21 research outputs found

    Aprender a ver no candomblé

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    Neste artigo discuto o aprendizado de práticas visuais no candomblé. Conforme procuro mostrar aprender a ver está diretamente relacionado ao modo como se fazem pessoas nessa religião. Uma parte importante desse processo envolve a experiência de não ver – de ter a visão repetidamente limitada por outros. Reforçada por um conjunto de práticas, contextos e modos de sociabilidade, essa experiência contribui para formar pessoas que aprendem a ver um excesso oculto sob o visível (ou repousando ao seu lado), que aprendem a ver o invisível. Na conclusão aponto para o tipo de mundo que as práticas visuais do candomblé tanto descortinam e quanto ajudam a instaurar.In this paper I discuss the process by which novices learn to see in the Afro-Brazilian religion known as candomblé. As I try to show learning to see is intimately tied to way by which persons are constructed or “made” in candomblé cult houses. An important part of this process involves the experience of not being able to see, of having one’s vision repeatedly restricted by others. Reinforced by a series of practices, situations and modes of sociability, this experience helps form persons wholearn to see an excess hidden under the visible (or lying beside it), persons who learn to see the invisible. The paper concludes by identifying the world which the candomblé’s visual practices both unveil and help constitute

    O presente de Oxum e a construção da multiplicidade no candomblé

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    Resumo Este trabalho tem como foco um presente ofertado pela comunidade de um terreiro de candomblé de Salvador para a orixá Oxum. Ao descrever a trajetória do presente – desde sua preparação no terreiro até sua consumação nas águas do mar –, procura-se acompanhar tanto as práticas que lhe dão forma quanto as relações e entidades que promove e ajuda a articular. Especial atenção é dada às práticas de ocultamento e exibição em jogo no preparo do presente e aos modos de ver a elas relacionados

    Aprender a ver no candomblé

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    ResumoNeste artigo discuto o aprendizado de práticas visuais no candomblé. Conforme procuro mostrar aprender a ver está diretamente relacionado ao modo como se fazem pessoas nessa religião. Uma parte importante desse processo envolve a experiência de não ver – de ter a visão repetidamente limitada por outros. Reforçada por um conjunto de práticas, contextos e modos de sociabilidade, essa experiência contribui para formar pessoas que aprendem a ver um excesso oculto sob o visível (ou repousando ao seu lado), que aprendem a ver o invisível. Na conclusão aponto para o tipo de mundo que as práticas visuais do candomblé tanto descortinam e quanto ajudam a instaurar

    Estudar a religião a partir do corpo: algumas questões teórico-metodológicas

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    Neste artigo, discuto alguns dos caminhos analíticos que a reflexão sobre o corpo nas ciências sociais contemporâneas abre para o estudo da religião. A discussão é desenvolvida em três partes, cada qual abordando um conjunto de questões inter-relacionadas. A primeira apresenta a noção de compreensão encarnada e tece algumas considerações acerca do papel da sensibilidade na experiência religiosa. A segunda dá continuidade a essa discussão, tratando especificamente a questão do aprendizado religioso e da articulação da agência na religião. A terceira e última parte retoma o tema da agência, considerando o papel dos objetos no desenvolvimento das habilidades que fazem de uma pessoa um agente. Cada uma dessas temáticas é introduzida a partir de exemplos ou casos advindos de minha própria pesquisa no candomblé e no pentecostalismo

    Estudar a religião a partir do corpo: algumas questões teórico-metodológicas

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    Neste artigo, discuto alguns dos caminhos analíticos que a reflexão sobre o corpo nas ciências sociais contemporâneas abre para o estudo da religião. A discussão é desenvolvida em três partes, cada qual abordando um conjunto de questões inter-relacionadas. A primeira apresenta a noção de compreensão encarnada e tece algumas considerações acerca do papel da sensibilidade na experiência religiosa. A segunda dá continuidade a essa discussão, tratando especificamente a questão do aprendizado religioso e da articulação da agência na religião. A terceira e última parte retoma o tema da agência, considerando o papel dos objetos no desenvolvimento das habilidades que fazem de uma pessoa um agente. Cada uma dessas temáticas é introduzida a partir de exemplos ou casos advindos de minha própria pesquisa no candomblé e no pentecostalismo

    Caboclos e Orixás no Terreiro: modos de conexão e possibilidades de simbiose

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    Resumo Entidades brasileiras, donas da terra, caboclos são presença marcante nos candomblés de Salvador, onde são cultuados os orixás, divindades africanas. Neste trabalho, discutimos o modo como eles se conectam no terreiro de candomblé e nos corpos dos adeptos. Procuramos mostrar que essas conexões constituem exemplo de simbiose no contexto do que a filósofa Isabelle Stengers denomina ecologia das práticas: são conexões parciais entre seres que, embora relacionados por interesses comuns, seguem divergindo. Conforme argumentamos, oportunidades de simbiose desenham-se na dinâmica espacial do terreiro e apoiam-se em uma ética sutil que maneja a distância entre termos que se atraem
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