10 research outputs found

    The São Francisco River transposition and Pipipã people’s health, in Floresta, Pernambuco, Brazil

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    Ações governamentais de implantação de projetos de desenvolvimento nos territórios indígenas, cujo modelo explorador está vinculado à expectativa de suposto progresso econômico e social, vêm afetando as perspectivas de futuro dos povos em diversos países e no Brasil. O estudo analisou os processos socioambientais de vulnerabilização do povo Pipipã, localizados no município de Floresta, Pernambuco, decorrentes da transposição do rio São Francisco. A pesquisa foi realizada na perspectiva da determinação social da saúde e propõe o movimento dialético, no intuito de promover os diálogos necessários para a devida compreensão da complexidade dos problemas de saúde. Os procedimentos metodológicos se pautaram na técnica qualitativa de coleta e análise de dados. As estratégias de pesquisa utilizadas no estudo foram análise de documentos, entrevistas e observação participante, que favoreceram a compreensão dos processos sociais destrutivos determinados pela transposição do São Francisco e das percepções do povo Pipipã sobre a relação com a saúde e a doença. A pesquisa evidenciou que, em função da transposição do São Francisco, os Pipipã foram vulnerabilizados material e simbolicamente, e novas territorialidades e vulnerabilidades foram estabelecidas compulsoriamente, encontrando-se, portanto, a etnia ameaçada em seus processos de reprodução social.Government actions to implement development projects in indigenous territories, whose operational model is linked to the prospect of supposed economic and social progress, have affected the perspectives for the future of people in several countries and in Brazil. This study analyzed the socioenvironmental processes of vulnerabilization of the Pipipã people resulting from the transposition of the São Francisco River in the municipality of Floresta, Pernambuco, Brazil. The research used the perspective of social determination of health and proposed a dialectical movement aiming to favor the needed dialogues for a proper understanding of the complexity of health problems. Qualitative research methodological procedures were used for data collection and analysis. Documents, interviews and participant observation were analyzed, emphasizing the understanding of the destructive social processes determined by the transposition of São Francisco river and the perceptions of the Pipipã people about the relationship between health and disease. The research evidenced that the São Francisco river transposition made the Pipipã people materially and symbolically more vulnerable, created compulsorily new territorialities and vulnerabilities raising a threat to the processes of social reproduction of the Ethnic group

    Agrotoxics, health and environment in the Xukuru tribe of Orubá Pernambuco

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    Made available in DSpace on 2012-05-07T14:43:58Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) 000056.pdf: 2012420 bytes, checksum: ae1dfe7f0d9af94e1b3807bf7c891ea7 (MD5) Previous issue date: 2008Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.A utilização de agrotóxicos no processo produtivo agrícola é uma prática que tem causado danos sobre o ambiente e a saúde pública. A análise do processo de exposição das populações aos agrotóxicos implica em dificuldades devido aos diversos elementos envolvidos, como o elevado número de subnotificações, pouca importância acerca dos determinantes políticos, econômicos, culturais, inadequado monitoramento da exposição, além da influência do discurso industrial. Entre os povos indígenas do Nordeste a agricultura é considerada a principal atividade econômica, esta também incorporou tecnologias e acabou se modernizando. A atividade agrícola entre os índios Xukuru da Região da Ribeira, área indígena de Pernambuco, é pautada no uso intensivo de agrotóxicos. O presente estudo buscou inicialmente compreender o processo de utilização de agrotóxicos no cultivo agrícola e sua relação com o ambiente e a saúde indígena, na etnia Xukuru. O percurso metodológico usado foi pautado num estudo de caso descritivo, com a utilização de abordagens qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada na Região sócio-ambiental da Ribeira, localizada no Município de Pesqueira-Pernambuco. O ano de 2007 foi a referência para a coleta dos dados primários de observação participante, questionários e grupos focais; os dados secundários foram referentes ao período de 2006 a 2007. Entre os resultados mais significantes destaca-se o uso intensivo de agrotóxicos no cultivo agrícola. Este é feito pelos Xukuru sem nenhum equipamento de proteção individual. Os dados acerca do significado e dos riscos do uso dos produtos químicos revelaram que os agricultores indígenas reconhecem os graves riscos sobre a saúde e o ambiente decorrentes dessa prática, inclusive risco de morte. Os Xukuru estão submetidos a um conjunto de determinantes históricos, políticos, econômicos e bio-sócio-ambientais que determinam as cargas de nocividade responsáveis por danos à saúde, entre as quais, o modelo agrícola baseado no uso de agrotóxicos. As mudanças necessárias devem incorporar a participação desses sujeitos, respeitando suas tradições culturais, resgatando e fortalecendo seus anseios por um ambiente saudável. É necessária a implementação de políticas de proteção e promoção da saúde, com ações de vigilância e atenção à saúde dessa população, e que também ofereça alternativas de práticas agrícolasambientalmente sustentávei

    he Pipipã territoriality vulnerable to the transposition of the São Francisco river and the relations with health in Floresta/Pernambuco

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    Submitted by Ana Beatriz Oliveira ([email protected]) on 2019-08-21T16:00:29Z No. of bitstreams: 1 2019gonçalves.pdf: 2274213 bytes, checksum: 83836515cd9afdb61e188a05c3d436de (MD5)Approved for entry into archive by Ana Beatriz Oliveira ([email protected]) on 2019-08-22T12:14:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2019gonçalves.pdf: 2274213 bytes, checksum: 83836515cd9afdb61e188a05c3d436de (MD5)Made available in DSpace on 2019-08-22T12:14:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2019gonçalves.pdf: 2274213 bytes, checksum: 83836515cd9afdb61e188a05c3d436de (MD5) Previous issue date: 2019Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Ações governamentais de implantação de grandes empreendimentos de desenvolvimento, vinculadas ao discurso do suposto progresso econômico e social, vêm afetando os povos indígenas na América Latina e no Brasil. Em 2007, teve início a implantação do projeto da transposição do rio São Francisco, no Semiárido nordestino. Trata-se de um empreendimento de desenvolvimento que se insere no conjunto de políticas da água no Semiárido com enfoque no combate à seca. O estudo analisou os processos de vulnerabilização e as implicações na territorialidade Pipipã decorrente da transposição do rio São Francisco e as relações com a saúde em Floresta, Pernambuco. A abordagem teórico-metodológica deste estudo foi a Reprodução Social e a Saúde, formulada pelo epistemólogo Juan Samaja. Os procedimentos metodológicos pautaram-se na abordagem qualitativa de coleta e análise de dados. As estratégias utilizadas foram entrevistas, observação participante e oficinas. Os indígenas não foram convidados a participar do planejamento do projeto da transposição. O corte do território para a construção do Eixo Leste foi considerado pelos Pipipã um estupro, que deixará sequelas. As famílias foram separadas. As relações ambientais, o Toré e os rituais do “Aricuri” e da Jurema foram afetados. A vulnerabilização foi material, simbólica, com desenvolvimento de agravos, doenças e óbitos. A presença do empreendimento, no território, foi percebida pelos Pipipã como produtor de doença, e não de saúde. As promessas mais estruturantes para mitigar os impactos contidos no Programa Básico Ambiental indígena não foram cumpridas. O abastecimento com água do Eixo Leste ainda não ocorreu no território Pipipã. Injustiças ambientais foram praticadas e a territorialidade Pipipã foi vulnerabilizada na implantação da transposição do rio São Francisco. A reparação dos danos é necessária para resgatar os direitos perdidos, garantir a reprodução social, a saúde e o convívio sustentável dos Pipipã no Semiárido.Government actions for the implementation of large development projects, linked to the discourse of supposed economic and social progress, have been affecting indigenous peoples in Latin America and Brazil. In 2007, the implementation of the São Francisco River transposition project began in the northeastern semi-arid region. It is a development enterprise that is part of the set of water policies in the semiarid region with a focus on combating drought. The study analyzed the processes of vulnerabilization and the implications in Pipipã territoriality due to the transposition of the São Francisco river and its relations with health, in Floresta, Pernambuco. The theoretical methodological approach of this study was Social Reproduction and Health, formulated by the epistemologist Juan Samaja. The methodological procedures were based on the qualitative approach of data collection and analysis. The strategies used were interviews, participant observation and workshops. The indigenous people were not invited to participate in the planning of the transposition project. The cut of the territory for the construction of the East Axis was considered by the Pipipã a rape that will leave sequels. Families were separated. The environmental relations, the Toré and the rituals of the Aricuri and Jurema were affected. The vulnerabilization was material, symbolic, with development of diseases, diseases and deaths. The presence of the enterprise in the territory was perceived by Pipipã as a producer of disease and not of health. The most constructive promises to mitigate the impacts contained in the Indigenous Basic Environmental Program were not fulfilled. The water supply of the Eastern Axis has not yet occurred in Pipipã territory. Environmental injustices were practiced and the Pipipã territoriality was vulnerable in the implantation of the transposition of the São Francisco river. The reparation of the damages is necessary to recover the rights lost, to guarantee the social reproduction, the health and the sustainable living of the Pipipã in the Semiarid

    DESTERRITORIALIZAÇÃO E NOVAS VULNERABILIDADES NA CONSTRUÇÃO DO CANAL DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: TERRITÓRIO DO POVO PIPIPÃ, FLORESTA, PERNAMBUCO/Desterritorialization and new vulnerabilities in the construction of the canal crossing the São Francisco river: territory of the Pipipã people, Floresta, Pernambuco

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     Reflete-se sobre os processos de desterritorialização e as novas vulnerabilidades em saúde na implantação da transposição do rio São Francisco, no povo Pipipã, semiárido, em Floresta, Pernambuco. A abordagem teórico-metodológica do trabalho foi a reprodução social e a saúde, formulada pelo epistemólogo Juan Samaja. Realizou-se um estudo analítico de caráter qualitativo, utilizaram-se entrevistas e observação participante. Os resultados evidenciaram um caráter desterritorializador produzido na implantação da transposição do rio São Francisco. Território cortado ao meio, aberto, destruído e transformado rapidamente, onde se conectaram com novas vulnerabilidades socioambientais, expressas como fragilização sociopolítica e cultural, negação de direitos territoriais e de saúde, potencialidade de conflitos por terra e água, violência em geral no povo Pipipã

    A transposição do rio São Francisco e a saúde do povo Pipipã, em Floresta, Pernambuco

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    Resumo Ações governamentais de implantação de projetos de desenvolvimento nos territórios indígenas, cujo modelo explorador está vinculado à expectativa de suposto progresso econômico e social, vêm afetando as perspectivas de futuro dos povos em diversos países e no Brasil. O estudo analisou os processos socioambientais de vulnerabilização do povo Pipipã, localizados no município de Floresta, Pernambuco, decorrentes da transposição do rio São Francisco. A pesquisa foi realizada na perspectiva da determinação social da saúde e propõe o movimento dialético, no intuito de promover os diálogos necessários para a devida compreensão da complexidade dos problemas de saúde. Os procedimentos metodológicos se pautaram na técnica qualitativa de coleta e análise de dados. As estratégias de pesquisa utilizadas no estudo foram análise de documentos, entrevistas e observação participante, que favoreceram a compreensão dos processos sociais destrutivos determinados pela transposição do São Francisco e das percepções do povo Pipipã sobre a relação com a saúde e a doença. A pesquisa evidenciou que, em função da transposição do São Francisco, os Pipipã foram vulnerabilizados material e simbolicamente, e novas territorialidades e vulnerabilidades foram estabelecidas compulsoriamente, encontrando-se, portanto, a etnia ameaçada em seus processos de reprodução social

    Percepção sobre o controle da dengue: Uma análise a partir do discurso coletivo

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    Este artigo analisa a problemática de controle de dengue a partir da percepção dos atores sociais sobre a sua determinação e as medidas de controle adotadas. Adotou-se uma pesquisa qualitativa que utilizou a entrevista aos gestores do programa municipal, cuja análise do conteúdo se fez pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados mostram que os gestores do programa, apesar de terem a compreensão de que os condicionantes sociossanitários e de condições de vida influenciam na manutenção da transmissão da doença e de possuírem domínio técnico das ações do Programa Municipal, consideram a passividade da população como uma questão negativa que influencia no resultado do trabalho dos agentes de saúde. As ações devem ser planejadas de forma compartilhada entre os atores sociais, gestores, técnicos e usuários, e adequadas às reais necessidades locais, como forma de proporcionar mais poder nos territórios

    Processos de vulnerabilização em comunidades camponesas afetadas pela transposição do rio São Francisco em Sertânia

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    Resumo O projeto da transposição do rio São Francisco é parte do conjunto de políticas de acesso à água no semiárido brasileiro e tem incidido sobre os processos de desterritorialização e vulnerabilização na região. O objetivo deste estudo foi analisar os processos de vulnerabilização em comunidades camponesas, decorrentes das obras da transposição do rio São Francisco. Trata-se de um estudo qualitativo, com aplicação de entrevistas semiestruturadas e realização de oficina com camponeses atingidos pela transposição no município de Sertânia (PE). O enfoque teórico-metodológico foi a matriz da reprodução social. Foram identificados diversos processos de vulnerabilização material e simbólica, além de agravos à saúde, como a destruição de reservatórios de água, poços artesianos, cacimbas e terras férteis, a desterritorialização, a incidência de doenças respiratórias agudas, decorrente das escavações para construção dos canais, e processos relativos à saúde mental, relacionando-se à reprodução social e ao modo de vida. A leitura sistêmica ancorada na autoconsciência e na conduta dos processos de vulnerabilização identificou uma ruptura do modo de vida tradicional e efeitos à saúde física e mental dos habitantes da região. Os efeitos negativos desse processo retroagem sobre as vulnerabilidades históricas nos territórios afetados, produzindo novas fragilidades nessas comunidades

    Uso de agrotóxicos e a relação com a saúde na etnia Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil

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    O presente estudo tem como objetivo compreender o processo de utilização de agrotóxicos no cultivo agrícola e a relação com a saúde indígena a partir de um estudo de caso entre os índios Xukuru do Ororubá, em Pesqueira, Pernambuco, Brasil. As estratégias metodológicas utilizadas como a observação participante, análise documental, grupos focais, aplicação de questionários permitiram conhecer eventos sociopolíticos e culturais, a percepção dos indivíduos, os aspectos contextuais sócio-históricos que influenciaram a inserção da tecnologia do uso de agrotóxicos na terra indígena Xukuru e o processo produtivo agrícola. O uso de agrotóxicos na etnia está historicamente relacionado ao modelo socioeconômico introduzido com o processo de industrialização da região. Na percepção dos indígenas, o agrotóxico foi relacionado ao significado de remédio, mas também foi percebido como veneno. O uso dos produtos químicos é feito de forma intensiva e sem a utilização de equipamento de proteção individual. Os Xukuru reconhecem a influência dos agrotóxicos na saúde, mas destacam que esta prática é necessária para garantir a produção agrícola. Há necessidade de implementação de políticas públicas de promoção da saúde, objetivando oferecer aos índios Xukuru alternativas agrícolas sustentáveis que incluam a participação dos agricultores, respeitando suas tradições culturais

    Uso de agrotóxicos e a relação com a saúde na etnia Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil The pesticide use and health in the Xukuru from Ororubá ethnic group, Pernambuco, Brasil

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    O presente estudo tem como objetivo compreender o processo de utilização de agrotóxicos no cultivo agrícola e a relação com a saúde indígena a partir de um estudo de caso entre os índios Xukuru do Ororubá, em Pesqueira, Pernambuco, Brasil. As estratégias metodológicas utilizadas como a observação participante, análise documental, grupos focais, aplicação de questionários permitiram conhecer eventos sociopolíticos e culturais, a percepção dos indivíduos, os aspectos contextuais sócio-históricos que influenciaram a inserção da tecnologia do uso de agrotóxicos na terra indígena Xukuru e o processo produtivo agrícola. O uso de agrotóxicos na etnia está historicamente relacionado ao modelo socioeconômico introduzido com o processo de industrialização da região. Na percepção dos indígenas, o agrotóxico foi relacionado ao significado de remédio, mas também foi percebido como veneno. O uso dos produtos químicos é feito de forma intensiva e sem a utilização de equipamento de proteção individual. Os Xukuru reconhecem a influência dos agrotóxicos na saúde, mas destacam que esta prática é necessária para garantir a produção agrícola. Há necessidade de implementação de políticas públicas de promoção da saúde, objetivando oferecer aos índios Xukuru alternativas agrícolas sustentáveis que incluam a participação dos agricultores, respeitando suas tradições culturais.<br>This study aims to understand the use of pesticides in agricultural cultivation and its relationship with indigenous health from a case study among the Xukuru from Ororuba indians, in the town of Pesqueira, Pernambuco State, Brazil. The methodological strategies used were participatory observation, document analysis, focus groups and questionnaires; they have given access to socio-political events and cultural ethnicity, the perception of individuals and contextual socio-historical aspects that influenced the inclusion of pesticides' technology on the Xukuru indigenous land and agricultural productive process. The use of pesticides in this ethinic group is historically related to the socio-economical model introduced along with the process of industrialization in the region. In the indigenous perception, pesticides were related to the meaning of medicine, but it was also perceived as a poison. The use of chemicals is done intensively and the indians do not use any personal protective equipment. The Xukuru recognize the pesticide influence on health;, however they highlight that this practice is required to guarantee the agricultural production. There is a need for the implementation of public policies to promote health, aiming to offer sustainable agricultural alternatives to the indigenous Xukuru that are made with their participation, respecting their cultural traditions
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