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O olhar do outro sobre a obesidade: uma aprendizagem sobre a rejeição
The present study in the field of phenomenology shows in biographical fragments of an obese in the city of Salvador, Bahia, a socio-cultural panoptic construction that mercilessly judges obesity, inscribing it as an experience of suffering, learning and therapeutic support for self-care. 'Obesity and the world' is how this human set is defined without subject / object duality. This dual breakdown takes place in the construction of belonging between one and the other, reciprocally. The world surrounds obesity and this constitutes itself as being-obese-being in a process of belonging in everyday life. It is, therefore, a temporary event in which the obese remains in its constitutive origin as a fattening subject, in a fattening society. Apparently, he expects nothing from the other who watches her, but resents. Normal and pathological are confused to veil or unveil obesity as a social symptom. It, the obese, is perceived in a reduction of public space caused by the stigma of the other. The obesity perceived by the look of the other invites the obese to break the impersonality and to turn to itself. In speculating there is no clear reflection, but a conflicting image in which are mixed senses as rejection and self-worth. The look that rejects it is the same one that distances itself and judge’s obesity. Thus, obese when turning against its image, obesity, experiences a unique learning of what can observe and is open with body therapies to experience the body in society.El presente estudio en el campo de la fenomenología muestra en fragmentos biográficos de una obesa en la ciudad del Salvador, Bahia, una construcción sociocultural panóptica que juzga despiadadamente la obesidad, inscribiéndola como una experiencia de sufrimiento, aprendizaje y soporte terapéutico para el cuidado de sí. "Obesidad y mundo" es como se define ese conjunto humano sin dualidad sujeto / objeto. Esta ruptura dual se realiza en la construcción de pertenencia entre uno y otro, recíprocamente. El mundo circunda la obesidad y ésta se constituye como ser-obeso-siendo en un proceso de pertenencia en la cotidianidad. Se trata, pues, de un acontecimiento temporal en que la obesa se mantiene en su origen constitutivo de sujeto engordante, en una sociedad engordante. Aparentemente no espera nada del otro que la observa, pero resiente. Normal y patológico se confunden para velar o desvelar obesidad como síntoma social. Ella, la obesa, se percibe en una reducción del espacio público provocada por el estigma del otro. La obesidad percibida por la mirada del otro invita a la obesa a romper la impersonalidad ya volverse hacia sí. Alespecular no hay un reflejo nítido, sino una imagen conflictiva en la que se mezclan sentidos como rechazo y valor de sí. La mirada que la rechaza es lo mismo que se aleja y juzga la obesidad. Así, la obesa al volverse contra su imagen, obesidad, experimenta un aprendizaje único de lo que puede observar y encuentra apertura con terapias corporales para vivir el cuerpo en la sociedadCette étude dans le domaine de la phénoménologie montre en fragments biographiques d'une personne obèse dans la ville de Salvador, Bahia, une construction socio-culturelle panoptique qui juge sans pitié l'obésité, comme une inscription de l'expérience de la souffrance, de l'apprentissage et du soutienthérapeutique pour les soins. L'obésité et le monde est la façon dont cet ensemble humain est défini sans la dualité sujet / objet. Cette double rupture se produit dans la construction de l'appartenance entre l'un et l'autre, réciproquement. Le monde entoure l'obésité et cela se constitue comme étant-obèse-étant dans un processus d'appartenance dans la vie quotidienne. C'est donc un événement temporaire où l'obèse reste dans son origine constitutive comme sujet d'engraissement, dans une société d'engraissement. Apparemment, elle n'attend rien de l'autre qui l'observe, mais un ressentiment persiste. Normal et pathologique sont confondus pour voiler ou dévoiler l'obésité en tant que symptôme social. Elle, la personne obèse, est perçue dans une réduction de l'espace public causée par la stigmatisation de l'autre. L'obésité perçue par le regard de l'autre invite l'obèse à briser l'impersonnalité et à se tourner vers elle-même. En spéculant, il n'y a pas de réflexion claire, mais une image conflictuelle dans laquelle se mélangent les sens comme rejet et estime de soi. Le regard qui le rejette est le même qui se distancie et juge l'obésité. Ainsi, obèse en se tournant contre son image, l'obésité, éprouve un apprentissage unique qui peut observer et est ouvert aux thérapies corporelles pour expérimenter le corps dans la société.O presente estudo no campo da fenomenologia mostra em fragmentos biográficos de uma obesa na cidade de Salvador, Bahia, uma construção sociocultural panóptica que julga impiedosamente a obesidade, inscrevendo-a como umaexperiência de sofrimento, aprendizagem e suporte terapêutico para o cuidado de si. ‘Obesidade e mundo’ é como se define esse conjunto humano sem dualidade sujeito/objeto. Esta quebra dual se realiza na construção de pertencimento entre um e outro, reciprocamente. O mundo circunda obesidade e essa se constitui enquanto ser-obeso-sendo em um processo de pertencimento na cotidianidade. Trata-se, pois, de um acontecimento temporal em que a obesa se mantém em sua origem constitutiva de sujeito engordante, em uma sociedade engordante. Aparentemente não espera nada do outro que a observa, mas ressente. Normal e patológico se confundem para velar ou desvelar obesidade enquanto sintoma social. Ela, a obesa, se percebe numa redução do espaço público provocada pelo estigma do outro. A obesidade percebida pelo olhar do outro convida a obesa a romper a impessoalidade e a voltar-se para si. Ao especular não há um reflexo nítido, mas uma imagem conflitiva em que se misturam sentidos como rejeição e valor de si. O olhar que a rejeita é o mesmo que se distancia e julga obesidade. Assim, a obesa ao voltar-se contra sua imagem, obesidade, experimenta uma aprendizagem única do que pode observar e encontra abertura com terapias corporais para vivenciar o corpo na sociedade
Experiência de ser nutricionista obesa no mundo do trabalho
O panorama mundial e brasileiro de doenças crônicas não transmissíveis tem se revelado um desafio para a saúde pública sendo a obesidade o maior problema de saúde crônica global em adultos. Ela apresenta implicações diretas na aceitação social dos indivíduos, por vezes estigmatizados. Dessa forma acredita-se que esse estado de saúde/doença compromete uma importante dimensão da vida: o trabalho. Nesse sentido, o objetivo desse estudo é analisar narrativas de nutricionistas obesas na cidade de Salvador acerca de sua enfermidade frente a sua relação com o mundo do trabalho. Foi realizado um estudo de abordagem qualitativa a partir de narrativas de nutricionistas obesas acerca de suas percepções sobre obesidade e a influência no seu trabalho. O número de entrevistadas foi determinado em campo e considerado satisfatório quando a intersubjetividade sobre o objeto de estudo se apresentou nas narrativas. O estudo revelou que há uma clara desvantagem social em ser obeso, o que gera estigma que se magnifica na vida profissional da nutricionista obesa vista como incompetente. Nesse contexto, nutricionistas obesas, ao viverem no imperativo pela magreza, acessam dietas que se distanciam do discurso científico – não diferindo assim, do encontrado na população em geral, apesar do domínio técnico conferido pela academia. A obesidade permeada pelo estigma na profissão tem comprometido a saúde física e mental dessas mulheres - identificou-se que as nutricionistas obesas experiencia(ra)m o estigma no trabalho e também vivencia(ra)m situações de sofrimento nas relações sociais devido a forma do seu corpo, como se a obesidade representasse uma “impureza” na profissão, a ser higienizada do trabalho. Conclui-se que a compreensão da experiência de ser nutricionista obesa impõe o imperativo da magreza em função da magnificação do duplo estigma imposto pela sociedade, a de ser obesa e simultaneamente nutricionista obesa
Sofrimento e preconceito: trajetórias percorridas por nutricionistas obesas em busca do emagrecimento
ResumoA obesidade, problema de saúde pública, é vista como “pânico moral” que inabilita o obeso à aceitação social. Para nutricionistas obesas, o paradoxo das premissas de sua profissão e seu estado de morbidade torna complexo o debate pelo conflito com a identidade profissional. O objetivo do estudo foi discutir significados do cuidado em saúde adotados por nutricionistas obesas de Salvador e compreender a experiência delas com a obesidade no cotidiano de vida. O estudo foi de abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas com oito narrativas sobre a experiência de ser nutricionista obesa, analisadas por meio da hermenêutica. A pesquisa revelou que ser obesa gera estigma ampliado para a nutricionista vista simultaneamente como incompetente no cuidado de si e na condição social de obesa. Estranhamento do corpo, exclusão social, estratégias de defesa na relação profissional-paciente, recurso desesperado das dietas “milagrosas” distantes do discurso científico e o corpo obeso como cárcere são algumas condições de sofrimento desveladas no cotidiano de trabalho. Conclui-se sobre a necessidade das instituições de saúde pública se apropriarem da dimensão do problema e estabelecerem estratégias para a condição de nutricionista obesa, considerando que essa contradição ocorre em diversas profissões
Acolhimento: quando o usuário bate à porta
Estudo qualitativo realizado entr e abril e junho de 2010, em uma unidade de saúde docente-assistencial que funciona na Estratégia de Saúde da Família em Salvador-Ba e objetivou analisar a percepção dos usuários sobre o acolhimento. Fizeram parte do estudo 12 sujeitos de ambos os sexos. A análise dos depoimentos foi realizada a partir de análise categorial temática, emergindo quatro categorias: Acolhimento na compreensão do usuário; Relação entre equipe de saúde e acolhimento; Acolhimento como elemento de responsabilização, corresponsabilização e resolutividade; Entraves do acolhimento. Concluise que esta é uma proposta em constante aprimoramento, mas, ainda nota-se um esforço para a sua concretização nas práticas de saúde, pois, o acolhimento esbarra na intersubjetividade dos sujeitos envolvidos no processo