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Neurociência cognitiva e desenvolvimento humano
The present article is a conceptual discussion about cognitive neuroscience and its interface with human development. For this purpose, we begin with a brief history of cognitive neuroscience, emphasizing its interdisciplinary nature. Afterwards we discuss some concepts of neuropsychology such as perceptual and cognitive development, general development of the nervous system, the formation of the brain, synaptic plasticity and cellular and molecular bases of cognition. Finally we emphasize that there is no way to separate the behavior from its biological basis, understanding that the nervous system is a necessary condition for the occurrence of behavior, thoughts and feelings, though it may not be a sufficient condition for the emergence of consciousness and behavioral phenomena.O presente artigo trata-se de uma discussão conceitual sobre a neurociência cognitiva e sua interface com o desenvolvimento humano. Para tal finalidade, iniciamos com um breve histórico da neurociência cognitiva, destacando sua natureza interdisciplinar. Em seguida discutimos conceitos da neuropsicologia tais como o desenvolvimento perceptivo e cognitivo, o desenvolvimento geral do sistema nervoso, a formação do cérebro, a plasticidade sináptica e as bases celulares e moleculares da cognição. Finalmente enfatizamos que não há como separar o comportamento de sua base biológica, entendendo que o sistema nervoso é condição necessária para que o comportamento, os pensamentos e os sentimentos ocorram, ainda que não seja condição suficiente para a emergência da consciência e dos fenômenos comportamentais
Estudo teórico sobre percepção sensorial: comparação entre William James e Joaquin Fuster
The present study aims to investigate the concept of perception in Philosophy and Neuroscience. For this, we describe some historical aspects of cognitive neuroscience on the higher psychological functions, as well as emphasize the importance of perception in the study of human development and the socio-educational. In Philosophy, two large conceptions of sensation and perception are part of the philosophical tradition: Empiricism and Rationalism. In the twentieth century, however, the philosophy changed much these two traditions through a new conception of sensitive knowledge. The changes were brought about by the phenomenology and the psychology of form or Gestalt theory. The perception is closely linked to the senses, being the first steps taken by the sensory systems responsible for its analytical phase. It is as if each is separated into its constituent parts, such as shape, color, movement and so on. However, we perceive the world with uncompromising integrity and not with feelings fractionated, which suggests that there are other mechanisms besides those of analytical nature, which contribute to our synthetic perception. It is necessary to understand how perception, strictly subjective concept, relates to the brain, an approach widely studied by Cognitive Neuroscience. Finally, we highlight the important research on the perception held by contemporary neuroscientist Joaquin Fuster, showing how William James, in the late nineteenth century, had written very similarly.O presente estudo tem como objetivo investigar o conceito de percepção na Filosofia e Neurociência. Para tanto, descrevemos alguns aspectos históricos da neurociência cognitiva sobre as funções psicológicas superiores, bem como ressaltamos a importância do estudo da percepção no desenvolvimento humano e processos sócio-educativos. Na Filosofia, duas grandes concepções sobre a sensação e a percepção fazem parte da tradição filosófica: o Empirismo e o Racionalismo. No século XX, contudo, a Filosofia alterou bastante essas duas tradições através de uma nova concepção do conhecimento sensível. As mudanças foram trazidas pela Fenomenologia e pela Psicologia da Forma ou teoria da Gestalt. A percepção apresenta estreita ligação com os sentidos, sendo as primeiras etapas realizadas pelos sistemas sensoriais, responsáveis por sua fase analítica. É como se cada característica fosse separada em suas partes constituintes, tais como forma, cor, movimentos e assim por diante. Porém, percebemos o mundo com totalidades integradas e não com sensações fracionadas, o que faz supor que existam outros mecanismos, além daqueles de natureza analítica, que contribuem para nossa percepção sintética. Faz-se necessário entender como a percepção, conceito estritamente subjetivo, se relaciona com o cérebro, abordagem amplamente estudada pela Neurociência Cognitiva. Finalmente, destacamos a importante investigação acerca da percepção realizada pelo neurocientista contemporâneo, Joaquin Fuster, demonstrando como William James, no final do século XIX, já havia escrito de forma muito semelhante