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De pivete a funqueiro: genealogia de uma alteridade
Com base na teoria das representaçÔes sociais de Moscovici e a partir de contextualizaçÔes do fenĂŽmeno dos arrastĂ”es, esse texto se propĂ”e a discutir elementos que respondam Ă s questĂ”es: por que discursos criminalizantes, que afirmam a periculosidade do funkeiro, se fizeram tĂŁo presentes desde o inĂcio da dĂ©cada de noventa no Rio de Janeiro? Como esses discursos, que apontam para uma determinada construção social do funkeiro, interferiram na relação do funk com a sociedade? A discussĂŁo passa pela compreensĂŁo dos dispositivos criados na sociedade carioca daquele perĂodo para a solução de problemas com os quais ela se via confrontada. Trata-se de tentar compreender como, em certo momento, o funkeiro ganha um perfil amplamente difundido como problema que requer um tipo de intervenção especĂfica
TerritĂłrio e territorialidade no contexto hospitalar: uma abordagem interdisciplinar
Este artigo trata o hospital como territĂłrio de organização complexa, atravessado por mĂșltiplos interesses, que ocupa lugar crĂtico na prestação de serviços de saĂșde, lugar de construção de identidades profissionais, com grande reconhecimento social. O objetivo diz respeito a compreender o hospital na perspectiva interdisciplinar. Para tanto, buscou-se o referencial teĂłrico referente Ă s concepçÔes de territĂłrio e territorialidade, oriundas da geografia e de outros campos do conhecimento, como a ciĂȘncia da saĂșde e a filosofia. A partir da interação entre estas disciplinas aborda-se o hospital como territĂłrio de produção de atos de saĂșde formado por segmentos e superfĂcies, agenciamentos entre profissionais e usuĂĄrios que se entrecortam em um emaranhado de linhas de segmentaridade; nĂłs, redes e malhas que revelam a produção territorial; poder e disciplinamento e o saber-poder que revelam as relaçÔes sociais, efetivadas entre os sujeitos e o objeto, ou seja, as relaçÔes que se concretizam no territĂłrio e significam territorialidade. Concluiu-se, entĂŁo, que o territĂłrio hospitalar, como os demais territĂłrios, Ă© a expressĂŁo concreta e abstrata do espaço apropriado, produzido, formado em sua multidimensionalidade, pelos atores sociais que o (re)definem constantemente em suas cotidianidades, num campo de forças relacionalmente emaranhado por poderes nas mais variadas intensidades
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