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    Entre dois estados nacionais : perspectivas indígenas a respeito da fronteira entre Guiana e Brasil

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    O trabalho examina perspectivas makuxi e wapichana sobre a fronteira Brasil-Guiana que dividiu seus territórios tradicionais, c como estes povos indígenas incorporaram a imposição histórica de uma fronteira internacional. Situados entre dois Estados nacionais e nas suas periferias, as leituras indígenas a repeito desta fronteira revelam as particularidades étnicas destes povos na encruzilhada entre o maior país da América do Sul e um pequeno país ex-colônia holandesa e posteriormente britânica até 1966, assolado por conflitos étnicos entre suas maiorias afro e indo-guianenses. Surgem diversas formas politicizadas de se identificar como índio, mestiço, Makuxi, Wapichana. brasileiro, ou guianen.se, que, muitas vezes, se sobrepõem. As maneiras de serem Makuxi e Wapichana se expressam, sobretudo, por meio das organizações políticas indígenas c. principalmente na Guiana, pela afiliações aos partidos políticos daquele país.This article examines some perspectives of Macushi and Wapishana indians about the Brazil-Guyana border which divided their traditional territories, and how these indigenous peoples have incorporated the historical imposition of an international border. Situated between two national States and at their peripheries, indigenous readings about the border reveal the ethnic particularities of these peoples at the crossroads between the largest country of South America and a small country, ex- Dutch and later British colony until 1966, ravaged by ethnic conflicts between its Afro and East Indian Guayanese majorities. Many politicized ways of identifying as Amerindian, mestizo, Macushi, Wapishana, Brazilian or Guyanese emerge and often overlap. The ways of being Macushi or Wapishana find their expression in indigenous political organisations and, especially in Guyana, through affiliations to the political parties of that country

    Indianidade e nacionalidade na fronteira Brasil-Guiana

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    Este trabalho examina algumas perspectivas indígenas acerca da fronteira Brasil-Guiana e conceitos de território indígena nos dois Estados nacionais. Focalizando apenas aquele trecho habitado pelos povos Makuxi e Wapichana, que tiveram seus territórios historicamente separados pela linha divisória traçada entre o Brasil e a Guiana desde o período colonial, examinaremos brevemente o impacto das políticas indígenas nestas regiões de fronteira internacional

    Estilos de etnologia indígena na Austrália e no Canadá vistos do Brasil

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    Este trabalho apresenta parte dos resultados de uma pesquisa sobre etnologia indígena no contexto de diferentes estados nacionais que iniciei em 1990, comparando os casos da Austrália e do Brasil. Incluí o caso do Canadá a partir de 1995 através de uma bolsa do governo canadense que permitiu um levantamento de pesquisa naquele país. Examino algumas questões que surgiram a partir de levantamentos de pesquisa de cinco semanas de duração na Austrália (1992) e no Canadá (1995), com antropólogos que realizam pesquisas junto a sociedades indígenas nestes países. Meu projeto de pesquisa examina a etnologia indígena nestes dois países, tomando a etnologia indígena que se faz no Brasil como pano de fundo, país onde realizei o doutorado em Antropologia (1981-1988) e onde estou trabalhando como docente e pesquisador. O trabalho se encaixa dentro da linha de pesquisa sobre “Estilos de Antropologia” iniciada por Roberto Cardoso de Oliveira, em que a dimensão comparativa da investigação passou a ser efetivada através do estudo do que se decidiu chamar de “antropologias periféricas” (Cardoso de Oliveira, 1988:143-159; 1998:107-133). Cardoso de Oliveira usa este termo para se referir àquelas antropologias situadas na periferia de centros metropolitanos da disciplina (nos centros científicos e acadêmicos onde a antropologia foi gerada e se consolidou como disciplina acadêmica - a Inglaterra, a França e os Estados Unidos da América). Como frisa Cardoso de Oliveira, “A justificação maior de um enfoque estilístico sobre as antropologias periféricas está no fato de que a disciplina nos países não metropolitanos não perde seu caráter de universalidade”. O meu objetivo, diferente da proposta de Cardoso de Oliveira que abrange toda a Antropologia como disciplina acadêmica, é um estudo comparativo somente da etnologia indígena que se faz na Austrália e no Canadá, vista a partir da minha experiência no Brasil

    Antropologia do desenvolvimento e povos indígenas

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    Este trabalho examina algumas questões éticas enfrentadas pelo antropólogo que se engaja na área de antropologia do desenvolvimento, quando lida com casos da implantação de grandes projetos (usinas hidrelétricas, mineração, hidrovías, extração de madeiras, agropecuária, etc.) em terras indígenas. Os povos indígenas encontram-se inseridos em relações sociais desmedidamente desiguais com segmentos da sociedade nacional/global, merecendo uma atenção especial por parte de antropólogos em decorrência da sua vulnerabilidade frente a pressões econômicas e políticas de grandes empresas que têm o poder de influenciar as decisões de governos de Estados nacionais, em situações de contato interétnico altamente politizadas. Ressaltamos que a antropologia ao lidar com povos indígenas enfrenta problemas muito específicos por se tratar de povos com culturas diferenciadas que historicamente sofreram fortes discriminações e violências por parte de segmentos da sociedade nacional

    Os índios makuxi e wapichana e suas relações com estados nacionais na fronteira Brasil-Guiana

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    O objetivo deste trabalho é examinar os complexos processos históricos e socioculturais que se desenvolvem entre os povos indígenas Makuxi e Wapichana que habitam a fronteira internacional entre Guiana3 e Brasil4. Este tema fornece uma interface entre o estudo de sociedades indígenas e suas relações com Estados nacionais nas suas fronteiras. Escolhi uma região geográfica ao longo da fronteira entre o Brasil e a República Cooperativista da Guiana, mais especificamente entre a Terra Indígena Jacamim, ao sul, e as aldeias de Uiramutã e Willimon na Área Indígena Raposa/Serra do Sol, e Canapã na Guiana, ao norte, região habitada por Wapichana e Makuxi que vivem nos dois lados da fronteira internacional em aldeias de composição étnica mista
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