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    Coccidiose por Eimeria spp. em Búfalo (Buballus bubalis – Linnaeus, 1758) no Sul do Rio Grande do Sul / Coccidiosis by Eimeria spp. in Buffalo (Buballus bubalis - Linnaeus, 1758) in Southern Rio Grande do Sul

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    A bubalinocultura é uma atividade de grande impacto econômico com uma população em torno de 195 milhões cabeças, sendo a maioria localizada na Ásia, seguida da África, América do Sul e Europa (FAO, 2013). No Brasil a população estimada é de 948.103 de cabeças estando concentradas principalmente na região Norte (IBGE, 2017). Embora os búfalos sejam resistentes, podem ser acometidos por doenças infecciosas e parasitárias, que causam grandes perdas na produção. Do ponto de vista sanitário existem pesquisas em várias áreas, contudo no que se refere às coccidioses existe pouca informação no Brasil. Há poucos trabalhos sobre as consequências desta enfermidade sobre os bezerros bubalinos, como faixa etária mais atingida, por exemplo (MEIRELES et al., 2012).Dentre os agentes parasitários que causam prejuízos na produção de bubalinos destaca-se Eimeria com suas várias espécies. Este gênero, que apresenta distribuição cosmopolita, é um protozoário intracelular obrigatório com multiplicação assexuada e sexuada nas células epiteliais do intestino delgado e grosso. (MEIRELES et al., 2012). Os oocistos vão ao ambiente junto das fezes dos animais infectados e no exterior ocorre à esporulação, formando quatro esporocistos com dois esporozoítos cada. A infecção se dá quando os animais susceptíveis ingerem oocistos esporulados junto da água, ração ou pastagem (BERNE & VIEIRA, 2007).Dentre as várias espécies que acometem os animais, algumas são reportadas como sendo comuns a bovinos e bubalinos (DUBEY, 2018). Já foram citadas parasitando búfalos Eimeria zuernii, E. bovis, E. cylindrica, E. ellipsoidalis, E. auburnensis, E. subspherica, E. bareillyi, E. canadensis, E. ankarensis e E. bukidonensis (DE NORONHA JR & BUZETTI, 2002) , e recentemente E. brasiliensis semelhante a E. gokaki foi relatada no Brasil por Teixeira Filho et al. (2016).Os animais acometidos por Eimeria spp. podem não demonstrar sinais clínicos aparentes, porém quando em fase aguda, esta pode causar alterações intestinais que, via de regra causa uma diarreia fétida que por vezes torna-se sanguinolenta. Desidratação, prostração, perda de apetite, perda de peso, atraso no crescimento são observados. Em alguns casos desenvolvem-se sinais clínicos nervosos e, ainda tem sido descrito casos de pneumonia secundária em bezerros com coccidiose (BERNE & VIEIRA, 2007; BASTIANETTO et al., 2008; GHANEM et al., 2008).Jahanzaib et al. (2017) realizaram um estudo com bubalinos e bovinos avaliando a prevalência e fatores de risco para eimeriose, observaram que a susceptibilidade e fatores de risco estão diretamente relacionados com a idade, época do ano, tipos de sistemas de criação e de dietas impostas e principalmente o escore corporal dos indivíduos afetados. Animais manejados em altas lotações ou em confinamentos, com contato direto a ambientes contaminados e acesso a oocistos esporulados tornam-se mais susceptíveis. Os bezerros geralmente apresentam altas taxas de morbidade, comprometendo seu desenvolvimento. Isso se dá pelo fato da eimeriose ter uma recuperação lenta, acarretando em perdas econômicas que se refletem na produtividade (BERNE & VIEIRA, 2007).Tendo em vista que são poucas as informações sobre esta enfermidade acometendo os rebanhos de búfalos criados no sul do Brasil, a demanda observada de coccidiose chamou a atenção. Este trabalho tem o objetivo de relatar a ocorrência de coccidiose por Eimeria spp. em bezerros bubalinos no sul do Rio Grande Sul.Foi encaminhado ao Laboratório de Parasitologia vinculado ao Laboratório de Regional de Diagnóstico (LRD) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) amostras de fezes de búfalos oriundos de uma propriedade leiteira localizada na microrregião de Camaquã, para realização de exames de fezes de rotina com intuito de quantificar e identificar parasitos gastrintestinais. As amostras foram divididas em grupos de acordo com a idade dos animais, sendo o grupo A, um a dois meses; grupo B, três a seis meses; grupo C, sete a oito meses.Cada grupo continha seis amostras de fezes, totalizando 18 amostras coletadas em setembro de 2017.  Foi relatado que alguns dos bezerros estavam apresentando quadro de diarreia intensa, debilidade e emagrecimento. Também foi informado que os animais eram mantidos juntos das mães até o desmame, que ocorre com aproximadamente oito meses de idade. Esses bezerros eram separados das mães à tarde e, mantidos à noite em local coberto com água a vontade e divididos em três lotes de acordo a idade.Foi realizada coleta de fezes diretamente da ampola retal com utilização de luvas de palpação, acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados em caixas isotérmicas com gelo biológico e encaminhadas ao Laboratório de Parasitologia/LRD -UFPel.As amostras foram processadas pela técnica de Gordon & Whitilock (1939) modificada (UENO & GONÇALVES, 1998), quantificando os ovos de nematódeos gastrintestinais (OPG) e oocistos (OoPG) para estimar a carga parasitária.Durante a realização da técnica foi observada a presença de oocistos do gênero Eimeria em algumas amostras dos grupos A (um a dois meses) e B (três a seis meses), resultado este que pode ser considerado comum em bezerros bubalinos, quando criados em condições sanitárias desfavoráveis como o descrito por Gregory et al. (2014). Vale ressaltar, que um animal do grupo B apresentou fezes diarreicas e acinzentadas com contagem de 30.600 oocistos por grama de fezes (OoPG) e um do grupo A com OoPG de 2.800 sem presença de diarreia.A gravidade dos sinais pode depender do número de oocistos ingeridos, espécie de Eimeria, idade do animal e seu sistema de criação (BERNE &VIEIRA, 2007). Já de acordo com o descrito por Bastianeto et al. (2008) animais com altas contagens de OoPG com valores variando entre 10.000 e 27.000 OOPG, frequentemente apresentam sinais clínicos, como observado no estudo.Em uma pesquisa realizada por Gregory et al. (2014), foi observado que a presença de Eimeria spp. nas fezes de búfalos, sendo responsável pelo quadro clínico de diarreia, principalmente naqueles com altas cargas de oocistos do protozoário. Ao avaliar os resultados deste estudo observou-se que dois animais estavam parasitados eliminando altas taxas de oocistos e apresentavam entre um a seis meses (Grupos A e B), não sendo encontrados oocistos no grupo C (entre sete e oito meses).A faixa etária com alta carga parasitária visualizada no estudo foi de animais com idade entre três e seis meses (Grupo B), sendo observado uma amostra com contagem de OoPG superior 30.000 oocistos. Em análises realizadas por Ribeiro et al. (2000) e Bastianetto et al. (2008) foi observada maior prevalência na faixa etária que variaram entre três dias e três semanas de idade, animais estes com ou sem quadro clínico de diarreia. Estes resultados corroboram com os encontrados no presente estudo, onde as categorias de animais mais jovens são as mais susceptíveis e com sinais clínicos, predominantemente a diarreia. São poucas as informações encontradas sobre esse parasito acometendo búfalos na região sul do Brasil, caracterizando a necessidade de estudos mais abrangentes em número de animais (rebanhos) e diferentes regiões do estado do Rio Grande do Sul.Durante a realização do trabalho, foi possível observar que Eimeria spp. pode ser um protozoário com relevante importância econômica, causando perdas para bubalinocultura leiteira. O estudo relata a situação do parasito como provável agente causador de diarreia em bezerros búfalos em uma região importante para a bubalinocultura do estado do Rio Grande do Sul. O tipo de manejo sanitário das criações pode contribuir para a ocorrência de diarreia por infecção coccidiana. Este estudo foi financiado parcialmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001.

    Classical nonlinear models to describe the growth curve for Murrah buffalo breed

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    With the objective of to adjust nonlinear models for the growth curves for a buffaloes herd raised in floodable lands in Rio Grande do Sul state, monthly records measured from birth to two years-old of 64 males and 63 females born between 1982 and 1989 were used. The models used were: Von Bertalanffy, Brody, Gompertz and Logistic. The parameters were estimated by NLIN procedure and the criteria used to evaluate the adjustment given by the models were: asymptotic standard deviation; coefficient of determination; average absolute deviation of residues and asymptotic index. Von Bertalanffy and Brody models overestimated the male asymptotic weight (A) in 15.9 and 171.3kg, respectively, and the Gompertz and Logistic models underestimated it in 4.5 and 13.4kg, respectively. For females, the Logistic model underestimated the asymptotic weight (-2.09kg), and Gompertz, Von Bertalanffy and Brody overestimated this parameter in 8.04, 17.7, and 280.33kg, respectively. The biggest average deviation was estimated by Brody model for both sexes, characterizing the biggest index. Considering the criteria, it is recommended the Gompertz and Logistic models for adjust females and males Murrah buffaloes breed growth curves.Com o objetivo de ajustar modelos não-lineares ao crescimento ponderal para búfalos criados em terras baixas no Estado do Rio Grande do Sul, foram utilizados registros mensais mensurados do nascimento aos dois anos de idade de 64 machos e 63 fêmeas, nascidos no período de 1982 a 1989. Utilizaram-se os modelos: Von Bertalanffy, Brody, Gompertz e Logístico. Os parâmetros foram estimados usando o procedimento NLIN e os critérios utilizados para verificar o ajuste dos modelos foram: desvio padrão assintótico; coeficiente de determinação; desvio médio absoluto dos resíduos e o índice assintótico. Os modelos Von Bertalanffy e Brody superestimaram o peso assintótico (A) para os machos em 15,9 e 171,3kg, respectivamente, e os modelos Gompertz e Logístico, subestimaram em 4,5 e 13,4kg, respectivamente. Para as fêmeas, o modelo Logístico subestimou o peso assintótico (-2,09kg) e os modelos Gompertz, Von Bertalanffy e Brody superestimaram esse parâmetro em: 8,04; 17,7 e 280,33kg, respectivamente. O maior desvio médio absoluto foi estimado pelo modelo Brody para ambos os sexos, caracterizando o melhor índice. Considerando os critérios, recomenda-se o modelo Gompertz e o modelo Logístico para ajustar a curva de crescimento de fêmeas e machos da raça Murrah

    Herditary diseases and congenital defects in water buffalo (Bubalus bubalis) in Brazil

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    This thesis is a continuation of a research project started with a diagnosis of dermatosis mechano-bullosa in a herd of buffaloes from a farm in southern Rio Grande do Sul. After this diagnostic it was created an experimental herd where several congenital defects and / or hereditary disorders have been diagnosed during more than two decades. These diseases were studied by a research group which the author of this thesis is a member. Thus, three papers are presented: the first one is a literature review about what has been diagnosed in Brazil on congenital defects and hereditary diseases in buffalo. It was concluded that undesirable genes are widespread in the population of buffaloes in the country; the second was a study conducted in partnership with UNESP / Jaboticabal, SP and UFCG / CSTR-Patos, PB to identify the mutation in the gene that determines the oculo-cutaneous albinism in Murrah buffalo. Another paper was accomplished to describe the occurrence of malignant melanoma in two albino buffalo. Although it is not a congenital or hereditary disease it was observed only in the buffalo with oculocutaneous albinism and probably the condition is associated with a predisposition of these animals to develop tumors in the skin.Esta tese dá continuidade a um projeto de pesquisa iniciado com o diagnóstico de dermatose mecanobolhosa em 1985 em um rebanho de búfalos pertencente a uma propriedade da zona sul do Rio Grande do Sul. A partir desse diagnóstico foi criado um rebanho experimental no qual por mais de duas décadas foram diagnosticados diversos defeitos congênitos e/ou hereditários que foram estudados por um grupo de pesquisa do qual faz parte a autora desta tese. Assim sendo, são apresentados três artigos científicos: o primeiro trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o que foi diagnosticado no Brasil em relação a defeitos congênitos/doenças hereditárias em bubalinos concluindo-se que alguns genes indesejáveis estão disseminados na população de búfalos no País; o segundo foi um trabalho realizado em parceria com a UNESP/Jaboticabal, SP e com a UFCG/CSTR-Patos, PB que identificou a alteração no gene que determina o albinismo óculo-cutâneo em búfalos da raça Murrah. O terceiro artigo trata-se da descrição de melanoma maligno observado em dois búfalos albinos. Embora não seja um defeito congênito ou hereditário este neoplasma ocorreu somente nos búfalos com albinismo óculo-cutâneo do rebanho e acredita-se que a condição esteja associada à predisposição desses animais a desenvolverem tumores de pele
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