8 research outputs found

    Tempo, espaço e chefias no Alto Xingu: uma análise de akinha kuikuro

    Get PDF
    Resumo Este artigo parte da análise de duas akinha kuikuro - termo geralmente traduzido como ‘narrativa’ – para desenvolver reflexões sobre as relações entre espacialidade e política no Alto Xingu. A partir da perspectiva linguística, a atenção se volta para a produção e organização de temporalidades e sequenciamento temporal em uma língua sem flexão verbal de tempo (tense). Para este fim, serão abordados: aspectos verbal e nominal, partículas epistêmicas-evidenciais e dêiticos demonstrativos. Esse tempo distribuído pela semântica de diferentes grupos de morfemas oferece um trampolim analógico-heurístico para pensar como as noções de tempo e os esforços de historiografia nativa das akinha kuikuro distribuem-se também pela paisagem alto-xinguana, condensando-se de forma diferenciada em distintos espaços e relações políticas na região. O artigo, portanto, realça não apenas os recursos mobilizados na arte verbal executada pelos ‘mestres narradores’ kuikuro, como também abre conexões com territórios passados e presentes e concepções nativas historiográficas, espaciais, cosmológicas e de configurações de paisagens do passado e do presente

    Intentional creation of carbon-rich dark earth soils in the Amazon

    Get PDF
    Fertile soil known as Amazonian dark earth is central to the debate over the size and ecological impact of ancient human populations in the Amazon. Dark earth is typically associated with human occupation, but it is uncertain whether it was created intentionally. Dark earth may also be a substantial carbon sink, but its spatial extent and carbon inventory are unknown. We demonstrate spatial and compositional similarities between ancient and modern dark earth and document modern Indigenous practices that enrich soil, which we use to propose a model for the formation of ancient dark earth. This comparison suggests that ancient Amazonians managed soil to improve fertility and increase crop productivity. These practices also sequestered and stored carbon in the soil for centuries, and we show that some ancient sites contain as much carbon as the above-ground rainforest biomass. Our results demonstrate the intentional creation of dark earth and highlight the value of Indigenous knowledge for sustainable rainforest management

    Nosso corpo nos pertence: a dialética do biológico e do social

    No full text
    Este artigo visa situar a discussão do biológico e do social no interior da análise da condição feminina. Com o surgimento das análises feministas, a hegemonia anterior das explicações biológicas é substituída por uma ênfase na construção social da identidade feminina. O determinismo biológico é repudiado, mesmo quando a identificação da mulher com o corpo e com a natureza e seu status secundário são considerados como universais. Neste processo de reelaboração do objeto, o papel ideológico da ciência é apontado, na medida em que a dominação masculina na ciência e na sociedade acompanhou a tendência histórica que relegou a questão da mulher à esfera natural. Embora uma crescente apreciação da construção social da atividade científica em si impulsione o abandono da dicotomia biológico/social ao nível conceitual, as diferenças entre homem e mulher na esfera da reprodução continuam a atuar. É argumentado que análise da reprodução requer caracterização dos sexos como entidades biossociais em relacionamento, situados em contextos históricos específicos, e que, na sociedade moderna, a mulher é sujeita a uma dupla contradição reprodutiva.<br>This article aims at reviewing the discussion of biological and social factors in the analysis of women's social condition. With the appearance of a feminist perspective, the dominance of earlier biologically-based explanations was substituted by an emphasis on the social construction of female identity. Even when women's identification with the body and with nature, and their secondary status, were considered universal, biological determinism was rejected. In this process of re-definition of the object of study, the ideological role of science was pointed out, since male dominance in science and society accompanied the historical tendency which relegated "the woman question" to the sphere of natural fact. Although growing awareness of the socially-constructed nature of scientific activity itself is producing a tendency to abandon the biological/social dichotomy at the conceptual level, differences between men and women in the reproductive sphere continue to exist. It is argued that analysis of reproduction requires characterization of the sexes as biosocial entities in relationship, situated in specific historical contexts, and that in modern society women are subject to a double reproductive contradiction
    corecore