8 research outputs found

    Potencial zoonótico da giardiose: uma revisão / Zoonotic potential of giardiasis: a review

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    Giardia duodenalis é um protozoário cosmopolita de distribuição mundial, identificado como patógeno humano causador da doença entérica denominada giardiose, que afeta mais de 280 milhões de pessoas por ano no mundo e, em alguns países, a prevalência dessa patologia pode chegar a 30%. A sintomatologia pode variar de hospedeiro para hospedeiro, e abrange desde assintomáticos ou com sintomas leves e autolimitantes até doença grave e crônica, inclusive sem resposta ao tratamento. Sua epidemiologia é complexa, apresentando formas de transmissão direta e indireta, sendo a veiculação hídrica e a transmissão oro-fecal importantes vias. A visualização de G. duodenalis em alíquota de fezes frescas através da microscopia é considerada padrão-ouro para o diagnóstico. Esforços nos meios de controle e prevenção dessa zoonose devem ser extensivos e contínuos, tendo em vista seu alto impacto na saúde pública em países em desenvolvimento. O acesso ao saneamento básico e a programas educacionais visando correta higienização pessoal, alimentar e ambiental, o controle de animais errantes e a vacinação de animais de companhia, bem como os cuidados sanitários com animais de produção são pontos chave no controle da giardiose. 

    Coccidiose por Eimeria spp. em Búfalo (Buballus bubalis – Linnaeus, 1758) no Sul do Rio Grande do Sul / Coccidiosis by Eimeria spp. in Buffalo (Buballus bubalis - Linnaeus, 1758) in Southern Rio Grande do Sul

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    A bubalinocultura é uma atividade de grande impacto econômico com uma população em torno de 195 milhões cabeças, sendo a maioria localizada na Ásia, seguida da África, América do Sul e Europa (FAO, 2013). No Brasil a população estimada é de 948.103 de cabeças estando concentradas principalmente na região Norte (IBGE, 2017). Embora os búfalos sejam resistentes, podem ser acometidos por doenças infecciosas e parasitárias, que causam grandes perdas na produção. Do ponto de vista sanitário existem pesquisas em várias áreas, contudo no que se refere às coccidioses existe pouca informação no Brasil. Há poucos trabalhos sobre as consequências desta enfermidade sobre os bezerros bubalinos, como faixa etária mais atingida, por exemplo (MEIRELES et al., 2012).Dentre os agentes parasitários que causam prejuízos na produção de bubalinos destaca-se Eimeria com suas várias espécies. Este gênero, que apresenta distribuição cosmopolita, é um protozoário intracelular obrigatório com multiplicação assexuada e sexuada nas células epiteliais do intestino delgado e grosso. (MEIRELES et al., 2012). Os oocistos vão ao ambiente junto das fezes dos animais infectados e no exterior ocorre à esporulação, formando quatro esporocistos com dois esporozoítos cada. A infecção se dá quando os animais susceptíveis ingerem oocistos esporulados junto da água, ração ou pastagem (BERNE & VIEIRA, 2007).Dentre as várias espécies que acometem os animais, algumas são reportadas como sendo comuns a bovinos e bubalinos (DUBEY, 2018). Já foram citadas parasitando búfalos Eimeria zuernii, E. bovis, E. cylindrica, E. ellipsoidalis, E. auburnensis, E. subspherica, E. bareillyi, E. canadensis, E. ankarensis e E. bukidonensis (DE NORONHA JR & BUZETTI, 2002) , e recentemente E. brasiliensis semelhante a E. gokaki foi relatada no Brasil por Teixeira Filho et al. (2016).Os animais acometidos por Eimeria spp. podem não demonstrar sinais clínicos aparentes, porém quando em fase aguda, esta pode causar alterações intestinais que, via de regra causa uma diarreia fétida que por vezes torna-se sanguinolenta. Desidratação, prostração, perda de apetite, perda de peso, atraso no crescimento são observados. Em alguns casos desenvolvem-se sinais clínicos nervosos e, ainda tem sido descrito casos de pneumonia secundária em bezerros com coccidiose (BERNE & VIEIRA, 2007; BASTIANETTO et al., 2008; GHANEM et al., 2008).Jahanzaib et al. (2017) realizaram um estudo com bubalinos e bovinos avaliando a prevalência e fatores de risco para eimeriose, observaram que a susceptibilidade e fatores de risco estão diretamente relacionados com a idade, época do ano, tipos de sistemas de criação e de dietas impostas e principalmente o escore corporal dos indivíduos afetados. Animais manejados em altas lotações ou em confinamentos, com contato direto a ambientes contaminados e acesso a oocistos esporulados tornam-se mais susceptíveis. Os bezerros geralmente apresentam altas taxas de morbidade, comprometendo seu desenvolvimento. Isso se dá pelo fato da eimeriose ter uma recuperação lenta, acarretando em perdas econômicas que se refletem na produtividade (BERNE & VIEIRA, 2007).Tendo em vista que são poucas as informações sobre esta enfermidade acometendo os rebanhos de búfalos criados no sul do Brasil, a demanda observada de coccidiose chamou a atenção. Este trabalho tem o objetivo de relatar a ocorrência de coccidiose por Eimeria spp. em bezerros bubalinos no sul do Rio Grande Sul.Foi encaminhado ao Laboratório de Parasitologia vinculado ao Laboratório de Regional de Diagnóstico (LRD) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) amostras de fezes de búfalos oriundos de uma propriedade leiteira localizada na microrregião de Camaquã, para realização de exames de fezes de rotina com intuito de quantificar e identificar parasitos gastrintestinais. As amostras foram divididas em grupos de acordo com a idade dos animais, sendo o grupo A, um a dois meses; grupo B, três a seis meses; grupo C, sete a oito meses.Cada grupo continha seis amostras de fezes, totalizando 18 amostras coletadas em setembro de 2017.  Foi relatado que alguns dos bezerros estavam apresentando quadro de diarreia intensa, debilidade e emagrecimento. Também foi informado que os animais eram mantidos juntos das mães até o desmame, que ocorre com aproximadamente oito meses de idade. Esses bezerros eram separados das mães à tarde e, mantidos à noite em local coberto com água a vontade e divididos em três lotes de acordo a idade.Foi realizada coleta de fezes diretamente da ampola retal com utilização de luvas de palpação, acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados em caixas isotérmicas com gelo biológico e encaminhadas ao Laboratório de Parasitologia/LRD -UFPel.As amostras foram processadas pela técnica de Gordon & Whitilock (1939) modificada (UENO & GONÇALVES, 1998), quantificando os ovos de nematódeos gastrintestinais (OPG) e oocistos (OoPG) para estimar a carga parasitária.Durante a realização da técnica foi observada a presença de oocistos do gênero Eimeria em algumas amostras dos grupos A (um a dois meses) e B (três a seis meses), resultado este que pode ser considerado comum em bezerros bubalinos, quando criados em condições sanitárias desfavoráveis como o descrito por Gregory et al. (2014). Vale ressaltar, que um animal do grupo B apresentou fezes diarreicas e acinzentadas com contagem de 30.600 oocistos por grama de fezes (OoPG) e um do grupo A com OoPG de 2.800 sem presença de diarreia.A gravidade dos sinais pode depender do número de oocistos ingeridos, espécie de Eimeria, idade do animal e seu sistema de criação (BERNE &VIEIRA, 2007). Já de acordo com o descrito por Bastianeto et al. (2008) animais com altas contagens de OoPG com valores variando entre 10.000 e 27.000 OOPG, frequentemente apresentam sinais clínicos, como observado no estudo.Em uma pesquisa realizada por Gregory et al. (2014), foi observado que a presença de Eimeria spp. nas fezes de búfalos, sendo responsável pelo quadro clínico de diarreia, principalmente naqueles com altas cargas de oocistos do protozoário. Ao avaliar os resultados deste estudo observou-se que dois animais estavam parasitados eliminando altas taxas de oocistos e apresentavam entre um a seis meses (Grupos A e B), não sendo encontrados oocistos no grupo C (entre sete e oito meses).A faixa etária com alta carga parasitária visualizada no estudo foi de animais com idade entre três e seis meses (Grupo B), sendo observado uma amostra com contagem de OoPG superior 30.000 oocistos. Em análises realizadas por Ribeiro et al. (2000) e Bastianetto et al. (2008) foi observada maior prevalência na faixa etária que variaram entre três dias e três semanas de idade, animais estes com ou sem quadro clínico de diarreia. Estes resultados corroboram com os encontrados no presente estudo, onde as categorias de animais mais jovens são as mais susceptíveis e com sinais clínicos, predominantemente a diarreia. São poucas as informações encontradas sobre esse parasito acometendo búfalos na região sul do Brasil, caracterizando a necessidade de estudos mais abrangentes em número de animais (rebanhos) e diferentes regiões do estado do Rio Grande do Sul.Durante a realização do trabalho, foi possível observar que Eimeria spp. pode ser um protozoário com relevante importância econômica, causando perdas para bubalinocultura leiteira. O estudo relata a situação do parasito como provável agente causador de diarreia em bezerros búfalos em uma região importante para a bubalinocultura do estado do Rio Grande do Sul. O tipo de manejo sanitário das criações pode contribuir para a ocorrência de diarreia por infecção coccidiana. Este estudo foi financiado parcialmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001.

    Gastrointestinal Parasites in Sheep from the Brazilian Pampa Biome: Prevalence and Associated Factors

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    Parasitic infections are common in sheep farming worldwide. A cross-sectional study was carried out to determine the prevalence and associated risk factors among gastrointestinal parasites and sheep herds from the Brazilian Pampa biome, Rio Grande do Sul state, Brazil. Twenty-one farms were visited, where rectal faecal samples were individually collected from 309 animals. The sheep industry on the studied farms was characterised by small farms with a low level of technification, an extensive grazing system and meat production. Of all samples analysed, strongyle nematodes had the highest prevalence (77.02%), followed by Eimeria spp. (70.55%), Moniezia expansa (20.39%) and Strongyloides papillosus (17.48%). Mixed infection, between helminths and protozoans, was detected in 68.61% of samples. All herds were positive for strongyle and Eimeria spp. A predominance of Haemonchus spp. and Trichostrongylus spp. nematodes was observed in the herds. Younger animals were significantly more affected by Eimeria and M. expansa. In the semi-intensive and intensive systems, a higher frequency of Eimeria and strongyle infections was observed. Parasite infection was significantly reduced at low animal densities. The Brazilian Pampa region presents a high prevalence of gastrointestinal parasites among sheep; age, breeding system and stocking density were factors associated with parasite infection

    Risk factors and infection due to Cryptosporidium spp. in dogs and cats in southern Rio Grande do Sul

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    Abstract This study investigated the frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. in feces from dogs and cats in five municipalities in the southern region of the state of Rio Grande do Sul. The risk factors associated with infection were also investigated. Feces samples from 110 dogs and 18 cats were stained using the auramine method. At the time of feces sampling, a questionnaire with semi-open-ended questions was applied to the animal guardians and all data obtained underwent statistical analysis. The real frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. was 24.63% (27 dogs and two cats). Only four samples of dog feces were diarrheic and no presence of oocysts was observed in any of them. Variables that represented risk factors for infection were: homemade food, untreated water, circulation of animals on grassy terrain and living in the same environment as other animals (cattle). The results made it possible to inferring that within the population studied, the frequency of parasitism due to Cryptosporidium spp. in dogs was relevant and emphasize the asymptomatic nature of this infection. The adopting control measures are highlighted, particularly in relation to variables that represent risk factors for this infection

    Exposure of Toxocara canis eggs to Purpureocillium lilacinum as a biocontrol strategy: an experimental model evaluation

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    Abstract Purpureocillium lilacinum is a nematophagous fungus used in biological control against some parasites, including Toxocara canis. This study researched the infectivity of embryonated T. canis eggs after exposure to the fungus P. lilacinum. T. canis eggs were exposed to P. lilacinum for 15 or 30 days and subsequently administered to Swiss mice (n=20). Control group consisted of mice who received T. canis embryonated eggs without fungal exposure. Forty-eight hours after infection, heart, lung, and liver from animals of each group were collected to assess larval recovery. The organs of mice that received embryonated eggs exposed to the fungus showed a lower average larval recovery (P<0.05) suggesting that exposure of T. canis eggs to P. lilacinum was able to reduce experimental infection. Under the evaluated conditions, the interaction time between the fungus and the parasite eggs was not a significant factor in larvae recovery. P. lilacinum may be considered a promising T. canis biological control agent. However, further studies are needed to determine a protocol for the use of this fungus as a biological control agent

    Risk factors and infection due to Cryptosporidium spp. in dogs and cats in southern Rio Grande do Sul

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    <div><p>Abstract This study investigated the frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. in feces from dogs and cats in five municipalities in the southern region of the state of Rio Grande do Sul. The risk factors associated with infection were also investigated. Feces samples from 110 dogs and 18 cats were stained using the auramine method. At the time of feces sampling, a questionnaire with semi-open-ended questions was applied to the animal guardians and all data obtained underwent statistical analysis. The real frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. was 24.63% (27 dogs and two cats). Only four samples of dog feces were diarrheic and no presence of oocysts was observed in any of them. Variables that represented risk factors for infection were: homemade food, untreated water, circulation of animals on grassy terrain and living in the same environment as other animals (cattle). The results made it possible to inferring that within the population studied, the frequency of parasitism due to Cryptosporidium spp. in dogs was relevant and emphasize the asymptomatic nature of this infection. The adopting control measures are highlighted, particularly in relation to variables that represent risk factors for this infection.</p></div

    Risk factors and infection due to Cryptosporidium spp. in dogs and cats in southern Rio Grande do Sul

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    <div><p>Abstract This study investigated the frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. in feces from dogs and cats in five municipalities in the southern region of the state of Rio Grande do Sul. The risk factors associated with infection were also investigated. Feces samples from 110 dogs and 18 cats were stained using the auramine method. At the time of feces sampling, a questionnaire with semi-open-ended questions was applied to the animal guardians and all data obtained underwent statistical analysis. The real frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. was 24.63% (27 dogs and two cats). Only four samples of dog feces were diarrheic and no presence of oocysts was observed in any of them. Variables that represented risk factors for infection were: homemade food, untreated water, circulation of animals on grassy terrain and living in the same environment as other animals (cattle). The results made it possible to inferring that within the population studied, the frequency of parasitism due to Cryptosporidium spp. in dogs was relevant and emphasize the asymptomatic nature of this infection. The adopting control measures are highlighted, particularly in relation to variables that represent risk factors for this infection.</p></div

    Risk factors and infection due to Cryptosporidium spp. in dogs and cats in southern Rio Grande do Sul

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    <div><p>Abstract This study investigated the frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. in feces from dogs and cats in five municipalities in the southern region of the state of Rio Grande do Sul. The risk factors associated with infection were also investigated. Feces samples from 110 dogs and 18 cats were stained using the auramine method. At the time of feces sampling, a questionnaire with semi-open-ended questions was applied to the animal guardians and all data obtained underwent statistical analysis. The real frequency of oocysts of Cryptosporidium spp. was 24.63% (27 dogs and two cats). Only four samples of dog feces were diarrheic and no presence of oocysts was observed in any of them. Variables that represented risk factors for infection were: homemade food, untreated water, circulation of animals on grassy terrain and living in the same environment as other animals (cattle). The results made it possible to inferring that within the population studied, the frequency of parasitism due to Cryptosporidium spp. in dogs was relevant and emphasize the asymptomatic nature of this infection. The adopting control measures are highlighted, particularly in relation to variables that represent risk factors for this infection.</p></div
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