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    Introdução - Cultura material no universo dos Impérios europeus modernos

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    HIBRIDISMO: UM TROPO ENGANOSO E A HISTÓRIA DO USO DE UMA METÁFORA

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    O presente artigo é fruto de uma comunicação oral realizada em dois eventos distintos, quando foram motivadoras de ricas discussões. Apresenta-se como um ensaio bibliográfico e histórico com o objetivo de refletir sobre a adequação da metáfora hibridismo e híbrido na caracterização de fenômenos culturais importantes, como é o caso do processo histórico de encontros de culturas, comumente tratados como mestiçagens culturais. Questiona a adequação da metáfora, tendo como fundamento o estudo histórico dessa nomeação, por parte de historiadores e de outros cientistas sociais ao longo da história, centrando-se na observação contemporânea desse uso, principalmente no âmbito da América latina. O texto busca apresentar a preocupação com respeito ao uso cultural das metáforas exemplificando com o caráter dúbio e múltiplo dos significados da palavra híbrido, construído no decorrer da história e seu uso para adjetivar as riquezas culturais. Tal preocupação busca ter dimensão conceitual e metodológica e, neste sentido, perscruta as temporalidades do conceito de hibridismo biológico e em que medida a palavra híbrido está presente no pensamento moderno e não moderno. Apresenta questões sobre os contornos semânticos assumidos pela palavra em contextos histórico-culturais distintos e, ao final, questiona a tradição (entendendo-a como transmissão) de seu uso, muitas vezes irrefletido, naturalizado. Conclui que as expressões híbrido(a)/hibridismo, por sua dubiedade interpretativa, são pouco aderidas às realidades interpretadas e, assim, servem pouco como convenções para o entendimento denotativo de nossas interpretações

    Minas, food, word: perspectives on immaterial heritage and the ways of making

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    A comunicação propõe refletir sobre a denominada “imaterialidade” de construções culturais identitárias, especificamente, observando a tradição artesanal dos modos de fazer queijo arte- sanal em Minas Gerais. Contrapõe essa ideia do “imaterial” a um repertório de valores fundamentados em cotidiano material, dele parte inseparável, interpretando uma vivência, onde artefatos instrumentais, saberes, práticas rotineiras e experiências complexas denotam os limites da ideia de “patrimônio imaterial”. Reflete, ainda, sobre a memória e a dinâmica experiencial de homens e de mulheres envolvidos no processo. Elas apontam para saberes e práticas manuais que, ao serem pensadas teoricamente, apresentam um repertório complexo de atos e de valores associados ao modo de fazer artesanal do queijo de Minas. Evidencia que tal complexidade fragiliza a síntese convencional do termo “imaterial” na reflexão sobre as culturas

    Introdução - O testemunho das coisas úteis e duráveis

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    Pátio cercado por árvores de espinho e outras frutas, sem ordem e sem simetria: O quintal em vilas e arraiais de Minas Gerais (séculos XVIII e XIX)

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    This article analyses urban and rural backyards in Minas Gerais, in the late18th and early 19th centuries. Sources include probate records, foreign travelers accounts, administrative documents and iconography. These spaces are interpreted as a part of material culture, as provisioning grounds, and places of sociability and family intimacy. The connections of yards within households and the surrounding streetscapes are examined, revealing that they can be viewed as instruments of balance in the overall urban landscape.O texto objetiva analisar os quintais urbanos e rurais em Minas Gerais, ao final do século XVIII e início do século XIX. Interpreta evidências documentais de inventários post mortem, narrativas de viajantes estrangeiros, documentos administrativos e iconográficos, interpretando esses espaços, na perspectiva da cultura material, como lugares de abastecimento alimentar, sociabilidades e da intimidade familiar. Considera a ligação dos quintais com a casa e as ruas e os vê como espaços de equilibrio da paisagem urbana

    Ensinar com amor uma geometria prática, despida de toda a teoria da ciência e castigar com caridade a aprendizagem do artesão no mundo português, no final do século XVIII Teaching a practical geometry with love and punish with charity the learning of a artisan in the portuguese world in the end of the XVIII century

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    A formação de mão-de-obra para a reconstrução da cidade de Lisboa no período pós-terremoto de 1755, é gerida pelo poder local e preocupa-se com a capacidade técnica, a eficiência na comercialização de seus produtos e a inserção dos artesãos em uma economia ordenada. O maior desvelo é com um ensino que limite a capacidade de saber do povo. Instruir o trabalhador mecânico era formá-lo na concepção corporativa de ordem pública, bem como dar a ele uma formação prática que se limitasse a capacitá-lo para viver em uma Corte ilustrada. Amor e caridade são pressupostos para quem se dispõe a ensinar e marcam o processo de aprendizagem com práticas formadoras ou com castigos exemplares. Nas Minas Gerais setecentistas as matrizes de organização do trabalho e da aprendizagem dos ofícios teriam seguido padrões lusitanos e tomado a cidade de Lisboa como modelo.The formation of skilled labor for the rebuilding of Lisbon after the 1755 earthquake was managed by local authorities and was concerned with technical capability, the efficiency to commercialize their products and the inclusion of artisans in an ordained economy. The main care was with a teaching system that limited people's ability to learn. To instruct a mechanical worker was to form him in the corporative conception of public order, as well as giving him a practical education that would make him apt to live in an illustrated Court, and nothing more. Love and charity were pre-requisites for those who would teach, and they mark the learning process with formative practice or exemplary punishment. In 18th century Minas Gerais the molds of labor organization and skill trade learning would have followed Lusitanian patterns and taken the city of Lisbon as a model
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