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    A ética do silêncio racial no contexto urbano: políticas públicas e desigualdade social no Recife, 1900-1940

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    Mais de meio século após o preconceito racial ter se tornado o principal alvo dos movimentos urbanos pelos direitos civis nos Estados Unidos e na África do Sul, e décadas depois do surgimento dos movimentos negros contemporâneos no Brasil, o conjunto de ferramentas legislativas criado no Brasil para promover o direito à cidade ainda adere à longa tradição brasileira de silêncio acerca da questão racial. Este artigo propõe iniciar uma exploração das raízes históricas desse fenômeno, remontando ao surgimento do silêncio sobre a questão racial na política urbana do Recife, Brasil, durante a primeira metade do século XX. O Recife foi eé um exemplo paradigmático do processo pelo qual uma cidade amplamente marcada por traços negros e africanos chegou a ser definida política e legalmente como um espaço pobre, subdesenvolvido e racialmente neutro, onde as desigualdades sociais originaram na exclusão capitalista, e não na escravidão e nas ideologias do racismo científico. Neste sentido, Recife lança luzes sobre a política urbana que se gerou sob a sombra do silêncio racial.More than half a century after racial prejudice became central to urban civil rights movements in the United States and South Africa, and decades after the emergence of Brazil’s contemporary Black movements, Brazil's internationally recognized body of rights-to-the-city legislation still adheres to the country's long historical tradition of racial silence. This article explores the historical roots of this phenomenon by focusing on the emergence of racial silence in Recife, Brazil during the first half of the 20th Century. Recife was and remains a paradigmatic example of the process through which a city marked by its Black and African roots came to be legally and politically defined as a poor, underdeveloped and racially neutral space, where social inequalities derived from capitalist exclusion rather than from slavery and scientific racism. As such, Recife'sexperience sheds light on the urban policies that were generated in the shadow of racial silence

    Linfomas em pacientes com a forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica

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    RACIONAL: Cada vez mais se estabelece a correlação entre agentes infecciosos e doenças linfoproliferativas, sobretudo vírus e bactérias, através da ativação de linfócitos. OBJETIVO: Descrever 6 novos casos, de uma série de 254 pacientes (2,36%) com esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica. CASUÍSTICA E MÉTODOS: São descritos 6 pacientes, dentre os 254 portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica, acompanhados nos últimos 13 anos no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. RESULTADOS: Todos os seis casos ocorreram em mulheres. Os exames histopatológicos evidenciaram dois casos de linfomas de zona marginal esplênica, um de linfoma de grandes células com imunoblastos, um de linfoma difuso de grandes células, um de linfoma maligno de grandes células não clivadas, e um outro caso de doença de Hodgkin. Metade das seis pacientes evoluiu para o óbito entre 4 a 15 meses após o diagnóstico. As outras três persistem em acompanhamento no Serviço de Oncologia da mesma instituição. CONCLUSÃO: A incidência de linfoma nos 254 pacientes acompanhados foi de 2,36%. Pretende-se chamar a atenção para a ocorrência de linfomas nos baços de pacientes com esquistossomose mansônica, na forma hepatoesplênica

    Notas sobre a formação social do Nordeste Some notes on the social formation of the Brazilian Northeast region

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    Este trabalho examina o processo de formação da região Nordeste do Brasil, situando-o em uma longa temporalidade, desde o período colonial até os dias atuais. No entanto, está em desacordo com duas principais visões sobre aquele processo. A primeira percebe a região como um ente histórico existente desde as origens coloniais do Brasil e a segunda reduz a região a uma criação de suas oligarquias para assegurar seus privilégios, domínio e perpetuação no poder. Situado entre essas visões, este trabalho propõe uma outra via de interpretação da formação regional do Nordeste, colocando-a no plano da história. Assim, a formação da região somente alcança pleno sentido quando inserida em uma cronologia política que é, também, a cronologia política da formação da Nação brasileira.<br>This article examines the formation of the Brazilian Northeast region, set in a long temporality, from the colonial era to the current days. It is in disagreement with two main views of that process. The first one considers the Northeast region as an historical entity existing since the colonial times. The second reduces the region to a criation of its oligarchies in order to ensure their privileges, their domination and the presevation of their power. Located in between such views, this article offers another way of interpreting the Northeast regional formation, laying it on the historical plan. In that way, the formation of the region issues its entire meaning when we link it up with the political chronology, which is also the political chronology of the formation of the Brazilian nation

    Obstructive Sleep Apnea is Common and Associated with Heart Remodeling in Patients with Chagas Disease

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    <div><p>Abstract Background: Chagas Disease (CD) is an important cause of morbimortality due to heart failure and malignant arrhythmias worldwide, especially in Latin America. Objective: To investigate the association of obstructive sleep apnea (OSA) with heart remodeling and cardiac arrhythmias in patients CD. Methods: Consecutive patients with CD, aged between 30 to 65 years old were enrolled. Participants underwent clinical evaluation, sleep study, 24-hour Holter monitoring, echocardiogram and ambulatory blood pressure monitoring. Results: We evaluated 135 patients [age: 56 (45-62) years; 30% men; BMI: 26 ± 4 kg/m2, Chagas cardiomyopathy: 70%]. Moderate to severe OSA (apnea-hypopnea index, AHI, ≥ 15 events/h) was present in 21% of the patients. OSA was not associated with arrhythmias in this population. As compared to patients with mild or no OSA, patients with moderate to severe OSA had higher frequency of hypertension (79% vs. 72% vs. 44%, p < 0.01) higher nocturnal systolic blood pressure: 119 ± 17 vs. 113 ± 13 vs. 110 ± 11 mmHg, p = 0.01; larger left atrial diameter [37 (33-42) vs. 35 (33-39) vs. 33 (30-36) mm, p < 0.01]; and a greater proportion of left ventricular dysfunction [LVEF < 50% (39% vs. 28% vs. 11%), p < 0.01], respectively. Predictor of left atrial dimension was Log10 (AHI) (b = 3.86, 95% CI: 1.91 to 5.81; p < 0.01). Predictors of ventricular dysfunction were AHI > 15 events/h (OR = 3.61, 95% CI: 1.31 - 9.98; p = 0.01), systolic blood pressure (OR = 1.06, 95% CI: 1.02 - 1.10; p < 0.01) and male gender (OR = 3.24, 95% CI: 1.31 - 8.01; p = 0.01). Conclusions: OSA is independently associated with atrial and ventricular remodeling in patients with CD.</p></div
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