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    RELATO DE CASO: DESLOCAMENTO DE ABOMASO À DIREITA E VÓLVULO ABOMASAL EM VACA HOLANDESA

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    O deslocamento de abomaso (DA) pode ocorrer pelo posicionamento anormal do órgão na cavidade abdominal para o lado esquerdo ou direito (DAD), que pode evoluir para vólvulo abomasal (VA) (Niehaus, 2008). O relato é de uma vaca Holandesa, seis anos de idade, pesando 540 kg, parida há quatro meses. Sua criação era a pasto, recebendo silagem e ração duas vezes ao dia após a ordenha. Há dois dias apresentava perda de apetite e queda na produção de leite. No momento do atendimento pelo médico veterinário o animal olhava seguidamente para o flanco e escoiceava o abdômen do lado direito. No exame físico o animal apresentou hipomotilidade ruminal, taquicardia (92 bpm), taquipneia (33 mpm), temperatura retal de 38,1°C, mucosas róseas claras, tempo de preenchimento capilar de dois segundos e desidratação de 6%. Ao auscultar a área simultaneamente à percussão pode-se auscultar o “ping” metálico, que relacionando com os sinais clínicos suspeitou-se de DAD. Optou-se pela realização de laparotomia exploratória com acesso pela fossa paralombar direita. Após depilação e antissepsia, realizou-se anestesia local com cloridrato de lidocaína (7 mg/kg), seguido de incisão de pele e camadas musculares. Na cavidade abdominal notou-se o abomaso laterodorsalmente rente às últimas costelas e repleto de gás e líquido. Foi realizada abomasocentese para drenagem do gás e líquido serosanguinolento (500 mL) de coloração vermelha enegrecida e odor fétido utilizando uma agulha 45X1,5 acoplada a um equipo adaptado. Ao palpar o abomaso percebeu-se uma torção ventralmente, caracterizando VA, que foi desfeito manualmente. Realizou-se abomasopexia, fechou-se a cavidade abdominal e aplicou-se spray cicatrizante a base de quelato de cobre e zinco, mistura de propano/butano, EDTA dissódico de cobre e de zinco sobre a ferida cirúrgica. No pós-operatório imediato foram administrados três litros de soluções eletrolíticas compostas de cálcio, magnésio, cloreto de sódio, cloreto de postássio, lactato de sódio, acetilmetionina e sorbitol por via intravenosa visando promover a motilidade ruminal, hidratar e corrigir o possível déficit ácido-básico da paciente. Recomendou-se a administração de 30 mL de sulfadoxina, trimetoprim e piroxicam nos cinco dias subsequentes e cuidados com a ferida cirúrgica. Orientou-se o fornecimento de alimentos volumosos de boa qualidade, evitando ofertar concentrados nos próximos três dias. Após 30 dias a vaca estava recuperada e saudável. Vacas recém-paridas (2 semanas pós parto) possuem um risco maior de desenvolver DA e VA (Niehaus, 2008), pois este período está associado com mudanças hormonais e estresse metabólico (Doll et al., 2009), mas o animal relatado no caso encontrava-se já havia parido há mais tempo. Os sinais clínicos descritos no relato, assim como os sons de “ping” auscultados, coincidem com os descritos por Niehaus (2008). Casos de VA apresentam sinais clínicos mais graves, pois o abomaso pode desvitalizar e necrosar, além de produzir um fluido tingido de sangue (Niehaus, 2008), como relatado no caso. O DAD e VA ocorrem em vacas leiteiras em nosso meio. O rápido diagnóstico e intervenção cirúrgica são essenciais para a recuperação do animal e podem ser feitos rapidamente a campo

    RELATO DE CASO: CESARIANA EM PORCA COM PROLAPSO DE VAGINA E TORÇÃO UTERINA

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    A incidência de prolapso de vagina em porcas é baixa e sua predisposição pode estar associada ao processo do parto (Supakorn et al., 2017), enquanto a torção uterina é rara e pode acarretar morte fetal (Prestes, 2017). O relato é de uma porca, matriz primípara, com parto previsto, porém não ocorrido. O proprietário observou prolapso da vagina, tentou desfazê-lo para retirada dos leitões e não obteve sucesso. No momento do atendimento pelo Médico Veterinário, o animal encontrava-se em posição quadrupedal e evidente prolapso de vagina. Na palpação transvaginal havia abertura de cérvix até certo ponto, suspeitando-se de torção uterina. Optou-se por cirurgia cesariana de emergência visando salvar a vida dos leitões. Foi realizada anestesia geral com tiletamina e zolazepam (0,24 mL/kg) intravenosa. Em decúbito lateral direito, após depilação e antissepsia, foi realizada anestesia local utilizando cloridrato de lidocaína (7 mg/kg) na fossa paralombar esquerda, onde incisou-se a pele e musculatura de flanco esquerdo. O corno uterino esquerdo foi exposto e incisado, retirando seis leitões com vida. A sutura da incisão foi realizada em padrão ponto simples contínuo (PIS) e cushing sobrepondo. Repetiram-se os procedimentos no corno uterino direito retirando um leitão vivo e um feto mumificado. O colo do útero encontrava-se edemaciado e torcido cranial à cérvix, com rotação de 90 graus no sentido anti-horário, impedindo o parto. Desfez-se a torção uterina e reposicionou-se o útero, fechou-se a cavidade abdominal e o prolapso de vagina foi higienizado e reduzido. No pós-cirúrgico foram administrados enrofloxacina e piroxicam por via intramuscular (1mL/10kg). Recomendou-se ao proprietário administrar tulatromicina (1mL/40kg) no dia seguinte, realizar a limpeza da ferida cirúrgica até seu fechamento e o descarte da matriz da função reprodutiva. Aplicou-se pó secante nos leitões e estes mamaram o colostro. A porca recuperou-se totalmente. Além da influencia dos hormônios associados ao parto (Supakorn et al., 2017), acredita-se que o prolapso de vagina foi consequência da torção uterina e do esforço sem sucesso da marrã no momento do parto. A torção uterina poderia ser consequência da assimetria dos cornos uterinos nesta gestação, pois um corno possuía seis e outros dois leitões em gestação. Como não havia sinais de necrose nos cornos uterinos, sugere-se que a torção era recente, o que condiz com Prestes (2017), que descreve que a torção uterina tende a ocorrer ao final da gestação. O diagnóstico definitivo para esta afecção em suínos é por laparotomia exploratória (Prestes, 2017), como no caso relatado. A anestesia geral utilizada foi eficiente, apesar do não cumprimento do período de jejum recomendado por se tratar de uma cirurgia emergencial. O tratamento ideal para o prolapso de vagina seria a sutura de Bühner (Supakorn et al., 2017), mas esta não foi realizada com receio de impedir a expulsão dos envoltórios fetais. A antibioticoterapia no pós-cirúrgico foi realizada para evitar uma infecção subsequente. Conclui-se que prolapso de vagina e torção uterina são afecções que podem ocorrer em porcas e que os procedimentos anestésicos e cirúrgico foram eficientes para salvas a vida dos leitões e marrã

    PREVALÊNCIA DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA EM BÚFALAS (Bos bubalus), DA REGIÃO DE CURITIBA PR

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    A leucose enzoótica bovina (LEB) é uma enfermidade viral crônica de ampla distribuição em rebanhos bovinos, que também pode acometer bubalinos. O agente etiológico é o vírus da leucose bovina (BLV) pertencente à família retroviridae. Alguns animais infectados pelo BLV podem desenvolver linfocitose persistente e linfomas em 2 a 5 % dos animais (Leuzzi Junior et al., 2001). Todavia a maioria dos animais infectados com o vírus são assintomáticos. A transmissão do vírus ocorre por contato com o sangue de animais infectados. Os linfócitos contaminados podem ser disseminados de animal para animal a partir do uso de luvas de palpação reutilizadas, vacinações, materiais cirúrgicos, entre outros. Em rebanhos de vacas leiteiras a prevalência do BLV tende a ser maior que em bovinos destinados a corte, pois o manejo costuma ser mais intensivo. No Paraná aproximadamente 50% das vacas da raça Holandesa Preta e Branca são positivas para a LEB (Sponchiado, 2008). A criação de búfalos é relativamente expressiva neste estado e coexistem criações para produção de carne, leite ou ambos. Para este trabalho foram colhidas 75 amostras de sangue de búfalas adultas, provenientes de quatro propriedades da região metropolitana de Curitiba – PR, sendo que em três delas os animais eram destinados a produção de carne e em uma para produção de leite. Após a colheita, o soro sanguíneo foi separado e armazenado congelado até a realização da prova diagnóstica. As amostras séricas foram examinadas pela técnica de imunodifusão em gel de ágar (IDGA), que detecta anticorpos séricos específicos anti-VLB por meio de um substrato gelatinoso utilizando-se da glicoproteína gp51 como antígeno. Das 75 amostras, 6 (8,0%) foram positivas, as quais todas eram provenientes da mesma propriedade, que criava búfalas para produção de leite. Das 26 amostras colhidas em tal propriedade, 6 (23,1%) foram positivas para anticorpos contra o BLV. Nenhum animal foi positivo para o BLV dentre os 49 animais testados nas três propriedades destinadas a produção de carne. Os resultados obtidos neste trabalho são semelhantes aos encontrados em estudos realizados para detecção de anticorpos anti-BLV em bovinos, onde a prevalência em animais leiteiros é bastante superior àqueles de criação extensiva destinados à produção de carne. Conclui-se que o vírus da LEB circula em bubalinos criados na região de Curitiba - PR e mais estudos devem ser realizados para melhor avaliação da situação da doença no Estado

    Temporal instability of lake charr phenotypes: synchronicity of growth rates and morphology linked to environmental variables

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    Pathways through which phenotypic variation among individuals arise can be complex. One assumption often made in relation to intraspecific diversity is that the stability or predictability of the environment will interact with expression of the underlying phenotypic variation. To address biological complexity below the species level, we investigated variability across years in morphology and annual growth increments between and within two sympatric lake charr Salvelinus namaycush ecotypes in Rush Lake, USA. A rapid phenotypic shift in body and head shape was found within a decade. The magnitude and direction of the observed phenotypic change was consistent in both ecotypes, which suggests similar pathways caused the variation over time. Over the same time period, annual growth increments declined for both lake charr ecotypes and corresponded with a consistent phenotypic shift of each ecotype. Despite ecotype‐specific annual growth changes in response to winter conditions, the observed annual growth shift for both ecotypes was linked, to some degree, with variation in the environment. Particularly, a declining trend in regional cloud cover was associated with an increase of early stage (ages 1‐3) annual growth for lake charr of Rush Lake. Underlying mechanisms causing changes in growth rates and constrained morphological modulation are not fully understood. An improved knowledge of the biology hidden within the expression of phenotypic variation promises to clarify our understanding of temporal morphological diversity and instability

    Developing an intervention to facilitate family communication about inherited genetic conditions, and training genetic counsellors in its delivery.

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    Many families experience difficulty in talking about an inherited genetic condition that affects one or more of them. There have now been a number of studies identifying the issues in detail, however few have developed interventions to assist families. The SPRinG collaborative have used the UK Medical Research Council's guidance on Developing and Evaluating Complex Interventions, to work with families and genetic counsellors (GCs) to co-design a psycho-educational intervention to facilitate family communication and promote better coping and adaptation to living with an inherited genetic condition for parents and their children (<18 years). The intervention is modelled on multi-family discussion groups (MFDGs) used in psychiatric settings. The MFDG was developed and tested over three phases. First focus groups with parents, young people, children and health professionals discussed whether MFDG was acceptable and proposed a suitable design. Using evidence and focus group data, the intervention and a training manual were developed and three GCs were trained in its delivery. Finally, a prototype MFDG was led by a family therapist and co-facilitated by the three GCs. Data analysis showed that families attending the focus groups and intervention thought MFDG highly beneficial, and the pilot sessions had a significant impact on their family' functioning. We also demonstrated that it is possible to train GCs to deliver the MFDG intervention. Further studies are now required to test the feasibility of undertaking a definitive randomised controlled trial to evaluate its effectiveness in improving family outcomes before implementing into genetic counselling practice.The National Institute of Health Research funded the study but any views expressed do not necessarily reflect those of the Authority. Funded by NIHR reference number: RP-DG-1211-10015

    A detailed hierarchical model of psychopathology: From individual symptoms up to the general factor of psychopathology

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    Much of the knowledge about the relationships among domains of psychopathology is built on the diagnostic categories described in the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), and relatively little research has examined the symptom-level structure of psychopathology. The aim of this study was to delineate a detailed hierarchical model of psychopathology—from individual symptoms up to a general factor of psychopathology—allowing both higher- and lower-order dimensions to depart from the structure of the DSM. We explored the hierarchical structure of hundreds of symptoms spanning 18 DSM disorders in two large samples—one from the general population in Australia (n = 3,175) and the other a treatment-seeking clinical sample from the United States (n = 1,775). There was marked convergence between the two samples, offering new perspectives on higher-order dimensions of psychopathology. We also found several noteworthy departures from the structure of the DSM in the symptom-level data.R. F. Krueger is supported in part by U.S. National Institute on Aging Grants R01-AG053217 and U19-AG05142

    Three (Potential) Pillars of Transnational Economic Justice: The Bretton Woods Institutions as Guarantors of Global Equal Treatment and Market Completion

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    This essay aims to bring two important lines of inquiry and criticism together. It first lays out an institutionally enriched account of what a just world economic order will look like. That account prescribes, via the requisites to that mechanism which most directly instantiate the account, three realms of equal treatment and market completion - the global products, services, and labor markets; the global investment/financial markets; and the global preparticipation opportunity allocation. The essay then suggests how, with minimal if any departure from familiar canons of traditional international legal mandate interpretation, each of the Bretton Woods institutions - particularly the GATT/WTO and the IMF - can be viewed at least in part as charged with the task of fostering equal treatment and ultimate market completion within one of those three realms. The piece then argues that one of the institutions in particular - the World Bank - has, for reasons of at best negligent and at worst willful injustice on the part of influential state actors in the world community, fallen farthest short in pursuit of what should be viewed as its proper mandate. The article accordingly concludes that a fuller empowerment of the Bank to effect its ideal mission will press the Bretton Woods system more nearly into ethical balance, and with it the world into justice; and that full empowerment of the GATT/WTO and IMF should be partly conditioned upon the fuller empowerment of the Bank

    Spondylarthropathies (including psoriatic arthritis): 244. Validity of Colour Doppler and Spectral Doppler Ultrasound of Sacroilicac Joints Againts Physical Examination as Gold Standard

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    Background: Sacroiliac joints (SJ) involvement is a distinctive and charasteristic feature of Spondyloarthritis (SpA) and x-ray is the test routinely used to make a diagnosis. However, x-ray reveals late structural damage but cannot detect active inflammation. The objective of this study was to assess the validity of Doppler ultrasound in SJ. Methods: Prospective blinded and controlled study of SJ, in which three populations were compared. We studied 106 consecutive cases, who were divided into three groups: a) 53 patients diagnosed with SpA who had inflammatory lumbar and gluteal pain assessed by a rheumatologist; b) 26 patients diagnosed with SpA who didn't have SJ tenderness and had normal physical examination; c) control group of 27 subjects (healthy subjetcs or with mechanical lumbar pain). All patients included that were diagnosed with SpA met almost the European Spondyloarthropathy Study Group (ESSG) classification criteria. Physical examination of the SJ included: sacral sulcus tenderness, iliac gapping, iliac compression, midline sacral thrust test, Gaenslen's test, and Patrick s test were used as gold standard. Both SJ were examined with Doppler ultrasound (General Electric Logiq 9, Wauwatosa WI, USA) fitted with a 9-14 Mhz lineal probe. The ultrasonographer was blinded to clinical data. Doppler in SJ was assessed as positive when both Doppler colour and resistance index (RI) < 0.75 within the SJ area were present. Statistical analysis was performed estimating sensitivity and specificity against gold standard. The Kappa correlation coefficient was used for reliability study. Results: 106 cases (53 female, 55 male; mean age 36 10 years) were studied. There were no statistical differences between groups related to age or sex. Physical examination of SJ was positive in 38 patients (59 sacroiliac joints). US detected Doppler signal within SJ in 37 patients (58 SJ): 33 of them were symptomatic SpA (52 SJ), one of them were asymptomatic SpA (1 SJ) and one was a healthy control (1 SJ). The accuracy of US when compared to clinical data as gold standard at subject level in the overall group was: sensitivity of 68.6% and specificity of 85.7%, positive predictive value of 70.5% and negative predictive value of 84.5%. A positive likelihood ratio of 4.8, a negative likelihood ratio of 0.36 and a kappa coefficient of 0.55 were achieved. Conclusions: Doppler US of SJ seems to be a valid method to detect active SJ inflammation. Disclosure statement: The authors have declared no conflicts of interes
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