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Mobilização de conservação em cereais praganosos
A sustentabilidade da produção de cereais praganosos em Portugal é um grande desafio, uma vez que implica, simultaneamente, um aumento da produtividade da terra e uma diminuição dos custos de produção. Sendo a suas principais dificuldades o clima e sua variabilidade, assim como a baixa fertilidade e fraca drenagem da maioria dos nossos solos, é necessário definir estratégias de médio/longo prazo que permitam aumentar o teor de matéria orgânica do solo e aumentar a transitabilidade dos solos, de forma a poder adaptar-se o itinerário técnico da cultura à variabilidade climática. A agricultura de conservação é uma forma privilegiada de se atingirem estes objectivos, cuja importância é tão grande no sequeiro como no regadio
O papel da pastagem na recuperação do solo no Montado
A baixa fertilidade da generalidade dos solos agrícolas portugueses, particularmente aqueles onde se situam os montados, resulta de causas naturais e antropomórficas. O clima, a natureza da rocha mãe e a topografia são as principais causas naturais. No caso do clima Mediterrânico, em que a precipitação se concentra nos meses de Inverno, existe um período seco e longo que reduz a taxa de formação do solo e um período de intensa lavagem que contribui para a acidificação e empobrecimento dos solos em nutrientes, assim como de risco acrescido de perda do solo por erosão. Esta situação é agravada pelo substrato geológico onde cerca de 75% do território continental português é constituído por rochas ígneas ou metamórficas ácidas, ricas em silício e pobres em cálcio, em que os granitos e xistos são as mais representativas. A acção do homem tem agravado este panorama, particularmente no que diz respeito ao aumento do risco de erosão por excesso de mobilização do solo, o que também contribui para o aumento da taxa de mineralização da matéria orgânica que, conjuntamente com incorporações muito reduzidas de resíduos orgânicos, é responsável pelo baixo teor de matéria orgânica da maioria dos nossos solos. Assim, a maioria dos solos onde se encontram as principais manchas de montado apresentam uma baixa capacidade de troca catiónica e uma baixa saturação em bases, que conjuntamente com o baixo teor de matéria orgânica conduz a solos pouco férteis e ácidos.
As pastagens podem ter um papel decisivo na recuperação da fertilidade destes solos, pois a perlongada ausência de mobilização do solo, permite a sua protecção contra a erosão e o aumento do seu teor em matéria orgânica. No entanto, estes efeitos benéficos estão dependentes do nível produtivo da pastagem que condiciona o grau de protecção do solo, o retorno de resíduos orgânicos ao solo e a carga animal que suportam. Pastagens pouco produtivas obrigam a encabeçamentos baixos, permitem a invasão dos matos, particularmente de espécies do género Cistus que são periodicamente combatidos com mobilização do solo, agravando a erosão do solo e impedindo a recuperação da sua fertilidade. Torna-se pois imprescindível eliminar os factores limitantes a uma boa produtividade da pastagem e ajustar a carga animal ao seu nível produtivo, para as pastagens poderem desempenhar o seu papel na recuperação dos solos do montado. Aceitando que a base das nossas pastagens deve ser de leguminosas, os dois factores que mais frequentemente actuam como limitantes à sua implantação são o fósforo (na generalidade dos solos) e a toxicidade de manganês e/ou alumínio em solos ácidos, que mesmo sem afectarem directamente a planta, podem restringir seriamente o seu crescimento por impedirem o bom funcionamento da simbiose com o rizóbio. No caso dos solos derivados de granito ou rochas afins, a toxicidade de manganês é muito frequente e responsável pela baixa produtividade das pastagens e o insucesso de muitas sementeiras. A correcção do problema obriga à aplicação de calcário dolomítico, uma vez que a toxicidade é o resultado de uma baixa relação entre o magnésio e o manganês. A aplicação de carbonatos de cálcio calcítico, diminuindo a disponibilidade de manganês, diminui também a absorção de magnésio por parte da planta, pelo que o seu efeito no alívio da toxicidade é muito limitado
Effect of tillage and crop on arbuscular mycorrhiza
Large-scale inoculation with arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) is generally impractical in most regions and we have little understanding of the factors that determine inoculation success. Nevertheless,
the ability to take full advantage of indigenous AMF for sustainable production needs to be developed within cropping systems. We used part of a long-term field experiment to understand the influence of
tillage and the preceding crop on AMF colonization over the growing season. Arbuscular mycorrhiza
colonization rate was more affected by treatment (tillage or the combination of crop and preceding crop) than by the total number of AMF spores in the soil. Conventional tillage (CT) had a statistically
significant negative effect (P £ 0.05) on spore numbers isolated from the soil, but only in the first year of study. However, the AMF colonization rate was significantly reduced by CT, and the roots of wheat, Triticum aestivum, L, cv. Coa after sunflower, Helianthus annuus L., were less well colonized than were those of triticale, X Triticosecale Wittmack, cv. Alter after wheat, but the affect of tillage was more pronounced than was the effect of crop combination. Under no-till there was a significant increase in AMF colonization rate throughout the sampling period in both wheat and triticale,indicating that the extraradical mycelium previously produced acted as a source of inoculum. In general, triticale showed greater AMF colonization than wheat, despite the preceding crop being less mycotrophic. Under these experimental conditions, typical of Mediterranean agricultural systems, AMF colonization responded more strongly to tillage practices than to the combination of crop and preceding crop
A Adubação Azotada do Trigo em Portugal: o problema da variabilidade climática
A desconcertante variabilidade climática intra-anual que se verifica em Portugal, particularmente no que se refere à precipitação (Figura 1), coloca problemas muito difíceis na definição do itinerário técnico mais adequado para as culturas de Outono/Inverno. A adubação azotada dos cereais de Inverno é um exemplo paradigmático desta situação. A abordagem clássica para o cálculo da adubação racional das culturas assenta na estimativa das reservas no solo, na exportação das culturas e na eficiência de utilização do adubo aplicado. No caso do azoto, as reservas estão fundamentalmente sobre a forma orgânica, pelo que a sua disponibilização para a cultura depende da taxa de mineralização a qual, sendo realizada pela actividade microbiana do solo, está dependente das condições ambientais. A produção esperada é também função das condições meteorológicas no decurso da cultura, que influenciam igualmente as perdas de azoto a esperar, ou seja, a eficiência de utilização do adubo aplicado. Assim, todas as variáveis importantes no cálculo da adubação azotada estão dependentes de condições que irão ocorrer no futuro e impossíveis de prever (Figura 2). Para se ultrapassar esta dificuldade torna-se necessário comprometer o mínimo de azoto à sementeira da cultura e desenvolver um modelo de gestão das adubação azotada, a aplicar de cobertura, indexado à precipitação que for ocorrendo
Nitrogen use efficiency in cereals production under Mediterranean conditions
Nitrogen use efficiency (NUE) for cereal production in Mediterranean regions is generally low due to N losses over winter and difficulties in calculating the optimum N level for a particular season, given that it depends on the existing rainfall pattern. The required N level can be estimated using models that relate wheat yield, nitrogen level and the amount of rainfall. However, significant increases in NUE of the applied N are best obtained by increasing soil organic matter content
VARIABILIDADE GENÉTICA NA TOLERÂNCIA AO MANGANÊS EM TREVO SUBTERRÂNEO (SENSO LATO).: II – ENTRE VARIEDADES DE TRIFOLIUM BRACHYCALICINUM (KATZAN e MORLEY)
A variabilidade genética entre variedades de Trifolium brachycalicinum à tolerância ao manganês parece ser menor do que entre variedades de Trifolium suibterraneum. Para além de uma menor variabilidade, as variedades de Trifolium brachycalicinum estudadas revelaram-se mais susceptíveis.
Os mecanismos envolvidos na tolerância no presente estudo parecem ser idênticos aos verificados pelos autores, em trabalho anterior para variedades de Trifolium suibterraneum
Impact of soil tillage and land use on soil organic carbon decline under Mediterranean conditions
Soils under Mediterranean climate conditions frequently have low to very low levels of soil organic matter (SOM), as a result of low biomass production under the predominantly rainfed conditions and the intensive tillage operations commonly practiced. In order to assess both short and long-term impacts of soil tillage and land use on soil organic carbon, two sets of experiments were performed. One consisted in the identification and soil analysis of 3 pairs of sites under different soil types and land use over 5 to 30 years; in the second experiment a long-term fallow area was repeatedly submitted to different types of soil tillage management (mouldboard plough + disc harrow; non-inversion tine cultivation; no-till) over 3 years. Soil texture, bulk density and SOM were analysed along the whole soil profile in the first experiment, whereas bulk density and SOM to a depth of 30 cm was measured before the first tillage operations and at the end of the observation period in the second experiment.
The results clearly indicate that tillage based land use, irrespective of the type of land use, caused a considerable decline in SOM content in the tilled soil layer. Very small and inconsistent differences in SOM between paired soil profiles were observed in the lower part of the profiles. In the second experiment with three types of tillage systems, SOM content decreased with tillage intensity. Avoidance of soil disturbance is an important step towards halting SOM decline under Mediterranean climate conditions
NO-TILL PROVIDES THE OPPORTUNITY TO MANAGE UNDERGROUND INTERACTIONS BETWEEN ARBUSCULAR MYCORRHIZAL FUNGI, WEEDS AND CROP PLANTS UNDER MEDITERRANEAN CONDITIONS
Early colonization of crop roots by arbuscular mycorrhiza (AM) is considered beneficial but its importance likely depends on the possible stresses faced by the host plant. Manganese toxicity is one such stress that AM can alleviate. Colonization initiated by extraradical mycelium (ERM) is faster than other sources of inoculum. No-till creates the possibility of encouraging inoculation via this source. At seeding time the ERM available for colonizing plants under no-till would have developed in association with previous crops or those weeds that germinated after the first autumn rain. However, the long, hot and dry summer under Mediterranean conditions might reduce the effectiveness of the ERM to colonize the new crop. The hypothesis that an intact ERM developed by weeds can affect the earlier AM colonization of wheat and alleviate Mn toxicity was tested in a pot experiment. Two mycotrophic (Ornithopus compressus L., Lolium rigidum Gaudin), and one non-mycotrophic (Silene galica L) weed species were grown for 7 weeks before being controlled with Glyphosate (the ERM remaining intact) or by mechanical disturbance (which also disrupted the ERM). Wheat was then planted and allowed to grow for 21 days. AM colonization, plant dry weight and shoot nutrient content were evaluated for both weeds and wheat. When an intact mycelium was present at the seeding of wheat (treatments with Ornithopus compressus and Lolium rigidum controlled by Glyphosate) there was a threefold increase in the AM colonization rate and growth of the crop compared with results for all the other treatments. The enhanced growth of wheat was associated with an alleviation of Mn toxicity, consistent with the hypothesis. However, there was a significant difference of the wheat growth after Ornithopus and Lolium (1.9 times), suggesting functional diversity within mycotrophic weeds and crops
A agricultura de conservação e a sementeira directa em pastagens
A sementeira directa parece-nos uma técnica possível de utilizar
de uma forma sustentada (agronómica; ambiental e economicamente)
na instalação e certamente no melhoramento de
pastagens
‘Amantes amentes’. O papel da memória na antropologia das paixões, segundo o Curso Jesuíta Conimbricense
El pensamiento desarrollado en el curso jesuíta de Coimbra hace un tratamiento de las pasiones segun una perspectiva fisiológica actualizada. ¿Se puede ver como es esto compatible con la valoracion de las pasiones? La respuesta tradicional insistió sobre todo en poner de relieve la tensión vital, psicológica e después ética de las pasiones. Se puede añadir una otra dirección, antropológica, no ajena a la dimension cognitiva de las pasiones, para lo que se debe estudiar el papel clave de la memoria.Under the perspective of their valorisation, the treatment of passions in the Coimbra Course has insisted mainly in the importance of vital, psychological and ethical dimensions. Nevertheless it is possible to take a different path, connected with the role of the memory, and thus in an anthropological and educational realm
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