27 research outputs found

    O clínico e o cirurgião: esteriótipos e especialidades médicas

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    OBJECTIVE: To investigate and characterize the professional stereotypes associated with general medicine and surgery among Brazilian medical residents. METHODS: A randomized sample of residents of the General Medicine and Surgery Residence Programs were interviewed and their perceptions and views of general and surgical doctors were compared. RESULTS: The general practitioner was characterized by the residents in general to be principally a sensitive and concerned doctor with a close relationship with the patient; (45%); calm, tranquil, and balanced (27%); with intellectual skills (25%); meticulous and attentive to details (23%); slow to resolve problems and make decisions (22%); and working more with probabilities and hypotheses (20%). The surgeon was considered to be practical and objective (40%); quickly resolving problems (35%); technical with manual skills (23%); omnipotent, arrogant, and domineering (23%); anxious, stressed, nervous, and temperamental (23%); and more decided, secure, and courageous (20%). Only the residents of general medicine attributed the surgeon with less knowledge of medicine and only the surgeons attributed gender characteristics to their own specialty. CONCLUSION: There was considerable similarity in the description of a typical general practitioner and surgeon among the residents in general, regardless of the specialty they had chosen. It was interesting to observe that these stereotypes persist despite the transformations in the history of medicine, i.e. the first physicians (especially regarding the valorization of knowledge) and the first surgeons, so-called "barber surgeons" in Brazil (associated with less knowledge and the performance of high-risk procedures).OBJETIVOS: Investigar e caracterizar entre residentes brasileiros os estereótipos profissionais associados ao médico clínico e ao cirurgião. METODOLOGIA: uma amostra randomizada de residentes dos programas de Clínica Médica e Cirurgia foi entrevistada e suas representações a respeito das duas áreas caracterizadas e comparadas. RESULTADOS: O clínico foi representado, pelos residentes em geral, principalmente como um médico sensível, próximo e preocupado com o paciente (45%); calmo, tranqüilo e equilibrado (27%); com habilidades intelectuais (25%); detalhista e meticuloso (23%); pouco resolutivo e demorado para tomar decisões (22%); trabalha mais com probabilidades e hipóteses (20%). Já o cirurgião foi caracterizado como um médico prático e objetivo (40%); resolutivo e rápido (35%); técnico com habilidades manuais (23%); onipotente, arrogante e prepotente (23%); ansioso, estressado, nervoso, temperamental (23%), mas decidido, seguro e corajoso (20%). Somente os residentes da clínica atribuem ao cirurgião um conhecimento menor da medicina e apenas os cirurgiões atribuem características de gênero à própria especialidade. CONCLUSÃO: Houve muita semelhança na descrição do médico clínico e do médico cirurgião entre os residentes em geral, independentemente da especialidade a qual pertenciam. Interessante observar que, ainda hoje, os estereótipos do clínico e do cirurgião assemelham-se bastante, apesar das transformações ocorridas ao longo do tempo, à tradição dos antigos físicos (especialmente quanto à valorização da mente) e dos cirurgiões-barbeiros (associados a um menor conhecimento e à realização de procedimentos arriscados) na história da medicina

    Tutores, alunos e o curso de graduação em medicina: um círculo virtuoso

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    BACKGROUND: Mentoring Programs have been developed in several medical schools, but few studies have investigated the mentors'perspective. PURPOSES: To explore mentors'perceptions regarding their experience. METHODS: Mentors at a medical school were invited to participate in an in-depth interview including questions on satisfaction, difficulties, and perception of changes resulting from the program. RESULTS: Mentors' satisfaction and difficulties are strongly associated with students'involvement in the activity. Mentors believe changes observed in students were more related to life issues; for some mentors, there is no recognition or awareness of the program. However, most of the mentors acknowledged important changes in relation to themselves: as teachers, faculty members, and individuals. CONCLUSION: Attendance is crucial for both the mentoring relationship and strengthening of the program. Students involved in the activity motivate mentors in teaching and curriculum development, thereby creating a virtuous circle and benefiting undergraduate medical education as a whole.CONTEXTO: Programas de Mentoring têm sido desenvolvidos em várias escolas médicas, mas poucos estudos investigam essa experiência sob a perspectiva dos mentores. OBJETIVOS: Explorar a percepção de mentores a respeito de suas experiências ao longo do tempo. MÉTODO: Mentores de uma escola médica foram convidados a participar de uma entrevista em profundidade que incluía questões sobre satisfação, dificuldades e percepção de mudanças resultantes do programa. RESULTADOS: A satisfação e as dificuldades relatadas pelos mentores mostraram-se fortemente ao grau de envolvimento dos alunos no programa. Os mentores acreditam que as mudanças observadas nos alunos estão mais relacionadas a questões dessa fase de vida e, para alguns, ainda não há reconhecimento do programa pela instituição. Por outro lado, a maioria dos mentores reconhece importantes mudanças nem si mesmos: como professores, como membros da faculdade e como pessoa. CONCLUSÕES: A adesão dos alunos mostra-se crucial tanto para a relação de Mentoring quanto para a própria consolidação do programa. Alunos envolvidos com a atividade motivam os mentores para o ensino e o aprimoramento do currículo, criando assim um círculo virtuoso, que beneficia o curso e a formação médica como um todo

    Entrevista Patrícia Bellodi - Tutoria

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    Family Health Strategy professionals facing medical social needs: difficulties and coping strategies

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    Os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) atuam em comunidades onde a complexidade de problemáticas médico-sociais pode levá-los a sofrer psicologicamente, com prejuízos ao atendimento aos usuários e à consolidação da ESF como modelo de reorganização da atenção básica no Brasil. Esse estudo investigou as dificuldades e as formas de enfrentamento referidas por profissionais de equipes da ESF frente às demandas médico-sociais apresentadas pelos usuários em seu cotidiano de trabalho. Grupos focais e entrevistas semiestruturadas foram realizados com 68 profissionais de três Unidades de Saúde da Família da cidade de São Paulo. Tráfico e uso de drogas ilícitas, alcoolismo, depressão e violência doméstica são as demandas mais significativas para o grupo estudado. Frente a elas, os profissionais referem formação profissional e capacitação técnica insuficientes, sobrecarga e condições desfavoráveis de trabalho, com sentimentos de impotência e frustração. No enfrentamento das dificuldades, destacam-se as estratégias coletivas, especialmente as reuniões de equipe e apoio matricial, nas quais há troca de experiências, conhecimentos e apoio compartilhado. Os resultados indicam que as dificuldades referidas podem deixar os profissionais da ESF em situação de vulnerabilidade, tal como os usuários por eles atendidos. O investimento no desenvolvimento de competências, o fortalecimento de estratégias de enfrentamento coletivas, assim como maior articulação com as redes de serviços e as lideranças locais, mostram-se necessários para que os profissionais de saúde atuem com menor estresse frente às complexas demandas médico-sociais presentes em seu cotidiano de trabalho, e assim contribuam na consolidação da ESF.Professionals of Family Health Strategy (FHS) work in communities where there are complex medical social problems. These contexts may lead them to psychological suffering, jeopardizing their care for the users, and creating yet another obstacle to the consolidation of FHS as the primary health care model in Brazil. The study investigated the difficulties and coping strategies reported by health professionals of the FHS teams when they face medical social needs of the communities where they work. Focus groups and semi-structured interviews were carried out with 68 professionals of three primary care units in the city of São Paulo (Southeastern Brazil). Drug dealing and abuse, alcoholism, depression and domestic violence are the most relevant problems mentioned by the study group. Professionals reported lack of adequate training, work overload, poor working conditions with feelings of professional impotence and frustration. To overcome these difficulties, professionals reported collective strategies, particularly experience sharing during team meetings and matrix support groups. The results indicate that the difficulties may put the professionals in a vulnerable state, similar to the patients they care for. The promotion of specialized and long term support should be reinforced, as well as the interaction with the local network of services and communities leaders. That may help professionals to deal with occupational stress related to medical and social needs present in their routine work; in the end, it may as well contribute to the strengthening of FHS

    Professional transitions in medicine – switching medical specialty

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    Professional transitions in Medicine are particularly difficult for physicians due to the costs and duration of medical education. This study sought to understand the experiences of physicians who have changed specialties, analyzing motivations and meanings underlying such transition. This is a qualitative study conducted with data collected by interviews with physicians that switched specialties. Our results indicate that excessive workload and lifestyle were the main motivations for change. Regardless of criticism, the physicians interviewed showed great satisfaction with the transition. Switching medical specialty seems a positive individual strategy to deal with dissatisfaction. However, in doing so, one should evaluate the lack of meaning for both the individual and medical practices.Transições profissionais na Medicina são particularmente difíceis para os médicos, devido ao tempo e ao custo da formação. O objetivo deste trabalho é compreender as experiências de médicos que reescolheram a sua especialidade, investigando motivação e as implicações da mudança. O método adotado foi um estudo qualitativo com entrevistas de profissionais que mudaram de especialidade. A pesquisa mostrou que entre os motivos para a mudança de especialidade estão a insatisfação com a área, mesmo com pouco tempo de prática, o estresse do cotidiano profissional e o estilo de vida. Apesar das críticas recebidas, os entrevistados demonstraram grande satisfação com a mudança. Como estratégia individual para lidar com a insatisfação, a mudança parece positiva. Entretanto, é importante refletir sobre o risco de vazio de significações para o sujeito e as práticas médicas
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