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    Concepts of subject and autonomy in humanization of healthcare: a literature review of experiences in hospital service

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    Este trabalho buscou analisar as concepções de sujeito e autonomia presentes em artigos científicos sobre experiências de humanização desenvolvidas em hospitais brasileiros, publicados entre 2004 e 2010. Realizou-se um levantamento bibliográfico na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, a partir dos descritores "humanização da assistência hospitalar" e "humanização da atenção hospitalar", elegendo-se para análise artigos que apresentavam propostas de intervenção ou avaliação da assistência hospitalar, com foco na humanização. Percebeu-se que grande parte dos artigos enfatiza que as iniciativas de humanização devem proporcionar uma compreensão mais ampliada dos usuários, sensível a aspectos que os autores avaliam como negligenciadas nos serviços de saúde, tais como o reconhecimento da singularidade, complexidade e individualidade. Já os trabalhadores são entendidos como portadores de certo voluntarismo pessoal e como sujeitos que devem ativar suas habilidades para a humanização do cuidado em saúde. Entretanto, a análise desses artigos permite apontar a escassez de discussões acerca das dimensões intersubjetivas, organizacionais, político-institucionais e sociais que envolvem os projetos de humanização. Os sujeitos - profissionais e usuários, são entendidos, predominantemente, a partir de concepções que ressaltam o individualismo e desconsideram a rede de dependências inerente às relações humanas, os jogos de poder e os afetos (amistosos e hostis) que as alimentam. Aponta-se, por fim, um distanciamento das concepções de sujeito e autonomia presentes nos artigos analisados com relação às proposições presentes na Política Nacional de Humanização e na produção teórica do campo do planejamento e gestão em saúde.This paper investigates the concepts of subject and autonomy in scientific articles about humanization experiences developed in Brazilian hospitals, published between 2004 and 2010. We performed a literature review on the Virtual Library on Health database, using "humanization of hospital assistance" and "humanization of hospital care" descriptors; we chose to review articles that presented proposals for intervention or assessment of hospital care with a focus on humanization. It was noticed that most articles emphasized that initiatives of humanization should provide users with a more expanded understanding, sensitive to issues that the authors consider neglected at health services, such as the recognition of the patient's uniqueness, complexity and individuality. In contrast, healthcare workers are seen as showing a certain amount of voluntarism and as subjects that should enable their skills towards the humanization of healthcare. However, analysis of these items allows us to point out the lack of discussion about the inter-subjective, organizational, political, institutional and social dimensions that involve the projects of humanization. Subjects - professionals and patients, are seen predominantly from conceptions that emphasize individualism and bypass the network of dependencies inherent to human relationships, the power plays and affections (friendly and hostile) that feed them. At last, it is pointed out the gap between the concepts of subject and autonomy in the articles analyzed with respect to the propositions present in the National Humanization Policy and in healthcare management and planning theoretical field

    A gestão do SUS no âmbito estadual : o caso do Rio de Janeiro

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    Política, planejamento e gestão em saúde: três pilares do SUS em revisão numa obra que traz a contextualização histórica desde os anos 1970, quando surgiu a Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco) e grande parte da produção teórica referia-se apenas às políticas de saúde. Já nos anos 1980, o foco direcionou-se especialmente aos estudos sobre planejamento. A década seguinte foi a era da gestão, do estudo de modelos e de programas; e, enfim, no novo milênio, predominaram investigações sobre avaliação de programas e de serviços. Um movimento do geral ao particular, indicativo de dificuldades ideológicas – enfraquecimento da cultura das políticas públicas – e de contrastes entre as políticas e a gestão em saúde, no nascimento da nova política científica brasileira

    A fraternidade em questão: um olhar psicossociológico sobre o cuidado e a "humanização" das práticas de saúde

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    O presente artigo se propõe a discutir alguns desafios para a produção do cuidado em saúde, considerando os processos intersubjetivos e inconscientes que o condicionam. A abordagem metodológica de análise se apóia em categorias teóricas da Psicossociologia francesa, da teoria psicanalítica sobre os processos intersubjetivos/grupais e da Psicodinâmica do Trabalho. Os padrões de sociabilidade e os modos de subjetivação dominantes na sociedade impõem sérias limitações ao trabalho em saúde, que se somam às de ordem material, tecnológica ou organizacional, mais facilmente reconhecidas. A dimensão intersubjetiva/inconsciente do trabalho em saúde produz efeitos sobre a qualidade da assistência. A especificidade do trabalho em saúde e suas exigências de trabalho psíquico são discutidas, examinando-se suas consequências para a qualidade do cuidado. Algumas possibilidades de análise e abordagem da dimensão intersubjetiva/inconsciente do trabalho em saúde são apresentadas e podem contribuir para um novo modo de produzir a gestão do cuidado em saúde

    Searching for a solution: the destinies of solidarity, cooperation and life care in the entrance of an emergency hospital

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    A presente investigação tem por objetivo analisar, a partir da Porta de Entrada de um hospital de emergência, os limites e possibilidades, definidos pelos processos intersubjetivos e inconscientes presentes nos serviços de saúde, para o exercício da solidariedade, para o desenvolvimento da cooperação e para a produção do cuidado com a vida. Elegeu-se como estudo de caso um hospital geral com emergência, da rede pública de serviços de saúde do Município do Rio de Janeiro, que possui um projeto de humanização de sua Porta de Entrada. Os hospitais de emergência constituem espaço privilegiado de manifestação dos intensos processos de exclusão, violência social, e brutal banalização do sofrimento alheio, especialmente de indiferença em relação aos desfavorecidos, que marcam a nossa sociedade. Portas abertas 24 horas por dia, sofrem os efeitos perversos da omissão do Estado com relação aos problemas sociais, do desinvestimento no sistema público de saúde e de sua crise de governabilidade. Reconhecendo a insuficiência dos referenciais teóricos do campo do Planejamento e Gestão em Saúde para a compreensão e intervenção neste quadro, o estudo se apóia centralmente na abordagem da Psicossociologia francesa sobre as organizações, na leitura psicanalítica sobre a problemática do laço social e das formas de subjetivação na atualidade, e na Psicodinâmica do Trabalho, para focalizar o imaginário organizacional e os processos cotidianos de trabalho no hospital, explorando suas conseqüências sobre os destinos da solidariedade, da cooperação e do cuidado. A despeito da precariedade de suas condições de funcionamento, demonstra-se a importância do imaginário de potência, proteção e segurança, paradoxalmente construído sobre o hospital, e a função de tranqüilização psíquica que exerce entre os funcionários. A análise das concepções sobre o Projeto Porta de Entrada revela a tensão entre seus componentes racionalizador e humanitário. A observação do processo de trabalho na Porta de Entrada do hospital demonstra que a enormidade da demanda em muito extrapola o que se consideram problemas de saúde, stricto sensu, tratando-se de uma demanda por sentido e por amparo, num quadro de intensa fragilização da sociedade. Em contraposição, a "carência" é utilizada pelos profissionais como uma categoria encobridora da diversidade da demanda, num processo de múltiplas reduções, que vai da negação do sofrimento social à negação da condição de humanidade dos pacientes. Por sua vez, o trabalho na Porta de Entrada da Emergência representa muitas fontes de sofrimento psíquico para os trabalhadores, como o dilema entre atender as urgências, em caráter estrito, e aliviar outros sofrimentos da população; a pressão para trabalhar mal; o risco de não identificar os casos de risco de vida; o lidar com a violência; e o não reconhecimento do bom trabalho, entre outras. Muitas estratégias de defesa utilizadas contra o sofrimento corroem, aliadas a outros fatores, os espaços para a solidariedade, a cooperação e o cuidado com a vida. Outras, no entanto, indicam que algum grau de ilusão e idealização com relação ao trabalho ainda subsiste e, junto com a busca por reconhecimento, podem abrir algumas brechas para a transformação do cotidiano dos serviços de saúde.This work is aimed at analyzing, considering the entrance in an emergency hospital, the limits and possibilities defined by the intersubjective and unconscious processes present in health care services for solidarity, cooperation development and life care production. A public general hospital, with emergency room and a project of humanization of its entrance, was selected in Rio de Janeiro municipality, as the case study. The emergency hospitals represent a privileged space for manifestation of intense exclusion processes, social violence, brutal vulgarization of others suffering, and, especially, indifference in relation to the disadvantaged people, typical in our society. With the doors opened 24-hour per day, those hospitals are affected by the perverse omission of the Government with regard to social problems, the disinvesting process in the public health system, and its governability crisis. Recognizing the lack of theoretical references in the Health Planning and Management field to understand and intervene on this reality, the study is centrally based on the French Psycho sociology approach about organizations, on the Psychoanalysis interpretation of social relations and current subjectification manners, and on the Work Psychodynamics, in order to focus the organizational imaginary and the routine processes in the hospital work, exploring their consequences on the destinies of solidarity, cooperation and care. In spite of the precarious of the hospital functioning conditions, the importance of its paradoxically built imaginary of powerfulness, protection and safety, is demonstrated. The analysis of conceptions about the Entrance Door Project reveals the tension between its rationalizing and humanitarian components. The observation of the work process in the hospital entrance shows that the enormous demand extrapolates substantively what is considered as in the scope of health problems, stricto sensu, including needs for more general care and expressing the fragility of society. In opposition, the "need" is used by health professionals as a category that conceals the diversity of demand, in a process of multiple reductions, ranging from the negation of social suffering to the negation of human condition of the patients. On the other hand, the work on an emergency entrance represents many sources of psychic suffering for the health workers, such as the dilemma of attending urgent cases, in a strict sense, and alleviating other sufferings of the population; the pressure for bad work; the risk of not identifying the cases of life risk; the need of dealing with violence; and the absence of recognition for a good work, among others. Many strategies of defense against suffering consume, allied to other factors, the spaces for solidarity, cooperation and life care. Other strategies, however, point out that some degree of illusion and idealization in relation to work still persists, and, put together with the search for recognition, may open some ways for the transformation of the health services routine
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