá 5 partes: (I) uma introdução sobre os desafios de uma aproximação entre o De Emendatione e o Organon e sobre o sentido em que o tratado de Espinosa pode ser considerado uma lógica; (II) um movimento que vai de Tópicos VI, 13 a Analíticos Posteriores II 8-10, tratando da estrutura do definiens da definição triádica aristotélica; (III) um movimento que vai de Analíticos Posteriores II 8-10 ao De Conversione de Zabarella, tratando das relações entre definição e demonstração; (IV) um movimento que vai do De Conversione ao De Emendatione de Espinosa, passando pela questão seiscentista da certeza das matemáticas; e finalmente (V) uma conclusão sobre a relevância ética da teoria da definição em Espinosa. Abstract:The present paper's goal is reconstruct some of the historical and conceptual links which connect Aristotle's theory of the triadic definition to the modern theory of the genetic definition specially the one developed by Spinoza in the Tractatus de Intellectus Emendatione (this last work being understood as a 17th century's treatise on "material logic" and "Medicina Mentis"). To achieve this goal, the importance of at least one point of Zabalella's interpretation concerning the relationship between definitions and demonstrations within aristotelianism will be indicated. We will try to argue that, despite being critic of aristotelian logic, many moderns such as Spinoza and Hobbes depend on this very logic to elaborate their own alternatives. Towards the end we will mention one relevant aspect this logic-epistemological debate with respect to Spinoza's Ethics. The text will be thus divided into 5 parts: (I) an introduction about the challenges facing an approximation between the De Emendatione and the Organon; (II) a movement from Topics VI, 13 to Posterior Analytics II, 8-10; (III) a movement from Posterior Analytics II, 8- 10 to De Conversione of Zabarella; (IV) a movement from De Conversione to De Emendatione of Spinoza, going through 17th century's question about mathematical certainty; and finally (V) concluding remarks on the ethical relevance of Spinoza's theory of definition. Recebido em 08/20103Aprovado em 09/201

    MULTIPLE WAYS TO AFFIRM AND DENY: A REFUTATION OF THE ELEATIC READING OF SPINOZA THROUGH HIS MODI PERCIPIENDI THEORY

    Get PDF
    A estrutura argumentativa deste artigo pode ser resumida no seguinte raciocínio: 1) Espinosa foi recorrentemente acusado de eleatismo; 2) há ruptura com o eleatismo quando se admite a multivocidade dos operadores lógicos “é” e “não é”; como se vê, por exemplo, 2.1) na discussão que introduz os Grandes Gêneros no Sofista de Platão, e 2.2) em certo uso que Aristóteles faz da doutrina das categorias para flexibilizar a versão parmenídica do Princípio de Não-Contradição. 3) Espinosa admite a multivocidade do “é” e do “não-é”. Logo, Espinosa não deve ser colocado entre os eleatas mas sim na irmandade dos suspeitos do chamado parricídio contra Parmênides. Este raciocínio, quase um truísmo, permitirá, não obstante, duas apreciações interessantes: uma acerca de como certa tradição interpretativa da filosofia de Espinosa colocou mal o problema da relação da ontologia espinosana com os princípios lógicos; outra acerca do tipo de lógica subjacente à teoria dos modos de percepção ou gêneros de conhecimento. The argumentative structure of this article can be summarized as follows: 1) Spinoza was repeatedly accused of eleaticism; 2) there is a rupture with the eleaticism when one admits the ‘multivocity’ of the logical operators “is” and “is not”; as can be seen, for example, 2.1) in the discussion introducing the Great Genera in Plato’s Sophist, and 2.2) in a certain use made by Aristotle of the category’s doctrine in order to soften the Parmenidean version of the Principle of Non-Contradiction. 3) Spinoza admits the ‘multivocity’ of “is” and “is not”. Hence, Spinoza should not be placed among the Eleatics but inside the brotherhood of the suspects of the so-called parricide against Parmenides. This reasoning, which almost sounds as a truism, will, however, suggest two interesting further considerations: one on how an important tradition of interpretation of Spinoza has misplaced the problem of the relationship of Spinoza’s ontology with the logical principles; and another on the type of logic that is implied by the theory of modes of perception or kinds of knowledge

    Notas Sobre os Instrumentos Científicos em Galileu

    Get PDF
    In the first part of this paper, we try to characterize the concept of instrumentalism analyzing the astronomical, political and theological problems that led to the contraposition of such epistemological program ”” that reduces science to the work of "saving appearances" ”” to the conception of science that culminated with the Scientific Revolution of the sixteenth and seventeenth centuries. In the second part, we show that there is a certain conception of mathematical knowledge that aligns with instrumentalism, but that there is also another conception, supported by Galileo, that considers mathematics as an expression of structural relations constitutive of physical reality itself. In the third part, we defend that, against the idea of ”‹”‹instrument contained in the instrumentalist program, Galileo understands his scientific instruments as theories in concrete and operant state. To demonstrate such interpretation, we have examined Galileo's positions on the use of some of the scientific instruments he has made, namely, the military-geometric compass, the hydrostatic scale, and the telescope.Na primeira parte deste artigo, procuramos caracterizar o conceito de instrumentalismo a partir dos problemas astronômicos, políticos e teológicos que levaram à contraposição desse programa epistemológico ”” que limita a ciência ao trabalho de “salvar as aparências” ”” à concepção de ciência que culminou com a Revolução científica dos séculos XVI e XVII. Na segunda parte, mostramos que há certa concepção do conhecimento matemático que se alinha com o instrumentalismo, mas que também há uma outra concepção, sustentada por Galileu, que considera a matemática como expressão de relações estruturais constitutivas da própria realidade física. Na terceira parte, defendemos que, contra a ideia de instrumento contida no programa instrumentalista, Galileu entende seus instrumentos científicos com teorias em estado concreto e operante. Para demonstrar isso, examinamos algumas posições de Galileu sobre o uso de alguns instrumentos científicos que ele próprio confeccionou, a saber: o compasso geométrico militar, a balança hidrostática e o telescópio

    Há Abstração de Si na Origem de toda a Abstração na Filosofia de Espinosa?

    Get PDF
    Inserted in the historical context of the critique concerning the abstractions, Spinoza retakes the early modern tone of his own time and elaborate several warnings against abstraction itself. Nevertheless, the Spinozian critique shifts considerably from his contemporaries, whereas he also criticizes some of the philosophers that stand against the concept of abstractions. We believe, notwithstanding, that Spinoza’s distinctiveness occurs because he consider abstraction not only as some epistemic methodology, namely, the act of select, divide and disintegrate the objects of knowledge, neither the arbitrary foundation of principles for knowledge through the interference of Will in the Intellect, but rather as the productive mental force when it is not within itself, therefore, when the productive mental force isn’t what it should be as it naturally is; in other words:  when the mind has not the consciousness of its own making ”” it’s precisely this what we call self-abstraction. As if it were not enough, our article aims to approach this hypothesis and elaborate how exactly the concept of self-abstraction can help us comprehend some of the Spinozian thesis, so that we may focus on the rhetorical hypothesis that opens the Theological-Political Treatise.Inserido no contexto histórico de críticas à abstração, Espinosa retoma o tom de sua época e faz severas advertências contra as abstrações. Entretanto, a crítica espinosana se difere da de outros filósofos de sua época ”“ em alguns casos ele próprio chega a criticar alguns filósofos que se dizem contrários à abstração. Acreditamos que a distinção de Espinosa ocorre porque para ele a abstração não é apenas uma metodologia epistêmica (o ato de separar e fragmentar os objetos do conhecimento), nem é o estabelecimento arbitrário de princípios para conhecimento por meio da interferência da vontade no intelecto. Nossa hipótese é que para Espinosa a abstração ocorre quando a força mental produtiva não se encontra enquanto tal; em outros termos: quando a mente não tem consciência do seu próprio produzir ”” é precisamente isso o que chamamos de abstração de si. Nosso artigo visa abordar essa hipótese e apontar como o conceito de abstração de si pode auxiliar-nos na interpretação de algumas teses espinosanas, no caso deste artigo analisaremos a hipótese-retórica que abre o Tratado Teológico-Político

    A gênese textual da doutrina da educação das crianças no Tratado da Emenda do Intelecto de Espinosa

    No full text
    Meu objetivo no presente artigo é analisar o movimento argumentativo pelo qual Espinosa introduz, no proêmio do Tratado da Emenda do Intelecto, a expressão “Doctrina de puerorum Educatione”. Embora não se trate de um conceito direta e detidamente desenvolvido por Espinosa, estimo ser possível reconstruir, com base na referida análise, a função de tal doutrina no interior do programa filosófico que aí se delineia. Através dessa reconstrução, pretendo defender que uma doutrina espinosana da educação das crianças deve necessariamente pautar-se pelo “princípio do acompanhamento do erro”, de modo a exprimir, também no âmbito da pedagogia, o caráter radicalmente imanentista do sistema de Espinosa

    A TEORIA ESPINOSANA DE DEFINIÇÃO E A CRÍTICA À CONCEPÇÃO CARTESIANA DE EXTENSÃO

    No full text
    In this paper, I comment, in the last letters exchanged between Tschirnhaus and Spinoza, the criticism of the latter to Descartes ́s notion of extension, and the correlation of this criticism with the spinozistic theory of genetic definition. I propose that such a correlation express, in the physical and logical contexts, the spinozistic solution for the classical problem known as “problem of the One and the Many”, in the ontological context
    corecore