9 research outputs found

    Fatores pragmáticos da textualidade e o uso de charges nas séries finais do ensino fundamental: uma aproximação possível

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    O presente artigo é resultado de uma pesquisa de mestrado que abordou o uso de charges no ensino fundamental. Com o objetivo de aliar um melhor ensino de ciências ao desenvolvimento da competência leitora dos estudantes, elaboramos atividades baseadas em questões sociocientíficas (QSC) representadas por charges e as aplicamos em três salas de nono ano de uma escola municipal de Poá/SP. Apresentamos os resultados de uma atividade envolvendo charge e de um questionário que procurou levantar as impressões dos participantes sobre esse modelo de abordagem. A análise de conteúdo aplicada sugere que a maioria dos estudantes demonstra não compreender fatores pragmáticos da textualidade considerados essenciais ao pleno exercício da competência leitora. Fatores como a intertextualidade e a intencionalidade são mais facilmente percebidos pelos estudantes, enquanto a situacionalidade e aceitabilidade se mostram mais difíceis, sendo registrados em menos de um terço das respostas dos 49 estudantes que participaram da pesquisa.Palavras-chave: ensino de ciências; competência leitora; charges 

    Fatores pragmáticos da textualidade e o uso de charges nas séries finais do ensino fundamental: uma aproximação possível

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    O presente artigo é resultado de uma pesquisa de mestrado que abordou o uso de charges no ensino fundamental. Com o objetivo de aliar um melhor ensino de ciências ao desenvolvimento da competência leitora dos estudantes, elaboramos atividades baseadas em questões sociocientíficas (QSC) representadas por charges e as aplicamos em três salas de nono ano de uma escola municipal de Poá/SP. Apresentamos os resultados de uma atividade envolvendo charge e de um questionário que procurou levantar as impressões dos participantes sobre esse modelo de abordagem. A análise de conteúdo aplicada sugere que a maioria dos estudantes demonstra não compreender fatores pragmáticos da textualidade considerados essenciais ao pleno exercício da competência leitora. Fatores como a intertextualidade e a intencionalidade são mais facilmente percebidos pelos estudantes, enquanto a situacionalidade e aceitabilidade se mostram mais difíceis, sendo registrados em menos de um terço das respostas dos 49 estudantes que participaram da pesquisa.Palavras-chave: ensino de ciências; competência leitora; charges 

    Conceitos de química dos ingressantes nos cursos de graduação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo

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    A diagnostic instrument was developed to evaluate the basic chemistry concepts held by freshmen students of the three Chemistry undergraduate courses offered by the University of São Paulo. The instrument minimizes the use of algorithms or memorization by students and values high-order cognitive skills. Analysis of the students' performances reveals systematic use of "displacement reaction" as an algorithm and a mechanical use of Le Chatelier's Principle. Failure in comprehending the chemical equation and chemical language drives students to alternative models for chemical reactions in aqueous solution. For instance, reaction would occur between "ionic pairs" and/or between species situated in separate compartments

    Experimentos históricos nos livros didáticos: implicações para o ensino de química

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    A história da ciência tem sido usada como importante contribuinte das relações de ensino, embasando uma melhor compreensão da atividade científica. Em muitos casos, porém, a descrição equivocada de episódios históricos pode dificultar o entendimento de conceitos e induzir visões distorcidas do que é a ciência e de como ela é feita. Neste trabalho, compilamos uma lista com 24 experimentos históricos encontrados em livros didáticos (LD) de Química voltados ao Ensino Médio e, a partir da análise de originais e da literatura secundária já produzida por historiadores da ciência, explicitamos diferenças entre as descrições de experimentos presentes nos LD e seus respectivos originais históricos. Os casos analisados envolvem a pilha de Daniell e o experimento com a folha de ouro de Rutherford. Comparando as descrições dadas pelos LD com os originais históricos, verificamos diferenças expressivas, tanto em relação às montagens e aos materiais utilizados pelos cientistas quanto na execução dos experimentos e em sua vinculação com proposições teóricas. No caso de Daniell, a separação da pilha em duas semicélulas conectadas por uma ponte salina representa uma distorção do original histórico que o afasta, também, das representações cotidianas de pilhas elétricas e de qualquer aplicação prática do dispositivo. Já no caso da folha de ouro, identificamos que as ilustrações tradicionais deste experimento representam um híbrido de ao menos quatro montagens realizadas pelo grupo de pesquisa de Rutherford. Também notamos que os LD tratam da proposição do modelo atômico como decorrência deste experimento, o que gera uma distorção da cronologia histórica com viés indutivista, uma vez que o modelo teórico de Rutherford foi proposto antes e alguns desses experimentos foram projetados, justamente, como tentativas de verificação do modelo. Apresentamos pontos em que essas distorções podem prejudicar o entendimento dos alunos e de que forma a fidelidade histórica pode ajudar o trabalho de professores em sala de aula

    Chemistry according to Michael Faraday: A case of science popularization in the 19th century

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    A presente pesquisa apresenta um estudo do ciclo de palestras intitulado A história química de uma vela, proferido por Michael Faraday como parte das celebrações natalinas de 1860, na Royal Institution, em Londres. Nas palestras, Faraday apresentou uma vela como objeto motivador para o estudo de vários aspectos da ciência contemporânea, e a transcrição da sua fala nos permite observar como o tema detinha a atenção do público do período. Seguindo os preceitos da nova historiografia da ciência, procuramos reconstruir parte do contexto de formação de Faraday, para entender como se consolidaram seus métodos de trabalho como palestrante. Algumas obras de influência sobre sua formação inicial são revisitadas: Conversations on Chemistry, de Jane Marcet (1805) e The Improvement of the Mind, de Isaac Watts (1741). O primeiro texto representa uma introdução à química do século XIX. Escritas sob a forma de diálogos, as conversas de Jane Marcet teriam nutrido o jovem Faraday de \"fatos\" científicos, que o motivaram no aprendizado das ciências naturais e renderam várias manifestações de reconhecimento do posterior filósofo para com a autora. Já a segunda obra se constitui num manual que instrumentaliza o autoaprendizado. Dividido em dois volumes, The improvement of the mind primeiro trata das regras para a aquisição de conhecimentos, amplamente estudadas e defendidas por Faraday em sua formação e, em seguida, das estratégias para a comunicação de conhecimentos, com particular ênfase sobre as palestras. Esta segunda parte da obra de Watts também foi objeto da atenção de Faraday, e os registros primários de ambos os autores nos fornecem critérios contemporâneos para a análise da atuação de Faraday como palestrante. Os resultados da pesquisa apontam para a coerência do trabalho de Faraday em relação aos preceitos que construiu sob a orientação de referências pessoais e textuais, como os palestrantes a que assistiu na juventude, e as obras que estudou em suas etapas de formação. Faraday conciliou e incorporou vários dos aspectos atribuídos por Watts ao bom palestrante, e também promoveu uma visão da química consoante com a divulgada por Jane Marcet em seu livro. Este estudo de caso busca na história da ciência a análise de fatores que contribuem ao êxito de uma iniciativa de divulgação científica. Dentro do seu contexto, o livro de Jane Marcet e as palestras de Faraday se constituíram em duas formas distintas de abordagem, e ambas lograram sucesso ao conseguirem ganhar a atenção do público para tratar das ciências naturais em geral, e da química em particular. Entendendo que nas iniciativas de divulgação científica a demanda por criatividade é atemporal, buscamos neste estudo histórico alguns argumentos que permitam refletir sobre essa prática em qualquer tempo.This work presents a study on Michael Faraday\"s six-lecture course entitled The chemical history of a candle, delivered as part of the 1860 Christmas celebrations at the Royal Institution, London. In the lectures, Faraday departed from an ordinary candle to motivate the study of several current scientific issues. The transcription of his speech allows us to investigate how science attracted general public attention at the time. In order to understand how Faraday achieved the maturity of his work as a lecturer, we considered the precepts of the new historiography of science and followed up on the context of his early intellectual development. Some works of reference are revisited: Conversations on Chemistry, by Jane Marcet (1805) and The Improvement of the Mind, by Isaac Watts (1741). The first book represents an introductory course in chemistry, written in the form of dialogs for the early nineteenth century general public. According to Faraday\"s own reports, such book had nourished him with scientific \"facts\", which stimulated him to pursue a scientific career. The second book consists in a manual aimed to improve self-learning initiatives. The Improvement of the Mind is divided in two volumes, being the first dedicated to the rules for the acquisition of knowledge, and the second to the skills to communicate such knowledge, specially by means of lectures. Both volumes seem to have influenced the young Faraday remarkably, not only by helping him to establish his methods of study but also by instructing him about dealing with knowledge. Moreover, this second volume of the book gives us contemporary criteria to analyze Faraday\"s later work as a lecturer. Our research results point out to the coherence between Faraday\"s work and the precepts he developed under the guidance of both personal and textual references, such as the lecturers he attended to or the books he read during his apprenticeship. Faraday was able to personify many of the attributes of the good lecturer described by Watts, and also promoted a view of chemistry which coincides on several aspects with the one popularized by Jane Marcet in her conversations. This case study focuses on a science popularization initiative, and analyzes the factors which influence its outcome. Within their particular context, Jane Marcet\"s conversations and Faraday\"s lectures represent two different approaches to science popularization, and they both achieved great success in getting the public\"s attention to chemistry, and to science in general. Taking creativity as a timeless requirement for any initiative in science popularization, we hope with this work to promote reflections about such practices at any time

    Chemistry according to Michael Faraday: A case of science popularization in the 19th century

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    A presente pesquisa apresenta um estudo do ciclo de palestras intitulado A história química de uma vela, proferido por Michael Faraday como parte das celebrações natalinas de 1860, na Royal Institution, em Londres. Nas palestras, Faraday apresentou uma vela como objeto motivador para o estudo de vários aspectos da ciência contemporânea, e a transcrição da sua fala nos permite observar como o tema detinha a atenção do público do período. Seguindo os preceitos da nova historiografia da ciência, procuramos reconstruir parte do contexto de formação de Faraday, para entender como se consolidaram seus métodos de trabalho como palestrante. Algumas obras de influência sobre sua formação inicial são revisitadas: Conversations on Chemistry, de Jane Marcet (1805) e The Improvement of the Mind, de Isaac Watts (1741). O primeiro texto representa uma introdução à química do século XIX. Escritas sob a forma de diálogos, as conversas de Jane Marcet teriam nutrido o jovem Faraday de \"fatos\" científicos, que o motivaram no aprendizado das ciências naturais e renderam várias manifestações de reconhecimento do posterior filósofo para com a autora. Já a segunda obra se constitui num manual que instrumentaliza o autoaprendizado. Dividido em dois volumes, The improvement of the mind primeiro trata das regras para a aquisição de conhecimentos, amplamente estudadas e defendidas por Faraday em sua formação e, em seguida, das estratégias para a comunicação de conhecimentos, com particular ênfase sobre as palestras. Esta segunda parte da obra de Watts também foi objeto da atenção de Faraday, e os registros primários de ambos os autores nos fornecem critérios contemporâneos para a análise da atuação de Faraday como palestrante. Os resultados da pesquisa apontam para a coerência do trabalho de Faraday em relação aos preceitos que construiu sob a orientação de referências pessoais e textuais, como os palestrantes a que assistiu na juventude, e as obras que estudou em suas etapas de formação. Faraday conciliou e incorporou vários dos aspectos atribuídos por Watts ao bom palestrante, e também promoveu uma visão da química consoante com a divulgada por Jane Marcet em seu livro. Este estudo de caso busca na história da ciência a análise de fatores que contribuem ao êxito de uma iniciativa de divulgação científica. Dentro do seu contexto, o livro de Jane Marcet e as palestras de Faraday se constituíram em duas formas distintas de abordagem, e ambas lograram sucesso ao conseguirem ganhar a atenção do público para tratar das ciências naturais em geral, e da química em particular. Entendendo que nas iniciativas de divulgação científica a demanda por criatividade é atemporal, buscamos neste estudo histórico alguns argumentos que permitam refletir sobre essa prática em qualquer tempo.This work presents a study on Michael Faraday\"s six-lecture course entitled The chemical history of a candle, delivered as part of the 1860 Christmas celebrations at the Royal Institution, London. In the lectures, Faraday departed from an ordinary candle to motivate the study of several current scientific issues. The transcription of his speech allows us to investigate how science attracted general public attention at the time. In order to understand how Faraday achieved the maturity of his work as a lecturer, we considered the precepts of the new historiography of science and followed up on the context of his early intellectual development. Some works of reference are revisited: Conversations on Chemistry, by Jane Marcet (1805) and The Improvement of the Mind, by Isaac Watts (1741). The first book represents an introductory course in chemistry, written in the form of dialogs for the early nineteenth century general public. According to Faraday\"s own reports, such book had nourished him with scientific \"facts\", which stimulated him to pursue a scientific career. The second book consists in a manual aimed to improve self-learning initiatives. The Improvement of the Mind is divided in two volumes, being the first dedicated to the rules for the acquisition of knowledge, and the second to the skills to communicate such knowledge, specially by means of lectures. Both volumes seem to have influenced the young Faraday remarkably, not only by helping him to establish his methods of study but also by instructing him about dealing with knowledge. Moreover, this second volume of the book gives us contemporary criteria to analyze Faraday\"s later work as a lecturer. Our research results point out to the coherence between Faraday\"s work and the precepts he developed under the guidance of both personal and textual references, such as the lecturers he attended to or the books he read during his apprenticeship. Faraday was able to personify many of the attributes of the good lecturer described by Watts, and also promoted a view of chemistry which coincides on several aspects with the one popularized by Jane Marcet in her conversations. This case study focuses on a science popularization initiative, and analyzes the factors which influence its outcome. Within their particular context, Jane Marcet\"s conversations and Faraday\"s lectures represent two different approaches to science popularization, and they both achieved great success in getting the public\"s attention to chemistry, and to science in general. Taking creativity as a timeless requirement for any initiative in science popularization, we hope with this work to promote reflections about such practices at any time

    Getting to know Chemistry: a study on early nineteenth-century popularization books

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    Livros de divulgação nos permitem olhar de modo peculiar para a ciência de um período, e a percepção de padrões nessas obras pode dar indícios de como certa área de pesquisa era apresentada ao público não especializado. Nesta pesquisa investigamos textos introdutórios à química publicados na Inglaterra durante a primeira metade do século XIX, que para muitos autores representa o período de maior popularidade já experimentado por esta ciência. Sob a luz da contemporânea historiografia da ciência, valorizamos o acesso a registros originais e a reconstrução de contextos, buscando critérios contemporâneos que nos permitam analisar: Qual contexto motivava a produção e o consumo desses livros de divulgação? Quais obras tiveram maior relevância no período? Qual era a visão da química comunicada pela divulgação? No âmbito do ensino, buscamos viabilizar material historiográfico que explicite o caráter dinâmico da química, além dos seus vínculos com questões sociais, econômicas, políticas e religiosas, pontuando reflexões sobre aspectos da natureza da ciência com foco na formação de professores. Nossos resultados revelam um amplo contexto de valorização das ciências naturais como ferramentas do progresso social. Dentre as obras de destaque, resenhas e críticas dos periódicos locais apontam para The Chemical Catechism, de Samuel Parkes, e Conversations on Chemistry, de Jane Marcet. Ambas foram publicadas originalmente no ano de 1806 e receberam várias reedições e traduções, sendo também adaptadas e plagiadas por outros autores. Embora apresentem estilos bem diferentes, esses textos sugerem uma visão comum da química, tratada como uma ciência: de caráter utilitário e que se aplica diretamente na resolução de problemas de interesse econômico e social; que fundamenta a construção do seu entendimento sobre a matéria nos processos de síntese e decomposição; que desperta o interesse comum pelo forte apelo sensorial dos seus experimentos; e que desvela a sabedoria divina escondida nas leis que regem os fenômenos naturais. Esta última característica revela o convívio entre os discursos da ciência e da religião nos textos de divulgação do período. Esta tese busca um diálogo com a formação de professores de química na atualidade, pontuando como um olhar histórico sobre a ciência pode propiciar reflexões de interesse no âmbito do ensino.Popularization books provide a particular way of accessing science within specific historical contexts by allowing one to glimpse how a certain field of knowledge was addressed to the lay public. The present research focus on early nineteenth-century introductory books on chemistry published in England as objects of study. For many authors, chemistry experienced its greatest popularity period at that time. Methodological framework was based on current historiography of science, taking into account a careful consideration of the historical context and the search for primary sources. Research questions included: What context motivated the production and the consumption of popular chemistry books? Which amongst these books achieved the greatest relevance? What was the image of chemistry communicated by popularization initiatives? Seeking a contribution for science teaching, this thesis provides historiographical material that makes explicit the dynamic character of chemistry as a science that deals with social, economic, political and religious issues. Such influences are highlighted in order to encourage reflections on aspects of the nature of science with a focus on teachers training. Results reveal a broader context connecting the development of natural philosophy with social progress. Contemporary periodical reviews point to the books entitled The Chemical Catechism, by Samuel Parkes, and Conversations on Chemistry, by Jane Marcet, among the most successful in their genre. Both were first published in 1806 with several further editions and reprints, also being translated into several languages and even plagiarized by other authors. Despite their very different styles, both texts suggest a common image of chemistry, which included: a practical appeal by its direct application in solving problems of economic and social interest; the processes of synthesis and decomposition as means for understanding matter in general; a strong sensory appeal provided by experiments; and the capacity to unveil divine wisdom hidden in the laws governing natural phenomena. This last feature reveals the interaction between the discourses of science and religion in popularization texts of the period. This thesis also proposes a dialogue with current training of chemistry teachers, by suggesting how a historical look at science may give rise to useful reflections for chemistry educators

    As teorias e experimentos em ensaio sobre o fogo

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    The study natural phenomena of interest to society figures among the purposes of science teaching in Basic Education. It is surprising, therefore, that fire receives little attention in science and almost none in education. Even though fire most certainly represents one of the most fascinating manifestations of Nature none of the chemistry collections approved by the National Textbook Program (PNLD 2015) presents any in-depth study on it. But things were different in the past. In order to recover a particular detail of the history of fire as an object of study in chemical philosophy, in this paper we analyze the work An essay on fire, published in 1790 by the celebrated philosopher from Geneva, Marc-Auguste Pictet. Based on the contemporary historiography of science we seek to analyze how fire was explained by some late 18th century theories. The results of this analysis reveal aspects of interest on chemists' style of thinking in the studied context. Pictet's text makes it clear that the word fire was used to designate not only the flame, but an agent responsible for several effects on the structure of natural bodies, such as dilation, changing states of aggregation and chemical decomposition itself. Describing series of experiments, the philosopher analyzes fire from four points of view: liberated fire, specific heat, latent heat, and combined fire. All experiments are preceded by theoretical speculations and results are used as means to accept or to reject such theories. It is also noteworthy that Pictet's approach often oppose corpuscular and vibrational assessments on fire as the causal agency to the effect that we call heat. We conclude that the study of Pictet's work allows us to access some nature of science features, highlighting the importance of communication between researchers, the interdependence between experiments and theories, and the coexistence of different models to represent a phenomenon under study.O estudo de fenômenos naturais de interesse social representa um dos objetivos da aprendizagem de ciências na Escola Básica. É de se estranhar, portanto, que o fogo, uma das mais úteis e fascinantes manifestações da Natureza, receba pouca atenção na ciência e quase nenhuma no ensino, como se percebe pela ausência de estudos aprofundados sobre este fenômeno nas coleções didáticas de química aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2015). O fogo, no entanto, já foi objeto de estudos da filosofia química no passado. Com o objetivo de resgatar a história do fogo enquanto objeto de estudo da química, neste trabalho propomos uma análise da obra An essay on fire, publicada em 1790 pelo celebrado filósofo de Genebra, Marc-Auguste Pictet. À luz da contemporânea historiografia da ciência, buscamos analisar de que forma as teorias do final do século XVIII explicavam tal fenômeno. Os resultados desta análise revelam aspectos de interesse sobre os modos de pensar dos químicos no contexto estudado. O texto de Pictet deixa claro, por exemplo, que a palavra fogo era empregada para designar não apenas a chama, mas um agente que seria responsável por diversos efeitos na estrutura dos corpos naturais, incluindo as dilatações, mudanças de estado e a própria decomposição química. Descrevendo séries de experimentos, o filósofo analisa o fogo sob quatro pontos de vista: Fogo liberado, calor específico, calor latente e fogo combinado. Todos os experimentos realizados pelo autor são precedidos por considerações teóricas e os resultados experimentais são usados como forma de aceitar ou recusar essas teorias que, muitas vezes, contrapõem concepções corpusculares e vibracionais na interpretação do fogo como o agente causal da sensação denominada calor. Concluímos que o estudo da obra de Pictet nos permite entender algumas características de como a ciência se desenvolve, destacando a importância da comunicação entre pesquisadores, a interdependência entre experimentos e teorias e o convívio com diferentes modelos para representar um fenômeno em estudo
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