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    I - Análise dos dados de mortalidade

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    As mortes por causas externas correspondem a grande parcela de óbitos em, praticamente, todos os países do mundo, ocupando, sempre, a segunda ou terceira colocação. Porém a sua distribuição quanto ao tipo de causa é diversa. Com o objetivo de estudar a mortalidade por causas externas, segundo o tipo de causa, sexo e idade, foi descrita a situação dessas mortes no Brasil e capitais, no período 1977 a 1994. Foram calculados os coeficientes de mortalidade por causas externas e a mortalidade proporcional, utilizando os dados de mortalidade fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, e a população foi estimada baseada nos dados censitários de 1970, 1980 e 1991. Os resultados mostraram que, em números absolutos, os óbitos por causas externas quase dobraram no período de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no País. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos óbitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos são, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrência na faixa etária dos 15 a 19 anos (65% dos óbitos por causas externas). Além do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etárias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o período analisado houve aumento tanto nos óbitos por acidentes de trânsito, quanto por homicídios, tendo os suicídios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, às quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a média brasileira, com exceção de algumas áreas do Nordeste. As capitais da região Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o País. Já na região Nordeste apenas Recife, Maceió e Salvador apresentaram níveis muito elevados em relação ao País. Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do País e Belo Horizonte apresentou declínio no período de estudo. Na região Sul houve aumento nas taxas, bem como na região Centro-Oeste, que teve aumento homogêneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicídios não representaram problema de Saúde Pública em nenhuma delas. Os acidentes de trânsito em Vitória, Goiânia, Macapá, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicídios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, São Luís, Vitória, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Distrito Federal. No período estudado houve o crescimento da importância das causas externas para a população brasileira, chamando atenção, principalmente, o aumento dos homicídios. A qualidade das estatísticas de mortalidade por causas externas depende da colaboração do médico legista, e essa qualidade não é a mesma para todas as capitais estudadas.External causes are an important cause of death in almost all countries. They are always the second or third in the mortality ranking, but their distribution according to type varies from country to country. Mortality due to external causes by type, gender and age, for Brazil as a whole and for state capitals specifically, is analysed. Mortality rates and the proportional mortality from 1977 to 1994 were calculated. The results showed that the number of deaths due to external causes has almost doubled from 1977 to 1994 and nowadays this is the second cause of death in Brazil. The mortality rate, in 1991, was 69.8 per 100,000 inhabitants and the highest increase was in the male rates. The male rates are almost 4.5 times greater than the female ones. The first cause of death among people from 5 to 39 years old is external causes, and the majority occur between 15 and 19 years of age (65% of the deaths by external causes). Besides the growth in itself it also seems that a shift of deaths to hower ages is occurring. Both mortality by traffic accidents and that by homicide have increased over the period from 1977 to 1994. Suicides have been stable and "other external causes" have increased slowly, especially due to falls and drowning. The mortality rates for external causes in state capitals are higher than the average for Brazil as a whole, except for some northeastern capitals. The rates for the capitals in the northern region are the highest in Brazil. In the northeastern region, only Recife, Maceió and Salvador have high rates. In the southeast, Vitória, Rio de Janeiro and S. Paulo have the highest rates in the country but Belo Horizonte's rates are declining. In the southern region all the capitals showed a growth in the rates as also in the capitals of the West-central region. The growth of mortality due to external causes type of external cause is different in these capitals. Suicide is not a public health problem in Brazil nor the state capitals. Traffic accidents are a major problem in Vitória, Goiânia, Macapá, the Distrito Federal and Curitiba. Homicides have increased greatly in Porto Velho, Rio Branco, Recife, S. Luís, Vitória, S. Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá and the Distrito Federal. The mortality due to external causes in Brazil has become a major public health problem, especially because of homicides. It is important to emphasize that the quality of the mortality data on external causes is not the same for all capitals, because it is a question very closely related to the quality of legal information

    Detecção de doença residual mínima em crianças com leucemia linfoblástica aguda por citometria de fluxo

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    The detection of minimal residual disease (MRD) is an important prognostic factor in childhood acute lymphoblastic leukemia (ALL) providing crucial information on the response to treatment and risk of relapse. However, the high cost of these techniques restricts their use in countries with limited resources. Thus, we prospectively studied the use of flow cytometry (FC) with a simplified 3-color assay and a limited antibody panel to detect MRD in the bone marrow (BM) and peripheral blood (PB) of children with ALL. BM and PB samples from 40 children with ALL were analyzed on days (d) 14 and 28 during induction and in weeks 24-30 of maintenance therapy. Detectable MRD was defined as > 0.01% cells expressing the aberrant immunophenotype as characterized at diagnosis among total events in the sample. A total of 87% of the patients had an aberrant immunophenotype at diagnosis. On d14, 56% of the BM and 43% of the PB samples had detectable MRD. On d28, this decreased to 45% and 31%, respectively. The percentage of cells with the aberrant phenotype was similar in both BM and PB in T-ALL but about 10 times higher in the BM of patients with B-cell-precursor ALL. Moreover, MRD was detected in the BM of patients in complete morphological remission (44% on d14 and 39% on d28). MRD was not significantly associated to gender, age, initial white blood cell count or cell lineage. This FC assay is feasible, affordable and readily applicable to detect MRD in centers with limited resources.A detecção de doença residual mínima (DRM) é um importante fator prognóstico na leucemia linfóide aguda (LLA) infantil e fornece informações sobre a resposta ao tratamento e o risco de recaída. Entretanto, os altos custos das técnicas utilizadas limitam seu uso nos países em desenvolvimento. Desta forma, realizamos um estudo prospectivo para avaliar a citometria de fluxo (CF), utilizando três fluorescências e um painel limitado de anticorpos monoclonais, como método de detecção de DRM em medula óssea (MO) e sangue periférico (SP) de crianças com LLA. Amostras de MO e SP de 40 crianças portadoras de LLA foram analisadas nos dias (d)14 e d28 da indução e nas semanas 24-30 da terapia de manutenção. Foram consideradas como DRM+ as amostras que apresentaram > 0,01% das células com o fenótipo aberrante (FA). Oitenta e sete por cento dos pacientes apresentaram FA ao diagnóstico. No d14, 56% das amostras de MO e 43% do SP apresentaram DRM. No d28, foi detectada DRM em 45% e 31% das amostras de MO e SP, respectivamente. A porcentagem de DRM na MO foi similar à do SP nos casos de LLA-T, mas aproximadamente dez vezes maior na LLA de precursor-B. Foi detectada DRM na MO de 44% e 39% dos pacientes que estavam remissão morfológica nos d14 e d28, respectivamente. Não foi demonstrada associação significante entre a presença de DRM e sexo, idade, leucometria inicial e linhagem celular. Esta técnica de detecção de DRM por CF é relativamente barata e pode ser aplicada em centros com recursos limitados

    Avaliação do sistema de informação sobre nascidos vivos e o uso de seus dados em epidemiologia e estatísticas de saúde

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    O Ministério da Saúde, considerando a existência de falhas do ponto de vista quantitativo (cobertura) no registro de nascidos vivos, no Brasil, e a impossibilidade de conhecer a distribuição dos nascidos vivos segundo algumas variáveis importantes sob a óptica clínico/epidemiológica (peso ao nascer, Índice de Apgar, duração da gestação, tipo de parto, paridade, idade e instrução da mãe), implantou em 1990, no Brasil, o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC- tendo como documento-base a Declaração de Nascido Vivo - DN - com a finalidade de suprir essas lacunas. Com o objetivo de avaliar a cobertura e a fidedignidade das informações geradas pelo SINASC, foi analisada a distribuição dos nascidos vivos hospitalares segundo características epidcmiológicas relativas ao produto de concepção, à gravidez, ao parto e à mãe. A população de estudo compreendeu 15.142 nascidos vivos hospitalares ocorridos em cinco municípios do Estado de São Paulo, Brasil, no período de janeiro a julho de 1992. Os resultados permitiram reconhecer excelente cobertura do SINASC (emissão de DN acima de 99,5%) e ótima fidedignidade do preenchimento das DNs, para a maioria das variáveis, quando comparadas aos documentos hospitalares. Para algumas características foi observada maior fragilidade (Índice de Apgar, duração da gestação, instrução da mãe, número total de filhos tidos e nome do pai). São apresentadas sugestões para o aperfeiçoamento do SINASC e recomendados treinamentos/reciclagens do pessoal envolvido no preenchimento das DNs. O estudo confirma o fato de os dados permitirem análise válida para o conhecimento de aspectos ligados à saúde materno-infantil. Do ponto de vista epidemiológico, o estudo permitiu detectar proporções elevadas de parto operatório (48,4%), mães adolescentes (17,5%) e o valor estimado para o baixo peso ao nascer foi de 8,5%.The Brazilian Ministry of Health implemented, in 1990, a System of Information of Live Births (SINASC) which introduced a Birth Certificate with a view to obtaining the total number of these events and their distribution according to epidemiological, demographic and clinical characteristics. It was decided to evaluate the System according to its coverage and the quality of information obtained, two years after its initial implementation. The population of this study consists of 15,142 hospital live births which occurred in five cities of the State of São Paulo, Brazil, in 1992. Birth Certificates and the corresponding maternal and child hospital records were examined visually with a view to checking data recorded on the Birth Certificate. It was seen that the system achieved a high degree of completeness (99.5%) and obtained a very accurate report for most of the items, though rather poor reporting for Apgar Score, length of gestation, mother's schooling, parity and father's name. This study allows suggestions to be made for the reformulation of some items and regarding the necessity for retraining the hospital personnel involved in the filling in of the certificates. Overall this study confirms that the Birth Certificate data are adequate for a valid analysis of aspects of maternal and child health research. The data showed high percentages of adolescent mothers (17.5%) and deliveries by cesarian section (48.4%). The percentage of low birth weight was 8.5%

    Atraso diagnóstico do retinoblastoma Delayed diagnosis in retinoblastoma

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    OBJETIVOS: Identificar os principais sinais e sintomas do retinoblastoma e determinar o tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, com revisão dos prontuários das crianças diagnosticadas com retinoblastoma entre janeiro de 1991 e junho de 2000 no Departamento de Pediatria do Hospital do Câncer de São Paulo. Análise estatística: teste t de Student, análise e variância, teste de Tukey-HSD (honest significant differences), teste de Levene, análise de regressão linear, curva ROC, regressão logística e análise de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier. RESULTADOS: Foram revisados 327 prontuários, sendo 171 pacientes do sexo masculino. A idade média foi de 25 meses. Doença localizada foi verificada em 269 pacientes. Os sintomas mais freqüentes foram leucocoria (79%), estrabismo (10,7%) e tumoração (3,4%). O tempo médio de queixa foi de 5,8 meses. Pacientes maiores de 2 anos de idade apresentaram maior tempo de queixa em relação aos lactentes (7,2 meses versus 4,7 meses; p = 0,001). Pacientes com estrabismo tiveram maior tempo de queixa (8,8 meses) em comparação com pacientes com tumoração (2,3 meses) ou leucocoria (5,6 meses) (p = 0,014). Pacientes com doença metastática apresentaram maior tempo de queixa (10,6 meses; p < 0,001). O tempo de queixa foi influenciado por doença avançada (OR = 3,25/IC = 1,61:6,55), metastática (OR = 3,52/IC = 1,21:10,21) e estrabismo (OR = 2,84/IC = 1,36:5,92). A sobrevida global em 5 anos foi maior entre os pacientes com doença localizada (94,6%; p < 0,001) e entre os pacientes com tempo de queixa menor que 6 meses (91%) em comparação com os pacientes com tempo de queixa maior que 6 meses (78%) (p < 0,001). CONCLUSÃO: Os sinais e sintomas mais freqüentes de retinoblastoma foram leucocoria, estrabismo e tumoração. O tempo médio de queixa foi de 5,8 meses. Estrabismo e doença avançada foram associados a maior tempo de queixa. Pacientes com doença avançada e com tempo de queixa maior que 6 meses tiveram pior prognóstico.<br>OBJECTIVES: To identify the main symptoms of retinoblastoma and to determine the mean time between symptom onset and diagnosis (lag time). PATIENTS AND METHODS: We carried out a retrospective analysis of the patients diagnosed with retinoblastoma between January 1991 and June 2000, at the Pediatric Department of the Hospital do Câncer, São Paulo, Brazil. Statistical analyses performed were: Student's t test, ANOVA, Tukey-HSD test (honest significant differences), Levene's test, multiple regression, ROC curve, logistic regression, Kaplan-Meier, and log rank. RESULTS: 327 medical records (171 males) were reviewed. The mean age was 25 months. Localized disease was identified in 269 patients. The most frequent symptoms were leukocoria (79%), strabismus (10.7%) and tumor mass (3.4%). Mean lag time was 5.8 months. Patients older than 2 years old had longer lag time in comparison to infants (7.2 vs 4.7 months; p = 0.001). Lag time was longer among patients with strabismus (8.8 months) in comparison to patients with tumor mass (2.3 months) and leukocoria (5.6 months); p = 0.014. Patients with metastatic disease had longer lag time (10.6 months; p < 0.001). Lag time was influenced by advanced disease (OR = 3.25/CI = 1.61:6.55), metastatic disease (OR=3.52/ CI = 1.21:10.21) and strabismus (OR = 2.84/IC = 1.36:5.92). Five-year overall survival rates were higher among patients with localized disease (94.6% ) and among patients with lag time less than 6 months (91%), in comparison to patients with longer lag time (78%; p < 0.001). CONCLUSION: Most frequent symptoms of retinoblastoma were leukocoria, strabismus and tumor mass. Mean lag time was 5.8 months. Strabismus and advanced disease were associated to longer lag time. Patients with advanced disease and lag time longer than 6 months had worse prognosis

    I - Análise dos dados de mortalidade

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    As mortes por causas externas correspondem a grande parcela de óbitos em, praticamente, todos os países do mundo, ocupando, sempre, a segunda ou terceira colocação. Porém a sua distribuição quanto ao tipo de causa é diversa. Com o objetivo de estudar a mortalidade por causas externas, segundo o tipo de causa, sexo e idade, foi descrita a situação dessas mortes no Brasil e capitais, no período 1977 a 1994. Foram calculados os coeficientes de mortalidade por causas externas e a mortalidade proporcional, utilizando os dados de mortalidade fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, e a população foi estimada baseada nos dados censitários de 1970, 1980 e 1991. Os resultados mostraram que, em números absolutos, os óbitos por causas externas quase dobraram no período de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no País. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos óbitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos são, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrência na faixa etária dos 15 a 19 anos (65% dos óbitos por causas externas). Além do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etárias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o período analisado houve aumento tanto nos óbitos por acidentes de trânsito, quanto por homicídios, tendo os suicídios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, às quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a média brasileira, com exceção de algumas áreas do Nordeste. As capitais da região Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o País. Já na região Nordeste apenas Recife, Maceió e Salvador apresentaram níveis muito elevados em relação ao País. Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do País e Belo Horizonte apresentou declínio no período de estudo. Na região Sul houve aumento nas taxas, bem como na região Centro-Oeste, que teve aumento homogêneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicídios não representaram problema de Saúde Pública em nenhuma delas. Os acidentes de trânsito em Vitória, Goiânia, Macapá, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicídios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, São Luís, Vitória, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Distrito Federal. No período estudado houve o crescimento da importância das causas externas para a população brasileira, chamando atenção, principalmente, o aumento dos homicídios. A qualidade das estatísticas de mortalidade por causas externas depende da colaboração do médico legista, e essa qualidade não é a mesma para todas as capitais estudadas
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