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Epidemiologia do tabagismo no Rio Grande do Sul
Com o objetivo de estudar a prevalência do tabagismo no Estado do Rio Grande do Sul, avaliar o perfil do fumante e testar um modelo alternativo de estudo epidemiológico do tabagismo, foram entrevistadas 7435 pessoas com idade igual ou superior a 15 anos. Este assim denominado macrocosmos foi avaliado através de um estudo transversal, realizado entre janeiro e dezembro de 1995. Foram selecionadas duas cidades- a mais populosa e outra com até 30.000 habitantes- de cada uma das sete mesorregiões geográficas em que é dividido o Rio Grande do Sul (IBGE). Determinaram-se, a partir de dados do IBGE, as percentagens da população correspondentes a sexo, idade e cor. Determinada a percentagem da população total a ser estudada, fixou-se o número de supermercados a serem recenseados, buscando-se uma equilibrada representação das áreas sócio-econômicas em que os mesmos estavam inseridos. O inquérito em cada um destes supermercados prosseguia até ser atingido o número de pessoas representativas de cada segmento populacional. Foram escolhidas as cidades de Porto Alegre, Pelotas e Caxias do Sul, RS, para comparação do novo modelo com o clássico, em amostragem por conglomerados. Dois microcosmos, representados por escolares e mulheres gestantes, foram estudados da seguinte maneira: uma amostra de 1448 escolares, na faixa etária entre 1 O e 14 anos, inclusive, em sete escolas, quatro da rede pública e três da rede privada, na cidade de Porto Alegre. As entrevistas foram realizadas nas salas de aula entre escolares da 5a à 8a série, inclusive. O questionário utilizado não identificava o escolar. Outra amostra reuniu 602 gestantes: Foram entrevistadas gestantes, aos nove meses de gestação ou no pós-parto imediato (até 48h após o parto). Fizeram parte do estudo cinco maternidades de Porto Alegre. A prevalência do tabagismo foi 27,4%, sendo de 32,4% entre os homens e 23,1% entre as mulheres (p<0,00001). O maior percentual de fumantes foi observado na faixa etária entre 30 e 44 anos, tanto entre os homens, 44,8%, como entre as mulheres, 33,5%. Quanto à relação entre cor e tabagismo, a prevalência encontrada foi 26,3% entre brancos e de 34,5% entre não-brancos (p<0,0001). Uma associação negativa significativa entre escolaridade e tabagismo foi observada entre aq ueles com maior (segundo grau completo e curso superior) e menor escolaridade. Quanto à variável sedentarismo, entre os não-fumantes havia 60,8% de sedentários; entre os fumantes, 82,2% (p<O,OOO 1 ). No momento da entrevista, nas escolas públicas 75 (9,9%) escolares fumavam de modo ocasional e, nas escolas privadas, 37 (5,5%). OR = 1,92 (1,20 < OR < 3,07 IC 95%) p=0,0038396. No momento da entrevista, nas escolas públicas, 60 (7,9%) escolares fumavam de modo regular, e nas escolas privadas, 17 (2,6%). OR = 3,34 (1,82 < OR < 6,20 IC 95%) p=0,0000211. No momento da entrevista, entre os meninos, 42 (6,3%) fumavam de modo ocasional, 32 (4,7%) de modo regular e 597 (88,9%) não fumavam. Entre as meninas, 70 (9,2%) fumavam de modo ocasional, 45 (5,9%) de modo regular e 642 (84,8%) não fumavam. A prevalência do tabagismo entre as gestantes foi 19,3%. Quanto à relação entre cor e tabagismo, entre as brancas havia 76 (16,7%) fumantes e entre as não-brancas, 40 (27,0%) fumantes (p=0,01712784). Entre as analfabetas, havia 6 (33,3%) fumantes; entre as que apenas liam e escreviam, 29 (31,5%); entre aquelas com curso primário, 36 (22,1%); com primeiro grau, 26 (18,2%); com segundo grau, 10 (8,1%) e entre as com curso superior, 9 (14,2%) fumantes (p=0,00318130). O modelo de colheita de dados em supermercados, mostrou-se adequado para avaliar a prevalência de tabagismo: as diferenças percentuais entre amostragem por setores e nos supermercados não foram estatisticamente significantes. Com relação ao tabagismo, nos supermercados de Porto Alegre, Pelotas e Caxias do Sul, havia 599 fumantes entre 2070 entrevistados (28,9%); nos setores das respectivas cidades havia 595 fumantes entre 2154 entrevistados (27,6%) (p=0,3430). Entre os homens a prevalência do tabagismo foi 34,4% nos supermercados e 32,3% nos setores (p = 0,29008); entre as mulheres, a prevalência do tabagismo foi 24,3% nos supermercados e 23,7% nos setores (p = 0,01652). O teste de Mantel-Haenszel, não mostrou diferença estatisticamente significante entre os valores encontrados (p=O,l6157). O modelo de colheita de dados em supermercados gasta metade do tempo empregado na colheita de dados por setores, consequentemente torna-se mais econômico e mats facilmente reproduzível para avaliações periódicas do fenômeno em estudo. Para as 428 correspondências enviadas, obteve-se um total de 323 respostas (75,5%). Sessenta e nove municípios acusaram legislação sobre tabagismo, sendo em 14 deles anterior a 1990, e, em 55, posterior a 1990. A população dos 69 municípios com legislação sobre tabagismo (4.574.960) corresponde a 50,1% da população do Estado do Rio Grande do Sul (9.138.670) (IBGE- Censo 1991)
Desempenho da atenção básica no controle da tuberculose
OBJECTIVE: To assess the access to tuberculosis treatment in healthcare services with Programa Saúde da Família (PSF - Family Health Program) and at a reference outpatient clinic. METHODS: A descriptive inquiry was carried out in 2007 with 106 patients who received tuberculosis treatment through the PSF or the reference outpatient clinic in Campina Grande, Northeastern Brazil, from July 2006 to August 2007. To assess the health services, the instrument Primary Care Assessment Tool was used, validated and adapted to assess tuberculosis care in Brazil. The main variables analyzed referred to the transportation and distance to the service and patients' supervision. RESULTS: Of the 106 patients, 83.9% performed self-administered treatment and 16.0% received supervised treatment. The indicators from the PSF units and from the reference outpatient clinic that were similar (p>;0.05) were: 65.1% "losing half work day to attend the medical visit"; 65.0% "having to use motorized transport"; 50.0% "always having to pay for motorized transport"; and 69.0% "not receiving treatment at healthcare units near home". The indicators "using motorized transport", "paying for transport to attend the medical visit" and "receiving treatment near home" were statistically different (pOBJETIVO: Analizar el acceso al tratamiento para tuberculosis en servicios de salud vinculados al Programa Salud de la Familia y en ambulatorios de referencia. MÉTODOS: Fue realizado estudio del tipo pesquisa descriptiva, en 2007, con 106 pacientes que recibieron tratamiento para tuberculosis en el período de julio-2006 a agosto-2007 en Campina Grande, Noreste de Brasil, vinculados al Programa Salud de la Familia (PSF) y en ambulatorio de referencia. Para evaluación de servicios de salud, fue utilizado el instrumento Primary Care Assessment Tool, validado y adaptado para atención a la tuberculosis en Brasil. Las principales variables analizadas se refirieron a la locomoción y distancia al servicio y a la supervisión de los enfermos. RESULTADOS: De los 106 enfermos, 83,9% realizaron tratamiento auto-administrado y 16,0% tratamiento supervisado. Los indicadores de las unidades PSF y ambulatorio de referencia, considerados semejantes (p>;0,05), fueron: 65,1% "perder el turno de trabajo para consultar"; 65,0% "utilizar el transporte motorizado"; 50,0% "siempre pagar por el transporte motorizado" y 69,0% no hacer el "tratamiento en unidades de salud cerca de su domicilio". Los indicadores "utilizar transporte motorizado", "pagar por el transporte para consultar", "hacer tratamiento cerca de casa" fueron estadísticamente diferentes (pOBJETIVO: Analisar o acesso ao tratamento para tuberculose em serviços de saúde vinculados ao Programa Saúde da Família e em ambulatório de referência. MÉTODOS: Foi realizado estudo do tipo inquérito descritivo, em 2007, com 106 pacientes que receberam tratamento para tuberculose no período de julho/2006 a agosto/2007 em Campina Grande, PB, vinculados ao Programa Saúde da Família (PSF) e em ambulatório de referência. Para avaliação de serviços de saúde, foi utilizado o instrumento Primary Care Assessment Tool, validado e adaptado para atenção à tuberculose no Brasil. As principais variáveis analisadas se referiam a locomoção e distância ao serviço e supervisão dos doentes. RESULTADOS: Dos 106 doentes, 83,9% realizaram tratamento auto-administrado e 16,0% tratamento supervisionado. Os indicadores das unidades PSF e ambulatório de referência, considerados semelhantes (p>;0,05), foram: 65,1% "perder o turno de trabalho para consultar"; 65,0% "utilizar o transporte motorizado"; 50,0% "sempre pagar pelo transporte motorizado" e 69,0% não fazer o "tratamento em unidades de saúde perto do seu domicílio". Os indicadores "utilizar transporte motorizado", "pagar pelo transporte para consultar", "fazer tratamento perto de casa" foram estatisticamente diferentes (
Hepatitis C Virus Infection as a Traumatic Experience
Objective
The purpose of this study was to evaluate whether individuals consider their HCV infection to be a potentially traumatic experience. Additionally, we investigated its association with Post-Traumatic Stress Disorder (PTSD) and the impact of PTSD diagnosis on health-related quality of life (HRQoL) in HCV infected subjects.
Methods
We conducted a cross-sectional survey of 127 HCV-infected outpatients recruited at a University Hospital in Salvador, Brazil. All subjects answered an orally-administered questionnaire to gather clinical and socio-demographic data. We investigated traumatic experiences and the subject's perception of the disease using the Trauma History Questionnaire. PTSD and other psychiatric diagnoses were assessed through the Mini International Neuropsychiatric Interview-Brazilian Version 5.0.0 (M.I.N.I. PLUS). HRQoL was assessed using Short-Form 36 (SF-36).
Results
Approximately 38.6% of the patients considered hepatitis C to be a traumatic experience. Of these, 60.7% had a PTSD diagnosis. PTSD was associated with significant impairment in quality of life for individuals in seven SF-36 domains as shown bymultivariate analysis: Role-Physical (β: −24.85; 95% CI: −42.08; −7.61), Bodily Pain (β: −19.36; 95% CI: −31.28; −7.45), General Health (β: −20.79; 95% CI: −29.65; −11.92), Vitality (β: −11.92; 95% CI: −20.74; −3.1), Social Functioning (β: −34.73; 95% CI: −46.79; −22.68), Role-Emotional (β: −26.07; 95% CI: −44.61; −7.53), Mental Health (β: −17.46; 95% CI: −24.38; −10.54).
Conclusion
HCV is frequently a traumatic experience and it is strongly associated with PTSD diagnosis. PTSD significantly impaired HRQoL
Avaliacao de tabagismo passivo pela determinacao de cotinina na urina de lactentes em aleitamento materno
O tabagismo constitui-se , no momento, num dos maiores problemas de saúde pública que o mundo enfrenta; Sabe-se, hoje, que o efeito deletério do fumo, não fica restrito a quem o pratica ativamente, mas estende-se a quem convive com fumantes. Este estudo demonstra a ocorrência de tabagismo passivo em lactentes em aleitamento materno, quando filhos de mães fumantes. O estudo utiliza como rastreador de tabagismo passivo a dosagem, na urina do lactentes, de cotinina, o maior metabólito ativo da nicotina, decorrente única e exclusivamente do seu metabolismo endógeno. A técnica utilizada para sua quantificação baseia-se na aplicação de radioimunoensaio. Documenta-se a exposição ao tabagismo materno, de 34 lactentes, divididos em duas séries de 17 lactentes, de acordo com o fato da mãe fumar ou não durante a mamada. Tendo-se verificado diferença estatisticamente significante, entre as amostras independentes, assim estudadas, procurou-se evidenciar o fenômeno entre amostras dependentes, ou seja, no mesmo binômio mãe-filho, em momentos diferentes, com a mãe não fumando e fumandoo durante a mamada. Dez destes binômios foram assim estudados. No estudos de amostras independentes, os valores de cotinina na urina dos lactentes foram 58,88 ± 85,17 ng/ml, quando a mãe não fumava durante a mamada, e 244,70 ± 212,70 ng/ml quando a mãe fumava durante a mamada (p < 0,01). No estudo de amostras dependentes, no momento em que a mãe não fumava duranta a mamada, de cotinina na urina dos lactentes foram 146,29 ± 77,38 ng/ml, e, quando a mãe fumava, 263,70 ± 146,21 ng/ml (p,0,02). O estudo comprova, não só a importância da via aérea e da via láctea, na exposição do lactente ao tabagismo materno, como também o fato de que esta exposição é significativamente mais intensa quando a mãe fuma durante o aleitamento
Prevalência e fatores associados à tuberculose em pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana em centro de referência para tratamento da síndrome da imunodeficiência adquirida na região sul do Rio Grande do Sul
Objetivo: Considerando a relevância da co-infecção vírus da imunodeficiência humana/tuberculose, este estudo foi desenvolvido para determinar a prevalência e os fatores associados à tuberculose em pacientes residentes em uma zona de alta prevalência das duas infecções. Métodos: Todos os pacientes atendidos no ano de 1999 no Serviço HIV/AIDS do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande foram avaliados retrospectivamente desde o momento do diagnóstico da presença do vírus da imunodeficiência humana, em relação à ocorrência de tuberculose e sua associação com fatores sociodemográficos, comportamentais e imunológicos. Resultados: A amostra incluiu 204 pacientes e a prevalência encontrada de tuberculose foi de 27%. A análise multivariada mostrou que existe uma associação significativa do desenvolvimento de tuberculose com a raça negra (razão de chance: 4,76; intervalo de confiança de 95%: 1,93 -11,72) e uma relação inversa com a contagem de linfócitos TCD4+ no momento do diagnóstico do vírus da imunodeficiência humana (razão de chance: 0,995; intervalo de confiança de 95%: 0,993-0,997). O sexo masculino (razão de chance: 2,49; intervalo de confiança de 95%: 1,15-5,39) e o uso de drogas (razão de chance: 2,1; intervalo de confiança: 95% de 1,02-4,31) podem também ser fatores de risco quando analisados separadamente. Conclusão: Os fatores responsáveis pelo desenvolvimento da tuberculose entre os pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana incluem os aspectos imunitários e fatores socioeconômicos e demográficos. A alta taxa de tuberculose em pacientes soropositivos torna urgente implementar estratégias que combinem rápida identificação e tratamento dos casos, comunicantes e indivíduos com infecção latente.Objective: In view of the relevance of co-infection with tuberculosis and human immunodeficiency virus, this study was designed to determine tuberculosis prevalence and identify factors related to tuberculosis in patients residing in a region in which both infections are highly prevalent. Methods: All patients treated during 1999 at the HIV/AIDS Clinic of the Universidade Federal do Rio Grande (Rio Grande Federal University) University Hospital were evaluated retrospectively, from the time of human immunodeficiency virus diagnosis, in terms of the incidence of tuberculosis and its relationship to sociodemographic, behavioral and immunological factors. Results: The sample included 204 patients, and tuberculosis prevalence was found to be 27%. The multivariate analysis showed a significant correlation between the development of tuberculosis and being of African descent (odds ratio: 4.76; 95% confidence interval: 1.93-11.72) and an inverse correlation between the development of tuberculosis and the TCD4+ lymphocyte count at the time of human immunodeficiency virus diagnosis (odds ratio: 0.995; 95% confidence interval: 0.993-0.997). When analyzed separately, other variables were found to be potential risk factors: being of the male gender (odds ratio: 2.49; 95% confidence interval: 1.15-5.39); and using illicit drugs (odds ratio: 2.1; 95% confidence interval: 1.02-4.31). Conclusion: The factors responsible for the development of tuberculosis among patients who are human immunodeficiency virus seropositive include immunological, socioeconomic and demographic factors. The high rate of tuberculosis prevalence among the seropositive patients underscores the urgent need to implement strategies that combine rapid identification and prompt treatment of individuals with active or latent infection, as well as of those with whom they have been in contact
Cobertura do citopatológico do colo uterino em Unidades Básicas de Saúde da Família Cytopathological coverage of the cervix in Basic Health Units of the Family
OBJETIVOS: Avaliar a cobertura do citopatológico em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) e descrever características da não realização deste exame nos últimos três anos. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado em Rio Grande (RS), em áreas cobertas pelas Equipes de Saúde da Família (ESF). As entrevistas foram realizadas no domicílio das mulheres, pelos alunos participantes do PET-Saúde. A análise bruta utilizou o software SPSS, onde foram calculados a razão de prevalência, intervalos de confiança de 95% e valor p. A análise multivariada foi realizada por regressão de Poisson, no programa Stata 9.0, onde ingressaram as variáveis com valor p de até 0,20 na análise bruta. No primeiro nível, temos as variáveis idade, ter companheiro e saber ler e escrever. No segundo nível, ingressaram as variáveis número de consultas e oferecimento da coleta de citopatológico. RESULTADOS: A prevalência de citopatológico realizado há 36 meses ou menos foi de 66,3%. Na análise ajustada, as mulheres com idade de 19 anos ou menos (p<0,001), sem companheiro (p<0,001), que não sabiam ler e escrever (p=0,01), que nunca consultaram na unidade básica (p=0,02) e que o exame não havia sido oferecido na consulta (p=0,006), apresentaram maior probabilidade não ter o seu exame de citopatológico coletado nos últimos 36 meses. CONCLUSÃO: O serviço local de saúde mostrou-se pouco efetivo e desigual. Pouco efetivo porque cobriu menor número de mulheres do que o indicado pela Organização Mundial da Saúde e desigual porque o acesso a esse exame variou conforme algumas características das usuárias.<br>PURPOSE: To evaluate the coverage of Pap smear cytology at Basic Family Health Units (BFHU) and to describe the characteristics of non-performance of this test in the last three years. METHODS: A cross-sectional study was conducted in Rio Grande (RS), Brazil, in areas covered by the Family Health Teams Family (FHT). The interviews were conducted by students participating in the Health-PET, at women’s home. Crude analysis was performed using SPSS software to calculate prevalence ratio, 95% confidence intervals and p value. Multivariate analysis was performed by Poisson regression using Stata 9.0 software, which were included the variables with p value of up to 0.20 in the crude analysis. At the first level, the variables were age, having a partner, and literacy. At the second level, the variables were number of visits and offer of a Pap smear. RESULTS: The prevalence of Pap cytology performed 36 months ago or less was 66.3%. In adjusted analysis, women aged 19 years or less (p<0.001), without a partner (p<0.001), illiterate (p= 0.01), who had never consulted at the basic unit (p=0.02) and who had not been offered the examination during the visit (p=0.006), were more likely not to have had a cytopathology exam in the last 36 months. CONCLUSION: The local health proved to be ineffective and inequitable. Ineffective because it covers fewer women than indicated by the World Health Organization and uneven because access to this test varied according to some characteristics of the users