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    Constelações sistêmicas e justiça restaurativa: intersecções possíveis?

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    Este trabalho objetiva debater se há compatibilidade entre a perspectiva da Justiça Restaurativa para o sistema de justiça criminal brasileiro e as Constelações Sistêmicas desenvolvidas por Bert Hellinger. Para tanto, expõe o modelo restaurativo como uma forma de resolução de conflitos criminais, apresentando algumas de suas práticas. Em seguida, descreve o que são as Constelações Sistêmicas, método terapêutico que utiliza representações para identificar e curar dinâmicas nocivas existentes em alguma área da vida da pessoa analisada (seja na família, no trabalho, na escola etc.) por meio de uma ótica sistêmico-fenomenológica. Utilizando-se da leitura, análise e sistematização dessas ideias, o estudo desenvolve pontos de encontro e desencontro entre as aludidas teorias, propondo uma postura crítica e uma desconfiança epistêmica quanto à pertinência de tais incorporações para o funcionamento do sistema jurídico

    INFLUÊNCIA DO COTENSOATIVO EM SISTEMAS MICROEMULSIONADOS NA QUEBRA DE EMULSÃO DE PETRÓLEO

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    Durante a exploração de petróleo, água pode vir emulsionada no petróleo ou em forma de água produzida. A água emulsionada no petróleo deve ser retirada do processo, pois a mesma pode comprometer etapas importantes nas áreas de produção, transporte e refino, e com isso aumentar os custos operacionais da empresa. Neste trabalho foi avaliada a influência do tamanho da cadeia carbônica do cotensoativo em sistemas microemulsionados utilizados na separação da água do petróleo. Para a determinação das regiões de microemulsão foram testados dois tensoativos comerciais (DBB-7191, DBB-7107), utilizando água destilada como fase aquosa, óleo de pinho como fase oleosa e o álcool etílico e isopropílico como cotensoativo, a uma razão C/T (cotensoativo/ tensoativo) igual a 10. Para a determinação da quebra de emulsão de petróleo foi utilizado um petróleo com BSW (teor de água e sedimentos) de 24%. Cada amostra foi observada por um período de 30 minutos, mantendo a temperatura a 60°C, onde a cada três minutos foi feito uma leitura do volume de água separada. O sistema utilizando álcool isopropílico como cotensoativo apresentou uma melhor eficiência na quebra da emulsão do que o álcool etílico. Os resultados mostraram que a máxima eficiência na quebra da emulsão com o álcool isopropílico foi de 98,33%, usando o DBB-7191 como tensoativo. Já para etanol, o máximo percentual de quebra foi de 68,33%, utilizando o DBB-7191 como tensoativo

    Comportamento sexual e infecções sexualmente transmissíveis em mulheres que fazem sexo com mulheres no Brasil/ Sexual behavior and sexually transmited infections in women who have sex with women in Brazil

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    INTRODUÇÃO: O padrão heteronormativo da sociedade acarreta dificuldade de acesso à saúde para população não-heterossexual, especialmente mulheres lésbicas e bissexuais. Além de maior prevalência em diversas doenças, a prática sexual sem método preventivo adequado ocasiona um maior risco de desenvolver infecções sexualmente transmissíveis. OBJETIVO: Identificar o comportamento sexual e o perfil epidemiológico de mulheres que fazem sexo com mulheres no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de estudo observacional, descritivo, com dados coletados através de questionário próprio, contendo variáveis epidemiológicas e comportamentais. O estudo contou com a participação de 454 mulheres que preencheram todos os critérios de inclusão. RESULTADOS: Das 454 participantes, a maioria eram bissexuais (60%), com idade média de 23,7 anos, solteiras com parceiro (a) fixo (a) (48,35%), possuíam ensino superior incompleto (56,04%) e não seguiam nenhuma religião (71,6%). Quanto ao comportamento sexual, apenas uma pequena parte usa proteção contra ISTs no primeiro encontro sexual com outras mulheres (8,4%) e a principal justificativa para esse comportamento foi o desconhecimento de métodos eficazes e acessíveis. Quanto ao ato sexual, 38,9% fazem uso de brinquedos, mas apenas 42,37% destas usam condom nos equipamentos. No sexo oral, quase a totalidade não fazem uso de nenhuma proteção (96,04%). CONCLUSÃO: Observa-se que apesar de origens distintas, em um ponto todas elas se unem: a dificuldade para exercer uma vida sexual segura e mais discutida pela sociedade. Diante da vulnerabilidade desta população, estudos mais robustos devem ser realizados e utilizados para a elaboração de estratégias para minimizar os riscos da contração de ISTs neste grupo

    COINFECÇÃO MPOX/HIV-1 EM PACIENTE GRAVEMENTE IMUNOSSUPRIMIDO: UMA EVOLUÇÃO CATASTRÓFICA

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    A Monkeypox (MPOX) é uma doença causada pelo vírus monkeypox (MPXV), endêmico desde 1970 na África Central e Ocidental, com poucos surtos relatados fora desse continente. Em maio de 2022 observou-se um aumento no número de casos da doença mundialmente, com maior prevalência em homens que fazem sexo com homens (HSH) e com transmissão através de contato direto, incluindo exposição sexual. Nesse contexto, evidenciou-se a associação da MPOX com infecções sexualmente transmissíveis, tal como a infecção pelo HIV. Relatamos o caso de um homem de 26 anos, HSH, com febre alta, mialgia e cefaleia iniciados em julho de 2022, evoluindo após 1 semana com erupção de pápulas umbilicadas dolorosas em nuca e punho, com progressão para membros superiores e região anal e surgimento de vesículas e pústulas disseminadas. O paciente foi atendido no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, cidade brasileira com maior número de casos confirmados da MPOX, tendo procurado atenção médica devido à dor perianal intensa, com lesões pleomórficas. Diagnosticado com MPOX por técnica de reação em cadeia da polimerase das lesões. Apresentava infecção prévia pelo HIV-1, em uso irregular de terapia antirretroviral (TARV), com contagem de LT-CD4+ de 4 células/µL e carga viral de HIV-1 de 1.428.516 cópias/mL. Após um mês apresentou piora das lesões, complicadas com proctite, celulite perianal, necrose de área glútea e edema peniano com obstrução uretral. Observou-se evolução desfavorável, com surgimento de novas lesões diariamente durante toda a internação. Reintroduzida TARV e iniciada terapia com Tecovirimat na dose de 600 mg de 12/12h, com realização de 2 ciclos de 14 dias do antiviral sem estabilização ou remissão do quadro, mantendo resposta isomórfica em locais de manipulação, simulando um fenômeno de Koebner. Posteriormente, apresentou piora do padrão respiratório, sendo submetido a broncoscopia, na qual se observaram lesões mucosas brônquicas secundárias ao MPXV de acordo com achados histopatológicos. Paciente evoluiu ao longo da internação com múltiplas disfunções orgânicas e síndrome de reconstituição imune, com desfecho de óbito em 3 meses. O caso apresentado retrata coinfecção HIV-1 e MPXV em paciente gravemente imunossuprimido, resultando em evolução desfavorável e refratariedade à terapia antirretroviral e antiviral. Chama-se atenção, portanto, para a importância da interação de ambas as infecções no prognóstico clínico

    PARACOCCIDIOIDOMICOSE DUODENAL COM EVOLUÇÃO GRAVE EM PACIENTE COM TUBERCULOSE PULMONAR

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    A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença fúngica relacionada às espécies Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii, endêmica no Brasil e outros países da América Latina. Apresenta-se de forma aguda com acometimento do sistema reticuloendotelial e é mais comum em jovens; ou crônica, em que se observa lesão pulmonar típica com aspecto em “asa de morcego”, muitas vezes diagnosticada e tratada erroneamente como Tuberculose (TB). Apesar disso, a coinfecção PCM-TB é frequente, chegando a 20% dos casos. Já a PCM intestinal é rara, representa menos de 1% dos casos e mimetiza doenças como carcinomas, tuberculose e doença inflamatória intestinal. Este relato de caso traz apresentação atípica com acometimento duodenal e coinfecção com TB disseminada e evolução para síndrome colestática. É um homem de 43 anos que iniciou febre diária com quadro respiratório prolongado e perda de 20 quilos em poucos meses. Veio com histórico de trabalho em agricultura até os 18 anos no sertão nordestino e depois em Ribeirão Preto ‒ zona urbana com alta prevalência para PCM no interior de São Paulo. A tomografia de tórax exibia padrão micronodular difuso em ambos hemitóraces, e o lavado broncoalveolar confirmou diagnóstico de tuberculose através de baciloscopia e teste molecular positivo para Mycobacterium tuberculosis. O teste de HIV era negativo. Associado a esses sintomas, o paciente começou a apresentar colestase extra-hepática com dor abdominal, prurido, colúria e icterícia. No exame físico também havia linfonodomegalia em cadeias cervicais. A tomografia de abdome mostrou linfadenomegalias retroperitoneais, periaórticas, mesentéricas e peripancreáticas; algumas com liquefação localizadas na porção cefálica do pâncreas. Esses achados determinaram a dilatação da via biliar intra- e extra-hepática (0,9 cm), bem como da vesícula biliar. A endoscopia digestiva alta revelou duodenite crônica granulomatosa, com áreas algo elevadas e depressão central da mucosa com friabilidade satélite. O exame anatomopatológico obtido pela biópsia das lesões identificou a presença de células fúngicas com gemulação múltipla compatíveis com Paracoccidioides spp. Optou-se por tratá-lo com RIPE e encaminhar o doente ao ambulatório para iniciar o tratamento antifúngico. Porém, antes mesmo da consulta, o paciente evoluiu com dor intensa, peritonismo e piora da síndrome colestática. Este quadro foi atribuído à PCM e imediatamente foi iniciada anfotericina B e prednisona, com melhora gradativa da colestase

    EQUINOCOCOSE HUMANA: CISTO GIGANTE LEVANDO À COMPRESSÃO VESICAL

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    A Equinococose humana Cística (EC) é uma parasitose endêmica na América Central e do Sul, sendo descrita no Brasil nas regiões norte e sul. Em humanos é causada principalmente pelas espécies Equinococcus granulomatosus, E multilocularis e E volgeli, que têm por hospedeiros definitivos o cachorro e a raposa, e intermediários as ovelhas, lhamas e outros herbívoros. O homem é hospedeiro acidental e o quadro clínico depende da localização e do tamanho dos cistos hidáticos. Localizam-se preferencialmente no fígado (70%) e nos pulmões (20%), crescendo em média 0,5-0,7 cm ao ano, podendo demorar décadas para causar sintomas. O prognóstico é pior quando a doença acomete órgãos nobres como coração, sistema nervoso e rins. Nesses casos a cirurgia pode ser necessária e é de alto risco, pois, a ruptura do cisto pode liberar antígenos em grande quantidade, causando reação alérgica e choque anafilático. Também pode levar à implantação de cistos secundários em outros locais. Relato de caso: paciente do sexo masculino, com 37 anos, natural de La Paz, Bolívia, da região rural, com antecedentes epidemiológicos de criação de cabras, ovelhas, cachorros e lhamas. O paciente era procedente de São Paulo, onde residia há quatro anos, sem comorbidades ou vícios, que evoluiu com retenção urinária aguda, sem antecedentes patológicos urinários. Foi realizada tomografia computadorizada da pelve e do abdômen, que mostrou múltiplas lesões císticas septadas na cavidade peritoneal, destacando-se a maior em mesogástrio com 13,9 × 5,3 cm. Esse cisto gigante determinou compressão da bexiga, justificando o quadro clínico de retenção urinária. O aspecto radiológico era sugestivo dessa patologia o que facilitou a hipótese diagnóstica de EC. A sorologia para Echinococcus granulosus foi reagente com título de 1:1280. Iniciado tratamento com Albendazol (800 mg/dia), evoluindo sem retenção urinária. É importante frisar que o objetivo do tratamento com anti-parasitário não é o de reduzir o volume cístico, mas sim de interromper o crescimento do parasita. No início do tratamento ocorreu aumento discreto das transaminases, provável efeito colateral do benzimidazólico, porém sem necessidade de troca medicamentosa. Recebeu alta da internação com seguimento ambulatorial e em uso de Albendazol por pelo menos três meses, com programação cirúrgica devido ao grande volume do cisto e consequente repercussão geniturinária apresentada pelo doente
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