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Association of outcomes with comprehension, adherence and behavioral characteristics of tuberculosis patients using fixed-dose combination therapy in Contagem, Minas Gerais, Brazil
The present study aimed to assess the association of outcomes with comprehension, adherence and behavioral characteristics of tuberculosis (TB) patients using fixed-dose combination (FDC) therapy in the city of Contagem, MG, Brazil. This study used standardized questionnaires to collect data. Outcomes included cure in 77.2% (64/ 83), noncompliance with treatment in 20.4% (17/ 83), and absence of organ failure or death cases. The rate of adherence to treatment was high (71.1% - 59/ 83), while the level of comprehension of the treatment was insufficient for the majority of patients (72.3% - 60/ 83). When a greater number of medicines was used, the chance of noncompliance with treatment increased exponentially (p = 0.00 - OR 1.72). Light-skinned black patients, alcoholics and those who live with HIV/ AIDS showed a significant association with noncompliance with treatment (p=0.039 - OR 3.38, p=0.002 - OR 4.68, and p=0.001 - OR 9.68, respectively). Comprehension also presented a significant association with noncompliance with treatment (p=0.01 and OR 5.76 and CI 1.49-22.29). The probability of noncompliance with treatment in the first few months was greater than in the subsequent months. This study demonstrates that if the TB patients had a better understanding of the treatment, the outcome would have been more favorable as regards a proper cure
HIV knowledge and its correlation with the Undetectable = Untransmittable slogan in Brazil
Knowledge about HIV transmission and prevention is a necessary step for adopting preventive behaviors. We assessed HIV knowledge and its correlation with the perceived accuracy of the “Undetectable = Untransmittable” (U=U) slogan in an online sample with 401 adult Brazilians. Overall, 28% of participants showed high HIV knowledge level. The perceived accuracy of the U=U slogan significantly correlated with HIV knowledge. Younger participants, those reporting lower income or lower education, or who had never tested for HIV showed poorer HIV knowledge. Filling gaps of knowledge among specific populations is urgent in order to increase preventive behaviors and decrease HIV stigma
Fatores associados à coinfecção HIV/sífilis no início da terapia antirretroviral
OBJETIVO Avaliar a prevalência e os fatores associados à coinfecção HIV/sífilis em pessoas no início da terapia antirretroviral no município de Belo Horizonte, Minas Gerais. MÉTODOS Foi realizado um corte seccional de um estudo de coorte prospectivo, com pessoas vivendo com HIV, sem tratamento prévio da infecção, em início da terapia antirretroviral, maiores de 16 anos e em acompanhamento em serviços de assistência especializada em HIV/aids de Belo Horizonte. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, laboratoriais e relacionados ao tratamento farmacológico foram obtidos por meio de entrevistas, coleta em prontuários clínicos e nos sistemas de informação de controle de medicamentos antirretrovirais e exames laboratoriais. A variável dependente foi o primeiro episódio de sífilis ativa, registrado pelo médico em prontuário clínico, em um período de 12 meses após início da terapia antirretroviral. Os fatores associados à coinfecção HIV/sífilis foram avaliados por meio de regressão logística binária múltipla. RESULTADOS Dentre os 459 indivíduos avaliados, observou-se uma prevalência de 19,5% (n = 90) de infecções sexualmente transmissíveis, sendo a sífilis (n = 49) a infecção sexualmente transmissível mais frequente nesses indivíduos. A prevalência da coinfecção HIV/sífilis foi de 10,6% (n = 49) e os fatores independentes associados foram o uso de álcool (OR = 2,30; IC95% 1,01–5,26) e ter diagnóstico de outras infecções sexualmente transmissíveis (OR = 3,33; IC95% 1,24–8,95). CONCLUSÕES Houve alta prevalência de coinfecção HIV/sífilis em pessoas vivendo com HIV em início de terapia antirretroviral em Belo Horizonte. A coinfecção HIV/sífilis foi associada a fatores comportamentais e clínicos, como uso de álcool e diagnóstico de outras infecções sexualmente transmissíveis. O conhecimento prévio sobre os fatores associados à essa coinfecção pode subsidiar as decisões dos profissionais de saúde inseridos no cuidado às pessoas vivendo com HIV, no que diz respeito ao diagnóstico oportuno, orientações, acompanhamento e tratamento adequado, tanto da sífilis quanto do HIV.OBJECTIVE To evaluate the prevalence and factors associated with HIV/syphilis co-infection in people initiating antiretroviral therapy in Belo Horizonte, capital of the state of Minas Gerais. METHODS A sectional section of a prospective cohort study was carried out with people living with HIV, treatment-naive, initiating antiretroviral therapy, older than 16 years, and in follow-up treatment at specialized HIV/Aids care services in Belo Horizonte. Sociodemographic, behavioral, clinical, laboratory and pharmacological treatment-related data were obtained through interviews, medical records, and information systems for logistical control of antiretroviral medications and laboratory tests. The dependent variable was the first episode of active syphilis, recorded by the physician in clinical records, within 12 months after beginning of the antiretroviral therapy. Factors associated with HIV/syphilis co-infection were assessed using binary multiple logistic regression. RESULTS Among the 459 individuals included, a prevalence of 19.5% (n = 90) of sexually transmitted infections (STI) was observed, with syphilis (n = 49) being the most frequent STI in these individuals. The prevalence of HIV/syphilis co-infection was 10.6% (n = 49), and the associated independent factors were alcohol use (OR = 2.30; 95%CI: 1.01–5.26), and having a diagnosis of other sexually transmitted infections (OR = 3.33; 95%CI: 1.24–8.95). CONCLUSIONS There was a high prevalence of HIV/syphilis co-infection in people living with HIV initiating antiretroviral therapy in Belo Horizonte. HIV/syphilis co-infection was associated with behavioral and clinical factors, such as alcohol use and diagnosis of other sexually transmitted infections. Prior knowledge about the factors associated with this co-infection may support the decisions of health professionals engaged in the care to people living with HIV, with regard to timely diagnosis, guidance, follow-up and adequate treatment, both for syphilis and HIV
Qualidade de vida em indivíduos iniciando a terapia antirretroviral: um estudo de coorte
OBJECTIVE: To assess longitudinally the change in quality of life in people living with HIV initiating antiretroviral therapy in three public reference services specialized in HIV care in Belo Horizonte, Brazil. METHODS: Prospective cohort study among people living with HIV, aged 18 years or older, and initiating antiretroviral therapy. We obtained sociodemographic, behavioral, clinical data related to pharmacological treatment and to the service by face-to-face interviews, and supplemented these data with information from clinical records and Information Systems of the Brazilian HIV/AIDS Program. We measured the quality of life using the WHOQOL-HIV bref instrument, with a minimum interval of six months between the baseline and the follow-up interviews. We used paired t-test to assess the mean change in quality of life between the two interviewsand evaluated factors associated with this outcome using multiple linear regression. RESULTS: The overall quality of life, as well as the physical, psychological, level of independence, environment and spiritual quality of life domains were statistically higher in people living with HIV using antiretroviral therapy at the end of the follow-up. Factors independently associated with the increase in quality of life were having religious belief and living with other people. Having signs or symptoms of anxiety and depression and the number of adverse drug reactions reported were predictors associated with worsening quality of life. CONCLUSIONS: These results show an improvement in the quality of life over time in people living with HIV on antiretroviral therapy. They also highlight the need to monitor and provide health care support, especially for individuals with signs and symptoms of anxiety and depression and that report adverse reactions to medicines at the beginning of treatment.OBJETIVO: Avaliar longitudinalmente a alteração da qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV iniciando a terapia antirretroviral, atendidas em três serviços públicos de referência na assistência especializada ao HIV em Belo Horizonte. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, com o acompanhamento de pessoas que vivem com HIV, com 18 anos de idade ou mais, e iniciando terapia antirretroviral. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, relacionados ao tratamento farmacológico e ao serviço foram obtidos por entrevistas, complementados com informações dos prontuários clínicos e dos sistemas de informação do Programa Brasileiro de HIV/AIDS. A qualidade de vida foi avaliada utilizando o instrumento WHOQOLHIV-bref, por meio de entrevista face a face, com intervalo mínimo de seis meses entre as entrevistas. A alteração média na qualidade de vida entre as duas entrevistas foi avaliada utilizando o teste t pareado. Os fatores associados foram avaliados por meio de regressão linear múltipla. RESULTADOS: A qualidade de vida global, assim como a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, nível de independência, ambiente e espiritual foram estatisticamente melhores em pessoas que vivem com HIV usando terapia antirretroviral no final do tempo de acompanhamento. Fatores independentemente associados ao incremento na qualidade de vida foram possuir crença religiosa e morar com outras pessoas. Enquanto ter sinais ou sintomas de ansiedade e depressão e o número de reações adversas a medicamentos reportadas foram preditores associados à piora da qualidade de vida. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam melhora na qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV iniciando a terapia antirretroviral ao longo do tempo. Evidenciam ainda a necessidade de se acompanhar e prover cuidados de saúde, em especial para indivíduos com sinais e sintomas de ansiedade e depressão e que relatam reações adversas a medicamentos no início do tratamento
Conhecimento de HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens: teoria de resposta ao item
OBJECTIVE To evaluate the level of HIV/AIDS knowledge among men who have sex with men in Brazil using the latent trait model estimated by Item Response Theory. METHODS Multicenter, cross-sectional study, carried out in ten Brazilian cities between 2008 and 2009. Adult men who have sex with men were recruited (n = 3,746) through Respondent Driven Sampling. HIV/AIDS knowledge was ascertained through ten statements by face-to-face interview and latent scores were obtained through two-parameter logistic modeling (difficulty and discrimination) using Item Response Theory. Differential item functioning was used to examine each item characteristic curve by age and schooling. RESULTS Overall, the HIV/AIDS knowledge scores using Item Response Theory did not exceed 6.0 (scale 0-10), with mean and median values of 5.0 (SD = 0.9) and 5.3, respectively, with 40.7% of the sample with knowledge levels below the average. Some beliefs still exist in this population regarding the transmission of the virus by insect bites, by using public restrooms, and by sharing utensils during meals. With regard to the difficulty and discrimination parameters, eight items were located below the mean of the scale and were considered very easy, and four items presented very low discrimination parameter (< 0.34). The absence of difficult items contributed to the inaccuracy of the measurement of knowledge among those with median level and above. CONCLUSIONS Item Response Theory analysis, which focuses on the individual properties of each item, allows measures to be obtained that do not vary or depend on the questionnaire, which provides better ascertainment and accuracy of knowledge scores. Valid and reliable scales are essential for monitoring HIV/AIDS knowledge among the men who have sex with men population over time and in different geographic regions, and this psychometric model brings this advantage.OBJETIVO Avaliar o nível de conhecimento de HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens no Brasil, utilizando o modelo de traço latente da Teoria de Resposta ao Item. MÉTODOS Estudo multicêntrico, transversal, que ocorreu entre 2008 e 2009 em 10 cidades brasileiras. Foram recrutados 3.746 homens que fazem sexo com homens pela técnica amostral Respondent Driven Sampling. O conhecimento em HIV/Aids foi apurado a partir de dez afirmativas da entrevista realizada face a face e os escores foram obtidos utilizando o modelo logístico de dois parâmetros (discriminação e dificuldade) da Teoria de Resposta ao Item. O funcionamento diferencial dos itens foi verificado, analisando as curvas características dos itens pela idade e escolaridade. RESULTADOS Os escores de conhecimento estimados pela Teoria de Resposta ao Item não ultrapassaram o valor 6,0 (escala de 0-10), com média e mediana de 5,0 (DP = 0,9) e 5,3, respectivamente, e com 40,7% da amostra com níveis de conhecimento abaixo da média. Algumas crenças ainda existem nessa população sobre a transmissão do vírus por picadas de insetos, pelo uso de banheiros públicos e pelo compartilhamento de utensílios durante as refeições. Com relação aos parâmetros dificuldade e discriminação, oito itens ficaram abaixo da média da escala de conhecimento e considerados muito fáceis, e quatro itens apresentaram parâmetros de discriminação muito baixos (< 0,34). A ausência de itens difíceis contribuiu para a imprecisão da medida do conhecimento entre aqueles com nível médio e superior. CONCLUSÕES A análise da Teoria de Resposta ao Item, centrada nas propriedades individuais de cada item, permite a obtenção de medidas que não variam ou dependem do questionário utilizado, o que proporciona uma melhor apuração e precisão dos escores de conhecimento. Escalas válidas e confiáveis são fundamentais para monitorar o conhecimento em HIV/Aids nessa população ao longo do tempo e em diferentes regiões geográficas, vantagem que esse modelo psicométrico traz
Gender differences in non-adherence among Brazilian patients initiating antiretroviral therapy
OBJECTIVE: We conducted a study to identify gender differences in factors associated with the first episode of non-adherence in the 12 months following the first antiretroviral prescription. METHODS: A concurrent prospective study of patients initiating antiretroviral therapy in Brazil was conducted from 2001-2002. The self-reported measurement of adherence was defined as an intake of less than 95% of the prescribed number of doses. Only the first occurrence of non-adherence was considered in this analysis. All analyses were stratified by gender. A Cox proportional hazard model was used to estimate the risk of non-adherence, and the time to non-adherence was estimated using the Kaplan-Meier method. RESULTS: The cumulative incidence of non-adherence was 34.6% (29.7% and 43.9% among men and women, respectively; p=0.010). Marital status (being married or in stable union; p=0.022), alcohol use in the month prior to the baseline interview (p=0.046), and current tobacco use (p=0.005) increased the risk of non-adherence among female participants only, whereas a self-reported difficulty with the antiretroviral treatment was associated with non-adherence in men only. For both men and women, we found that a longer time between the HIV test and first antiretroviral therapy prescription (p=0.028) also presented an increased risk of non-adherence. CONCLUSIONS: In this cohort study, the incidence of non-adherence was 1.5 times greater among women compared to men. Our results reinforce the need to develop interventions that account for gender differences in public referral centers. Additionally, we emphasize that, to achieve and maintain appropriate adherence levels, it is important to understand the barriers to seeking and utilizing health care services
Efetividade da terapia antirretroviral na era de medicamentos em dose fixa combinada
OBJETIVO : Avaliar a efetividade da terapia antirretroviral e fatores associados segundo o tipo de esquema utilizado: medicamento em dose fixa combinada ou múltiplos medicamentos e doses. MÉTODOS: Coorte prospectiva não concorrente de 440 pacientes que iniciaram terapia antirretroviral entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015 em Belo Horizonte, MG. A efetividade foi definida como supressão viral (carga viral [CV] < 50 cópias/ml) e avaliada após seis e 12 meses de tratamento. Dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais foram coletados de prontuário clínico e de sistemas de informação. A análise múltipla da efetividade global foi realizada por regressão logística. RESULTADOS: A maioria dos pacientes iniciou terapia antirretroviral com múltiplos medicamentos e doses (58%). Aos seis meses, a supressão viral global foi 74,6%, maior entre pacientes que utilizaram dose fixa combinada (80,6%; p = 0,04). Aos 12 meses, 83,2% dos pacientes atingiram supressão viral, sem diferença entre os grupos (p = 0,93). Fatores independentemente associados à supressão viral em seis e 12 meses variaram, e foram negativamente associados à efetividade: CV ≥ 100.000 cópias/ml, sintomas definidores de aids, maior intervalo de tempo entre diagnóstico e início da terapia antirretroviral, troca de antirretroviral e consumo de tabaco ou drogas ilícitas (p < 0,05). Fatores positivamente associados à supressão viral incluíram adesão à terapia antirretroviral e categoria de risco/exposição de homens que fazem sexo com homens (p < 0,05). Atingir supressão viral aos seis meses foi o principal preditor de efetividade em um ano (OR = 8,96; p < 0,01). CONCLUSÕES: A supressão viral foi elevada e superior para pacientes que utilizaram esquemas de dose fixa combinada aos seis meses. Fatores clínicos, comportamentais e relacionados à terapia antirretroviral influenciaram a supressão viral e evidenciam a necessidade de intervenções para aumentar o diagnóstico, o início precoce e a adesão dos pacientes à terapia antirretroviral, bem como reduzir o uso de drogas ilícitas e tabaco nesta população.OBJECTIVE: To evaluate the effectiveness of antiretroviral therapy and the associated factors according to the type of regimen used: Single Tablet Regimen or Multiple Tablet Regimen. METHODS: Prospective cohort of 440 patients (male, 74.3%, median age, 36 years old) who initiated antiretroviral therapy between Jan/14 and Dec/15 at a referral service in Belo Horizonte. Efficacy was defined as viral suppression (viral load, VL < 50 copies/ml) and evaluated after six and twelve months of treatment. Sociodemographic, clinical and behavioral data were collected from clinical charts and from Information Systems. Multivariate analysis of overall effectiveness was performed by logistic regression. RESULTS: Most patients initiated Multiple Tablet Regimen antiretroviral therapy (n = 255, 58%). At six months, overall viral suppression was 74.6%, being higher among patients who used Single Tablet Regimen (80.6%, p = 0.04). At twelve months, 83.2% of patients reached viral suppression, with no difference between groups (p = 0.93). Factors independently associated with viral suppression at six and twelve months varied, being negatively associated with effectiveness: VL ≥ 100,000 copies/ml, symptoms of AIDS, longer interval time between diagnosis and initiation of antiretroviral therapy, antiretroviral switching, smoking or current illicit drugs usage (p < 0.05). Factors positively associated with viral suppression included adherence to antiretroviral therapy and category of risk/exposure of men who have sex with men (p < 0.05). Reaching viral suppression at six months was the main predictor of effectiveness at one year (OR = 8.96 and p < 0.01). CONCLUSIONS: Viral suppression was high and better results were achieved for patients who used Single Tablet Regimen regimens at six months. Clinical, behavioral, and antiretroviral therapy -related factors influence viral suppression and highlight the need for interventions to increase early diagnosis and initiation of antiretroviral therapy, patient’s adherence, and to reduce illicit drugs and cigarette smoking in this population
Prevalência e fatores associados ao tabagismo em pessoas vivendo com HIV em tratamento
OBJETIVO: Estimar a prevalência do tabagismo e avaliar os fatores a ele associados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal de uma coorte prospectiva concorrente com 462 indivíduos em início de terapia antirretroviral atendidos em três serviços de assistência especializada ao HIV/aids em Belo Horizonte entre 2015 e 2017. Os status de tabagismo utilizados foram: fumante atual (FA), ex-fumante (EF) e não fumante (NF). Realizou-se regressão logística multinomial, sendo NF a categoria de referência. RESULTADOS: A maioria dos participantes eram homens (81,4%), jovens (de até 34 anos; 57,2%) e não brancos (75,7%). Do total de indivíduos, 27,7% eram FA, 22,9% EF, e 49,4% NF. A maioria dos tabagistas eram fumantes leves (65,1%), consumiam até 10 cigarros por dia e fumavam havia mais de 10 anos (63,3%), tendo começado em média aos 17,2 anos de idade (DP = 5,1). Na análise multivariada, maiores chances de ser FA se associaram a: ser do sexo feminino, ter até 9 anos de escolaridade, usar ou já ter usado álcool e drogas ilícitas (maconha, cocaína e crack) e apresentar sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão. Maiores chances de ser EF se associaram a ter até 9 anos de escolaridade e usar ou já ter usado álcool e drogas e ilícitas (maconha e crack). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o tabagismo é altamente prevalente entre PVHIV, indicando a necessidade de os serviços de assistência especializada em HIV priorizarem intervenções a fim de cessá-lo, com abordagem sobre o uso de álcool e drogas ilícitas, especialmente voltadas para pessoas jovens, com baixa escolaridade e com sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão.OBJECTIVE: To estimate the prevalence of smoking and evaluate the factors associated with this outcome in people living with HIV (PLHIV). METHODS: This is a cross-sectional study of a prospective concurrent cohort of 462 individuals initiating antiretroviral therapy at three HIV/AIDS specialized services in Belo Horizonte between 2015 and 2017. The following smoking status were used: current smoker (CS), former smoker (FS) and non-smoker (NS). Multinomial logistic regression was performed with NS as the reference category. RESULTS: Most participants were men (81.4%), young (up to 34 years old; 57.2%) and non-white (75.7%). Of the total number of individuals, 27.7% were CS, 22.9% FS, and 49.4% NS. Most smokers were light smokers (65.1%), consumed up to 10 cigarettes per day and had been smoking for more than 10 years (63.3%), starting on average at 17.2 years of age (SD = 5.1). In the multivariate analysis, higher chances of being CS were associated with: being female, having up to 9 years of schooling, current or prior use of alcohol and illicit drugs (marijuana, cocaine and crack) and presenting signs and/or symptoms of anxiety or depression. Higher chances of being FS were associated with having up to 9 years of schooling and current or prior use of alcohol and illicit drugs (marijuana and crack). CONCLUSIONS: The results show that smoking is highly prevalent among PLHIV, indicating the need for HIV specialized services to prioritize smoking cessation interventions. These interventions should consider the use of alcohol and illicit drugs and be targeted especially to young people, those with low schooling and with signs and/or symptoms of anxiety or depression
HIV/AIDS knowledge among MSM in Brazil : a challenge for public policies
Introdução: Alto nível de conhecimento sobre HIV/aids é necessário para uma efetiva adoção de estratégias preventivas. Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento sobre HIV/aids entre homens que fazem sexo com homens (HSH) de 12 cidades brasileiras. Metodologia: O método Respondent-Driven Sampling foi utilizado para recrutamento. O conhecimento sobre HIV/aids foi avaliado por meio de 12 perguntas e analisados pela Teoria de Resposta ao Item. Foram estimados os parâmetros de dificuldade e discriminação e o escore de conhecimento categorizado em três níveis: alto, médio e baixo. Regressão logística foi utilizada para a análise. Resultados: Do total de 4.176 HSH, a proporção de alto nível de conhecimento foi de 23,7%. Estiveram associados positivamente (p < 0,05) com o alto conhecimento: idade 25+ anos, escolaridade 12+ anos, cor da pele branca, ter plano de saúde, ter sofrido discriminação devido à orientação sexual, ter realizado teste para sífilis e recebido material educativo nos últimos 12 meses. Ter recebido dinheiro por sexo esteve negativamente associado. Conclusões: A proporção de apenas 23,7% de alto nível de conhecimento sobre HIV/ aids foi baixa. Destaca-se que a única potencial fonte formal de aquisição de conhecimento associada com alto nível de conhecimento foi receber material educativo. Este estudo aponta a necessidade de expandir as políticas públicas de prevenção focadas no segmento HSH e com estratégias de comunicação mais eficazes, incluindo o desenvolvimento de conhecimento que envolva motivação e habilidade para um comportamento mais seguro.Introduction: High level of HIV/Aids knowledge is necessary for an effective adoption of preventive strategies. Objective: To assess HIV/Aids knowledge among men who have sex with men (MSM) in 12 Brazilian cities. Methods: Respondent-Driven Sampling method was used for recruitment. HIV/Aids knowledge was assessed by Item Response Theory. Difficulty and discrimination parameters were estimated and the knowledge score was categorized in three levels: high, medium and low. Logistic regression was used for analysis. Results: Among 4,176 MSM, the proportion of high level of knowledge was 23.7%. The following variables were positively associated with high knowledge (p < 0.05): age 25+ years old, 12+ years of education, white skin color, having health insurance, having suffered discrimination due to sexual orientation, having had a syphilis test and having received educational material in the previous 12 months. Exchanging sex for money was negatively associated. Conclusions: The proportion of only 23,7% of high HIV/Aids knowledge was low. We should note that the only potential source of knowledge acquisition associated with high level of knowledge was receiving educational material. This study indicates the need for expansion of public prevention policies focused on MSM and with more effective communication strategies, including the development of knowledge that involves motivation and abilities for a safer behavior