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OS HENRIQUES DE LIMA BARRETO E AS EXPERIÊNCIAS COM A LOUCURA: UM DESTINO INEXORÁVEL?
O artigo destina-se a reconstituir a trajetória de vida de João Henriques de Lima Barreto (1853-1922), enfatizando sua formação educacional e profissional e em suas redes de sociabilidade. Na análise da história de João busquei inseri-lo no âmbito dos segmentos sociais de trabalhadores assalariados de ascendência africana, livres e libertos. Embora submetidos à posição de subalternidade, ressalto a agência desses indivíduos ao construírem estratégias de sobrevivência e resistência para enfrentar a precariedade de suas condições de vida, a violência das discriminações de raça e cor, entre outros fatores de opressão impostos pela sociedade escravista, redefinidos e consolidados no pós-abolição. Sob o signo de diversos estigmas, o perfil de João tem sido delineado e difundido pela produção biográfica sobre o seu filho, o escritor Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922). Dentre esses estigmas, tenciono questionar mais profundamente a marca da loucura, fortemente presente nas narrativas biográficas sobre os Lima Barreto
Gêneros, modernidade e moralidade:leituras da cidade submersa nas crônicas de Benjamin Costallat
Inspirados en las experiencias literarias que, situadas dentro de los parámetros de la crónica mundana y social, buscaban retratar el submundo de las grandes metrópolis, los escritos de Benjamin Costallat (1897-1961) tienen como una de las temáticas centrales la relación entre la modernidad y los patrones morales que, según el autor, pasaron a orientar en las primeras décadas del siglo XX, los comportamientos urbanos. Se destacan, en este sentido, las crónicas
publicadas en la serie «Misterios de Rio», del Jornal do Brasil –reunidas en libro en el año de 1924– donde son construidas o vehiculadas imágenes femeninas y masculinas. Se trata, pues, de analizar en estos escritos la lectura profundamente moralista y conservadora de las ciudades y de los personajes propuesta por el autor
Os intelectuais e a liga de defesa nacional: entre a eugenia e o sanitarismo? (RJ, 1916-1933)
Em 7 de setembro de 1916, um grupo de intelectuais fundaram, na capital republicana, a Liga de Defesa Nacional. Tratava-se de uma iniciativa onde se evidenciavam, de um lado, os novos enfoques da questão nacional emergentes, a partir das ideias difundidas pelo movimento sanitarista e, de outro, a presença de referenciais eugênicos presentes no ideal de corpos militarizados e, portanto, física e mentalmente saudáveis. Pretendo, portanto, investigar os fundamentos que alicerçaram a articulação entre dois enfoques, a princípio antagônicos, expressa nos diagnósticos e prognósticos para o Brasil formulados e/ou difundidos por nomes expressivos da intelectualidade da época, com ênfase nas concepções defendidas pelo escritor Coelho Netto e pelo médico Miguel Couto – ambos integrantes da referida instituição