13 research outputs found

    Etnografia e letramento: novos desafios para velhas memórias

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    No campo da educação de adultos, existe muito debate sobre como os programas de alfabetização podem melhor servir os alunos. Acreditamos que a alfabetização de adultos não deve ser limitada a ensinar habilidades específicas, mas deve contextualizar instrução dentro de um quadro de ativismo social e de transformação. Este artigo considera o papel das tradições orais para o processo de letramento, sob a contribuição da etnografia e o uso empírico desta na sala de aula. Este debate se centra numa abordagem teórica sobre os estudos de letramento para ilustrar o poder da etnografia como experiência contextualizada. Os aspectos da cultura oral que se mantêm em uma sociedade podem ser concebidos em torno das origens, necessidades e interesses dos alunos e podem incentivar uma "dialógica" onde os alunos sejam capazes de utilizar a alfabetização desenvolvendo habilidades para analisar criticamente o seu lugar na sociedade e compreender como certas pressuposições e percepções culturais têm afetado a eles e suas famílias

    Imagery and representation in the collective memory of the voices in Latin of popular ‘benditos’

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    This study reflects on the social interaction perceived through the voices that sing the popular religious song called bendito. This perspective finds in Bakhtin theoretical orientation for analysis, since the related author ties the verbal interactions to broader social interactions, relating the notion of “interaction” not only with the situations face the face, but to enunciative situations, to the speech processes. Thus, the conception of language as social communication exceeds the personal scope mere, exceeds the psychological concept of citizen, turning itself towards the mechanisms of constitution and determination of the behavior human beings, who are based on the material and ideological conditions of life in society

    PRAGMÁTICA ILOCUCIONÁRIA E SIGNIFICAÇÃO

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    Durante o período clássico, filósofos e gramáticos desenvolveram uma teoria ideacional do significado de acordo com as sentenças que servem para realizar atos de pensamentos como julgamentos, pedidos, comandos e crenças para o propósito da comunicação. É de acordo com os atos ilocu-cionários que o falante expressa e comunica seus pensamentos na realização do discurso. Tais atos são performativos no momento da elocução, através da articulação de sentenças apropriadas num contexto adequado de enuncia-ção

    Tradições discursivas nas culturas populares: correspondências trocadas entre Câmara Cascudo e Mário de Andrade

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    Antes de publicar muitos de seus livros, Câmara Cascudo configura nas cartas a Mário de Andrade uma “etnografia” que vem representar a memória e o imaginário da “cultura popular” no Rio Grande do Norte. Reconhecendo os percursos de Câmara Cascudo para recolha de textos orais o objetivo deste trabalho é analisar a presença de Tradições Discursivas (TDs) no âmbito das culturas populares. Dessa maneira pretende-se analisar relações de permanência e mudança numa perspectiva diacrônica de quadras em textos religiosos das culturas populares em lugares diversificados comparativamente com uma recolha do Rio Grande do Norte revelada na obra Danças Dramática do Brasil de Mário de Andrade (1982)

    Vozes benditas: entre o nomadismo e a performance estão os atos

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    The research for this work has remained guided by the need to develop a critical method of analysis for the collective performances, starting from a conception of language as a form of action in a specific social context. And is the search for a reflection on social interaction through the collective voices that this perspective is in Paul Zumthor and John Austin main theoretical orientation for analysis. Empirically, the approach is focused on observation of the voices that enunciate the popular religious song called Bendito. To start working hypothesis as to admit that this song and the mythic narrative had a "social-political function", given the organizational need of a people, a culture. The corpus used was constituted of field research and documentary research conducted in Brazil and Portugal. The route followed in the polls was both linguistics and anthropology at a philosophical sense: descriptive and interpretive. The data was gathered between the period October 2005 to August 2009. Referring to the performance and looking at the collections, you can say that the Bendito show within the society in which the character taking part mythic-poetic in terms of acting collectively. The results show that in situations of performance singing is a linguistic tool, designed and sought insofar as social agents put into practice his imaginary values, beliefs and interests. The survey also shows that the field of world popular religious criteria are given, not subject to a decision either institutionalized individual, but due to a shared memory, reworked, and re-signified in a constant process movence and nomadism. With the hymn to perform many different tasks, including disciplinary action (meaning of the narratives are examples). The bendito is a kind of language that is manifested in two ways: in the first dimension addresses the sacred goal of expressive clausal and second, addresses the very group: means of communication and interaction, which embeds in the narrative values, ideology and identities; processes significant to the political and social organization. Singing in a ritual performance, and interactively, is therefore an activity contextualized, situated at some point in some space, inserted in any event social, political and cultural. While action, the utterance of the blessed, in view of the interaction can be understood as a cooperative activity. An activity in which two or more persons act together for the production and interpretation of meaning (what is being stated), an intention (of what is being said in terms of mystery, referring to the sacred and political, with social references). Hence the practice of singing is in the reception. So how in this field is the justification? How to select the subjects to information from the message, the choice of the order of what they say in ritual status, adjustment of performance to the degree of formality they deserve? Who is the interpreter and how to evaluate it in relation to the listener? The notion of performance coined by Zumthor is central to the arguments outlined here, since it is constitutive of vocal production: possible mode of development and socialization of "texts". Establishing a dialogue with the end of the philosopher John L. Austin (1990), coined the theory of speech acts, the idea of "performance" allowed here assumes that the mean really "do". With the voice attitudes are built from statements. Thinking about this idea, I focussed beyond the capture and recording of "made", but the analysis of "how to do what you do", ie, the multidimensionality of the performative. The classic formulation of Austin and delineation proposed by Zumthor allowed me to formulate an idea in a place full of meanings and significances of the interaction: in addition to verbal interactions face to face interactions are the broader social, interactional process that language as media goes to the purely personal, beyond the psychological concept of self, and turns to the collective mechanisms of formation and determination of human behavior that are based on the material and ideological conditions of life in society.A pesquisa realizada para este trabalho se manteve orientada pela necessidade de desenvolver um método crítico de análise para as performances coletivas, partindo de uma concepção de linguagem como forma de ação em um contexto social específico. E, é na busca por uma reflexão sobre a interação social através das vozes coletivas que tal perspectiva encontra em Paul Zumthor e John Austin principal orientação teórica para análise. Empiricamente a abordagem está centrada na observação das vozes que enunciam o canto popular religioso denominado Bendito. Para começo de trabalho admiti como hipótese que tal canto assim como a narrativa mítica possuía uma “função político-social”, dada pela necessidade organizacional de um povo, de uma cultura. O corpus utilizado se constituiu de pesquisa de campo e pesquisa documental realizadas no Brasil e em Portugal. O percurso seguido nas pesquisas foi simultaneamente lingüístico e antropológico, em sentido filosófico: descritivo e interpretativo. As recolhas foram realizadas entre o período de outubro de 2005 a agosto de 2009. Referente à performance e observando as recolhas, é possível afirmar que os benditos revelam dentro da sociedade em que tomam parte o caráter mítico-poético, no plano do agir coletivamente. Os resultados revelam que em situação de performance o canto é uma ferramenta lingüística, concebida e procurada na medida em que os agentes sociais põem em prática seu imaginário: valores, crenças e interesses. A pesquisa também revela que no campo das cosmovisões da religiosidade popular os critérios são dados, não dependendo de uma decisão institucionalizada tampouco individual, mas decorrente de uma memória partilhada, reelaborada, e, resignificada num constante processo de movência e nomadismo. Com o canto religioso se realizam muitas tarefas diferentes, inclusive disciplinares (no plano da significação as narrativas são exemplares). O bendito é um tipo de linguagem que se manifesta de duas formas: na primeira dimensão se dirige ao sagrado, com objetivo expressivo oracional; na segunda, se dirige ao próprio grupo: meio de comunicação e interação, que na narrativa embute valores, ideologia e identidades; processos significantes para a organização político-social. Cantar, em uma performance ritual, e de forma interativa, é, pois, uma atividade contextualizada; situada em algum momento, em algum espaço, inserida em algum evento sócio-político-cultural. Enquanto ação, a enunciação dos benditos, na perspectiva da interação, pode ser entendida como uma atividade cooperativa. Uma atividade em que dois ou mais sujeitos agem conjuntamente para produção e interpretação de um sentido (o que está sendo enunciado), de uma intenção (do que está sendo dito no plano do mistério, em referencia ao sagrado, e no plano político, com referencia social). Daí que a prática do canto ocorre no campo da recepção. Então como, neste campo, ocorre a justificação? Como os sujeitos selecionam as informações veiculadas na mensagem, a escolha da ordem do que dizem em situação ritual, o ajuste da performance com o grau de formalidade que ela merece? Quem é o interprete e como avaliá-lo em relação ao seu ouvinte? A noção de performance cunhada por Zumthor é central para a argumentação aqui exposta, já que é constitutiva da produção do vocal: modo possível da realização e socialização de "textos". Estabelecendo um diálogo com o termo do filosofo John L. Austin (1990), cunhado na teoria dos atos de fala, a idéia de "performance" aqui admitida parte do pressuposto de que o dizer realmente "faz". Com a voz se constroem atitudes a partir de enunciados. Foi pensando nessa idéia, que me centrei para além da captação e registro do "que se faz", mas na análise de "como se faz o que se faz", ou seja, na multidimensionalidade do performativo. A clássica formulação de Austin e a delineação proposta por Zumthor me permitiram formular uma idéia sobre um território pleno de sentidos e significações da interação: para além das interações verbais face a face estão as interações sociais mais amplas; nesse processo interacionista a linguagem como comunicação social ultrapassa o âmbito meramente pessoal, ultrapassa o conceito psicológico de sujeito, e volta-se para os mecanismos coletivos de constituição e determinação das condutas humanas, que estão baseadas nas condições materiais e ideológicas de vida em sociedade

    PRAGMÁTICA ILOCUCIONÁRIA E SIGNIFICAÇÃO

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    Durante o período clássico, filósofos e gramáticos desenvolveram uma teoria ideacional do significado de acordo com as sentenças que servem para realizar atos de pensamentos como julgamentos, pedidos, comandos e crenças para o propósito da comunicação. É de acordo com os atos ilocu-cionários que o falante expressa e comunica seus pensamentos na realização do discurso. Tais atos são performativos no momento da elocução, através da articulação de sentenças apropriadas num contexto adequado de enuncia-ção

    REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA FILOSOFIA NO NÍVEL MÉDIO

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    No ano de 2008 foi sancionada a Lei nº 11.684/2008, que altera a Lei Nº 9394/1996, e inclui a Filosofia e também a Sociologia como disciplinas obrigatórias no Ensino Médio. Nesse contexto, a pergunta “como ensinar filosofia?” tem se multiplicado. Um caso interessante resulta na ênfase que muitas dessas respostas concebem à palavra “crítica”. Constatamos que, em diversas tradições, o ensino da filosofia está ligado à formação de uma consciência ou capacidade crítica. Contudo, essa atitude crítica é entendida de diversas formas em função do marco teórico de referência. Nesse trabalho a abordagem está centrada em problematizar uma linha comum que diferentes percursos filosóficos têm compartilhado no momento de pensar os sentidos educativos da filosofia no ensino médio. Assim, aqui estão anotadas reflexões sobre o sentido de uma compreensão de ensino de filosofia não tanto com ensino de “algo”, mas como “ensinar a filosofar”, isto é, como construção de um olhar problematizador

    A educação em fronteiras: a formação do educador social e o programa escola aberta

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    Neste texto, compartilhamos inquietações acerca da formação do discente bolsista em Projetos de Extensão, percebendo na sua formação inicial a Pedagogia/Educação Social como campo urgente e necessário ao desenvolvimento de ações socioeducativas. Como fio condutor, consideramos a natureza pedagógica e acadêmica no desenvolvimento das práticas nos Programas Escola Aberta e Conexões de Saberes. Nossa proposta é reiterar como fundamental o envolvimento dos docentes coordenadores e colaboradores de tais ações extensionistas para construir nos bolsistas a natureza do engajamento, relacionando cada área de formação com a Pedagogia Social. Para cumprir tal objetivo, nossas reflexões estão organizadas em um grande tópico – A educação e suas fronteiras –, que se desdobra nos itens: 1 Origem popular/comunidade popular; 2 Chegar ao “ser concreto”: educação formal e não formal e 3 Traçar, inventar, criar

    A tradição e modos de realização discursiva nos benditos populares

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    Na perspectiva teórica das Tradições Discursivas (TDs), podemos perceber que os textos/discursos são portadores de tradições, o que significa dizer que apresentam regularidades discursivas ou formas textuais já produzidas pela sociedade, em momentos anteriores, que permaneceram ou se modificaram ao longo de sua existência, assim como aponta Johannes Kabatek (2001, 2003, 2005 e 2006). No domínio das culturas populares, para tanto, existem textos orais que servem a muitos objetivos interativos. A revitalização do nome próprio, a substantivação, a implementação de adjetivos acabam por revelar toda a lógica dos símbolos supradeterminantes pelo meio social e político. Dessa maneira, as estruturas verbais desses textos acabam por representar, de alguma forma, os símbolos e os valores distribuídos e instituídos socialmente, como aponta Sá Júnior (2009). Daí decorrem as explicações e regulamentações para a vida social, os símbolos parentais de educação, de trabalho, o nível dos jogos sociais (o lúdico). Portanto, nesse sentido, com o intuito de contribuir para entender os processos constitutivos desses textos, buscamos, com este trabalho, apontar algumas relações de permanência e mudança de TDs no patrimônio imaterial religioso dos quais temos contato: as novenas populares. Para isso, faremos um apanhado geral sobre a realização dos adjetivos presentes em cantos populares religiosos encontrados no Rio Grande do Norte, no município de Lajes, além de analisar a macroestrutura apresentada dos textos, levando em consideração sua forma, o campo semântico apresentado e como se estabelece o processo das Tradições Discursivas nos benditos analisados

    EXPERIÊNCIAS DE ENSINO NO PROEJA: PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA QUE VÃO DO CORDEL A FILOSOFIA

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    A experiência que pretendemos relatar neste trabalho foi desenvolvida com alunos do Curso técnico em Informática na modalidade Integrado EJA (turma 2) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN Campus João Câmara. Os dados se referem aos conteúdos ministrados na disciplina Filosofia em interdisciplinaridade com as aulas de Português e Literatura no Período Letivo 2009. 1. Quebrando a barreira disciplinar entre os gêneros textuais, entre as diferentes disciplinas, e entre os diversos interlocutores, nas aulas de filosofia as leituras foram realizadas a partir de textos filosóficos concomitantemente com leituras realizadas em folhetos de cordel nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura
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