69 research outputs found

    Estratégia coletiva de enfrentamento dos riscos ocupacionais de uma equipe de enfermagem

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    OBJECTIVE To socialize an educational action through the process of group discussion and reflection, with the aim to increase the care of nursing workers in facing occupational risks. METHOD A qualitative descriptive study using the Convergent Care Research modality with nursing staff working in an emergency department of a hospital in the northwest region of the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Data collection was carried out through educational workshops and information was processed using content analysis, resulting in two thematic categories: A look at the knowledge and practices about occupational risks in nursing; and adherence to protective measures by the nursing team against occupational risks. RESULTS Twenty-four (24) workers participated in the study. When challenged to critically look at their actions, the subjects found that they relate the use of safety devices to situations in which they are aware of the patient's serological status. CONCLUSION Subjects’ interaction, involvement and co-responsibility in the health education process were determinant for their reflection on risky practices. They also had the potential to modify unsafe behaviors.OBJETIVO Socializar una acción educativa a través de un proceso de discusión y reflexión grupal, con el fin de ampliar el cuidado de los trabajadores de enfermería en relación a los riesgos ocupacionales. MÉTODO Estudio cualitativo, descriptivo en modalidad de Investigación Convergente Asistencial, con trabajadores del equipo de enfermería que actuaban en el servicio de urgencia de un hospital de la región noroeste del estado de Rio Grande del Sur. La recolección de datos se realizó a través de talleres educativos y el tratamiento de las informaciones por análisis de contenidos, lo que resultó en dos categorías temáticas: una mirada dirigida a los saberes y las prácticas relacionadas a riesgos ocupacionales y la adhesión a las medidas de protección por el equipo de enfermería para los riesgos ocupacionales. RESULTADOS El estudio incluyó 24 trabajadores a los que cuando se presentó el desafío de observar su críticamente sus acciones, constataron que relacionan el uso de los dispositivos de seguridad a las situaciones en que el status serológico de los pacientes es ya conocido. CONCLUSIÓN La interacción, el involucramiento y la corresponsabilidad de los sujetos en el proceso de educación en salud son determinantes para la reflexión sobre las practicas riesgosas y tienen potencial para modificar comportamientos insegurosOBJETIVO Socializar uma ação educativa, por meio de um processo de discussão e reflexão em grupo, com vistas a ampliar o cuidado dos trabalhadores de enfermagem frente aos riscos ocupacionais. MÉTODO Estudo qualitativo, descritivo na modalidade Pesquisa Convergente Assistencial, com trabalhadores da equipe de enfermagem que atuavam no pronto atendimento de um hospital da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada por meio de oficinas educativas, e o tratamento das informações, por análise de conteúdo, resultando em duas categorias temáticas: Um olhar direcionado a saberes e práticas sobre riscos ocupacionais na enfermagem e Adesão às medidas de proteção pela equipe de enfermagem frente aos riscos ocupacionais. RESULTADOS Integraram o estudo 24 trabalhadores. Ao serem desafiados a olhar criticamente sobre seu fazer, os sujeitos constataram que vinculam o uso dos dispositivos de segurança a situações em que conhecem o status sorológico do paciente. CONCLUSÃO A interação, o envolvimento e a corresponsabilização dos sujeitos no processo de educação em saúde foram determinantes para a reflexão das práticas de risco, bem como tiveram potencial para modificar comportamentos inseguros

    Pensamiento político : repercusión en la política socio sanitaria peruana.

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    El objetivo de este estudio es desarrollar un análisis crítico de lasprincipales conceptualizaciones epistémico-teóricas, y su repercusiónen el diseño e implementación de políticas sanitarias con visas degarantizar el desarrollo humano sostenible. Se utilizó el métododeductivo que permitió el análisis crítico de la política socio-sanitaria erepensar sobre futuras políticas. Para ello transitamos por elpensamiento de Hannah Arendt, Antonio Gramsci y Norberto Bobbio afin de visualizar si las políticas actuales cumplen con su fin y sentidofilosófico – epistémico que tiene la política de preservar la vida y lalibertad. Si, extrapolamos a nuestra realidad las principalesconcepciones teóricas, es visible evidenciar que, la política sociosanitaria implementada fue y es coercitiva, hegemónica, unilateral, quemitiga todo esfuerzo contra-hegemónico de justicia y libertad, en consecuencia se evidencia un Estado fuerte y una sociedad civil conprecario ejercicio de ciudadanía. Los usuarios de los servicios públicosrefieren que el sistema sanitario se encuentra en crisis, crisis ideológicay estructural, por lo que se nos presenta una invalorable oportunidad para cambiar la calidad de vida y libertad, garantizando políticas sanitarias que promuevan el desarrollo humano sostenible encumplimiento al mandato de las Organizaciones Unidas. Acompáñenoen esta tentativa de rescatar los fines y sentidos de la política eimpregnarlos en el ejercicio de las políticas públicas peruanas y latinoamericanas.&nbsp

    A prática do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família: o caso do município de Vitória/ES

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    A Estratégia Saúde da Família tem ganhado notoriedade no plano nacional, contudo alguns entraves denotam ser um campopérvio a pertinentes estudos e discussões, neste tocante o estudo teve como objetivo: caracterizar a prática do enfermeiro naEstratégia Saúde da Família de Vitória, Espírito Santo. Estudo de Caso foi o caminho metodológico escolhido, baseado emevidências quantitativas, sendo os dados tratados a partir de distribuição de frequência simples, com aplicação dequestionário nos meses de agosto a novembro de 2006. Participaram como sujeitos voluntários desta pesquisa 34enfermeiros, que compunham as equipes da Saúde da Família, após a anuência do estudo e que este atende a Resolução196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados demonstraram que a prática do enfermeiro é direcionada de acordocom ações pré-estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. Os dados evidenciam que osenfermeiros desempenham todas as ações minimamente preconizadas, todavia esta atuação parece não estar obtendo osuficiente impacto no que tange a prevenção de doenças e promoção da saúde, pois estão majoritariamente empenhadas nasações curativas e administrativas. Limitações de cunho, organizacionais, estruturais e conceituais, foram citadas comoprincipais fatores impeditivos para o desenvolvimento ideal das práticas de enfermagem

    O Cuidado e suas Dimensões: Subsídios para o Cuidar de Si de Docentes de Enfermagem

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    IntroduçãoO cuidado, sendo a essência da profissão Enfermagem, a base do ensino e da prática profissional, vem sendo estudado com o intuito de fortalecer a construção do saber da profissão enquanto ciência em plena evolução e resgatar a história da profissão ao trazer à tona os elementos constituintes de uma prática cujas raízes estão fincadas na evolução da humanidade, na sobrevivência e nas relações entre indivíduo e natureza. Segundo as mesmas autoras, a Enfermagem nasceu das necessidades humanas em relação aos cuidados de saúde. O cuidado possui uma dimensão ontológica que entra na constituição do ser humano1. Desde o nascimento até a morte, não há ser humano sem cuidado. O cuidado pode ser visto sobre várias vertentes. Cuidado com os animais, natureza, ambiente, objeto, lugar ou com pessoas. Todo cuidado representa envolvimento. O aspecto fundamental do cuidado é tentar compreender a realidade do outro; envolve sair da própria estrutura referencial e entrar na do outro – é um sentir-se com o outro. A enfermagem na sua evolução passou por diferentes períodos que vão desde a época primitiva até os dias atuais. Durante o processo histórico da humanidade, o cuidado de enfermagem já foi associado à habilidade de manipular as forças da natureza e das divindades; conhecimentos de culinária, de preparo dos remédios; além de ter sido reconhecido como um trabalho divino, como um exercício de penitência para alcançar a purificação e expiação dos pecados de quem cuidava e de quem era cuidado3. Com o avanço da ciência e profissionalização da enfermagem com Florence Nightingale, surge a Enfermagem Moderna, instituindo, assim, um marco no conhecimento científico da enfermagem, sendo o cuidado o norteador desse processo de trabalho. Atualmente, o cuidado, eixo principal do processo de trabalho da enfermagem, comporta, em sua estrutura, o conhecimento técnico/operacional bem como a competência interpessoal, a fim de atender às necessidades humanas. Enquanto movimento dinâmico e processual, o cuidado vem sendo estudado e tem influenciado a teoria, a pesquisa, a prática e a educação em enfermagem, nas suas mais variadas formas e expressões definidas como assistir, ajudar e servir. Grande parte do avanço teórico do conceito de cuidado na enfermagem mostra as influências dos saberes de filósofos, teólogos, psicólogos, estudiosos de enfermagem e de outras áreas do conhecimento. Na perspectiva da teoria transcultural de enfermagem de Madeleine Leininger, o cuidado é entendido como um fenômeno universal e essencial para a sobrevivência humana, e por isso não pode ser suprimido e nem descartado. Neste sentido, se faz necessário que o professor de enfermagem seja estimulado  à prática do cuidar de si não só para proporcionar ao outro um cuidado mais consciente e seguro, mas também para proporcionar a si um nível satisfatório de bem–estar ao que tange a sua saúde enquanto trabalhador. ObjetivosDescrever concepção dos docentes de enfermagem sobre o cuidado e suas dimensões e analisar esta concepção para o cuidar de si perspectiva da saúde do trabalhador. MétodosO estudo foi exploratório, de natureza qualitativa. Os sujeitos foram 33 professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, sendo submetidos à análise temática e analisados à luz da concepção de autores que discutem a promoção da saúde e a saúde do trabalhador. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa3 da Escola de Enfermagem Anna Nery/Hospital Escola São Francisco de Assis/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ResultadosOs resultados obtidos no estudo e estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo. São elas: concepção de cuidado e suas dimensões e implicações do cuidado para o cuidar si dos docentes de enfermagem. Sobre Cuidado, os entrevistados demonstraram terem o conhecimento de uma forma geral do conceito, quando descrevem o cuidado em suas dimensões. Quanto à dimensão subjetiva, foram colocados os sentimentos e comportamentos que, segundo os entrevistados, não podem faltar para que haja cuidado, corroborando com autores que mencionam o cuidar pessoal/empírico/popular e o cuidar profissional4. Ainda nesse prisma, percebe-se uma preocupação dos depoentes em diferenciar o cuidado em um cuidado específico da profissão, do cuidado prestado por outras pessoas que não os (as) enfermeiros (as). Destaca-se também o cuidado na dimensão relacional. O cuidado é visto como uma forma de se relacionar, pois pode ser considerado um sentimento e, também uma forma de ser e estar no mundo2. De certa forma, o cuidado também foi relacionado a um produto final do processo de cuidar, tendo como base a promoção da saúde. O cuidado está vinculado ao cuidar também como ação de prevenção5. A preocupação do profissional de enfermagem necessita abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado biopsicossocial. O profissional de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no corpo6. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade. É uma necessidade também que o ser humano possa se perceber, direcionando o cuidado a ele mesmo.  ConclusãoAcerca do cuidado, os docentes apontaram duas vertentes, ou seja, o cuidado profissional baseado nas teorias e processos de enfermagem. Este cuidado profissional também foi caracterizado como a essência da profissão, que se constitui de um processo que envolve o cliente, a família, o profissional que cuida e o ambiente onde estão inseridos, apontado aqui pelos professores como um cuidado direcionado ao outro. A outra vertente do cuidado foi o cuidado empírico, voltado para os saberes adquiridos ao longo de suas vivências pessoais. Ainda sobre este cuidado (empírico ou profissional), os professores relataram que para colocá-los em prática há a necessidade da atenção, da empatia, da preocupação, com o objetivo de mudar uma realidade de acordo com as necessidades apresentadas pelas pessoas que necessitam de cuidado.  Porém, tanto na perspectiva do saber científico, quanto na perspectiva do saber empírico, nota-se nos relatos dos entrevistados que o cuidado está direcionado praticamente somente ao outro, todavia não houve relatos sobre o cuidar do outro profissional e raros foram os relatos onde destacaram a importância do cuidado de si

    A promoção da saúde na percepção do docente de enfermagem: perspectivas para a saúde do trabalhador

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     IntroduçãoA discussão sobre promoção da saúde no contexto deste estudo vem ao encontro do novo paradigma no contexto da saúde do trabalhador1. O novo paradigma que custeia esta discussão são as ações de promoção da saúde diferentemente daquelas que trabalham a medicina do Trabalho e a saúde Ocupacional. Nesta perspectiva, ao longo da sua evolução, o conceito de Promoção da Saúde vem sofrendo modificações, tendo como pano de fundo os períodos históricos ao qual foram desenvolvidos. Historicamente, o trabalhador vem sendo sacrificado, em detrimento das políticas organizacionais que imperam em cada época. Desde a antiguidade, onde o trabalhador era tratado como escravo, a falta do reconhecimento daqueles que trocam/vendem seus esforços físicos e intelectuais para gerar um produto que proporciona lucro e conseqüentemente o crescimento do país é visível e infelizmente aceitável por muitos. Com o passar dos séculos, pouca coisa foi progredindo com relação aos trabalhadores. Pode-se dizer que o grande marco para o início do desenvolvimento de uma sistematização voltada para a saúde do trabalhador aconteceu na Inglaterra, com a Revolução Industrial e com a criação do primeiro serviço médico voltado para o trabalhador, dando origem assim a medicina do trabalho enquanto especialidade médica2. Porém o trabalhador ainda hoje sofre com grande demanda de trabalho e pouco reconhecimento. E com o docente de enfermagem não é diferente. O trabalho do professor não se restringe ao exercício de sua função dentro da sala de aula, exige atualização e preparo constantes para ser realizado de modo satisfatório. Dentro da sala de aula, além de lidar com os imprevistos que geram um desgaste psíquico e emocional, como recurso audiovisual solicitado não estar disponível, ar condicionado que nem sempre funciona, entre outros; o professor também tem de lidar com situações que levam a um desgaste físico, como turmas com número excessivo de alunos; alunos que conversam durante as aulas; dificuldade de colocar em prática dinâmicas que favoreçam o aprendizado devido à estrutura física das salas, além de ter de ouvir as reclamações dos alunos referentes a estas situações que também são expostos. Com esse processo de trabalho fica difícil, às vezes, parar para fazer um lanche ou até mesmo descansar um pouco. Essas situações não favorecem ao professor colocar em prática seu conhecimento sobre promoção da saúde e levam a reflexão sobre a importância não só do conhecimento, mas da ação em si, ou seja, da prática de ações de promoção da sua saúde. ObjetivosDiscutir a concepção de promoção da saúde na percepção dos professores de enfermagem e analisar esta concepção na perspectiva da saúde do trabalhador. MétodosO estudo foi exploratório, de natureza qualitativa. Os sujeitos foram 33 professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, sendo submetidos à análise temática e analisados à luz da concepção de autores que discutem a promoção da saúde e a saúde do trabalhador. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa3 da Escola de Enfermagem Anna Nery/Hospital Escola São Francisco de Assis/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ResultadosOs resultados obtidos no estudo e estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo. São elas: concepções de promoção da saúde e implicações da promoção da saúde para a saúde do trabalhador. Sobre promoção da saúde, os entrevistados demonstraram terem o conhecimento de uma forma geral do conceito de promoção à saúde, quando descrevem que esta tem a ver com o contexto que se vive, ações para a melhoria da qualidade de vida, não só física, mas também a psíquica e a espiritual e a responsabilidade do profissional como ator nesse processo da busca de estratégias para a melhoria desta qualidade de vida. Com relação às implicações para a saúde do trabalhador, embora, a promoção da saúde seja um conceito ampliado, onde as ações estão direcionadas também ao próprio sujeito enquanto responsável pela própria saúde foi constatado nos relatos que essa promoção ainda está voltada para o outro. Apesar de ser de fundamental importância que as ações de promoção à saúde sejam colocadas em prática, destaca-se que a formação inicial dos profissionais de saúde, de um modo geral, não os prepara para atuar no campo da promoção à saúde, devido ao enfoque ainda predominantemente biologicista, curativo, médico-centrado e desarticulado das práticas em saúde e ainda há confusões entre os conceitos de promoção e prevenção à saúde4,5. Predomina o enfoque comportamental de mudanças de estilo de vida, sendo a saúde ainda compreendia como ausência de doença. É percebido, através dos relatos, o quão os modelos anteriores ao proposto em Ottawa estão enraizados6. Neste sentido, é importante uma reflexão a respeito da metodologia adotada dentro da academia, uma vez que a aprendizagem significativa deve estar engajada no desenvolvimento de políticas públicas saudáveis e estimular a criação de ambientes favorecedores da saúde, da mudança de comportamentos que permitam a proteção do meio ambiente, a conservação de recursos naturais e o envolvimento cada vez maior da população em projetos de promoção da saúde. ConclusãoA promoção da saúde foi considerada como as atividades que são realizadas com o objetivo de manter uma qualidade de vida, considerando o contexto vivido. Para que se obtenha essa qualidade de vida, os professores relataram a importância da prevenção das doenças e agravos, assim como manter um bem-estar e evitar situações de risco à saúde dos indivíduos. Com vistas às falas sobre a compreensão da promoção da saúde, cabem reflexões sobre suas implicações para o objeto de estudo. Nesta perspectiva do conceito de promoção da saúde, contribuirá para subsidiar a análise das práticas de saúde relatadas pelos sujeitos do estudo

    O Cuidado e suas Dimensões: Subsídios para o Cuidar de Si de Docentes de Enfermagem

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    Introdução O cuidado, sendo a essência da profissão Enfermagem, a base do ensino e da prática profissional, vem sendo estudado com o intuito de fortalecer a construção do saber da profissão enquanto ciência em plena evolução e resgatar a história da profissão ao trazer à tona os elementos constituintes de uma prática cujas raízes estão fincadas na evolução da humanidade, na sobrevivência e nas relações entre indivíduo e natureza. Segundo as mesmas autoras, a Enfermagem nasceu das necessidades humanas em relação aos cuidados de saúde. O cuidado possui uma dimensão ontológica que entra na constituição do ser humano1. Desde o nascimento até a morte, não há ser humano sem cuidado. O cuidado pode ser visto sobre várias vertentes. Cuidado com os animais, natureza, ambiente, objeto, lugar ou com pessoas. Todo cuidado representa envolvimento. O aspecto fundamental do cuidado é tentar compreender a realidade do outro; envolve sair da própria estrutura referencial e entrar na do outro – é um sentir-se com o outro. A enfermagem na sua evolução passou por diferentes períodos que vão desde a época primitiva até os dias atuais. Durante o processo histórico da humanidade, o cuidado de enfermagem já foi associado à habilidade de manipular as forças da natureza e das divindades; conhecimentos de culinária, de preparo dos remédios; além de ter sido reconhecido como um trabalho divino, como um exercício de penitência para alcançar a purificação e expiação dos pecados de quem cuidava e de quem era cuidado3. Com o avanço da ciência e profissionalização da enfermagem com Florence Nightingale, surge a Enfermagem Moderna, instituindo, assim, um marco no conhecimento científico da enfermagem, sendo o cuidado o norteador desse processo de trabalho. Atualmente, o cuidado, eixo principal do processo de trabalho da enfermagem, comporta, em sua estrutura, o conhecimento técnico/operacional bem como a competência interpessoal, a fim de atender às necessidades humanas. Enquanto movimento dinâmico e processual, o cuidado vem sendo estudado e tem influenciado a teoria, a pesquisa, a prática e a educação em enfermagem, nas suas mais variadas formas e expressões definidas como assistir, ajudar e servir. Grande parte do avanço teórico do conceito de cuidado na enfermagem mostra as influências dos saberes de filósofos, teólogos, psicólogos, estudiosos de enfermagem e de outras áreas do conhecimento. Na perspectiva da teoria transcultural de enfermagem de Madeleine Leininger, o cuidado é entendido como um fenômeno universal e essencial para a sobrevivência humana, e por isso não pode ser suprimido e nem descartado. Neste sentido, se faz necessário que o professor de enfermagem seja estimulado  à prática do cuidar de si não só para proporcionar ao outro um cuidado mais consciente e seguro, mas também para proporcionar a si um nível satisfatório de bem–estar ao que tange a sua saúde enquanto trabalhador.   Objetivos Descrever concepção dos docentes de enfermagem sobre o cuidado e suas dimensões e analisar esta concepção para o cuidar de si perspectiva da saúde do trabalhador.   Métodos O estudo foi exploratório, de natureza qualitativa. Os sujeitos foram 33 professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada, sendo submetidos à análise temática e analisados à luz da concepção de autores que discutem a promoção da saúde e a saúde do trabalhador. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa3 da Escola de Enfermagem Anna Nery/Hospital Escola São Francisco de Assis/Universidade Federal do Rio de Janeiro.   Resultados Os resultados obtidos no estudo e estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo. São elas: concepção de cuidado e suas dimensões e implicações do cuidado para o cuidar si dos docentes de enfermagem. Sobre Cuidado, os entrevistados demonstraram terem o conhecimento de uma forma geral do conceito, quando descrevem o cuidado em suas dimensões. Quanto à dimensão subjetiva, foram colocados os sentimentos e comportamentos que, segundo os entrevistados, não podem faltar para que haja cuidado, corroborando com autores que mencionam o cuidar pessoal/empírico/popular e o cuidar profissional4. Ainda nesse prisma, percebe-se uma preocupação dos depoentes em diferenciar o cuidado em um cuidado específico da profissão, do cuidado prestado por outras pessoas que não os (as) enfermeiros (as). Destaca-se também o cuidado na dimensão relacional. O cuidado é visto como uma forma de se relacionar, pois pode ser considerado um sentimento e, também uma forma de ser e estar no mundo2. De certa forma, o cuidado também foi relacionado a um produto final do processo de cuidar, tendo como base a promoção da saúde. O cuidado está vinculado ao cuidar também como ação de prevenção5. A preocupação do profissional de enfermagem necessita abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado biopsicossocial. O profissional de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no corpo6. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade. É uma necessidade também que o ser humano possa se perceber, direcionando o cuidado a ele mesmo.   Conclusão Acerca do cuidado, os docentes apontaram duas vertentes, ou seja, o cuidado profissional baseado nas teorias e processos de enfermagem. Este cuidado profissional também foi caracterizado como a essência da profissão, que se constitui de um processo que envolve o cliente, a família, o profissional que cuida e o ambiente onde estão inseridos, apontado aqui pelos professores como um cuidado direcionado ao outro. A outra vertente do cuidado foi o cuidado empírico, voltado para os saberes adquiridos ao longo de suas vivências pessoais. Ainda sobre este cuidado (empírico ou profissional), os professores relataram que para colocá-los em prática há a necessidade da atenção, da empatia, da preocupação, com o objetivo de mudar uma realidade de acordo com as necessidades apresentadas pelas pessoas que necessitam de cuidado.  Porém, tanto na perspectiva do saber científico, quanto na perspectiva do saber empírico, nota-se nos relatos dos entrevistados que o cuidado está direcionado praticamente somente ao outro, todavia não houve relatos sobre o cuidar do outro profissional e raros foram os relatos onde destacaram a importância do cuidado de si

    FATORES FACILITADORES E IMPEDITIVOS PARA O CUIDAR DE SI DE DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM.

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    INTRODUÇÃO O objeto de estudo foi os fatores facilitadores e impeditivos para cuidar de si de professores de graduação em enfermagem. Várias concepções de cuidado têm coexistido e influenciado a prática de enfermagem na atualidade, variando conforme perspectivas teórico-filosófica e o cenário da prática. Essa coexistência, este convívio, determina práticas, técnicas e formas de intervenção. Neste sentido, uma das teorias de enfermagem mais influente na enfermagem brasileira é a teoria do autocuidado de Orem (George, 2000). Porém, mais recentemente, uma outra perspectiva tem surgido no discurso da enfermagem brasileira, a do cuidado de si mesmo, de Michel Foucault. Assim, quem cuida de si adequadamente encontra-se em condições de conduzir-se na relação com o outro. O cuidado de si requer um controle e uma delimitação do poder, pois quem cuida de si, conhece a si, e conhece também quais são seus deveres e limites nas diferentes relações que desenvolve. Cuidar de si mesmo não é simplesmente uma obrigação; é uma maneira de viver, da qual cada um deve se incumbir ao longo de sua vida (Foucault, 1988). Apesar dos estudos sobre a capacidade das pessoas em refletir e fazer coisas benéficas para si e sobre a importância do cuidar de si, para os professores essa prática se torna um obstáculo, pois as inúmeras atribuições exigidas hoje pelo mercado de trabalho, somado às condições ambientais desse trabalho requerem muito além de um conjunto de conhecimentos técnico-científicos. Neste sentido, de acordo com Rocha e Felli (2004) a qualidade de vida no trabalho (QVT) do docente de enfermagem é expressa por diversos problemas de saúde que permitem evidenciar que os fatores desgastantes (remuneração, demanda de trabalho, falta de incentivo, dificuldade em participar de congressos, entre outros) se sobrepõem aos fatores potencializados (relação emocionalmente afetiva com alunos, colegas e funcionários, o prazer em ensinar, crescimento dos alunos, entre outros). Rocha e Sarriera (2006), em seus estudos, concluíram que quanto maior o número de horas semanais trabalhadas menores são os níveis de saúde dos professores. Esses resultados são preocupantes, uma vez que professores são trabalhadores e merecem ter seus momentos adequados de descanso e de lazer. Importante destacar que os professores que têm uma grande demanda de trabalho acaba ultrapassando suas 40 h de trabalho ao qual foram contratados. Sobre as condições de saúde do trabalhador docente de enfermagem, Mauro (1977) há 30 (trinta) anos já apontava que a falta de tempo para refeições e de descanso tanto psicológico quanto fisiológico durante a jornada são causas de fadiga que pode ser atribuído ao trabalho do professor. Esses apontamentos se mantêm atualizados até os tempos de hoje, sendo, portanto, ainda uma referência atualizada relacionada à saúde deste trabalhador.O ambiente de trabalho que alguns professores são submetidos, além de gerar insatisfações, não estimula o professor a cuidar de si. Nesta perspectiva, “talvez não falte iniciativa dos professores em cuidar de si, o que falta é tempo e condições favoráveis para fazê-lo”. Os professores entendem o que é uma vida melhor, mas devido às condições de trabalho não conseguem colocar em prática. (WEBLER; RISTOW, 2006). Essas situações levam a refletir sobre de que forma os fatores internos (da própria pessoa) e os externos (ambientais) contribuem para o cuidar dos professores. OBJETIVOS Descrever os fatores facilitadores e os impeditivos para o cuidar de si do docente de enfermagem e discutir a implicação destes fatores para o cuidar de si do docente de enfermagem na perspectiva da saúde do trabalhador. O estudo teve respaldo na problemática apresentada, sendo uma questão que merece ser investigada enquanto um problema para a saúde do trabalhador. É relevante no que tange à formação do enfermeiro, ao ensino, à assistência e à pesquisa, uma vez que gerou discussões sobre as facilidades e dificuldades do professor em praticar o cuidado de si. METODOLOGIA O estudo foi exploratório, descritivo, de natureza qualitativa. Os sujeitos do estudo foram 33 (trinta e três) professores das Escolas de Enfermagem das Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro em pleno exercício da profissão, que atuavam na graduação, pós-graduação Lato ou Stricto Senso, pesquisa, extensão, com cargo administrativo, concomitantemente ou não, escolhidos aleatoriamente, utilizando a técnica “bola de neve” sendo convidados para participarem do estudo. Os professores concentraram-se na faixa etária de 30 a 55 anos, sendo que 66,6 % se encontravam na faixa etária de 40 a 49 anos. 26 eram do sexo feminino e 7 do sexo masculino. Os dados formam coletados pela própria autora da investigação e submetidos à análise temática; a discussão se deu à luz do referencial teórico eleito para o estudo, sendo ampliado com referenciais bibliográficos, considerando-se os resultados encontrados. A etapa de coleta de dados foi iniciada após a aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa sob o Protocolo nº 113/07 e mediante a autorização das Escolas locais de estudo. RESULTADOS Os resultados obtidos no estudo estão estruturados de acordo com as categorias temáticas emergentes das falas dos sujeitos do estudo, que respondem aos objetivos do estudo e são elas: Fatores facilitadores para o cuidar de si; Fatores impeditivos para o cuidar de si; e Implicações para a Saúde do Trabalhador. A realização deste estudo proporcionou a reflexão acerca dos fatores que facilitam ou dificultam os professores de cuidarem de si. Os resultados mostraram que os fatores impeditivos acabam, de certa forma, sobrepondo-se aos fatores facilitadores para o cuidar de si, e que os fatores impeditivos na maioria das vezes estão relacionados ao trabalho (organização do trabalho, demanda de trabalho), apesar de terem sido relatados pela minoria. Cabe aqui destacar que para alguns professores os fatores impeditivos estão relacionados à falta de acesso a serviços de saúde e a remuneração. “Horário de trabalho, remuneração, burocracia, submissão, impotência, competitividade, cobrança, incompatibilidade, entre afazeres, a família e o lazer são fatores que afetam a sua saúde”. (DIAS et al., 2007). Com este comportamento constante, percebe-se que os professores tendem ao adoecimento e que isso certamente afetará sua vida laboral. Portanto, ter este comportamento de não cuidar de si ou de ter um cuidado mínimo consigo favorece ao prejuízo com relação à saúde e a saúde enquanto trabalhador. Desta forma, este trabalhador não conseguirá desenvolver suas atividades com a devida atenção, ficará desmotivado facilmente, diminuirá a paciência, ficará emocionalmente mais abalado e também levará para seu ambiente doméstico estes sentimentos. Para Vasconcelos e Prado (2004, p.8), a organização do trabalho “deve ser vista antes que qualquer coisa, como uma relação socialmente construída e não somente em sua dimensão estritamente tecnológica, cognitiva ou física”. As autoras (op. cit.) ainda destacam que a organização do trabalho aparece, antes de tudo, como uma relação intersubjetiva e uma relação social e isto, exige sempre, reajustes e reinterpretações pelos atores sociais. A intersubjetividade também aparece no próprio centro das organizações do trabalho, e esta é, definitivamente determinada pelas relações sociais de trabalho. Neste sentido, as instituições, local de trabalho dos professores, devem repensar a organização do trabalho e as condições impostas a estes professores, uma vez que se o profissional não tem boas condições de trabalho e tem uma demanda grande de trabalho, não consegue ter tempo para atender suas necessidades, bem como seu horário de cuidar de si. CONCLUSÕES A desvalorização do professor, aliada às condições de trabalho, se caracteriza como fatores que impedem o desenvolvimento de práticas do próprio cuidado, pois tendo que dar conta dos trabalhos, o professor utiliza outros recursos para finalização do seu trabalho, deixando, muitas vezes, o trabalho invadir seu lar, implicando em menos tempo para o lazer, o descanso, o convívio com família e amigos. O prejuízo não é somente para o trabalhador, mas também para as instituições, pois a tendência é o aumento das licenças por motivo de saúde o que levará a uma sobrecarga dos outros professores e colocando estes também em risco, uma vez que a demanda de trabalho aumentará tornando uma problemática e um ciclo vicioso. REFERÊNCIAS DIAS, J. et al. Promoção de saúde das famílias de docentes de enfermagem: apoio, rede social e papéis na família. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 16, n. 4, out./dez. 2007.   FOUCAULT, M.. Verdade, poder e si. Espaço Michel Foucault. 1988. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2008 GEORGE, J. Teorias de enfermagem: dos fundamentos à prática profissional. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. ROCHA, S. S. L.; FELLI, V. E. A. Qualidade de vida no trabalho docente de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem, Ribeirão Preto, v.12, n.1, jan./fev. 2004. ROCHA, K. B.; SARRIERA, J.C. Saúde percebida em professores universitários: gênero, religião e condições de trabalho. Psicol. Esc. Educ., Campinas, v.10, n.2, dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 02 abr. 2008. VASCONCELOS, C. M. C. B.; PRADO, M. L. Vivendo o sofrimento e os desafios no trabalho: expressões autocríticas de um grupo de enfermeiros-educadores. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 1, 2004. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2007. WEBLER, R. M.; RISTOW, M. R. O mal-estar e os Riscos da profissão docente. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, v. 6, n. 11, 2006. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2007

    Riscos ocupacionais e medidas de segurança no contexto de prática de estudantes de graduação em enfermagem: uma questão de saúde do trabalhador

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    O estudo está inserido na área de Saúde do Trabalhador. O objeto do estudo é a biossegurança dos estudantes de graduação de enfermagem em campo de prática a partir do uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual e acidentes com material perfuro-cortante. O interesse por essa temática advém da preocupação com as noções de biossegurança repassadas em sala de aula assim como a insegurança e falta de destreza ao realizar técnicas/ procedimentos nos campos de estágio que os colocam em situações de desconforto e conflito, causando um estresse emocional prejudicial à saúde mental dos mesmos e os expondo a acidentes com agentes biológicos e de outra natureza. Os objetivos do estudo são: discutir ocorrências de acidentes envolvendo matériais perfuro-cortantes durante o estágio supervisionado de estudantes do último ano de graduação em enfermagem ao longo dos quatro anos de curso; analisar o uso e a freqüência de equipamentos de proteção individual durante o estágio supervisionado de alunos do último ano de graduação em enfermagem; discutir sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem sobre as implicações da ocorrência de acidentes de trabalho e importância do uso de equipamento de proteção individual. Metodologia: Estudo quantitativo do tipo descritivo e exploratório. O local de investigação foi uma Instituição Pública de Ensino de Graduação em Enfermagem no município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 111 estudantes da graduação, do último ano do curso de Enfermagem, distribuídos no 7º e 8º período. A coleta de dados foi realizada por meio de um roteiro com questões objetivas sobre a história de vida acadêmica dos estudantes: acidentes com material pérfuro-cortante em campo de prática, necessidade de quimioprofilaxia e frequência do uso de equipamentos de proteção individual. Os critérios de inclusão foram os alunos de 7º e 8º período presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários. Os critérios de exclusão foram os alunos dos demais períodos da graduação em enfermagem e os alunos de 7º e 8º períodos que não estavam presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários de pesquisa. O aspecto ético da pesquisa está respaldado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi aprovado pelo CEP protocolo 022/2010. A autorização foi dada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A participação foi voluntária e permitiu aos sujeitos do estudo a recusa em responder as perguntas ou desistir de participar da pesquisa, sem sofrer qualquer tipo de punição ou constrangimento inclusive no que concerne à avaliação como aluno. Quanto aos benefícios, os alunos ficaram cientes que a sua participação contribuirá para a formação do profissional de enfermagem à medida que ampliará o conhecimento científico para a área de enfermagem em saúde do trabalhador e promoverá a elaboração de propostas de implementação de ações na universidade a fim de que seja explorado com maior freqüência as questões de biossegurança e acidentes de trabalho, na perspectiva da saúde dos futuros trabalhadores de enfermagem. Resultados: Entre os 111 estudantes de enfermagem que participaram da pesquisa 12%(13), sofreram algum acidente com material perfuro-cortante em campo de prática. Por sua vez entre esses 13 estudantes, 02 realizaram quimioprofilaxia após o acidente. O material perfuro-cortante mais freqüente envolvido no acidente de trabalho foi a agulha, contabilizando 07 entre os 13 acidentes relatados. A partir da análise dos resultados, é possível observar a freqüência de acidentes em campo de prática entre os acadêmicos de enfermagem do último período. É importante destacar que embora haja um percentual reduzido de acidentes relatados, estudos realizados fora do âmbito nacional, com estudantes italianos tambem revelaram um índice de 6,6% de estudantes de enfermagem que sofreram acidentes envolvendo materiais biológicos potencialmente contaminados. 1 Em relação ao uso de equipamento de proteção individual, os mais utilizados são, em ordem de freqüência: jaleco, sapato fechado, luva, em quase sua totalidade, seguido por máscara, capote e óculos. É importante ressaltar que a alta freqüência do uso de equipamentos como jaleco, uniforme e sapato fechado está relacionado à exigências em campo de estágio, que tornam estes de uso obrigatório pelo aluno. Quanto ao capote, máscara e óculos, observa-se uma baixa adesão destes equipamentos de proteção individual em sua totalidade nos campos de estágio, seja nas unidades de atenção básica e em contexto hospitalar, que está relacionado diretamente com a oferta dos mesmos nos campos de estágio. Segundo NR 32, os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 2 Considerações finais: Neste estudo foi possível levantar a ocorrência de acidentes perfuro-cortantes durante estágio supervisionado envolvendo estudantes de enfermagem do último ano do curso de graduação, tipos de materiais perfuro-cortantes envolvidos no acidente e realização de quimioprofilaxia após os acidentes. Não obstante, discutiu-se sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem em questões de biossegurança, ressaltando a necessidade de uma mudança curricular, no que tange disciplinas voltadas à saúde do trabalhador, assim como uma adequação dos docentes a realidade dos estudantes de enfermagem, com maior sensibilidade as suas tensões, falta de destreza e nervosismo, contribuindo para o menor risco de acidentes e aumento de notificações após exposição a materiais biológicos potencialmente contaminantes. É importante destacar que sem educação os estudantes continuarão a apresentar baixa adesão ao uso de EPI, pelo simples fato de não compreenderem seu significado. Por isso, não basta somente abordar o conteúdo de biossegurança em sala-de-aula de forma simples, rápida e fragmentada. É fundamental promover nos estudantes de enfermagem, futuros trabalhadores uma cultura prevencionista sobre a necessidade do uso de medidas de segurança, como equipamentos de proteção individual para evitar acidendes de trabalho, lembrando que com a mudança de hábitos, os estudantes estarão não só melhorando a qualidade da assistência aos clientes, como protegendo sua própria vida

    Riscos ocupacionais e medidas de segurança no contexto de prática de estudantes de graduação em enfermagem: uma questão de saúde do trabalhador

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    O estudo está inserido na área de Saúde do Trabalhador. O objeto do estudo é a biossegurança dos estudantes de graduação de enfermagem em campo de prática a partir do uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual e acidentes com material perfuro-cortante. O interesse por essa temática advém da preocupação com as noções de biossegurança repassadas em sala de aula assim como a insegurança e falta de destreza ao realizar técnicas/ procedimentos nos campos de estágio que os colocam em situações de desconforto e conflito, causando um estresse emocional prejudicial à saúde mental dos mesmos e os expondo a acidentes com agentes biológicos e de outra natureza. Os objetivos do estudo são: discutir ocorrências de acidentes envolvendo matériais perfuro-cortantes durante o estágio supervisionado de estudantes do último ano de graduação em enfermagem ao longo dos quatro anos de curso; analisar o uso e a freqüência de equipamentos de proteção individual durante o estágio supervisionado de alunos do último ano de graduação em enfermagem; discutir sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem sobre as implicações da ocorrência de acidentes de trabalho e importância do uso de equipamento de proteção individual. Metodologia: Estudo quantitativo do tipo descritivo e exploratório. O local de investigação foi uma Instituição Pública de Ensino de Graduação em Enfermagem no município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 111 estudantes da graduação, do último ano do curso de Enfermagem, distribuídos no 7º e 8º período. A coleta de dados foi realizada por meio de um roteiro com questões objetivas sobre a história de vida acadêmica dos estudantes: acidentes com material pérfuro-cortante em campo de prática, necessidade de quimioprofilaxia e frequência do uso de equipamentos de proteção individual. Os critérios de inclusão foram os alunos de 7º e 8º período presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários. Os critérios de exclusão foram os alunos dos demais períodos da graduação em enfermagem e os alunos de 7º e 8º períodos que não estavam presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários de pesquisa. O aspecto ético da pesquisa está respaldado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi aprovado pelo CEP protocolo 022/2010. A autorização foi dada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A participação foi voluntária e permitiu aos sujeitos do estudo a recusa em responder as perguntas ou desistir de participar da pesquisa, sem sofrer qualquer tipo de punição ou constrangimento inclusive no que concerne à avaliação como aluno. Quanto aos benefícios, os alunos ficaram cientes que a sua participação contribuirá para a formação do profissional de enfermagem à medida que ampliará o conhecimento científico para a área de enfermagem em saúde do trabalhador e promoverá a elaboração de propostas de implementação de ações na universidade a fim de que seja explorado com maior freqüência as questões de biossegurança e acidentes de trabalho, na perspectiva da saúde dos futuros trabalhadores de enfermagem. Resultados: Entre os 111 estudantes de enfermagem que participaram da pesquisa 12%(13), sofreram algum acidente com material perfuro-cortante em campo de prática. Por sua vez entre esses 13 estudantes, 02 realizaram quimioprofilaxia após o acidente. O material perfuro-cortante mais freqüente envolvido no acidente de trabalho foi a agulha, contabilizando 07 entre os 13 acidentes relatados. A partir da análise dos resultados, é possível observar a freqüência de acidentes em campo de prática entre os acadêmicos de enfermagem do último período. É importante destacar que embora haja um percentual reduzido de acidentes relatados, estudos realizados fora do âmbito nacional, com estudantes italianos tambem revelaram um índice de 6,6% de estudantes de enfermagem que sofreram acidentes envolvendo materiais biológicos potencialmente contaminados. 1 Em relação ao uso de equipamento de proteção individual, os mais utilizados são, em ordem de freqüência: jaleco, sapato fechado, luva, em quase sua totalidade, seguido por máscara, capote e óculos. É importante ressaltar que a alta freqüência do uso de equipamentos como jaleco, uniforme e sapato fechado está relacionado à exigências em campo de estágio, que tornam estes de uso obrigatório pelo aluno. Quanto ao capote, máscara e óculos, observa-se uma baixa adesão destes equipamentos de proteção individual em sua totalidade nos campos de estágio, seja nas unidades de atenção básica e em contexto hospitalar, que está relacionado diretamente com a oferta dos mesmos nos campos de estágio. Segundo NR 32, os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 2 Considerações finais: Neste estudo foi possível levantar a ocorrência de acidentes perfuro-cortantes durante estágio supervisionado envolvendo estudantes de enfermagem do último ano do curso de graduação, tipos de materiais perfuro-cortantes envolvidos no acidente e realização de quimioprofilaxia após os acidentes. Não obstante, discutiu-se sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem em questões de biossegurança, ressaltando a necessidade de uma mudança curricular, no que tange disciplinas voltadas à saúde do trabalhador, assim como uma adequação dos docentes a realidade dos estudantes de enfermagem, com maior sensibilidade as suas tensões, falta de destreza e nervosismo, contribuindo para o menor risco de acidentes e aumento de notificações após exposição a materiais biológicos potencialmente contaminantes. É importante destacar que sem educação os estudantes continuarão a apresentar baixa adesão ao uso de EPI, pelo simples fato de não compreenderem seu significado. Por isso, não basta somente abordar o conteúdo de biossegurança em sala-de-aula de forma simples, rápida e fragmentada. É fundamental promover nos estudantes de enfermagem, futuros trabalhadores uma cultura prevencionista sobre a necessidade do uso de medidas de segurança, como equipamentos de proteção individual para evitar acidendes de trabalho, lembrando que com a mudança de hábitos, os estudantes estarão não só melhorando a qualidade da assistência aos clientes, como protegendo sua própria vida

    PESQUISA CONVERGENTE ASSISTENCIAL: EQUIPE DE ENFERMAGEM COMPARTILHANDO SABERES SOBRE RISCOS OCUPACIONAIS E PROPONDO INTERVENÇÕES

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    RESUMO Objetivo: analisar uma prática educativa acerca dos riscos ocupacionais, desenvolvida com uma equipe de enfermagem que atua em unidade de emergência hospitalar. Método: qualitativo e desenvolvido com pesquisa convergente assistencial. Participaram 24 trabalhadores atuantes em uma unidade de urgência e emergência de um hospital do noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados por meio de observação participante, entrevistas e oficinas educativas e, posteriormente, examinados à luz da análise temática. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE:03182412.8.0000.5505. Resultados: as ações educativas envolveram a equipe em um processo participativo e reflexivo, de modo a permitir um olhar crítico sobre o processo de trabalho e decidir quais estratégias necessárias para promover, manter e recuperar a saúde. Estimular os trabalhadores a refletir sobre as suas práticas e perceber as fragilidades do processo implica a tomada de atitude do grupo com vistas a antever as possibilidades de exposição. Considerações finais: atividades educativas em que o trabalhador assume o papel de protagonista do processo de trabalho, pela socialização de vivências, lhe permitem implementar proposições com potencial de culminar em comportamento seguro frente aos riscos ocupacionais
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