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A natureza e o infinito:: Merleau-Ponty leitor de Descartes
Nossa proposta neste ensaio é descrever a primeira problematização apresentada por Merleau-Ponty a respeito da noção de Natureza em seus cursos ministrados no Collège de France,defendendo a hipótese de que ele a constrói, em grande medida, através de um diálogo e de umainterpretação particular do pensamento cartesiano. Procuraremos mostrar que Merleau-Pontyreconhece em Descartes a permanência de uma ontologia implícita ou latente – coexistente com suaontologia “oficial” –, que “resiste” à formulação puramente inteligível da ideia de Natureza, e que,por isso mesmo, preserva para ela o campo da existência e da realidade
A visão como abertura
This text intends to do a short comment about the beginning of Merleau-Ponty’ s essay L’Oeil et l’Esprit. Making a cutting in the largest movement of ontological reconfiguration suggested by the essay, we try to indicate here how the body’s analysis done by the philosopher already points to another type of being, leading to the recognition of an internal relation between subject and object. We try to show that the body already presents the reversible structure that will be noticed in all perceived, mark of Merleau-Ponty’s ontology based in the relation between the visible and the invisible.Este texto pretende propor um breve comentário sobre o início do ensaio O Olho e o Espírito de Merleau-Ponty. Fazendo um recorte no movimento mais amplo de reconfiguração ontológica sugerido no ensaio, busca-se aqui indicar como a análise do corpo feita pelo filósofo aponta já para um outro tipo de ser, conduzindo ao reconhecimento de uma imbricação interna entre o subjetivo e o objetivo. Procura-se mostrar que o corpo já revela a estrutura reversível que se reconhecerá em todo o percebido, marca da ontologia de Merleau-Ponty assentada na relação entre o visível e o invisível
BEING AND LANGUAGE IN MERLEAU-PONTY
In this article, we will try to show that there is an ontological dimension implied by Merleau-Ponty’s language analysis, based on his intention to show a structure of Being in which logic and contingency, unity and diversity, are constitutively connected, making the subject and the object reversible moments in a common totality.Neste artigo, procuraremos mostrar que há na análise merleau-pontyana da linguagem um projeto ontológico implícito, baseado na tentativa de desvelar uma estrutura de Ser em que lógica e contingência, unidade e diversidade, encontram-se constitutivamente ligados, fazendo do subjetivo e do objetivo momentos reversíveis em uma totalidade comum
ENTRE LINGUAGEM E PINTURA: A PERCEPÇÃO EM MERLEAU-PONTY
Este artigo busca tratar da aproximação entre linguagem e pintura proposta por Merleau-Ponty, buscando mostrar que ela se baseia no reconhecimento de um vínculo intrínseco existente entre a percepção e a expressão e, por meio dele, de uma passividade inerente a toda criação. Trabalharemos, desse modo, a compreensão do filósofo de que é impossível manter os pressupostos da ontologia dualista que opera com a distinção completa entre o subjetivo e o objetivo, na medida em que a estrutura perceptiva explicita um movimento significativo que desconhece a antinomia dos termos, oferecendo-se como solo comum que tanto a pintura quanto a linguagem retomam, revelando ambas não como constituição pura, mas como transformação e subversão
A POLÍTICA COMO ESPAÇO DE APARIÇÃO DA LIBERDADE: A RESPOSTA DE HANNAH ARENDT
Este texto procura trabalhar a noção de política formulada por Hannah Arendt, especialmente em sua relação com a intersubjetividade e com a liberdade. O que se pretende mostrar é que a autora compreende a dimensão política como intrínseca à condição humana, como o espaço partilhado por um sujeito que é originariamente ser-com e no qual todo ato livre pode aparecer, realizando-se efetivamente. Buscamos mostrar que, nessa formulação, é central a experiência do totalitarismo, a reflexão sobre o papel e o sentido da política frente a um acontecimento que parece obscurecer todas as categorias do pensamento tradicional
O CINISMO E OS DESMANDOS DA RAZÃO: ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A RACIONALIDADE FORMAL
Este texto procura circunscrever alguns traços de um tipo de racionalidade formal, que encontra no cinismo uma de suas expressões privilegiadas. Buscamos delimitar algumas características do modo de operação dessa razão, sobretudo enquanto negatividade ou recusa da significação própria ao seu objeto e, no limite, ao mundo. Nessa direção, tentamos, ainda, apontar alguns limites para esse projeto de formalização total e de negação completa do mundo enquanto tal
About the Limits of Reason: a Dialog Between Lefort and Merleau-Ponty
Neste artigo procuramos fazer um breve comentário a respeito da leitura proposta por Lefort sobre o pensamento de Merleau-Ponty, buscando circunscrever e problematizar a forma pela qual ele reconhece no filósofo a manutenção tácita de um primado da razão, resquício de uma figura clássica do intelectualismo. Propomos discutir alguns dos eixos dessa interpretação, especialmente aqueles relacionados à compreensão merleau-pontyana sobre o corpo.In this article, we make a brief comment about the interpretation proposed by Lefort about Merleau-Ponty’s thought, seeking to circumscribe and discuss the way he recognizes, in the philosopher, the maintenance of a primacy of reason, expression of a classic figure of intellectualism. We propose to discuss some of the axes of this interpretation, especially those related to Merleau-Ponty’s understanding of the body
Obra, vida e pintura em Merleau-Ponty: notas sobre A Dúvida de Cézanne
ABSTRACT: Painting is a recurring and central theme throughout Merleau-Ponty's thought. In this presentation, what I will try to show is the way is established its relationship and its role within the author’s broader philosophical project, especially with regard to his discussions on the original transitivity existing between creation and the world; spontaneous reversibility that dispenses the central landmarks of classical dualism.
Keywords: painting, artwork, creation, expression, freedom, situation
A pintura é tema recorrente e central ao longo de todo o pensamento de Merleau-Ponty. Nesta apresentação, o que procuraremos mostrar é o modo pelo qual se institui sua relação e seu papel no interior do projeto filosófico mais amplo do autor, especialmente no que concerne suas discussões sobre a transitividade originária existente entre criação e mundo, reversibilidade espontânea que prescinde dos marcos centrais dualismo clássico.
Palavras-chave: pintura, obra, criação, expressão, liberdade, situaçã
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