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    A contraposição das noções de técnica e política nos discursos de uma elite burocrática

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    ResumoO artigo faz uma análise comparativa da forma e do sentido da utilização e contraposição dos termos “técnica” e “política” nos discursos de dirigentes e funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDE(S), em dois momentos: de 1952 ao início dos anos 1970 e de 1994 a 2011. A comparação foi feita através do exame de um conjunto de entrevistas realizadas nos anos 1980, com funcionários e dirigentes do primeiro período, e um segundo conjunto de entrevistas, feitas entre 2012 e 2014, com diretores do segundo período. A análise dos dados permite ver que há uma transição do padrão dos discursos. Inicialmente havia uma oposição da burocracia aos políticos, que decorria da percepção de que haveria uma superioridade de uma burocracia qualificada para tomar decisões político-econômicas. No segundo período, posterior à redemocratização, o discurso expressa a tensão gerada pela necessidade simultânea de responder aos governantes titulares e de agir de modo a preservar os valores, a missão histórica do Banco e a excelência técnica contra ingerências políticas que pudessem ameaçar a instituição. Neste segundo momento não é o credenciamento dos burocratas e sim o refinamento das técnicas por eles empregadas que é mobilizado como recurso para justificar as decisões econômicas dos burocratas. As oposições encontradas foram lidas à luz das teorias críticas de Pierre Bourdieu e Herbert Marcuse, que permitem questionar o caráter meritocrático dos especialistas em Economia e a neutralidade da ciência e das técnicas por eles empregadas. O artigo contribui para o estudo das relações entre política e burocracia no Brasil através do estudo de um caso paradigmático. Ele permite verificar como a lógica da relação de oposição entre as esferas da técnica-ciência e da política se altera ao longo do tempo e busca, por meio de uma análise crítica dos dados, avaliar quais seriam os fundamentos sociais desta transformação

    Trauma Site Museums and Politics of Memory

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    This article aims to analyse one specific type of memorial site that furnishes an indexical link to past traumatic events which took place in precisely these places. Such memorials will be defined here as trauma sites. It will be shown how the semiotic trait of indexicality produces unique meaning effects, forcing a reframing of the issue of representation, with all its aesthetic and ethic dimensions. In contrast to other forms of memorial site, trauma sites exist factually as material testimonies of the violence and horror that took place there. The fact they still exist, more or less as they were, implies a precise choice on the part of post-conflict societies regarding which traces of the past ought to be preserved and in which ways. In other words, a decision is made about what politics of memory to adopt in each case. Trauma sites thus become unique, privileged observatories that allow us to understand better the emergence of post-conflict societies. The various forms of conservation, transformation, memorialization of places where slaughter, torture and horror have been carried out are key clues to better understandings of the relationship between memory and history in each post-conflict society studied. This article presents a close reading of three very different trauma sites: the Tuol Sleng Museum of the Crimes of Genocide in Phnom Penh, Cambodia, Villa Grimaldi in Santiago, Chile, and a third, more recent, museum: The Ustica Memorial Museum (Museo per la Memoria di Ustica) in Bologna, Italy. These memorials represent instances of three very different traumatic memory politics: in Tuol Sleng, visitors are relocated in the trauma space, in a sort of ‘frozen past; in Villa Grimaldi, a process of attenuation is at work, the traces of the past are less evident, and their emotional effects weaker. The Ustica Museum represents yet one more, different, option, a movement towards an artistic and creative reinterpretation of the traumatic event itself
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