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    A MEDICALIZAÇÃO DA ESPERANÇA: REFLEXÕES EM TORNO DE VIDA, SAÚDE/DOENÇA E MORTE

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    This article tackles the process of transformation of the meanings of hope, which has sprung from the secularization of modern Western society. With the loss of transcendence and the emphasis on physicality and hedonism, the hope category became an object of medicalization, acquiring new meanings. The text explains how the biomedical apparatus began to deal with the production of hope in rela­tion to health and the construction of a “death with dignity”, after the second half of the 20th century. The analysis is performed based on bibliographical survey of the thematic. The debates around hope that is “legitimate” – or not – mostly center on the emphasis placed upon the right to individual autonomy, which denotes the preeminence of current moral values in each examined context. Keywords: Life and death, hope, medicalizationEste artículo discute el proceso de transformación de los sentidos de la espe­ranza, producido a partir de la secularización de la sociedad occidental mod­erna. Con la pérdida de la trascendencia y el énfasis en la corporalidad y el hedonismo, la categoría esperanza se convierte en objeto de medicalización, adquiriendo nuevos significados. El texto explicita cómo el aparato biomédi­co pasó a ocuparse de la producción de esperanzas en relación a la salud y de la construcción de una ‘muerte con dignidad’, después de la segunda mitad del siglo XX. El análisis se realiza en base a los estudios bibliográficos sobre el tema. Los debates en torno a las esperanzas “legítimas” – o no – se cen­tran, sobre todo, alrededor del destaque concedido al derecho de autonomía individual, lo que denota la preeminencia de los valores morales imperantes en cada contexto examinado. Palabras-clave: Vida/muerte; esperanza; medicalización.This article tackles the process of transformation of the meanings of hope, which has sprung from the secularization of modern Western society. With the loss of transcendence and the emphasis on physicality and hedonism, the hope category became an object of medicalization, acquiring new meanings. The text explains how the biomedical apparatus began to deal with the production of hope in rela­tion to health and the construction of a “death with dignity”, after the second half of the 20th century. The analysis is performed based on bibliographical survey of the thematic. The debates around hope that is “legitimate” – or not – mostly center on the emphasis placed upon the right to individual autonomy, which denotes the preeminence of current moral values in each examined context. Keywords: Life and death, hope, medicalizationEste artigo aborda o processo de transformação dos sentidos da esper­ança, ocorrido a partir da secularização da sociedade ocidental moderna. Com a perda da transcendência e a ênfase na fisicalidade e no hedonis­mo, a categoria esperança torna-se objeto de medicalização, adquirindo novos significados. O texto explicita como o aparato biomédico passou a lidar com a produção de esperanças em relação à saúde e a construção de uma “morte com dignidade”, após a segunda metade do século XX. A análise é empreendida com base em levantamento bibliográfico sobre a temática. Os debates em torno das esperanças “legítimas” – ou não – se centram, sobretudo, no destaque concedido ao direito de autonomia individual, o que denota a preeminência de valores morais vigentes em cada contexto examinado. Palavras-chave: Vida e morte, esperança, medicalização

    Um Modelo para Morrer: última etapa na construção social contemporânea da pessoa?

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    Este artigo trata de uma construção recente acerca do morrer e do modo de participação do doente terminal neste processo. No bojo deste constructo, que data da década de 1980, vêm sendo desenvolvidas uma série de práticas institucionais e profissionais. Visando compreender como se articulam as deliberações em torno do morrer bem como última etapa na construção da identidade pessoal contemporânea, foram enfocados alguns textos representativos deste ideário. O modelo contemporâneo do morrer é comparado com duas configurações sociais tratadas como tipos ideais no sentido weberiano denominadas por diversos autores como morte tradicional e moderna. O novo modelo é compreendido como resposta à desumanização da morte moderna e sua aplicação é constituída pela tentativa de resgatar determinados valores do modelo tradicional. Estas três configurações da morte são entendidas como tipos históricos: a morte tradicional tende a dar lugar à moderna que, por sua vez, tende a ser sucedida pela modalidade contemporânea

    Relato sobre internação hospitalar para procedimento cardiológico no início da pandemia de Covid-19

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    This text reports the author's experience during hospitalization for cardiological intervention, in March 2020, when the Covid-19 pandemic began. As a doctor and anthropologist, she observed the conduct of professionals in the sector, with regard to the use of masks and care in relation to the coronavirus. The noise in the hospital unit and the maintenance of the inpatient's consciousness were an object of discomfort, respectively, for the author and for the health team. The report addresses the difficulties of adapting health professionals to new situations, such as anticipated directives of will; in addition to the challenges of dealing with a lucid patient and with the ability to exercise free will.O presente texto relata a experiência da autora durante internação hospitalar para intervenção cardiológica, em março de 2020, quando teve início a pandemia do Covid-19. Por ser médica e antropóloga, ela observou as condutas dos profissionais do setor, no que concerne ao uso de máscaras e cuidados em relação ao coronavírus. O barulho na unidade hospitalar e a manutenção da consciência da paciente internada constituíram objeto de incômodo, respectivamente, para a autora e para a equipe de saúde. O relato aborda as dificuldades de adaptação de profissionais de saúde a novas situações, como as diretivas antecipadas de vontade; além dos desafios de lidar com doente lúcido e com capacidade de exercício de livre arbítrio

    Em busca da boa morte

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    Fruto de um trabalho etnográfico, o livro Em Busca da Boa Morte, de Rachel Aisengart Menezes, aborda o novo ideário, conhecido como paliativista, que coloca em questão a morte fria e desprotegida no hospital – desse modo, o que se procura aqui é refletir acerca de um processo de mudança cultural, de contornos ainda pouco precisos, mas que, inegavelmente, procura humanizar o momento da morte, encarando a relação médico-paciente sob um outro ponto de vista . Trata-se de uma obra que traz à tona questões sobre a Ética no mundo contemporâneo, que banaliza a morte ou simplesmente não fala dela. Desse modo, o novo ideário constitui-se como uma resposta possível, mesmo que ainda ligada, à onisciência e onipresença da Medicina, quando o discurso médico já não possui respostas, conscientizando-se das suas limitações

    Variaciones sobre el “buen morir”: Un análisis comparativo de la gestión del final de la vida en cuidados paliativos en Argentina y Brasil

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    Desde diferentes disciplinas, las ciencias sociales y humanas han dado cuenta del carácter contextual e histórico de las representaciones y actitudes acerca de la muerte y el morir, así como de las respuestas sociales frente a estas experiencias. Puntualmente, el trabajo analiza la gestión médica del proceso de morir en servicios de cuidados paliativos, disciplina médica especializada en la atención de pacientes terminales. Tomando como eje las similitudes y diferencias que este trabajo de gestión asume en Buenos Aires y Río de Janeiro, con base en dos investigaciones etnográficas realizadas en centros de cuidados paliativos de ambas ciudades, el artículo analiza y discute la noción de “buen morir” que estructura el ideario de los cuidados paliativos, al tiempo que explora sus relaciones con procesos sociales más amplios. El análisis comparativo permite revelar los aspectos comunes que caracterizan a la filosofía de esta disciplina, así como mostrar las apropiaciones y particularidades locales, que evidencian las dimensiones culturales e institucionales en torno a la muerte y el morir en ambos contextos.Humanities and social sciences have shown contextual and historical variations on representations and attitudes towards death and dying, as well as in social responses to these experiences. The article analyzes the medical organization of the dying process in palliative care settings, a medical branch specialized in hospice and terminal care. The paper addresses the similarities and differences of medical organization of dying in palliative care settings in Buenos Aires and Río de Janeiro, based on ethnographic researches conducted in hospices located in both cities. The paper analyzes and discusses the notion of “good death”, central in palliative care philosophy, and explores their relationship with wider social processes. The comparative analysis reveals the common aspects that characterize the philosophy of palliative care and shows its local variations, which are shaped by cultural and institutional dimensions around death and dying in both contexts.Fil: Alonso, Juan Pedro. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Sociales. Instituto de Investigaciones "Gino Germani"; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; ArgentinaFil: Aisengart Menezes, Rachel. Universidade Federal do Rio de Janeiro; Brasi

    Apresentação do Dossiê – A Morte e o Processo de Morrer nas Ciências Sociais: Perspectivas Sobre Um Fenômeno Multidimensional

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    O campo de estudos da morte e do morrer é amplo e multidisciplinar. Em se tratando de um fenômeno ubíquo e universal, não é de se espantar a pluralidade das abordagens para o estudo da morte. Desde a década de 1960, os estudos sobre morte e morrer nas Ciências Sociais vêm crescendo e se consolidando em um campo com questões, agendas de pesquisa e temáticas consolidadas. Os rituais em torno da morte, dos cadáveres e do adoecimento, as práticas de cuidado, controle e gestão dos corpos mortos ou dos sujeitos em processo de morrer, as crenças, ideias, representações e valores que informam e dão sentido ao fim da vida, todos esses são objetos dentro do guarda-chuva da literatura presente no dossiê apresentado nesse artigo. Ao longo do texto, oferecemos um panorama das questões da área e pontuamos como estas dialogam com os artigos que integram o dossiê

    Visibilização contemporânea do processo do morrer: novos rituais e sensibilidades

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    A gestão social do processo de morrer tem se transformado a partir da segunda metade do século XX e início do século XXI. O envelhecimento da população e o decorrente aumento de enfermidades crônicas degenerativas impulsionam polêmicas sobre o direito a morrer ‘com dignidade’. Disputas pela escolha (ou não) em torno da própria morte são travadas entre distintos atores e setores sociais. Desde o início do século XXI, há um aumento da difusão do tema da morte assistida na mídia. Livros, filmes e matérias jornalísticas abordam o tema. A partir de levantamento de matérias na mídia impressa e online, este artigo apresenta e analisa as imagens e valores presentes na exposição da gestão do morrer na sociedade ocidental contemporânea. A visibilização da morte assistida (eutanásia ou suicídio assistido) afirma a militância pela legalização da prática. As considerações em torno do que é ou não sofrimento insuportável, do direito por optar pelo suicídio assistido e os rituais associados ao término da vida evidenciam as continuidades e transformações presentes em cada contexto, no que concerne às normas, práticas e significados. As mudanças nos limites entre o público e o privado são enfocadas no artigo, sobretudo no que tange à crescente visibilização do corpo, suas alterações no adoecimento e/ou dos tratamentos e, em especial, no processo do morrer. O artigo aborda a construção de novas (in)sensibilidades e subjetividades, vinculadas a este processo de exposição do final da vida e da morte

    Sedação paliativa em fim de vida: debates em torno das prescrições médicas

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    Os debates sobre as decisões de fim da vida são frequentes, no âmbito médico e na sociedade em geral. Os Cuidados Paliativos objetivam propiciar “qualidade de vida” ao enfermo, para produzir uma boa morte. Pautada neste ideário, a sedação paliativa é uma opção para alcançar tal meta. Este artigo se baseia em pesquisa documental em manuais para profissionais paliativistas e artigos científicos, que analisou as prescrições da sedação paliativa. A sedação é a administração de medicamentos em doses que reduzem o nível de consciência do enfermo, para alívio dos sintomas. O estudo evidenciou a valorização de um processo decisório compartilhado, com participação do doente, familiares e equipe médica. Esta dinâmica é complexa e passível de gerar conflitos, principalmente quando se trata da utilização de sedação paliativa para amenizar o sofrimento psicológico, devido à dificuldade de avaliação e por ultrapassar os limites do saber e da prática médica
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