“Soldados da instruí§í£o†e a emergíªncia da imprensa pedagógica na capital do Brasil (1877-1878)

Nesse artigo, realizo dois movimentos para dar sustentaí§í£o í  tese da imprensa como elemento de imposií§í£o e homogeneizaí§í£o cultural. No primeiro movimento, me aproximo dos estudos sobre a história da imprensa e, de modo particular, das revistas pedagógicas. Em um segundo, exploro um periódico editado na capital do Brasil entre 1877 e 1878, que se autodescreve como a primeira folha especializada nos domí­nios da educaí§í£o e ensino no Brasil. Desse conjunto, apesar dos enquadramentos, procedimentos e situaí§íµes de enunciaí§í£o muito distintas, procurei extrair algumas notas comuns que destacam o relevo da imprensa e, de modo particular, da imprensa pedagógica na construí§í£o de um ofí­cio especializado e na difusí£o de um largo conjunto de convení§íµes necessárias para tornar possí­vel se imaginar como parte de uma comunidad

A sementeira do porvir: higiene e infância no século XIX

Este artigo apresenta uma análise e reflexão sobre a produção da idéia da infância no Brasil. Religião, ciência, progresso, indústria, comércio e civilização são alguns dos signos que têm participado da configuração e construção desse conceito no contexto brasileiro. Diante da complexidade da questão e da proliferação dos discursos sobre a infância, examina-se aqui um deles, bastante expressivo no século XIX, que incide na combinatória entre regenerar e civilizar. Esta fórmula, cuja legitimidade foi forjada no interior da ordem médica, determinou que o trabalho viesse a focalizar a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ), um dos lugares em que o tema da infância esteve presente regularmente ao longo do século XIX. Com a perspectiva de analisar as representações que a respeito da infância foram produzidas, trabalhou-se com parte da produção da FMRJ, sobretudo com as teses defendidas pelos alunos ao final do curso para a obtenção do título de doutor. Além disto, fez-se incursões precisas nas atas do I Congresso Brasileiro de Protecção á Infância e no conjunto das teses da I Conferência Nacional de Educação, na tentativa de indicar a permanência da infância na ordem do discurso médico, a ênfase na necessidade de sua higienização e certos deslocamentos das representações

Narrativas em Trí¢nsito: Apontamentos sobre internacionalizaí§í£o da história e historiografia da educaí§í£o nas Américas (1916-1934)

Ao relatar a experiíªncia do curso ministrado no Rio de Janeiro, entre 1932 e 1934, Afranio Peixoto fornece uma pista para pensar os circuitos internacionais da escrita da história da educaí§í£o ao assinalar que seu livro inspirava-se nos textbooks de Paul Monroe e Stephen Duggan. Autores que também foram professores de história da educaí§í£o. O primeiro, na Columbia University e, o segundo, no City College of New York. Nos manuais desses autores é possí­vel evidenciar pontos de aproximaí§í£o, como a perspectiva panorí¢mica, adoí§í£o de uma periodizaí§í£o clássica, entrecruzamento entre história dos sistemas educativos e pensamento pedagógico e narrativa evolutiva, cujo ponto de chegada se encontra articulado aos compromissos do presente dos autores. No entanto, nem tudo é cópia, como sugerido pelo autor brasileiro. No caso dele, uma diferení§a a ser destacada se refere í  remissí£o ao universo latinoamericano. Ausente dos textbooks dos autores americanos, esse conteúdo comparece na narrativa do brasileiro. Neste estudo, procuramos discutir os gestos de exclusí£o da América Latina no textbook de Duggan e aparecimento desse conteúdo em parte de seus escritos posteriores para pensar as tradií§íµes das narrativas enciclopédicas e o lugar que reservam í s experiíªncias educativas da América Latina