WHITEHEAD E DESCOLA: ANALOGISMO DE SEGUNDA ORDEM

Este trabajo busca presentar una conexión entre la filosofía del organismo de Alfred N. Whitehead y la filosofía antropológica de Philippe Descola. Entre las cuatro disposiciones antropológicas en relación con la naturaleza, mostraremos cómo el analogismo de Descola se entrelaza con la filosofía whiteheadiana en una cartografía de diferencias que no apela a una unidad totalizadora. Revisamos el argumento del analogismo de segundo orden para mostrar cómo se puede hacer operativo.Este trabalho busca apresentar uma conexão entre a filosofia do organismo de Alfred N. Whitehead e a filosofia antropológica de Philippe Descola. Dentre as quatro disposições antropológicas em relação à natureza, mostraremos como o analogismo de Descola se entrelaça com a filosofia whiteheadiana numa cartografia das diferenças que não apela para uma unidade totalizante. Revisitamos o argumento de analogismo de segunda ordem par mostrar como isso pode ser operacionalizado

Ensaio introdutório à filosofia de Nicolai Hartmann

Este breve ensaio seria publicado no corpo da tradução que fiz com Felipe Augusto Romão do texto “Como é possível a Ontologia Crítica?”, escrito por Nicolai Hartmann em 1923. No entanto, o texto traduzido é consideravelmente grande e já bastante complexo, como pode ser conferido nesta mesma edição da Revista Anãnsi. Além disso, o texto traduzido é um dos textos de juventude, por assim dizer, visto que sua carreira como filósofo independente estava praticamente ainda no começo. De 1923 até 1950, data de seu falecimento, praticamente todos os detalhes que foram, digamos assim, prometidos no longo artigo, serão cumpridas e demonstradas exaustivamente. Todavia, por ser um filósofo ainda quase desconhecido no Brasil e no mundo, não é tão senso-comum para onde sua obra vai. Por estes motivos, preferi não fazer apenas uma introdução à tradução do artigo, mas, sim, uma introdução deste filósofo ao público brasileiro em geral

Algumas linhas sobre Ética e Moral de uma perspectiva do realismo complexo: Rousseau, Moore e Luhmann

The article presents a project about the possibilities of thinking about a moral realism based on contemporary metaphysics. We begin by characterizing the return of philosophical realist considerations in what has been done in contemporary metaphysics, especially after the critique of correlationism (Meillassoux) and anthropocentrism (Harman and Whitehead). Next, we present two challenges for thinking about moral realism, namely, the authenticity of morality and the critique of the metaphysics of presence. We will show how Rousseau is an unusual ally here, and his project of moral autonomy has inspired many thinkers. While we avoid following the paths of the German Idealists, we shall conclude by proposing a path that will pass through Luhmann's Systems Theory as a possible grammar for this future project.O artigo apresenta um projeto sobre as possibilidades de se pensar um realismo moral a partir da metafísica contemporânea. Começamos caracterizando o retorno das considerações realistas filosóficas no que se tem feito na metafísica contemporânea, especialmente depois da crítica ao correlacionismo (Meillassoux) e ao antropocentrismo (Harman e Whitehead). Em seguida apresentamos dois desafios para se pensar o realismo moral, a saber, a autenticidade da moral e a crítica à metafísica da presença. Mostraremos como Rousseau é um inusitado aliado aqui, onde seu projeto de autonomia da moral tem inspirado diversos pensadores. Evitando seguir pelos caminhos dos idealistas alemães, concluímos propondo um caminho que passará pela teoria dos sistemas de Luhmann como uma possível gramática para este projeto futuro

Três vias introdutórias à Ontologia Orientada a Objetos de Graham Harman

This short essay has a propaedeutic character, and its aim is to present Object-Oriented Ontology (OOO), one of the theoretical currents associated with Speculative Realism which has been organized by professor Graham Harman and his allies. Nonetheless, our proposition is somewhat oblique, since we will attempt to build a road into OOO that is not the same as the most known one. We shall begin by approaching what has been done under the theme “philosophy of the objects” on a broader view. After this, we will come upon the state of contemporary philosophy regarding the waves and schools associated with Speculative Realism., movement of which professor Harman was one of the four original proponents. After that, we will see three avenues that might take the public on a road towards greater familiarity with OOO. The first one is through German philosophy, from Leibniz, Husserl and Heidegger. The second one goes through classical Greek Philosophy, with Socrates, Plato and Aristotle. The third one goes from Whitehead’s and Latour’s process philosophy. By the end, we shall present a few of professor Harman’s works in order to show how his OOO has been developed in recent years.Este breve ensaio tem um caráter propedêutico de fazer uma apresentação sobre a Ontologia Orientada a Objetos (OOO), uma das correntes teóricas associadas ao realismo especulativo, esta, organizada por Graham Harman e seus aliados. No entanto, a proposta será um pouco oblíqua, de construir caminhos para a OOO que não apenas os já conhecidos. Começaremos abordando o que tem sido feito sob o tema “filosofia dos objetos” como uma caracterização bastante genérica. Em seguida, veremos o estado da filosofia contemporânea no que tange as ondas e escolas associadas ao Realismo Especulativo, movimento do qual o professor Harman é um dos quatro originais defensores. Com isso, veremos três avenidas que podem levar o público em direção a uma familiaridade maior com as intuições em torno da OOO: a primeira, pela filosofia alemã entre Leibniz, Husserl e Heidegger; a segunda, pela filosofia grega clássica de Sócrates, Platão e Aristóteles; e a terceira a partir do pensamento processual de Whitehead e Latour. Por fim, apresentaremos algumas obras do professor Harman para mostrar como sua OOO tem sido desenvolvida ao longo dos anos

Elementos ontognoseológicos para uma teorização do direito : um roteiro de pesquisas

Monografia (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2013.Este trabalho se dedica a analisar elementos ontognoseológicos para a teorização no direito de forma não linear e sistêmica. Este percurso é tido como relevante, uma vez que lida com vários pressupostos não compartilhados de forma congruentemente generalizada entre juristas e filósofos. Somente a partir do assentamento de novas orientações filosóficas acerca do jurídico, do ser do direito e de como se o conhece que se pode, efetivamente, começar a teorização. Ou, talvez, já seja esta mesma uma teoria? De toda sorte, os pressupostos são fluidos, interdependentes e cooriginariamente emergentes e vão determinar decisivamente as teorizações possíveis de deles erem extraídas. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTThis paper is dedicated to analysing ontognoseological elements for theorizing Law in a non-linear and systemic way. This path is seen as relevant since it deals with many presuppositions that are not shared between jurists and philosophers in a generalized congruently way. It is only after the settlement of new philosophical orientations about the legal theories regarding its being and how it can be known that we can, effectively, begin the theorization. Or, maybe, is that already a theory? In any event, the presuppositions are fluid, interdepended and co-originarily arising, and they shall decisively determine the possible theorizations from them extractable

Politeísmo como metodologia nos Estudos das Religiões

Fatores históricos contingentes resultaram em uma organização disciplinar peculiar da academia ocidental de tal forma que a “Teologia” que, por analogia com outras disciplinas de nomes semelhantes como a “Biologia”, se poderia esperar que estudasse as diversas manifestações da sacralidade em geral. Ao invés disso, ela pratica o que este artigo nomeia de monoteísmo metodológico, pressupondo que theos é necessariamente extensionalmente singular. Tendo os estudo dos Deuses enquanto Deuses das tradições com muitos Deuses – ou de qualquer Deus não concebido como idêntico ao ser singular e supremo, metodologicamente postulado como o Deus único de todos os povo – excluídos da Teologia, o estudo desses objetos tem sido relegado ao campo dos Estudos das Religiões que, como disciplina antropológica, presume-se que pratica o ateísmo metodológico e estuda as religiões puramente como formas de comportamento humano histórico. Este artigo propõe uma resolução deste dilema através da adoção de uma metodologia baseada na policentricidade característica do politeísmo dentro de uma amplamente reconcebida e não-reducionista disciplina da Teologia

Whitehead e as Escolas X, Y e Z

Texto original: HARMAN, Graham. “Whitehead and Schools X, Y, and Z” in. GASKILL, Nicholas & NOCEK, A.J. (eds.). The Lure of Whitehead. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2014. As notas numeradas são de autoria de Harman ele mesmo – já as marcadas como NT são nossas Notas de Tradução. Para facilitar a cadência na língua portuguesa, tomamos a liberdade de dividir alguns dos parágrafos maiores. Também nesta edição há um artigo introdutório sobre a Ontologia Orientada a Objetos, por Otávio Maciel, bem como a tradução de um artigo em resposta ao presente escrito de Graham Harman, publicado na revista Open Philosophy (De Gruyter), editada pelo próprio Harman

A opacidade e a proximidade do Grande Fora – Acerca do “Indexicalismo e a Metafísica do Paradoxo

Texto Original: BENSUSAN, Hilan. The Opacity and the Proximity of the Great Outdoors – A précis of ‘Indexicalism and the Metaphysics of Paradox’ in. Cosmos and History: The Journal of Natural and Social Philosophy, vol. 17, no. 2, 2021.&nbsp

A única saída ante a filosofia moderna

Este artigo defende que o princípio central da filosofia moderna é obscurecido por um debate paralelo entre dois campos opostos que estão unidos na aceitação de uma premissa falha e mais profunda. Considere as poderosas críticas à filosofia kantiana oferecidas por Quentin Meillassoux e Bruno Latour, respectivamente. Esses dois pensadores criticam Kant por razões opostas: Meillassoux, porque Kant colapsa pensamento e mundo em um “correlato” permanente sem termos isolados; e Latour, porque Kant tenta purificar pensamento e mundo um do outro ao invés de perceber que eles estão sempre combinados de forma “híbrida”. O que ambas as críticas aceitam tacitamente é a noção de que “pensamento” e “mundo” são os dois principais polos do universo. Eu afirmo que isso decorre da suposição pós-cartesiana de que pensamento e mundo são os dois tipos básicos de coisas que existem. O nome “ontotaxonomia” é introduzido para esta visão.Abstract: This article contends that the central principle of modern philosophy is obscured by a side-debate between two opposed camps that are united in accepting a deeper flawed premise. Consider the powerful critiques of Kantian philosophy offered by Quentin Meillassoux and Bruno Latour, respectively. These two thinkers criticize Kant for opposite reasons: Meillassoux because Kant collapses thought and world into a permanent "correlate" without isolated terms, and Latour because Kant tries to purify thought and world from each other rather than realizing that they are always combined in "hybrid ” form. What both critiques tacitly accept is the notion that "thought" and "world" are the two major poles of the universe. I claim that this stems from the post-Cartesian assumption that thought and world are the two basic kinds of things that exist. The name "onto-taxonomy" is introduced for this view