Sentidos de ser branco : um olhar para os efeitos psíquicos do racismo para a branquitude a partir da experiência de graduação como aluna branca

Neste trabalho, discuto acerca dos efeitos psíquicos que o racismo produz para a branquitude no contexto brasileiro, a partir de minha experiência como graduanda branca do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Busco colocar em questão como nós, brancos, nos subjetivamos a partir do racismo – em contraposição com a não-racialização e a omissão características de nossa branquitude – a qual coloca este como um problema do negro. Para isso, lanço olhar para como tais discussões se atravessam na academia, bem como na minha própria trajetória de curso, amparada sobretudo por teóricos brasileiros que pensam as relações étnico-raciais e a identidade racial branca. Percebo como a branquitude engendra a ideia de uma identidade racial idealizada para si, de modo a termos grande dificuldade de sustentar o conflito racial quando ele aparece e de nos responsabilizarmos de fato. Ao fim, surge a questão: é possível branquitude sem racismo