22 research outputs found

    Who and how should participate in health care priority setting? evidence from a Portuguese survey

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    This article provides highlights of the evolution of the health care rationing debate towards a more transparent and open approach involving public participation. Discretionary models that have dominated health sector decision-making are being questioned by different sectors of society. Using data from 442 college students, we explore public’s views on its involvement in health care rationing decisions. Findings suggest that although citizens wish to be consulted, they believe doctors should play the most important role on the rationing decisions. Nonetheless, the confidence in doctors is not independent of the criteria used to support their decisions.This research was partially funded by Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) through the Applied Microeconomics Research Unit (NIMA) award no. PEst-OE/EGE/UI3181/201

    Social and ethical criteria for prioritizing patients: a survey of students and health professionals in Portugal

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    O estudo quali-quantitativo explora o dilema ético da microalocação dos recursos da saúde. Objetiva identificar e comparar a opinião de dois grupos da sociedade portuguesa - estudantes e profissionais de saúde sobre a importância das características pessoais dos pacientes no momento de os priorizar e se as escolhas se explicam por referenciais bioéticos de caráter utilitaristas ou deontológicos. Os dados foram recolhidos através de um questionário aplicado a uma amostra de 180 estudantes universitários e 60 profissionais de saúde. Os respondentes perante hipotéticos cená- rios de emergência clínica tiveram de escolher de entre dois pacientes (distinguidos por idade, sexo, responsabilidade social, situação económica e laboral, comportamentos lesivos da saúde e registo criminal) quem tratar e justificar a escolha. Foram usados testes estatísticos de associação para comparar as respostas dos dois grupos e análise de conteúdo para categorizar as justificações. Os resultados sugerem a existência de diferenças nas escolhas dos dois grupos, com os profissionais de saúde a revelarem aceitar menos a utilização de critérios sociais em contexto de escassez e coexistência de critérios utilitaristas e deontológicos, com predomínio da eficiência por parte dos profissionais de saúde e da equidade por parte dos estudantesThis qualitative/quantitative study examines the ethical dilemma of microallocation of health resources. It seeks to identify and compare the opinion of two groups in Portuguese society – students and health professionals – on the importance of personal characteristics of patients at the moment of prioritizing them and if the choices can be explained by bioethical references of a utilitarian or deontological nature. Data were collected by means of a questionnaire administered to a sample of 180 students and 60 health professionals. Faced with hypothetical emergency scenarios, the respondents had to choose between two patients (distinguished by: age, gender, social responsibility, economic and employment situation, harmful health behaviors and criminal record), duly selecting who to treat and then justifying their choice. The results suggest the existence of differences in choices between the two groups, with health professionals revealing they are less prepared to accept the use of social criteria in a context of scarce resources and co-existence of utilitarian and deontological criteria, with a predominance of efficiency on the part of health professionals and equity on the part of students.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Racionamento dos cuidados de saúde: introdução

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    O racionamento explícito dos cuidados de saúde é um dos temas mais importantes em discussão nos meios acadêmicos e políticos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os artigos apresentados neste Fórum propõem-se a abordar algumas das questões suscitadas por essa problemática. A abordagem é multidisciplinar percorrendo as complexas questões da ética e a contribuição da economia para a reflexão. As análises revelam as especificidades associadas à mudança de uma abordagem implícita de racionar os cuidados de saúde, tradicionalmente dominante nos sistemas de saúde, para um método sistemático e explícito de priorização, em geral, e a potencial incompatibilidade entre os objetivos da eficiência e da eqüidade nas políticas de saúde, em particular. As reflexões do Fórum estão diretamente relacionadas com as correntes discussões em torno das questões “Por que racionar os cuidados de saúde?” e “Como racionar os cuidados médicos?”, presentes em todo o mundo.Explicit rationing of health care is one of the most important issues under debate in the academic and political fields in both developed and developing countries. The articles presented in this Forum provide an approach to some of the questions relating to this issue. The approach is multidisciplinary, covering complex ethical questions and the contribution of economics to the debate. The analyses reveal specificities associated with the shift from implicit approach for rationing of health care, traditionally dominant in health systems, to a systematic and explicit priority-setting method in general and the potential incompatibility between efficiency and equity objectives in health policy in particular. The Forum's reflections link directly to current worldwide discussions on the questions “Why ration health care?” and “How to ration health care?”

    O racionamento dos recursos da saúde através do estabelecimento de prioridades : uma perspectiva social

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    Tese de doutoramento em Ciências Económicas (ramo do conhecimento em Teoria e Política Económica)Este estudo tem como objectivos: (1) Debater as questões relacionadas com o racionamento/prioridades dos cuidados de saúde; (2) Eliciar preferências dos indivíduos em relação à distribuição de ganhos de saúde e (3) Saber das preferências dos indivíduos em relação à participação dos diferentes actores no estabelecimento de prioridades. Nenhuma sociedade possui recursos em montante suficiente que permita prestar todos os cuidados de saúde a todos aqueles que os reclamam. Em Portugal, o tema racionamento ou priorização dos cuidados de saúde ganha importância crescente à medida que a maior disciplina orçamental impõe que se defina “O que financiar e/ou quem tratar?” e “A que renunciar?”. O estabelecimento de prioridades no sector da saúde deve procurar maximizar os ganhos de saúde de acordo com os limitados recursos existentes e, simultaneamente, satisfazer os objectivos de equidade. A incorporação de preocupações equitativas nas avaliações económicas dos cuidados de saúde levanta, porém, consideráveis dificuldades metodológicas e conceptuais, começando pela própria definição de equidade em saúde. O debate teórico emergente na literatura da economia da saúde sobre qual a definição de equidade em saúde continua aceso e longe de alcançar consensos. Este facto justifica a necessidade de recolher informação sobre as preferências da sociedade acerca das diferentes dimensões equitativas. Adicionalmente, é expectável que as preferências pelos serviços de saúde, enquanto construções pessoais e sociais, variem não só ao nível do contexto individual como cultural. Assim, o sucesso de qualquer política de priorização dos cuidados de saúde depende da incorporação dos valores e princípios sustentados pela população a que se destina. Em Portugal não é conhecido nenhum estudo que procure avaliar critérios de justiça distributiva defendidos pela sociedade ou grupos da sociedade para a definição das prioridades no sector dos serviços de saúde. Neste enquadramento, o presente trabalho procura contribuir para esta discussão assumindo o princípio distributivo que defende a igualdade nos resultados finais de saúde. Em concreto, assumimos a especificação de uma função de bem-estar social de elasticidade constante (FBES CES) e procuramos testar os seus parâmetros. Esta metodologia, sustentada na moderna teoria do bem estar-social, tenta ajuizar sobre a conciliação dos objectivos da eficiência e da equidade, entendida como igualdade nos resultados finais de saúde. A FBES CES compreende dois parâmetros que fornecem informações distintas. A estimação do parâmetro de aversão à desigualdade informa quanto à inclinação da curva de indiferença social e permite medir o trade-off entre eficiência e equidade (apresentada como igualdade na saúde final). O outro parâmetro informa sobre a importância atribuída à saúde final de cada indivíduo em função do estatuto socioprofissional. A estimação dos parâmetros da FBES CES foi prosseguida através de dados recolhidos por meio de um questionário presencial, a uma amostra de conveniência constituída por 442 estudantes universitários, aplicado em contexto controlado, desenhado e testado internacionalmente. O inquérito compreende cenários hipotéticos desenhados com o objectivo de, a partir da apresentação de sucessivas opções de escolhas, eliciar as preferências de forma interactiva. O questionário compreende, ainda, questões formuladas com o propósito de saber se as preferências sociais são favoráveis à ideia de conferir à população um papel mais participativo na planificação dos serviços de saúde e a quem cabe a autoridade de estabelecer prioridades. As principais conclusões do trabalho podem sintetizar-se como se segue: (1) As preferências declaradas mostram que os inquiridos estão dispostos a trocar eficiência por equidade quando a desigualdade na saúde é descrita entre grupos socioprofissionais de indivíduos o que já não é tão evidenciado num contexto que envolve grupos não identificados de indivíduos; (2) Apesar de (1) as preferências declaradas parecem suportar o princípio do anonimato, na medida em que na ausência de desigualdades na saúde tende a ser conferido o mesmo peso a uma melhoria na saúde de qualquer dos grupos profissionais; (3) A maioria dos inquiridos é de opinião que a sociedade deve ter um papel mais interventivo na gestão dos recursos da saúde mas, ainda assim, secundário. Os médicos são os actores sociais eleitos como responsáveis para tomar decisões de priorização na saúde.The objectives of this study is threefold: (1) Critically review the literature concerning the rationing/priority setting of health care; (2) Elicit people’s preferences concerning the distribution of health gains, and (3) Uncover the preferences of individuals about the participation of different social actors in setting priorities in health care. No society has enough resources to provide all potentially beneficial health care to everyone. In Portugal, the issue of priority setting in health care is becoming increasingly important as greater budget discipline requires attention to the key questions of “What should we finance?” and “What should we forgo?”. Setting priorities in health care should seek the maximization of health gains given limited resources (efficiency), while meeting equity objectives. The incorporation of equity concerns in economic evaluations of health care, however, raises considerable methodological and conceptual difficulties, not the least of which is how to define equity in health. The ongoing theoretical debate in the literature of health economics shows that the definition of equity in health remains far from achieving a consensus. This justifies the need to collect information about societal preferences towards different equity dimensions in health care. In addition, it is to be expected that preferences for health care vary not only at the individual level but also at the cultural level, and, therefore, a successful policy in health care priority setting must take into account the values and the culture of the population for which it is intended. In Portugal, however, no inquiry has ever been made into people’s views concerning the criteria for the allocation of health care resources. Thus, this study seeks to contribute to this debate, assuming the distributive principle of equality of health outcomes. Specifically, we assume an isoelastic social welfare function and try to elicit its parameters. This approach, that has its roots on modern welfare economics, tries to balance the competing demands for efficiency and equity (meaning equality of health outcomes in this study). The SWF with a constant elasticity of substitution has two different parameters that provide different information. While the inequality aversion parameter can represent a variety of different attitudes towards relative inequalities, the other parameter determines the rate at which the final health of different socioprofissional subgroups enters the social welfare calculus. To estimate the SWF parameters we collect data from a convenience sample of 442 college students using a questionnaire administered in the classroom. The questionnaire posed hypothetical scenarios to the individuals, and their preferences were elicited in an interactive way. In addition, the questionnaire included questions aiming to ascertain whether respondents are favourable to the view of having the general population more involved in the planning of health services, and who should be the social agents with more responsibility/authority in priority setting decisions. The results from this study can be summarized as follows: (1) The stated preferences indicate that respondents are willing to sacrifice efficiency for more equality in lifetime health when the sub-groups are identified in terms of socioprofissional status, a finding that is not observed when the sub-groups are not identifiable; (2) Regardless (1) the responses seems to be in accordance with “anonymity”, which implies that both socioprofissional subgroups are equally deserving of any given health gain; (3) The results suggests that although citizens wish to be consulted, they do not want to make rationing decisions directly. Respondents believe that doctors should make these decisions on behalf of society

    Racionamento dos cuidados de saúde: problemática inerente

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    A escassez de recursos que caracteriza os sistemas de saúde obriga a tomada de decisões de priorização que se traduzem em escolhas entre programas/serviços alternativos e/ou entre pacientes ou grupos de pacientes. Na ausência de mecanismo de preços, o estabelecimento de prioridades consagra uma forma de afetação dos escassos recursos no mercado dos cuidados de saúde, traduzido em racionamento. Tradicionalmente, nos sistemas de saúde públicos as decisões de afetação dos recursos têm sido tomadas de forma discricionária, sobretudo pelos médicos. Contudo, a crescente limitação dos recursos, associada a um aumento das expectativas por parte dos doentes, apela a formas mais explícitas de racionamento legitimadas socialmente. Internacionalmente, o desenvolvimento de processos explícitos de priorização tem-se revelado difícil e controverso

    The dilemma of managing scarce health care resources; evidence of the conflict between economic or ethical principles in microallocation decisions

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    Health economists proposed maximizing additional health gains as a criterion to set priorities and to maximize social welfare in the microallocation of healthcare resources. This requires that social values from health improvements are neutral in relation to personal characteristics of people, which seems to be often contradicted by empirical evidence. This paper addresses the social and ethical values that can potentially conflict with economic ones in decisions taken at the micro level of healthcare rationing. Using quantitative and qualitative data collected from a random sample of 200 college students we explore their (i) orientations and motivations when faced with hypothetical scenarios involving prioritization of patients that are distinguished only by their personal characteristics and (ii) views concerning its involvement in decision making over which patients to treat. Findings suggest: (i) the coexistence of fairness and economic orientations among respondents even though utilitarianism received the greatest support; (ii) that although respondents wish to be consulted in matters of microallocation decisions, they do not want to assume the role of deciding between patients

    Racionamento dos cuidados de saúde e a participação da sociedade: revisão do debate

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    ResumoIntroduçãoO tradicional modelo discricionário de estabelecer prioridades na saúde tem vindo a ser questionado por muitos decisores políticos que procuram lidar com esta realidade de forma mais explícita. Explicitar o modo de estabelecer prioridades tem suscitado intensos debates, sobretudo e em particular no que respeita à contribuição da economia e ao envolvimento da população.Material e métodosA revisão bibliográfica permitiu, não apenas, rever o debate em torno da evolução a que tem estado sujeito o processo de priorização dos serviços de saúde ao longo das três últimas décadas como também descrever a problemática associada à participação da comunidade no debate sobre o racionamento e conhecer algumas reformas internacionais que procuraram conferir ao racionamento um carácter mais transparente.ResultadoA par das reformas para a adopção de critérios sistemáticos de racionar os cuidados de saúde surge o debate sobre o papel a conferir à população nesse processo. Apesar de algum consenso sobre a necessidade de conferir um papel mais interventivo às populações, não há consenso sobre os limites e modelos de participação. A tarefa, na prática, tem-se revelado complexa e conflituosa.ConclusãoA implementação de sistemas de racionamento com carácter mais explícito e transparente continua em discussão na literatura. As soluções parecem depender essencialmente da vontade política e do contexto cultural de cada país.AbstractIntroductionThe traditional discretionary model to set priorities in health care have been questioned by policy makers who seek to address this issue more explicitly. Setting priorities in an explicit way has sparked an intense debate, especially and particularly in what concerns economics contribution and public involvement.Material and methodsA literature review allowed not only an account of the debate about the evolution of the process concerning the setting of priorities within the health care services during the last three decades but also to describe the problematic discussion related to the community participation in the rationing debate, as well as to know some international reforms that tried to implement a more transparent rationing process.ResultsAlongside with the reforms to adopt systematic principles to ration health care services, there is a debate about the role that population should play in that process. Although there is some consensus that population should be more involved, there is no consensus about the limits and model of participation. The task, in practice, has proved to be complex and a source of conflict.ConclusionsThe implementation of a more explicit and transparent health care rationing process is still under debate. The solutions seem to depend on the political will and the cultural context of each country

    Health care rationing community participation : a review of the debate

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    RESUMO - Introdução: O tradicional modelo discricionário de estabelecer prioridades na saúde tem vindo a ser questionado por muitos decisores políticos que procuram lidar com esta realidade de forma mais explícita. Explicitar o modo de estabelecer prioridades tem suscitado intensos debates, sobretudo e em particular no que respeita à contribuição da economia e ao envolvimento da população. Material e métodos: A revisão bibliográfica permitiu, não apenas, rever o debate em torno da evolução a que tem estado sujeito o processo de priorização dos serviços de saúde ao longo das três últimas décadas como também descrever a problemática associada à participação da comunidade no debate sobre o racionamento e conhecer algumas reformas internacionais que procuraram conferir ao racionamento um carácter mais transparente. Resultado: A par das reformas para a adopção de critérios sistemáticos de racionar os cuidados de saúde surge o debate sobre o papel a conferir à população nesse processo. Apesar de algum consenso sobre a necessidade de conferir um papel mais interventivo às populações, não há consenso sobre os limites e modelos de participação. A tarefa, na prática, tem-se revelado complexa e conflituosa. Conclusão: A implementação de sistemas de racionamento com carácter mais explícito e transparente continua em discussão na literatura. As soluções parecem depender essencialmente da vontade política e do contexto cultural de cada país.ABSTRACT - Introduction: The traditional discretionary model to set priorities in health care have been questioned by policy makers who seek to address this issue more explicitly. Setting priorities in an explicit way has sparked an intense debate, especially and particularly in what concerns economics contribution and public involvement. Material and methods: A literature review allowed not only an account of the debate about the evolution of the process concerning the setting of priorities within the health care services during the last three decades but also to describe the problematic discussion related to the community participation in the rationing debate, as well as to know some international reforms that tried to implement a more transparent rationing process. Results: Alongside with the reforms to adopt systematic principles to ration health care services, there is a debate about the role that population should play in that process. Although there is some consensus that population should be more involved, there is no consensus about the limits and model of participation. The task, in practice, has proved to be complex and a source of conflict. Conclusions: The implementation of a more explicit and transparent health care rationing process is still under debate. The solutions seem to depend on the political will and the cultural context of each country.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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