27 research outputs found

    Efeito da diversifcação de plantas na abundância da traça- do-tomateiro e predadores em dois sistemas de cultivo

    Get PDF
    ABSTRACTSeveral studies have demonstrated that the diversifcation of the agroecosystem may reduce insect pest infestation using the strategy of companion planting. We studied the effect of the presence of coriander and Gallant soldier as companion plants in the tomato crop under organic and conventional management on abundance of the tomato pests and predators. The experiment was carried out under feld conditions, at Distrito Federal, Brazil, from July to October, 2004. The experimental design was of randomized blocks with three replicates in a 3 x 2 factorial arrangement [Three crop diversifcation levels: tomato in monoculture, tomato intercropped with coriander, and tomato intercropped with coriander and Gallant soldier; and two cropping systems: organic and conventional]. Each plot had 80 plants of the tomato and the pest-insects and predaceous arthropods were collected every week in fve tomato plants/plot. Tuta absoluta (Meyr.) was the commonest pest species in both cropping systems. The tomato intercropped with coriander and Gallant soldier in organic cropping system had lower abundance and higher diversity of pests, and higher abundance and diversity of predaceous arthropods, mainly at 80 days after the tomato transplanting, coinciding with the population peak of T. absoluta (eggs and adults). The more abundant predators were spiders, lady beetles and ants. The spiders were abundant and uniformly distributed in both systems. The lady beetles appeared lately in the organic system, at the fowering season of the coriander. The ants were more abundant in the conventional systems. ______________________________________________________________________________ RESUMOVários estudos têm demonstrado que a diversifcação do agroecossistema pode reduzir a infestação por insetos-praga pelo uso da estratégia do estabelecimento de plantas companheiras. Neste trabalho estudou-se o efeito da presença do coentro e botão-de-ouro como plantas companheiras na cultura do tomate sob manejo orgânico e convencional, na abundância das pragas do tomate e de predadores. O experimento foi conduzido em condições de campo, no Distrito Federal, de julho a outubro de 2004. O desenho experimental foi em blocos ao acaso, com três repetições e no arranjo fatorial 3 x 2 [três níveis de diversificação cultural: tomate em monocultivo, tomate consorciado com coentro, e consórcio tomate com coentro e botão-de-ouro e dois sistemas de cultivo: orgânico e convencional]. Cada parcela experimental tinha 80 plantas de tomateiro, sendo os insetos-praga e artrópodes predadores semanalmente coletados em cinco plantas/parcela. Tuta absoluta (Meyr.) foi a espécie-praga mais comum em ambos os sistemas de cultivo. O tomate consorciado como coentro e botão-de-ouro, no sistema de cultivo orgânico, apresentou menor abundância e maior diversidade de pragas, e maior abundância e diversidade de artrópodes predadores, principalmente aos 80 dias após o transplantio do tomate, coincidindo com o pico populacional da T. absoluta (ovos e adultos). Os predadores mais abundantes foram aranhas, joaninhas e formigas. As aranhas foram abundantes e uniformemente distribuídas em ambos os sistemas. As joaninhas apareceram tardiamente no sistema orgânico, no período de forescimento do coentro. As formigas foram mais abundantes no sistema convencional

    Fatores de mortalidade na fase de ovo de Tuta absoluta em sistemas de produção orgânica e convencional de tomate.

    Get PDF
    A traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Meyrick) (Lep.: Gelechiidae) está sujeita a fatores de mortalidade bióticos como predadores e parasitoides e fatores abióticos como água da irrigação e da chuva que influenciam sua dinâmica populacional. O objetivo deste trabalho foi quantificar a importância desses fatores na sobrevivência de ovos da traça-do-tomateiro. Os experimentos foram desenvolvidos na Embrapa Hortaliças, de 1/8/2004 a 7/11/2005, em plantio de tomate e tomate consorciado em sistema orgânico e tomate em sistema convencional. As avaliações consistiram em: 1) coleta de ovos no campo em diferentes épocas do ciclo da cultura e sua incubação em laboratório até a emergência do parasitoide ou eclosão da lagarta; 2) exposição de ovos sentinelas no campo por 72 horas; 3) ovos marcados e acompanhados a cada 24 horas até eclosão das lagartas em campo. Ovos coletados no campo e incubados em laboratório mostraram que a mortalidade por Trichogramma sp. foi de 32%. A mortalidade dos ovos que permaneceram no campo (metodologia 2 e 3), evidenciaram que o parasitismo por Trichogramma sp. foi de 12% e que os predadores e o efeito mecânico da água produziram 36% de mortalidade dos ovos. Essa diferença revela que a permanência dos ovos no campo os expõe à competição com predadores e a mortalidade causada pelo efeito mecânico da água reduzindo o recrutamento de Trichogramma sp. Parasitoides de ovos, predadores generalistas associados à ação da água acarretaram maior mortalidade de T. absoluta em sistemas de produção orgânica de tomate

    Biological aspects of Heliopetes arsalte (LINNAEUS, 1758) (Hesperiidae, Pyrginae) in cerrado of Federal District

    Get PDF
    Heliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) (Hesperiidae, Pyrginae) é uma espécie com ampla distribuição, especialmente em vegetação aberta, e suas larvas utilizam diversas espécies de Malvaceae como plantas hospedeiras. Larvas de H. arsalte foram encontradas em inflorescências de Pavonia rosa-campestris St. Hil. (Malvaceae), sendo este um novo registro de planta hospedeira desta espécie de borboleta no cerrado do Brasil central. Ilustrações de ovo, da larva e da pupa, e a ocorrência de parasitismo da larva por Braconidae (Hymenoptera) são apresentadas. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACTHeliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) (Hesperiidae, Pyrginae) is a widespread skipper butterfly, commonly found in open sites. The larvae may utilize several species of Malvaceae as host plants. In this study, larvae of H. arsalte were observed on inflorescences of Pavonia rosa-campestris St. Hil. (Malvaceae), which represents a new record of host plants for this butterfly in cerrado of central Brazil. Illustrations of the immature and adult stages, as well as the occurrence of parasitism by Braconidae (Hymenoptera) are presented

    Folivore caterpillars on Roupala montana Aubl. (Proteaceae) in Cerrado Sensu Stricto

    Get PDF
    No cerrado a riqueza de espécies de lepidópteros é alta e confirmada por registros de adultos, mas o conhecimento sobre as interações das lagartas com suas plantas hospedeiras ainda é incipiente. Os objetivos deste trabalho foram conhecer a riqueza de espécies de lepidópteros folívoros em Roupala montana Abl., a idade relativa das folhas consumidas pelas espécies e suas amplitudes de dietas. Os dados foram coletados em áreas de cerrado sensu stricto de Brasília de 1991 a 2004. As lagartas encontradas foram coletadas e criadas no laboratório. Foram registradas 62 espécies de lepidópteros de 22 famílias, consumindo folhas jovens (8%) e maduras (92%) de R. montana. Cerconota sciaphilina (Zeller) (Elachistidae), duas espécies de Gracillariidae e uma de Gelechiidae consumiram somente folhas jovens e, apresentaram ciclo de vida curto e sincronizado com a fenologia foliar da planta hospedeira. Das espécies que consomem folhas maduras, 36 foram consideradas polífagas e mostraram variação muito grande na utilização do recurso. Vinte e seis espécies foram encontradas somente em R. montana, sendo que 58% delas são bastante raras, o que dificulta análise de amplitude de dieta. As espécies monófagas em R. montana foram Chlamydastis platyspora (Meyrick) (Elachistidae), Stenoma cathosiota Meyrick (Elachistidae), Idalus prop. sublineata (Rothschild) (Arctiidae) e Eomichla sp. (Oecophoridae).Richness of lepidopteran species in the cerrado is high. The confirmation of this richness is based on adult records but knowledge of larvae-host plants interactions is still incipient. The main purpose of this work was to identify folivorous caterpillar species on Roupala montana Aubl. in areas of a Brazilian cerrado sensu stricto, their dietary range, and the relative age of the consumed leaves richness. Three data sets, collected from 1991 to 2004 were used in this study. All caterpillars found on the host plants in the field were collected and reared in the laboratory. Sixty-two lepidopteran species from 22 families were recorded; they were found feeding on new (8%) and mature (92%) leaves of R. montana. Cerconota sciaphilina (Zeller) (Elachistidae), two unidentified Gracillariidae species and, one species of Gelechiidae fed only on new leaves. These species showed a short life cycle, which was very syncronized with the host plant foliar phenology. Among the species feeding on mature leaves, 36 were considered polyphagous and, these showed a large variation in the use of the food resource. Twenty-six species were found only on R. montana, 58% were very rare, a character that difficults the analysis of their dietary range. The monophagous species on R. montana were: Chlamydastis platyspora (Meyrick) (Elachistidae), Stenoma cathosiota Meyrick (Elachistidae), Idalus prop. sublineata (Rothschild) (Arctiidae), and Eomichla sp. (Oecophoridae)

    Oviposition pattern and life table of South American tomato pinworm Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera, Gelechiidae)

    Get PDF
    Padrão de oviposição e tabela de vida da traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera, Gelechiidae). A traça-do-tomateiro apresentou maior oviposição ao colonizar tomateiros cultivados em sistema convencional em relação ao orgânico em estudos prévios realizados no campo. Visando confirmar e entender o padrão observado no campo, aspectos bioecológicos como oviposição e mortalidade de imaturos foram comparados em condições semi-controladas de casa de vegetação com plantas cultivadas em vasos com solo proveniente do sistema orgânico e convencional. Adultos da traça-do-tomateiro foram liberados na casa de vegetação e após 24h, as plantas infestadas foram transferidas para outra casa de vegetação, para acompanhamento de coortes horizontais. Os ovos naturalmente depositados pela traça-do-tomateiro foram localizados na planta e demarcados. Em seguida, a folha foi ensacada. Diariamente as plantas foram observadas, registrando a fase de desenvolvimento do inseto e a ocorrência de morte, até que todos os insetos completassem seu ciclo de vida. A oviposição pela traça-do-tomateiro em plantas com solos oriundos do sistema convencional foi duas vezes maior do que em plantas com solos do sistema orgânico. A curva de sobrevivência da fase imatura e a tabela de vida da traça-do-tomateiro em casa de vegetação mostraram que a sobrevivência em plantas com solo orgânico e convencional não apresentaram diferenças. Assim as diferenças no comportamento de padrão de oviposição observadas a campo provavelmente não estão relacionadas com o desempenho da progênie e podem ser influenciado pelo ambiente proporcionado pelo sistema orgânico de produção.Oviposition pattern and life table of South American tomato pinworm Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera, Gelechiidae). The tomato pinworm presented higher oviposition when colonizing tomato plants cropped in conventional system than in organic system, in previous field studies. Aiming to confirm and to understand the observed pattern in the field, bioecological processes, such as oviposition and mortality of immatures, were compared on ploted plants in soil from organic and conventional systems in semi-controlled conditions of greenhouse. Tomato pinworm adults were released in the greenhouse, the infested plants were transfered to another greenhouse after 24h, to track horizontal cohort. Naturally deposited eggs were located, marked and the leaf was caged. Each plant was observed daily and development stage or death was registered until all individuals completed the life cycle or died. Oviposition by tomato pinworm was 2-fold higher in plants growing in soil from conventional system than from organic system. The survivorship curve of immatures and life table in the greenhouse showed that there was no difference in organic and conventional plants. Thus, the difference in the oviposition pattern observed in the field is not related to the progeny performance and can be influenced by the environment of organic tomato crop system

    Ocorrência e estrutura de nectários extraflorais em Pterodon pubescens Benth. e em Pterodon polygalaeflorus Benth

    Get PDF
    Nectários extraflorais (NEFs) são estruturalmente variáveis e de ampla ocorrência entre as angiospermas. A ocorrência dos NEFs nas folhas de Pterodon polygalaeflorus Benth. e Pterodon pubescens Benth. (Fabaceae: Papilionoideae) foi detectada em espécimes adultas, durante a produção de novas gemas e flores. Os objetivos deste estudo foram registrar a ocorrência de NEFs em P. pubescens e P. polygalaeflorus, e fornecer dados comparativos sobre a estrutura anatômica destas estruturas. Os NEFs ocorrem na raque e estão localizados sob a inserção de cada peciólulo. Cada nectário consiste de uma pequena elevação cuja porção apical é fortemente invaginada, resultando em uma depressão (o pólo secretor), característica comum a ambas as espécies. Tricomas tectores unicelulares ocorrem ao longo da raque, sendo menos numerosos em P. polygalaeflorus, enquanto em P. pubescens eles cobrem todo o NEF. O tecido secretor consiste de células parenquimáticas com citoplasma denso. O néctar alcança a superfície dos NEFs pela ruptura da fina cutícula que cobre o pólo secretor, uma vez que ambas as espécies não apresentam estômatos ou qualquer outra interrupção da epiderme neste local. A diferença básica entre as duas espécies, em relação aos NEFs, é a densidade da pubescência, que é sempre maior em P. pubescens. Modificações estruturais e de dimensões podem ser observadas até mesmo entre os nectários basais e apicais de uma mesma raque, e portanto tais modificações não apresentam valor taxonômico.Extrafloral nectaries (EFNs) are structurally variable and widely spread among the angiosperms. The occurrence of EFNs in leaves of Pterodon polygalaeflorus Benth. and Pterodon pubescens Benth. (Fabaceae: Papilionoideae) were detected in adult specimens, at the time of production of new buds and flowers. The goals of the present study are to register the occurrence of the EFNs in P. pubescens and P. polygalaeflorus, and provide comparative data on the anatomical structures. The EFNs occur in the rachis and are located under the insertion of each petiolule. Each nectary consists of a small elevation whose apical portion is deeply invaginated, resulting in a depression (secretory pole), a common characteristic of both species. Unicellular, nonglandular trichomes occur along the rachis, being less numerous in P. polygalaeflorus while in P. pubescens they cover the EFNs. The secretory tissue consists of parenchyma cells with dense cytoplasm compactly arranged. The nectar reaches the surface of the EFNs by rupturing the thin cuticle which covers the secretory pole, since both species lack stomata or any other interruption at the epidermis. The basic difference between the two species, in relation to the EFNs, is the density of the pubescence, which is always greater in P. pubescens. Structural and dimensional modifications may be observed, even between basal and apical nectaries in the same rachis, so it does not constitute a taxonomical tool

    Azteca cf. lanuginosa (Hymenoptera: Formicidae) : biologia, comportamento de predação e forrageamento em cerrado

    No full text
    Orientador: Woodruff W. BensonTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Neste trabalho são apresentadas informações sobre a biologia e os comportamentos de forrageamento e de defesa em Azteca cf. lanuginosa (Dolichoderinae), uma espécie de formiga que ocorre na região de cerrados do Brasil central. Seus ninhos foram vistos em áreas de cerrado do Distrito Federa_ de Goiás e de Minas Gerais e as observações foram feitas em áreas de cerrado do Distrito Federal. Azteca cf. lanuginosa constrói um ninho oval, de cartão, ao redor de um galho, normalmente em árvores altas e cada ninho corresponde a uma colônia. Externamente o ninho tem uma estrutura de escamas imbricadas e internamente é formado, por canais. Os canais superficiais contêm uma grande quantidade de exoesqueletos de insetos predados por esta formiga. As colônias têm mais de 50 mil operárias e são menores do que as de algumas outras espécies de Azteca que ocorrem em áreas de florestas neotropicais. Os ninhos podem sobreviver por mais de 8 anos e a mortalidade é devida principalmente ao fogo e à morte da árvore com o ninho (árvore suporte). Durante o processo de morte da árvore suporte, as colônias são capazes de se mudar mas uma mudança só foi observada na situação em que a copa da árVore suporte estava em contato com a copa de outra árvore. As operárias forrageiam na vegetação. A árvore suporte e outras plantas em contacto com ela são patrulhadas pelas operárias durante todo o ano, constituindo a área central de forrageamento da colônia. Durante a seca, período com menor disponibilidade de presas, as colônias ampliam a área de forrageamento e outras plantas são patrulhadas pelas operárias. A maioria das plantas incorporadas à área de forrageamento durante a seca estavam a até 3 m de distância do tronco da árvore suporte. Plantas mais distantes foram incorporadas à área de forrageamento quando o acesso a elas foi facilitado por ligações com pontes artificiais. As áreas de forrageamento das colônias tendem a permanecer constantes entre anos mas sofrem alterações quando ocorre morte de plantas na área central de forrageamento e após queimadas. As plantas, nas áreas de forrageamento de Azteca, são basicamente livres de insetos folívoros, mas podem ter a polinização afetada pelas formigas. Nas inflorescências de uma planta (Mimosoideae) foi observada uma alta taxa de predação de visitantes florais e, num período de 17 dias, houve uma redução na freqüência de visitas em inflorescências com alta densidade de operárias, sugerindo que os visitantes, especialmente abelhas do gênero Apis, passaram a evitar estas inflorescências. As operárias são ativas durante o dia, reduzindo drasticamente a atividade durante a noite quando uma baixa atividade é mantida em pelo menos parte da árvore suporte. As operárias utilizam um sistema de trilhas bem marcadas nos galhos maiores da área central de forrageamento e se espalham nos ramos mais finos e nas folhas patrulhando ativamente a área. Operárias em patrulha capturam insetos pequenos e utilizam recrutamento a curta distância, com a colaboração de outras operárias na imobilização destas presas. A utilização de exudados de homópteros como fonte de alimento é pouco freqüente e os insetos que pousam nas plantas são a principal fonte de alimento desta espécie. As áreas de forrageamento das colônias são compactas, mesmo durante a seca, e é sugerido que Azteca cf lanuginosa precisa manter uma alta densidade de operárias para manter o forrageamento por patrulha eficiente na captura de presas moveis. A captura de presas grandes e ágeis é feita por operárias em "grupos de emboscada". No comportamento de grupos de emboscada as operárias se organizam na superfície de uma folha, ficando lado a lado na margem, com as cabeças voltadas para fora. Um inseto que pousa sobre a folha é atacado de forma coordenada por estas operárias. Um inseto capturado é transportado para a superfície inferior da folha, onde é completamente imobilizado com a colaboração de operárias de patrulha, e as operárias do grupo de emboscada voltam a se organizar na margem da folha (substrato). Os grupos de emboscada são organizados pela manhã e se desfazem no final da tarde e este comportamento não é utilizado no final da seca nem em períodos com muita chuva. As mesmas folhas podem ser utilizadas para a organização de grupos de emboscada por longos períodos (mais de três meses) indicando uma fidelidade ao substrato. Operárias marcadas de três grupos retomaram aos mesmos grupos nos dias subseqüentes indicando uma fidelidade ao substrato ou ao grupo. As operárias também se organizam em "grupos de espera" na extremidade de ramos secos, na ráquis de folhas compostas e em inflorescências. Nos grupos de espera as operárias ficam paradas, próximas umas das outras e com as cabeças voltadas para o mesmo lado. Reagem rapidamente à presença de um inseto e são capazes de captura-lo mas, devido a sua disposição ao longo e ao redor de um substrato estreito, sua reação é menos coordenada e menos eficiente do que a das operárias em grupo de emboscada. Os grupos de espera colaboram com as operárias de patrulha na captura de presas, 11mcionando como operárias de reserva descentralizadas do ninho. Os grupos de espera ocorrem durante todo o ano e alguns permanecem na copa da árvore suporte durante a noite. Durante a noite as operárias se organizam no tronco da árvore suporte, logo abaixo das ramificações. As operárias permanecem lado a lado, com as cabeças voltadas para baixo, formando filas múltiplas ao redor do tronco. O conjunto de filas de operárias foi denominado de "cinturão de defesa", um comportamento não descrito para outras formigas. As operárias ativas durante a noite utilizam rotas, a partir do ninho, que passam próximo ao cinturão de defesa e atingem a extremidade dos ramos, onde podem ocorrer grupos de espera, no que parece ser uma rede de informações mantida no período de baixa atividade da colônia. A distribuição de tamanho (largura da cápsula cefálica) das operárias é contínua, porém fortemente platicurtica, não havendo uma distinção clara entre operárias maiores e menores. Não foi encontrada uma relação entre o tamanho das operárias e o local ou a atividade desenvolvida por elas, com exceção do cinturão de defesa onde as maiores operárias foram mais freqüentes. Para o período de março a junho de 1994, foi encontrada uma relação positiva entre o número de grupos de emboscada e a abundância de insetos (F[1,7] = 42,3; p = 0,0003). O número de operárias por grupo de emboscada foi muito variado (3 a 76) e tendeu a aumentar com o aumento da freqüência de pouso de insetos nas folhas usadas como substrato (presas potenciais). O tamanho dos insetos que pousaram em ramos marcados não variou neste período, e os insetos maiores foram proporcionalmente mais capturados pelos grupos de emboscada. A proporção de captura de presas ficou acima de 50%, nos períodos com maior abundância de presas, e tendeu a ser maior nos maiores grupos de emboscada. Não houve captura de presas nos grupos com menos de 10 operárias. No final de junho, com o avanço da seca e a redução da abundância de insetos, os grupos de emboscada eram menos freqüentes e menores. Um acréscimo experimental de presa potenciais levou a um rápido aumento no número de operárias nestes pequenos grupos. Os grupos pequenos, ineficientes na captura de presas, parecem funcionar como avaliadores da disponibilidade de presas. Os grupo de emboscadas não ocorreram em folhas pequenas nem em folhas grandes posicionadas a mais de 4 m de altura. Em ramos com folhas pequenas ou em folhas compostas com pequenos folíolos, os grupos de emboscada são substituídos por grupos de espera. As operárias se organizam no ramo ou no ráquis e atacam presas, de forma menos coordenada mas ainda fortemente cooperativa, em diferentes pontos deste substrato recortado. Insetos ágeis são difíceis de serem capturados e Azteca cf. lanuginosa utiliza a cooperação entre operárias para capturá-los, num gradiente de coordenação de ataque que vai da alta densidade de operárias com o recrutamento a curta distância, passando pelos versáteis grupos de espera, até o ataque fortemente coordenado dos grupos de emboscadaAbstract: This study presents information on the biology, predatory behavior and foraging activities of the ant Azteca cf lanuginosa (Dolichoderinae) in cerrado woodland of central Brazil. This ant builds carton nests on the branches of tall trees, each nest comprising a colony. Large colonies contain in excess of 50,000 workers and may survive longer than 8 years. Colony mortality was due principally to fire and the death of nest trees. Worker ants forage almost exclusively on shrubs and trees where they harvest insect prey. The central foraging area is composed of the nest tree and woody plants that contact it, and these are patrolled during the entire year. During the dry season, the period of reduced prey availability, colonies expand their foraging area to include additional plants up to 3 m from the trunk of the nest tree. The plants foraged by this Azteca are largely free of insect folivorous, although the ants were sometimes observed to consume beneficial arthropods such as flower visitors. Observations showed that visitors, in particular honeybees (Apis), diminished at inflorescences with many ants, suggesting that visitors were avoiding these. The workers are highly active during the day when they use a system of well marked trails that connect the nest to major limbs in the central foraging area and spread out when arriving on finer branches and leaves. Patrolling workers capture and immobilize small prey using short-distance recruitment to call the aid of nearby ants. Feeding on homopteran exudates is rare in this ant, and insects that land on or climb into the foraging area are the principal colony food source. The capture of large agile prey is effected by workers organized in "ambush groups". In these, the workers align themselves side by side around the lower margin of a large leaf with their heads facing outward. When a potential prey lands on the upper leaf surface, the ambushing ants rush and seize it simultaneously. A captured insect is dragged to the leaf undersurface with the aid of patrolling ants recruited from the neighboring stem, and the ants of the ambush group return to their position along the leaf margin. Ambush groups are formed during the morning and break up in late afternoon. They are rare or absent in the later part of the dry season and during periods of heavy rain. The same leaves may be used daily for periods in excess of three months. Workers also form "sit-and-wait" groups at the tips of dead twigs, on the rachises of compound leaves and on inflorescences. In these, worker groups remain immobile while facing distally. The ants respond rapidly to prey, although the attacks are less coordinated and the groups less efficient than in ambush groups. "Sit-and-wait" groups collaborate with patrolling workers in prey capture and may additionally function as worker reserves away from the nest. These groups are present during the entire year and sometimes persist during the night in nest trees. In another type of coordinated group behavior, workers aggregate during the night on the lower trunk of nest trees (below the lowest branches) and line up forming multiple rows around the tree trunk, each with the ants side by side and facing downward. This behavior, called "belt defense", is unknown in other ants. Also during the night, a few workers continue to use trails that extend from the nest, pass near to the belt defense and terminate at branch tips where sit-and-wait groups may form. This trail system appears to serve as a nocturnal information network when ant activity is otherwise at a low point. Workers show a continuous although markedly platykurtic size distribution, and natural caste divisions are distinguishable among workers. No relationship was found between worker size and the activity being engaged in, other than a greater frequency of large workers in the nocturnal defense belts. The frequency of ambush groups correlated positively with general insect abundance. The number of workers per group varied great1y (range 3-76) and tended to increase with increasing rates of arrival of potential prey. The success rate in prey capture was greater than 50% during the period of greatest prey abundance and was greater in larger ambush groups. Groups with fewer than ten workers were not observed to capture prey. By the end of June, with progressive dryness and reduction in insect abundance, ambush groups became smaller and less frequent. An experimental increase in prey arrival resulted in an increase in workers in ambush groups at this time. Small groups, inefficient in prey capture, appear to function to assess prey abundance. Ambush groups do not form on small leaves or leaflets, and tended to be substituted by "sit-and-wait" groups in these circumstances. Thus, Azteca cf lanuginosa uses worker cooperation to subdue difficult to capture prey in a gradient of attack methods ranging from high patrolling densities allied with short distance recruitment, and passing through versatile "sit-and-wait" groups to the strongly coordinated attack method of ambush groupsDoutoradoEcologiaDoutor em Ciências Biológica

    Nectários extra-florais em barbatimão: comparação entre áreas de cerrado queimado e não-queimado.

    No full text
    Apesar da ampla literatura sobre a variação temporal e espacial na eficiência de nectários extra-florais (nefs) como defesa contra insetos herbí­voros, informações sobre variações no número de nefs entre indiví­duos de uma espécie de planta ainda são escassas. Nesse trabalho comparamos o número de nefs, em folhas de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. (Fabaceae, Mimosoideae), entre áreas de cerrado queimado e não queimado. As coletas foram realizadas em uma parcela com queimadas bienais e em uma área adjacente protegida contra fogo na Reserva Ecológica do IBGE (DF, Brasil), em área de cerrado tí­pico. Foi coletada uma folha em final da expansão de cada indiví­duo (n=15) e foi contado o número de nefs na raquis e nos três raquí­olos basais do lado direito da folha. O número de nefs na raquis variou pouco e não diferiu entre as área, enquanto os raquí­olos apresentaram um maio número de nefs na área queimada (t= 3,75; p<0,01). Esse resultado pode estar relacionado com a perda de folhas devido ao fogo e, nesse caso, nefs podem estar funcionando como uma defesa induzida nesta planta

    Nectários extra-florais em barbatimão: comparação entre áreas de cerrado queimado e não-queimado.

    No full text
    Apesar da ampla literatura sobre a variação temporal e espacial na eficiência de nectários extra-florais (nefs) como defesa contra insetos herbí­voros, informações sobre variações no número de nefs entre indiví­duos de uma espécie de planta ainda são escassas. Nesse trabalho comparamos o número de nefs, em folhas de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. (Fabaceae, Mimosoideae), entre áreas de cerrado queimado e não queimado. As coletas foram realizadas em uma parcela com queimadas bienais e em uma área adjacente protegida contra fogo na Reserva Ecológica do IBGE (DF, Brasil), em área de cerrado tí­pico. Foi coletada uma folha em final da expansão de cada indiví­duo (n=15) e foi contado o número de nefs na raquis e nos três raquí­olos basais do lado direito da folha. O número de nefs na raquis variou pouco e não diferiu entre as área, enquanto os raquí­olos apresentaram um maio número de nefs na área queimada (t= 3,75; p<0,01). Esse resultado pode estar relacionado com a perda de folhas devido ao fogo e, nesse caso, nefs podem estar funcionando como uma defesa induzida nesta planta
    corecore