15 research outputs found

    O espaço social das grandes metrópoles brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte

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    Neste trabalho, buscamos avaliar os princípios segundo os quais se organiza o espaço social das metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, adotando essa noção como um conjunto de relações que definem posições e condicionam os atributos dos indivíduos por elas distribuídos.1 As variáveis relativas à natureza, à posição na ocupação no trabalho e aos setores econômicos nos quais se exercem são utilizadas, em um primeiro momento, para definir conceitualmente as categorias sócio-ocupacionais que conformam a estrutura social a partir das relações que definem posições no mercado de trabalho e na estrutura produtiva dessas metrópoles. Analisamos a composição da estrutura social do conjunto das três metrópoles e suas diferenças, utilizando os dados do Censo de 1991. Em seguida, buscamos avaliar como essa hierarquia social corresponde à distribuição desigual dos dois atributos sociais fundamentais na sociedade capitalista contemporânea, os quais determinam as chances de inserção dos indivíduos na hierarquia social: o capital econômico (renda) e o capital escolar (educação). Utilizando as técnicas de análise fatorial e de conglomerado (cluster analysis), procedemos à classificação dos indivíduos segundo a sua posição na estrutura social e na distribuição dos capitais econômico e social. Tal análise nos permitirá identificar os princípios centrais segundo os quais o espaço social da metrópole se estrutura. Em seguida, avaliaremos em que medida as posições sociais identificadas são sobredeterminadas, ou não, por três atributos sociodemográficos que atuam como mecanismos seletivos na distribuição das formas de capitais: raça/etnia, sexo e tipo de família.

    Estratégias de aquisição da casa própria: a trajetória de algumas famílias negras paulistanas nas décadas de 1920 a 1940

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    In Brazil, there is a cultural belief that property acquisition is the wisest attitude to ensure a safe and stable economy. For generations, the "dream of property ownership" has been cultivated as a horizon to be achieved. Confirming this tendency, since the 1920s, "casa propria" (home ownership) became a notion mobilized in the black press periodicals, circulating as a desirable aspiration and an orientation to the journals public. Between 1924 and 1937, two of the main newspapers of São Paulo black press, O Clarim da Alvorada and A Voz da Raça, carried out a campaign in favor of property ownership, spreading among paulista black families the importance of property acquisition. These campaigns are an important sign for the relevance of buying a property for black families at that time. In this paper, we seek to analyze it as an intergenerational social security strategy, through the presentation of three cases of black families that accomplished this goal between 1920s and 1940s. The black families testimonies reported here indicate precocity, specificities and strategies that represent new challenges for the formulation of property ownership problem, from a racial point of view.No Brasil, há uma crença cultural de que a atitude mais sábia para garantir uma economia doméstica segura e estável é a aquisição da casa própria. Por gerações, o “sonho da casa própria” tem sido cultivado como um horizonte a se atingir. Confirmando essa tendência, desde a década de 1920, a “casa própria” torna-se uma noção mobilizada nos periódicos da imprensa negra, circulando em diversos artigos como uma aspiração desejável e uma orientação ao público dos jornais. Entre 1924 e 1937, dois dos principais jornais da imprensa negra paulista, O Clarim da Alvorada e A Voz da Raça, realizaram uma campanha em favor da casa própria, difundindo entre as famílias negras paulistanas a ideia da importância da aquisição imobiliária. Essas campanhas constituem um indício importante da relevância da aquisição residencial para as famílias negras do período. Neste trabalho, procuramos analisar essa importância como estratégia de seguridade social intergeracional, por meio da apresentação de três casos de famílias negras que realizaram esse objetivo entre as décadas de 1920 e 1940. Os depoimentos das famílias negras aqui reportados indicamprecocidade, especificidades e estratégias que representam novos desafios para a reflexão sobre a formulação do problema da casa própria, a partir do ponto de vista racial

    Favela-loteamento: reconceituando os termos da ilegalidade e da segregação urbana

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    A autora propõe uma crítica aos princípios que norteiam as políticas urbanas. Advoga a necessidade de uma reconceituação dos termos relativos à ilegalidade urbana, em particular “favela” e “loteamento”, com base nas diferentes formas de acesso à cidade. Para a autora, a legislação urbana está distante da realidade que busca ordenar. “Os critérios jurídicos e administrativos que diferenciavam objetiva e simbolicamente esses espaços e que foram assimilados pelos próprios moradores, não cumprem mais essa função, tendo em vista as alterações, nos anos 80 e 90, na relação entre as diferentes formas de produção da ilegalidade, marcadas pela conjugação de relações pessoais de reciprocidade e impessoais que se realizam no mercado”

    Trabalho, moradia e (i)mobilidade espacial na metrópole do Rio de Janeiro

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    O artigo busca analisar a dimensão territorial das desigualdades sociais na metrópole brasileira, confrontando os mecanismos de acesso ao trabalho e à moradia às estratégias de localização dos setores populares urbanos. A condição de acessibilidade diária ao trabalho é, hoje, o critério central na escolha do lugar de moradia por parte desses setores, não apenas pelo crescimento abusivo dos custos com transporte, mas também pela crescente instabilidade da renda do trabalho. Nesse sentido, será examinada a tese, difundida nos últimos anos no Brasil, de que estaria aumentando a imobilidade dos pobres nas cidades, apontando para uma tendência ao isolamento territorial

    Da hierarquia de classes à organização social do espaço intraurbano: um olhar comparativo sobre as grandes metrópoles brasileiras

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    O artigo busca traçar as grandes tendências na organização social do território metropolitano brasileiro, orientando-se por um conjunto de pressupostos e questões construídos ao longo da trajetória de quinze anos de pesquisa do Observatório das Metrópoles. Parte-se da ideia central de que o grau de diversidade ou homogeneidade social de um bairro exerce forte influência sobre as ações dos indivíduos ali residentes e dos demais agentes que atuam na metrópole. Assim, serão examinadas as alterações no padrão intrametropolitano de localização das classes sociais em quatro metrópoles brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre – com base nas categorias sócio-ocupacionais construídas, utilizando-se como fonte os dados censitários de 1991 e 2000

    NÓS SOMOS O BAIRRO: O CASO DA UNIÓN SOLIDARIA DE TRABAJADORES

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    Este artigo apresenta o caso da empresa argentina Unión Solidaria de Trabajadores (UST) localizada na província de Buenos Aires, município de Avellaneda, ressaltando as inovações na organização do trabalho e na relação com o território do entorno, alcançadas pelos trabalhadores que a recuperaram há mais de dez anos. Baseia-se em duas entrevistas realizadas pelos autores em momentos distintos e em pesquisa documental na qual puderam identiicar potencialidades da experiência autogestionária, assim como suas contradições emum contexto que privilegia as relações mercantis. Trata-se de um estudo exploratório que explicita novas lógicas de organização da classe trabalhadora que emergem em um contexto adverso

    O espaço social das grandes metrópoles brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte

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    Neste trabalho buscamos avaliar os princípios segundo os quais se organiza o espaço social das metrópoles do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte,1 adotandose a noção de espaço social como um conjunto de relações que defi nem posições e condicionam os atributos dos indivíduos por elas distribuídos. 2 As variáveis relativas à natureza e posição na ocupação no trabalho e aos setores econômicos nos quais são exercidas são utilizadas, em um primeiro momento, para defi nir conceitualmente as categorias socioocupacionais que conformam a estrutura social, a partir das relações que defi nem posições no mercado de trabalho e na estrutura produtiva destas três metrópoles. Analisamos a composição da estrutura social do conjunto dessas metrópoles e suas diferenças utilizando os dados de censo de 1991. Em seguida, buscamos avaliar como esta hierarquia social corresponde à distribuição desigual dos dois atributos sociais fundamentais na sociedade capitalista contemporânea, que determinam as chances de inserção dos indivíduos na hierarquia social: o capital econômico (renda) e o capital escolar (educação)

    O espaço social das grandes metrópoles brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte

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    Neste trabalho buscamos avaliar os princípios segundo os quais se organiza o espaço social das metrópoles do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte,1 adotandose a noção de espaço social como um conjunto de relações que defi nem posições e condicionam os atributos dos indivíduos por elas distribuídos. 2 As variáveis relativas à natureza e posição na ocupação no trabalho e aos setores econômicos nos quais são exercidas são utilizadas, em um primeiro momento, para defi nir conceitualmente as categorias socioocupacionais que conformam a estrutura social, a partir das relações que defi nem posições no mercado de trabalho e na estrutura produtiva destas três metrópoles. Analisamos a composição da estrutura social do conjunto dessas metrópoles e suas diferenças utilizando os dados de censo de 1991. Em seguida, buscamos avaliar como esta hierarquia social corresponde à distribuição desigual dos dois atributos sociais fundamentais na sociedade capitalista contemporânea, que determinam as chances de inserção dos indivíduos na hierarquia social: o capital econômico (renda) e o capital escolar (educação)
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