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Estará o futuro dos biofuels em risco?
A descida abrupta dos preços do brent a partir de 2014 promovida pela OPEC
(Organization of the Petroleum Exporting Countries) teve efeitos nefastos no
relançamento dos biofuels de segunda geração e na chamada Economia Verde. De facto,
a implementação do aproveitamento de resíduos agroflorestais e a sua posterior
conversão em Etanol Celulósico (EC) traria vantagens em termos de emprego local, para
além de aspetos ambientais ligados às alterações climáticas e à descarbonização em
curso. Este EC destinar-se-ia a ser adicionado à gasolina (blend) em proporções variáveis
de acordo com a legislação em vigor em diferentes países ou blocos económicos. Por
exemplo, nos EUA já foi aprovado a introdução do E15 (15% de biofuel + 85% de
gasolina) para veículos fabricados a partir de 2001, embora esta norma não tenha sido
ainda implementada. Neste contexto, quanto maior for a percentagem de biofuel
adicionado, menor será a quantidade de gasolina utilizada, pelo que em países
completamente dependentes da importação de energia a redução da dependência
energética constitui per se um fator importante na balança de pagamentos. Por outro lado,
diminui-se a emissão de CO2 contribuindo para atenuar os efeitos das alterações
climáticas. Acresce que estes biofuels de segunda geração poderiam limitar a utilização
de biofuels (etanol) a partir de fontes alimentares, como é o caso do milho em particular
nos EUA e a beterraba e outros cereais no caso Europeu. O Brasil é uma notável exceção
dado que o etanol tem origem na cana-de-açúcar e se excluirmos os FFV (Flex Fuel
Vehicles) a mistura habitualmente utilizada no Brasil, é o E25.
A produção de EC tem, contudo, um calcanhar de Aquiles chamado “custo de produção”
pelo que o desinvestimento e a falência de grandes projetos ligados aos biofuels de
segunda geração estão intrinsecamente relacionados com preços do brent estabilizados
entre 100/barril.
Aos custos atuais do brent o EC não é competitivo e mesmo que o seu custo de produção
diminuísse, a OPEC poderia ajustar o preço do brent em baixa, invalidando assim o
ganho que seria efémero. Iremos continuar a assistir à produção de etanol a partir de
cereais com toda a controvérsia envolvente. Surgem assim os biofuels da terceira geração
em que as algas têm um papel importante. A liquefação hidrotérmica é um processo ainda
em estudo e em fase de desenvolvimento, mas fortemente incentivado pela União
Europeia que prevê que o futuro reside neste processo de conversão, a par de um
desenvolvimento da autonomia dos veículos elétricos e da produção de veículos cada vez
mais eficientes em termos de consumo.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Aspetos nutricionais do arroz biofortificado em selénio
O Selénio (Se) é um elemento considerado essencial na saúde humana. No entanto
regista-se um nível baixo de ingestão do mesmo, devido à sua escassez nos
alimentos. O arroz é um dos cereais mais consumidos em todo o mundo. O aumento
do teor de Se no arroz através de estratégias de melhoramento de plantas e de
biofortificação agronómica poderá contribuir para um maior consumo deste
elemento pelas populações. Este estudo pretende caracterizar alguns aspetos
nutricionais do arroz biofortificado naturalmente em Se, obtido em ensaios de campo
no Ribatejo, a partir de variedades comerciais (Ariete e Albatros) e linhas avançadas
portuguesas (OP1105 e OP1109, Programa de Melhoramento do Arroz -
INIAV/Cotarroz). Procedeu-se à aplicação foliar de Se sob a forma de selenato e
selenito de sódio, em várias concentrações, com e sem adubação de fundo com
selenato. A aplicação foliar (sem adubação de fundo) foi suficiente para obtenção de
resultados satisfatórios. O Se distribuiu-se uniformemente pelo grão em todos os
tratamentos. Alguns parâmetros nutricionais e de qualidade (lípidos, açúcares
solúveis, proteína) foram avaliados na farinha obtida a partir dos grãos
biofortificados.
A concentração de Se nos grãos aumentou com os teores foliares de selenito e
selenato aplicados, obtendo-se no entanto melhores resultados para o selenito.
Observou-se variabilidade genética entre os genótipos, destacando-se Albatros e
OP1105 pelos maiores teores de Se acumulados no grão, o que possibilita uma
manipulação tecnológica relevante. As aplicações de Se provocaram alterações nos
teores de ácidos gordos totais em alguns genótipos, resultantes de variações nos
teores dos ácidos palmítico (C16:0), oleico (C18:1) e linoleico (C18:2). Os teores de
açúcares solúveis e de proteína tenderam a aumentar com as concentrações mais
elevadas de Se. De uma forma geral o peso de mil grãos (PMG) não foi
significativamente afetado pelos tratamentos. Em síntese, os tratamentos aplicados
parecem ser adequados tendo em vista a acumulação de Se no grão, não
comprometendo a produção nem os parâmetros nutricionais. As concentrações de Se
a serem aplicadas dependerão da finalidade industrial do arroz. Concentrações mais
baixas de Se (30 a 60 g Se ha-1) serão mais adequadas para a biofortificação de arroz
em áreas de cultivo extensas, enquanto que as mais elevadas (até 180 g Se ha-1)
permitirão a obtenção de grãos com maior concentração de Se, que poderão ser
submetidos ao processamento industrial (i.e., produção de farinha) e incorporar
misturas com farinhas não biofortificadas.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Infecção natural por tripanosomatídeos (Kinetoplastida: Trypanosomatidae) em Lutzomyia umbratilis (Diptera: Psychodidae) em áreas de leishmaniose tegumentar americana no Amazonas, Brasil
Durante o período de 2002 a 2003 foram realizadas coletas de flebotomíneos em duas áreas do estado do Amazonas (Base de treinamento militar - BI1 e Tarumã Mirim). Nessas coletas foram capturadas um total de 1.440 fêmeas de Lutzomyia (Nyssomyia) umbratilis. Lu.umbratilis é a principal responsável pela transmissão da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) ao norte do Rio Amazonas. Do total coletado apenas 15 espécimens (ou 1,04%) apresentaram infecção natural por tripanosomatídeos, sendo 12 na BI1 e 3 em Tarumã-Mirim. Isso representou uma taxa de infecção de 1,66% (12 dos 720 capturados em BI1) e 0,42% (3 dos 720 em Tarumã-Mirim). Estes resultados confirmam as informações prévias por outros autores de reduzidos valores de infecção natural por tripanosomatídeos em flebotomíneos, mesmo em áreas altamente endêmicas para leishmaniose.During the period of 2002 to 2003, there were collected sand flies in two areas of Amazon State (Forest Combat Training Base - BI1 and Tarumã-Mirim). Were collected the 1440 L. (Nyssomyia) umbratilis female. Lu. umbratilis is the main responsible for the transmission of American Tegumentary Leishmaniasis (ATL) in the northern of Amazon River. Only 15 specimens (or 1,04%) presented natural infection with trypanosomatids, being 12 at Bl1 and 3 at Tarumã-Mirim. The infection rate was 1,66% (12 of the 720 collected at BI1) and 0,42% (3 of the 720 at Tarumã-Mirim). These results confirm the previous informations described by other authors that insects have low rates of natural infection by trypanosomatids even in high endemic areas for Leishmaniasis
Componentes da biomassa e características estruturais em capim-aruana sob diferentes frequências e intensidades de desfolhação
Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de frequências e intensidades de desfolhação sobre os componentes da biomassa e a estrutura do dossel em capim-aruana (Panicum maximum 'Aruana IZ-5'), pastejado sob lotação rotativa com ovinos. Avaliaram-se duas frequências de desfolhação (FD), com níveis de interceptação de 85 e 95% da radiação fotossinteticamente ativa (Irfa) incidente no topo do dossel, e duas intensidades de desfolhação (ID), com índices de área foliar residual (IAFr) de 1,0 e 1,8. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com arranjo fatorial 2x2. Os componentes da biomassa e as características estruturais nas condições de pré-pastejo foram afetados principalmente pela FD, com a redução da biomassa de colmos verdes e de forragem morta, e, ainda, pela elevação da altura da primeira lígula viva. Pastos manejados com menor FD proporcionaram menor relação lâmina foliar/colmo, com média de 1,65, e os pastos com maior FD apresentaram média de lâmina foliar/colmo de 2,40. Os componentes da biomassa residual foram afetados pela ID, com maior biomassa de forragem verde residual em pastos manejados com IAFr de 1,8. Os pastos manejados com 95% de Irfa e IAFr de 1,8 apresentaram biomassa de colmo verde residual e biomassa de forragem morta residual superiores aos dos demais manejos. Para pastejo por ovinos, o capim-aruana deve ser manejado com frequência de 85% de Irfa e intensidade de desfolhação correspondente a IAFr de 1,0
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