20 research outputs found

    Dos zebus e seus clones: valor e pedigree em um mercado de elite

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    Brazil sells the most expensive zebu “elite” cattle – racial, aesthetic and reproductive models – of the planet. Through “partnerships” between farmers and laboratories, is ahead in the use and research of biotechnologies (artificial insemination, in vitro fertilization, cloning) to produce these animals. In 2002, Embrapa conducted a successful nuclear transfer procedure. Since then, farmers that invested in experimental research on nuclear transfer, started to produce and market important breeding clones. In 2007, a clone of Bilara vii, Opera, was sold for one million at an auction. Despite the high price paid by the animal, it cannot receive pedigree; at the time, nor the Brazilian Association of Zebu Breeders (institution that controls the racial standards and providing genealogical records of zebu specimens in Brazil), nor the Ministry of Agriculture were able to deal with the controversies that Opera mobilized: undoubtedly she was an “elite” cow, but who were, in fact, their parents? This article, from an anthropological perspective, by describing the controversies surrounding the first nuclear transfer procedures and cloned cattle trade – by laboratories and auctions – aims to light up the production and realization of the Brazilian elite cattle market. Wants to think about the centrality of pedigree idea in zebu livestock, the effects of the use of reproductive technologies, the coalition of interests between rural entrepreneurs and state in Brazil and reflect on the status and value of elite cattle and farmersO Brasil comercializa os bovinos de “elite” de origem zebu (da subespécie Bos taurus indicus) – modelos raciais, estéticos e reprodutivos, com pedigree – mais caros do planeta, além disso, através de “parcerias” entre Estado, fazendeiros e laboratórios privados, está à frente no uso e pesquisa de biotecnologias (inseminação artificial, fertilizações in vitro, clonagens) para produzir esses animais. No ano de 2002, a Embrapa realizou um procedimento bem-sucedido de transferência nuclear. Desde então, fazendeiros que investiram em pesquisas experimentais na técnica, passaram a produzir e comercializar clones de importantes reprodutores. Em 2007, um clone da “doadora” Bilara vii, a vaca Ópera, da raça Nelore, foi comercializado por um milhão de reais em um leilão. Apesar das altas cifras pagas pelo animal, ele não pode receber pedigree; na época, nem a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (instituição que controla os padrões raciais e o fornecimento de registros genealógicos de espécimes zebuínos no Brasil), tampouco o Ministério da Agricultura, conseguiram lidar com as controvérsias que Ópera mobilizava: indubitavelmente, ela era “de elite”, mas quem eram, de fato, seus progenitores? Este artigo, através da descrição das controvérsias envolvendo os primeiros procedimentos de transferência nuclear e comércio de bovinos clonados país – pelos laboratórios e em leilões – pretende iluminar a produção e realização do mercado de gado de “elite” brasileiro. Anseia discutir sobre a centralidade da ideia de pedigree na pecuária zebuína, os efeitos do uso de tecnologias reprodutivas, a coalizão de interesses entre empresariado rural e Estado no Brasil, além de refletir sobre o estatuto e valor de bovinos e criadores de “elite”

    Por uma Antropologia na Caatinga: um breve ensaio sobre o bacharelado em Antropologia na Univasf e a interiorização do ensino superior no Brasil

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    O presente ensaio tem o intuito de registrar um momento muito importante, mas igualmente difícil, para as ciências humanas e as universidades públicas brasileiras, a partir de minha experiência como docente do recente bacharelado em Antropologia da Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), campus Serra da Capivara. Com base em reflexões que tiveram início com uma mesa sobre Novas Universidades promovida na 31º reunião da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), pela análise da pujança dos conhecimentos arqueológicos em São Raimundo Nonato, Piauí - cidade sede do campus Serra da Capivara –, de uma breve história do desenvolvimento econômico do Vale do São Francisco que culminou na fundação da Univasf no ano de 2004 e, por fim, de uma reflexão sobre o que vem sendo produzido por alunos e professores de Antropologia da mesma universidade, o texto pretende apresentar os desafios, impasses e perspectivas da expansão e interiorização do ensino superior em um pequeno município do semiárido brasileiro, em especial, num momento de incessantes cortes de recursos.The purpose of this essay is to record a very important, but equally difficult, moment for the humanities and Brazilian public universities based on my experience as a professor at the recent bachelor's degree in Anthropology at Univasf (Federal University of Vale do São Francisco), Serra da Capivara campus. According to some reflections that began with a conference on New Universities, promoted at the 31st meeting of the Brazilian Association of Anthropology (ABA), by analyzing the strength of archaeological knowledge in São Raimundo Nonato, Piauí – the town of the Serra da Capivara campus–, a brief history of the economic development of the São Francisco Valley that culminated in the foundation of Univasf in 2004, and, finally, a reflection on what has been produced by students and professors of Anthropology at the same university, the text intends to present the challenges, impasses and perspectives of the expansion, and internalization of higher education in a small municipality in the Brazilian semiarid region, especially at a time of incessant cuts in resources

    Por uma Antropologia na Caatinga

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    O presente ensaio tem o intuito de registrar um momento muito importante, mas igualmente difícil, para as ciências humanas e as universidades públicas brasileiras, a partir de minha experiência como docente do recente bacharelado em Antropologia da Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), campus Serra da Capivara. Com base em reflexões que tiveram início com uma mesa sobre Novas Universidades promovida na 31º reunião da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), pela análise da pujança dos conhecimentos arqueológicos em São Raimundo Nonato, Piauí - cidade sede do campus Serra da Capivara ”“, de uma breve história do desenvolvimento econômico do Vale do São Francisco que culminou na fundação da Univasf no ano de 2004 e, por fim, de uma reflexão sobre o que vem sendo produzido por alunos e professores de Antropologia da mesma universidade, o texto pretende apresentar os desafios, impasses e perspectivas da expansão e interiorização do ensino superior em um pequeno município do semiárido brasileiro, em especial, num momento de incessantes cortes de recursos

    PANTOJA, Mariana Ciavatta. Os Milton: cem anos de história nos seringais.

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    PANTOJA, Mariana Ciavatta. Os Milton: cem anos de história nos seringais

    Apresentação do Dossiê “Novas universidades, novos campi, novas antropologias: docências, alteridades e expansão do Ensino Superior no Brasil”

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    Apresentação do Dossiê O presente dossiê foi desenvolvido em meio à crise criada pela pandemia da Covid-19, que colocou os autores e autoras em isolamento físico, escrevendo de suas casas, sem acesso direto às universidades e aos estudantes com quem trabalham. Foi preciso, então, aprender a lidar com as infindáveis reuniões e com as aulas em modo remoto que, a partir deste ano de 2020, certamente, nortearão novas práticas e políticas das instituições de ensino superior brasileiras. Tal fato m..

    Antropologia em diálogo: a I Semana de Humanidades em Mossoró

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    Entre 8 e 12 de novembro de 2010, participamos da I Semana de Humanidades, realizada na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic) da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern), em Mossoró (RN). O evento, que reuniu majoritariamente estudantes dos cursos de graduação das áreas de humanidades oriundos de universidades públicas nordestinas, contou com dez grupos de trabalho, nove mesas redondas, treze minicursos e seis oficinas. A conferência de abertura, “Ciência, modernidade e..

    \"It is Agribusiness!\" Circuits, relations and trade between cattle ranch hand, rodeo cowboys and handling peons in cattle fairs

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    Existe no Brasil um grande circuito de feiras e exposições agropecuárias. Tais eventos apresentam o agronegócio como importante atividade geradora da economia e têm em vários estados da federação - sido palcos de comemoração para as cidades e comunidades que os abrigam. Localidades de diversos tamanhos, espalhadas pelos quatro cantos do país, possuem uma feira cuja apresentação da produção agrícola ou pastoril divide espaço com aclamadas atividades de lazer: shows das mais requisitadas duplas neo-sertanejas, barracas de jogos de azar e comes e bebes, rodeios e no caso de algumas exposições, requintados restaurantes, bares e boates. Dentre os diversos atores/trabalhadores que se fazem essenciais para o êxito e sucesso dos eventos agropecuários uma categoria específica os peões merece uma especial atenção. Reverenciados por muitos participantes de exposições agropecuárias como os autênticos nativos do universo rural, peões de rodeio, tratadores de gado e peões de manejo executam atividades imprescindíveis para o funcionamento desses eventos. Como uma trupe circense, viajam durante todo ano de exposição em exposição, percorrendo o circuito brasileiro das grandes e pequenas feiras de agronegócio. A presente pesquisa, fruto de observações de campo realizadas nas exposições agropecuárias de Londrina- PR, Campo Grande MS e São Paulo - SP, pretende apreender a dinâmica do circuito de feiras agropecuárias brasileiro, contemplando a análise da rotina de peões nesses eventos e de que maneira o trabalho que esses vaqueiros realizam está por trás de grande parte das atividades de negócios e de lazer presentes nas exposições de pecuária.There is in Brazil a big farming-&-cattle fair and exhibition circuit. Such events refer agrobusiness as an important economy-booster activity and, in several federated States, are room for celebration in the towns and communities where they take place. Localities of the most different sizes, situated throughout the country have their own fair, whose presentation of farming-&-cattle production share the stage with a range of hailed entertainment events big shows with the most requested duos of neo-sertanejo music, gambling tents, food and drink trailers, rodeo contests and, in some cases, sofisticated restaurants, bars and nightclubs. Among the many core workers/players to the success and good output of these farming-&-cattle events, a particular category, namely the peons, draws special attention. Venerated by many participants in these exhibitions as the ones authentically native from rural universe, rodeo cowboys, cattle ranch hand and handling peons undertake jobs indispensable to the good run of these shows. Like a circus troupe, they travel all the year from fair to fair, scouring the entire Brazilian ciruit of small and big agrobusiness exhibitions. This research a consequence of field investigations undertook on site, in country fairs in the cities of Londrina (PR), Campo Grande (MS) and São Paulo (SP) is intended to apprehend the dinamics of Brazilian farming-&-cattle exhibition circuit, taking into account peons routine in these events and considering the way in which the work accomplished by them is a foundation to a large part of business and entertainment activities running within that show environment
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