10 research outputs found

    Género, cultura visual e performance:: antologia crítica

    Get PDF
    Ana Gabriela Macedo e Francesca Rayner (orgs.) ”“ Género, cultura visual e performance: antologia crítica.  V. N Famalicão: Ed. Húmus e Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, 2011

    A caixa acústica na novela Florim: expansão de gêneros e autoria

    Get PDF
    The novela Florim (2020), by Ruth Ducaso, continues the project of Bahian writer Luciany Aparecida, who, among other resources, uses different poetic signatures depending on the diction and effect that she intends to produce as the making of the text. In this work, condensed into less than seventy pages, the reader meets the character Dita, a woman who works in the drug trade, is a palm oil seller at the fair, has “nine children” and dreams of being called a poet. Florim is conducted by three interspersed voices; the voice of the narrator Dita, the protagonist's diary, and Dita's poetry. In addition to the three voices (narrative/diary/poetry), there is also a fourth element, also prominent throughout the text, to be credited to Ruth Ducaso, the voice of the Prologue. They are interventions in parentheses, at first reminiscent of classical theatre, and which also evoke the “choir experiences” mentioned by Flora Sussekind (2013). In this article, I analyse the manoeuvrers operated by the writer Luciany Aparecida, notably the signature and expansion of genres. In them, the reader in an interested and active gesture is not based only on the notion of recognition, but makes use of a performative repertoire, common to poetry and theatre. Florim, therefore, despite being catalogued as a “novela”, transcends the advertised format, as an example of post-autonomy.La novela Florim (editora paraLeLo13S, 2020), de Ruth Ducaso, continúa el proyecto de la escritora bahiana Luciany Aparecida, que, entre otras marcas, utiliza diferentes firmas poéticas en función de la dicción y el efecto que pretende producir como la hechura del texto. En esta obra, condensada en menos de setenta páginas, el lector conoce al personaje Dita, una mujer que trabaja en el narcotráfico, vende palma aceitera en la feria, tiene “nueve hijo” y sueña con ser nombrada poeta. Florim está dirigida por tres voces intercaladas: la voz de la narradora Dita, el diario de la protagonista y la poesía de Dita. Además de las tres marcas (narrativa/diario/poesía), también hay un cuarto elemento, destacado a lo largo del texto, que se le atribuye a Ruth Ducaso: la voz del Prólogo. Son intervenciones entre paréntesis que, en un principio, recuerdan al teatro clásico y que igualmente evocan a las “experiencias corales” de las que trata Flora Sussekind (2013). En este artículo analizo las maniobras de la escritora Luciany Aparecida, en particular la firma y la expansión de géneros, con miras a observar cómo algunos empeños contemporáneos proponen nuevas formas para lo literario. En ellos, el lector, en un gesto interesado y activo, no se basa únicamente en la noción de reconocimiento, sino hace uso de un repertorio performativo, común a la poesía y al teatro. Florim, por tanto, a pesar de catalogarse como “telenovela”, trasciende el formato anunciado como un ejemplo de posautonomía.A novela Florim (2020), de Ruth Ducaso, dá continuidade ao projeto da escritora baiana Luciany Aparecida que, entre outras marcas, utiliza diferentes assinaturas poéticas a depender da dicção e do efeito que pretende produzir como fatura do texto. Nesta obra, condensada em menos de 70 páginas, o leitor conhece a personagem Dita, uma mulher que trabalha no tráfico de drogas, é vendedora de dendê na feira, tem “nove filho” e sonha ser nomeada poeta. Florim é conduzida por três vozes intercaladas; a voz da narradora Dita, o diário da protagonista e a poesia de Dita. Além das três marcações (narração/diário/poesia), há ainda um quarto elemento, também de destaque em todo o texto, a ser creditado à Ruth Ducaso, a voz do Prólogo. São intervenções entre parênteses, em um primeiro momento lembrando o teatro clássico, e que também evocam as “experiências corais” de que fala Flora Sussekind (2013). Neste artigo, analiso as manobras operadas pela escritora Luciany Aparecida, notadamente a assinatura poética e a expansão dos gêneros, com vistas a observar como alguns empreendimentos do contemporâneo propõem novas formas para o literário. Neles, o leitor em um gesto interessado e ativo não se baseia apenas na noção de reconhecimento, mas lança mão de um repertório performático, comum à poesia e ao teatro. Florim, portanto, apesar de catalogado como “novela”, transcende o formato anunciado, como um exemplar da pós-autonomia

    Cartografias dissonantes : corporalidades femininas em narrativas brasileiras contemporâneas

    Get PDF
    Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2013.Uma das marcas da literatura brasileira contemporânea é a narração em primeira pessoa associada a uma consciência do/a autor/a do seu papel de produtor/a de representações sociais a partir de um espaço de formação discursiva. No campo literário brasileiro, escritoras colocam em cena problemas de representações de gênero a partir de novos desenhos de corporalidades. Personagens adoentadas, com distúrbios alimentares, vivendo outras práticas da sexualidade ou envolvidas em crises de padronização são alguns dos tipos encontrados em romances publicados pelas editoras mais importantes do país – Companhia das Letras, Record e Rocco – entre 2001 e 2010, período compreendido neste estudo. De modo consciente ou não, estas escritoras põem em ação a política da localização, ao sugerir a discussão de questões sociopolíticas a respeito das mulheres a partir do seu ponto central de diferenciação, o corpo feminino. Contaminada por autoras/es de diversas áreas de conhecimento, como a ciência política, a história e a crítica de arte, e ancorada nos conceitos de representação, gênero e corpo, analiso dez romances das autoras Adriana Lunardi, Carol Bensimon, Carola Saavedra, Cíntia Moscovich, Elvira Vigna, Livia Garcia-Roza e Tatiana Salem Levy. Nos três capítulos de análise acrescento obras de artes visuais de diferentes criadoras para um diálogo interartes, pensando como as questões das corporalidades femininas são movimentadas por outras expressões artísticas. Um dos objetivos desta tese é observar que tipos corporais são cartografados nos romances brasileiros contemporâneos das editoras de maior visibilidade. Além disso, pergunta-se o que esses desenhos dissonantes dizem sobre os problemas de representação e o descentramento de gênero no campo literário brasileiro. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTOne of the marks of contemporary Brazilian literature is first-person narration associated with awareness by the author of his/her role of a producer of social representations deriving from a space of discursive formation. In the Brazilian literary field, writers pose gender representation problems derived from new designs of corporalities. Sick characters, characters with eating disorders, having other sexual practices or experiencing a crisis of standardization are a few of the types which can be found in novels published by the most important publishing houses in the country – Companhia das Letras, Record e Rocco – between 2001 and 2010, period comprised in this study. Consciously or not, these authors put into action the politics of location, as they suggest the discussion of sociopolitical questions about women from their central point of differentiation, the female body. Contaminated by authors from several areas of knowledge, such as political science, history as well as art criticism and history, I analyze ten novels written by Adriana Lunardi, Carol Bensimon, Carola Saavedra, Cíntia Moscovich, Elvira Vigna, Livia Garcia-Roza and Tatiana Salem Levy. In the three chapters of analysis I add visual arts works from different artists in order to promote interart dialogue, reflecting about how the questions of female corporalities are moved by other forms of artistic expressions. One of the aims of this thesis is to observe which corporal types are mapped in contemporary Brazilian novels from publishing houses with greater visibility. Besides that, one enquires about what these dissonant drawings say about the problems of representation and the decentering of gender in the Brazilian literary field

    Por uma anatomia do gesto literário: design de si e exercício crítico em Laura Erber

    Get PDF
    “Is it so dangerous to speak of what unleashes?”, asks Laura Erber in the text (poem?) “A retornada”, which closes the eponymous book released by Reliquary Editions in 2017. Erber’s writing, which seems to combine biographical details and elements that tend towards autofictional speculation, is organized around a binomial: the questioning of an author's presence that refers to the construction of self and to the form and the critical exercise undertaken by the whole work. In the first place, the comfort of the presence of a lyrical self, which would indicate a certain appropriateness to the form, comes before the author's confessed feeling about the classificatory imprecision of the whole book. Extracting gender labels from Laura Erber’s text, and to some extent relativizing the notion of literary autonomy, we are interested in exploring the construction of a self-design (Groys, 2016) and the author's critical exercise (Laddaga, 2013) both linked to form, in which several textual indexes seek to guide its reception, despite imploding its readers’ horizon of expectations (Jauss, 1994).“É tão perigoso falar do que desata?”, questiona Laura Erber no texto (poema?) “A retornada”, que encerra o livro homônimo lançado pela Relicário Edições em 2017. A escrita que parece conjugar aspectos biográficos da autora e elementos que fogem à especulação autoficcional organiza-se em torno de um binômio: o questionamento de uma presença de autor que remeteria ao design de si e à forma e o exercício crítico empreendido por toda a obra. Em primeiro lugar, o conforto da presença de um eu-lírico, que indicaria certa adequação à forma, esvai-se diante do sentimento confesso da autora a respeito da imprecisão classificatória de todo o livro. Abstraindo as etiquetas de gênero do texto de Laura Erber e em certa medida relativizando a noção de autonomia do literário, interessa-nos explorar a construção de um design de si (Groys, 2016) e o exercício crítico (Laddaga, 2013) da autora, ambos ligados à forma em que vários índices textuais procuram orientar a recepção, ainda que fazendo implodir o horizonte de expectativas de seus leitores (Jauss, 1994).“¿Es tan peligroso hablar de lo que desenlaza?”, es lo que cuestiona Laura Erber en el texto (¿poema?) “La retornada”, que encierra el libro homónimo lanzado por Relicário Edições en 2017. La escritura que parece mezclar aspectos biográficos de la autora y elementos que huyen a la especulación autoficcional se organiza alrededor de un binomio: el cuestionamiento de una presencia de autor que remitiría al diseño de sí y a la forma y el ejercicio crítico emprendido por toda la obra. En primer lugar, la comodidad generada por la presencia de un yo lírico, lo que señalaría cierta adecuación a la forma, se disipa ante el sentimiento evidente de la autora respecto a la imprecisión clasificatoria de todo el libro. En el caso de Laura Erber y, en cierta medida relativizando la noción de autonomía de lo literario, nos interesa explorar la construcción de un diseño de sí (Groys, 2016) y el ejercicio crítico (Laddaga, 2013) de la autora, ambos vinculados a la forma, en que varios índices textuales buscan orientar la recepción, aunque haciendo colapsar el horizonte de expectativas de sus lectores (Jauss, 1994)

    Curadoria e livro de artista: caminhos para uma leitura de Valêncio Xavier

    No full text
    The ready-made, for Marcel Duchamp, refers to an usual objet promoted to art object by the artist’s deliberate choice. The concept, worked by the artist in texto of 1961, waits, more that to describe an object, to suggest to the spectator a cerebral experience before the artistic workmanship. In “Minha mãe morrendo e o menino mentido” (2001) several signs of diferente fields (such as literature, visual arts, publicity and journalism) circulate and they are articulare starting from an assembly beginning, what favors the reading of the works as an artist book, being the own author, the curator of the work. The ready-made idea in consonance with the denial in the pure ways for the modernity, the limits among the languages converge in the analysis of Valêncio Xavier’book (1933-2008). In this article we analyzed the approaches and the estrangements between image and text in the referred work. For so much, Dias’ works (2014), Gandier (2013), Garramuño (2014) and Silveira (2008) they help to think the work analyzed starting from the curatorship concepts anda artist’s book, format in that several artistic fields, for besides the literary, thet re mobilized in the contemporary literary production.O ready-made, para Marcel Duchamp, refere-se a um objeto usual promovido a objeto de arte pela escolha deliberada do artista. O conceito, trabalhado pelo artista em texto de 1961, espera, mais que descrever um objeto, sugerir ao espectador uma experiência cerebral diante do artefato artístico. Em Minha mãe morrendo e o menino mentido (2001) vários signos de diferentes campos (tais como literatura, artes visuais, publicidade e jornalismo) circulam e são articulados a partir de um princípio de montagem, o que favorece a leitura da obra como um livro de artista, sendo o próprio autor, o curador da obra. A ideia de ready-made em consonância com a negação das formas puras pela modernidade e os limites entre as linguagens convergem na análise do livro de Valêncio Xavier (1933-2008). Neste artigo analisamos as aproximações e os distanciamentos entre imagem e texto na referida obra. Para tanto, os trabalhos de Dias (2014, 2006), Gandier (2013), Garramuño (2014) e Silveira (2008) ajudam a pensar a obra analisada a partir dos conceitos de curadoria e livro de artista, formato em que diversos campos artísticos, para além do literário, são mobilizados na produção literária contemporânea

    Género, cultura visual e performance: antologia crítica

    Get PDF
    Ana Gabriela Macedo e Francesca Rayner (orgs.) – Género, cultura visual e performance: antologia crítica V. N Famalicão: Ed. Húmus e Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, 2011

    A procura de si: a representação do corpo gordo em Cíntia Moscovich

    No full text
    Elemento privado, mas que incorpora e expressa diversas ideologias, o corpo é um lugar prático direto de controle social, segundo Susan R. Bordo. Se nas artes plásticas o corpo, muitas vezes, nos aborda diretamente por meio do olhar, quase nos desarmando; na literatura, ele costuma aparecer velado, sob uma cortina discursiva a ser desvendada pelo leitor mais atento. Este artigo traz algumas reflexões sobre a representação do corpo feminino, especialmente do corpo gordo, a partir do romance Por que sou gorda, mamãe?, de Cíntia Moscovich. Tema que aparece de modo periférico na literatura brasileira contemporânea, o corpo feminino fora do padrão é apresentado em primeira pessoa neste livro

    O dever da faceirice : o corpo e feminidade no colunismo e na ficção de Clarice Lispector

    Get PDF
    Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2007.A escritora Clarice Lispector foi autora das colunas “Entre Mulheres”, no jornal Comício (1952) e “Correio Feminino: Feira de Utilidades”, no jornal Correio da Manhã (1960). Assinando com os pseudônimos Tereza Quadros eHelen Palmeremantendo um diálogo de amiga com suas leitoras, Clarice as aconselhava na contramão do pensamento patriarcal e conservador da época, semprequepossível.Esta pesquisatemcomoobjetivoanalisarcomo o corpo e a feminidade são expressos nas colunas de jornal. E também com quais objetivos as imagens femininas são construídas. Para isso, utilizo como referenciais teóricos os trabalhos de Michel Foucault sobre corpo e formação dos discursos, autoras diversas de teoria feminista, além da fortuna crítica sobre a obra de Clarice Lispector. As colunas de Tereza Quadros e Helen Palmer misturavam dicas de beleza, culinária, moda, cuidado com a casa eo marido eliteratura.Os textos, digamos,“fúteis”, tinham como alicerceos escritos literários. E ainda assim, esses textos considerados mais amenos carregam a dicotomia da escrita de autoria feminina. São conservadores, mas vez por outra transgridem. Na prática, eles precisam existir para que a autora tenha acesso ao espaço do jornal. As colunas femininas são escritas equilibrando-seentreo retrógrado eo avançado. Aemancipação está nasentrelinhasdodiscursoeévistaapenaspelas leitorasmaisatentas. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACTClarice Lispector was the writer of the newspaper columns “Entre Mulheres”, published in Comício (1952)and “Correio Feminino:FeiradeUtilidades”,publishedinCorreiodaManhã (1960). Signing with the pseudonym Tereza Quadros and Helen Palmer, and maintaining a friendly dialogue with her readers, Clarice advised them against the patriarchal and conservative thoughtofthetime,wheneverpossible.Itwastheaimofthisresearchtoanalyze how the body and femininity are expressed in these newspaper columns, as well as to understand with whatobjectives female images are constructed.In orderto do so,we support ourwork with the theoretical framework provided byMichel Foucault’s texts aboutthe body and discourse formation, several feminist scholars, and also the critical fortune on Clarice Lispector’s works. The columns signed by Tereza Quadros and Helen Palmermixed beauty, cooking, fashion, housework and relationship tips with literature. The texts, so-called futile, were supported by literary writings. Still, these texts, which are considered lighter, carry the dichotomy of the female authorship. They are conservative, yet, once in a while, they transgress. In practice, they need to exist so that the writer can gain access to the newspaper space. The female columns are written, keeping a balance between the retrograde and the progressive. Emancipation lies between the discourse lines and it is perceived only by the more attentive readers
    corecore