12 research outputs found

    Belisário Penna, combatente: um capítulo da história da saúde pública brasileira

    Get PDF
    The contribution of the sanitarian Belisário Penna (1868-1939) to the history of public health in Brazil constitutes the central topic of this text. The intellectual, professional, and political profile of Belisário Penna is here reconsidered, in the light of his entrenched defense of rural sanitation, his militancy in favor of the improvement of living conditions in the backlands of Brazil, and his criticism of oligarchical power. The intention is also to point out how he opposed, through a series of speeches of great eloquence, the climate of opinion in Brazil's early Republic. He took in the preoccupations of Brazilian elite with "eugenics," discussing them in a very different, optimistic vein. Belisário Penna opposed the dominant racist thought among the aristocracy of the country, arguing that the real obstacles to the national progress resided in the precariousness of health conditions as much as in the lack of public education. In this sense, Belisário was at the forefront of the intellectual and political circles that supported a determined action of the State, by means of hygiene and civic education programs. Better health, these progressive circles insisted, would bring a solution to the alleged racial "inferiority" of Brazilians. This kind of "sanitary optimism" was not shared by only a few progressive minds, but was the core of social movements such as the Pro-Sanitation League of Brazil, which gathered doctors and intellectuals. These movements propagated the need for social change and received considerable support of the public opinion in the 1920's.A contribuição do médico sanitarista Belisário Penna (1868-1939) à história da saúde pública no Brasil constitui o tema central do texto. Belisário Penna é retratado aqui a partir de sua militância, dos combates que travou em defesa do saneamento rural e pela melhoria das condições de saúde de toda a população brasileira. O propósito também é situá-lo em meio aos debates de sua época, esclarecendo, por exemplo, como as ideias de Belisário - tão bem apresentadas em suas eloquentes palestras - primavam por se contrapor ao pensamento racista dominante entre as elites do País. Belisário argumentava que os obstáculos ao progresso nacional residiam na precariedade tanto da saúde quanto da instrução pública. Nessa medida, os problemas referidos à questão da eugenia no País eram interpretados sob um prisma otimista: no lugar de determinismos raciais intangíveis, a presença do Estado, por meio de programas de higiene e educação cívica, traria o progresso desejado. O "otimismo sanitário" do combatente mineiro não consistiu em um atributo só dele, mas era compartilhado por outros médicos e intelectuais em torno de movimentos como a Liga Pró-Saneamento, cujas bandeiras acenavam a necessidade de mudanças sociais e alcançaram significativa ressonância popular

    Donald Pierson e o Projeto do Vale do Rio São Francisco: cientistas sociais em ação na era do desenvolvimento

    Full text link

    Cuidar da saúde do vizinho: atuação do antropólogo Charles Wagley no Serviço Especial de Saúde Pública*

    No full text
    Recupera a atuação do antropólogo Charles Wagley como alto funcionário do Serviço Especial de Saúde Pública, programa de cooperação estabelecido entre EUA e Brasil na Segunda Guerra Mundial. Convocado a colaborar nos esforços de guerra, atuou na política de migração do Programa da Borracha. À luz dessa experiência de intervenção, do contexto marcado pela promoção do desenvolvimento e por questões então prementes no campo da antropologia, este estudo propõe-se retomar a obra Uma comunidade amazônica. Trata-se de discutir o estudo de comunidade conduzido na localidade amazônica que Wagley conheceu ainda durante as missões do Serviço e cuja realidade considerou ilustrativa de uma região subdesenvolvida, levando-o a refletir sobre mudança social e o papel das ciências

    Tendências e dilemas da antropologia norte-americana: sobre a história do Instituto de Antropologia Social da Smithsonian Institution e sua presença no Brasil

    Get PDF
    Este artigo trata da história do Instituto de Antropologia Social da Smithsonian Institution, uma agência responsável pela cooperação de pesquisadores norte-americanos com instituições latino-americanas no campo das ciências sociais, entre 1943 e 1952. Considerando suas conexões com a conjuntura geopolítica do período - marcada pelos esforços de guerra, pela Política da Boa Vizinhança e pelo investimento em programas de assistência técnica e desenvolvimento - a trajetória do instituto expressa as interfaces entre ciência e política e expõe as tensões entre pesquisa básica e aplicada. As atividades, tomadas de posição e negociações da equipe do Instituto também ilustram algumas das tendências e alguns dos dilemas da antropologia americana do pós-Segunda Guerra. Do mesmo modo, o programa de pesquisa seguido nos conta sobre a agenda da disciplina no continente. Os antropólogos e sociólogos da Smithsonian atuaram nas áreas de ensino e pesquisa no México, no Peru, na Colômbia e no Brasil, mas este trabalho aborda o convênio bilateral com a Escola de Sociologia e Política de São Paulo.This paper is about the history of Smithsonian Institution's Institute of Social Anthropology, which was an agency in charge of the cooperation involving North-American researchers and Latin-American institutions in the social sciences, between 1943 and 1952. Taking into account the geopolitical context - marked by the war efforts, Good Neighborhood Policy and Technical Assistance and Development Programs - the Institute's trajectory expresses the interfaces between science and politics and also discloses the tensions between basic and applied research. Besides, the activities, positions and negotiations taken by Institute's staff illustrate some of American Anthropology's trends and dilemmas in the post-Second World War. The research program pursued in that moment tells us about the anthropological agenda in the continent. Smithsonian's anthropologists and sociologists were involved in teaching and researching in Mexico, Peru, Colombia and Brazil, yet this present work focuses on the bilateral agreement with Escola de Sociologia e Política de São Paulo

    Belisário Penna, combatente: um capítulo da história da saúde pública brasileira Belisário Penna, a champion in the history of Brazilian public health

    No full text
    A contribuição do médico sanitarista Belisário Penna (1868-1939) à história da saúde pública no Brasil constitui o tema central do texto. Belisário Penna é retratado aqui a partir de sua militância, dos combates que travou em defesa do saneamento rural e pela melhoria das condições de saúde de toda a população brasileira. O propósito também é situá-lo em meio aos debates de sua época, esclarecendo, por exemplo, como as ideias de Belisário - tão bem apresentadas em suas eloquentes palestras - primavam por se contrapor ao pensamento racista dominante entre as elites do País. Belisário argumentava que os obstáculos ao progresso nacional residiam na precariedade tanto da saúde quanto da instrução pública. Nessa medida, os problemas referidos à questão da eugenia no País eram interpretados sob um prisma otimista: no lugar de determinismos raciais intangíveis, a presença do Estado, por meio de programas de higiene e educação cívica, traria o progresso desejado. O "otimismo sanitário" do combatente mineiro não consistiu em um atributo só dele, mas era compartilhado por outros médicos e intelectuais em torno de movimentos como a Liga Pró-Saneamento, cujas bandeiras acenavam a necessidade de mudanças sociais e alcançaram significativa ressonância popular.<br>The contribution of the sanitarian Belisário Penna (1868-1939) to the history of public health in Brazil constitutes the central topic of this text. The intellectual, professional, and political profile of Belisário Penna is here reconsidered, in the light of his entrenched defense of rural sanitation, his militancy in favor of the improvement of living conditions in the backlands of Brazil, and his criticism of oligarchical power. The intention is also to point out how he opposed, through a series of speeches of great eloquence, the climate of opinion in Brazil's early Republic. He took in the preoccupations of Brazilian elite with "eugenics," discussing them in a very different, optimistic vein. Belisário Penna opposed the dominant racist thought among the aristocracy of the country, arguing that the real obstacles to the national progress resided in the precariousness of health conditions as much as in the lack of public education. In this sense, Belisário was at the forefront of the intellectual and political circles that supported a determined action of the State, by means of hygiene and civic education programs. Better health, these progressive circles insisted, would bring a solution to the alleged racial "inferiority" of Brazilians. This kind of "sanitary optimism" was not shared by only a few progressive minds, but was the core of social movements such as the Pro-Sanitation League of Brazil, which gathered doctors and intellectuals. These movements propagated the need for social change and received considerable support of the public opinion in the 1920's
    corecore