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    Qualidade Subjetiva do Sono, Sintomas Depressivos e Sentimentos de Solidão em Idosos Institucionalizados e Não Institucionalizados

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    Parece existir uma associação entre solidão e uma pobre qualidade subjetiva do sono. Em reforço desta ideia, alguns estudos mostraram que os sentimentos de solidão se associam a uma menor satisfação do sono, mesmo que a sua duração não esteja diminuída. Outros mostraram que a solidão se associa a sintomas depressivos. Sabe-se que na institucionalização são frequentes os problemas de sono, depressão e solidão. No entanto, falta saber o que se passa nas respostas sociais portuguesas. Assim foram os nossos principais objetivos descrever a qualidade subjetiva do sono e analisar a intensidade dos sintomas depressivos e dos sintomas de solidão em idosos institucionalizados, comparar com uma subamostra de idosos não institucionalizados e analisar a relação entre estas variáveis nas duas subamostras. Cento e quarenta idosos, com 70 institucionalizados e 70 não institucionalizados foram emparelhados por idade, sexo, escolaridade, estado civil e sem défice cognitivo. A média de idades foi de 76,58 (DP = 6,10), sendo 104 mulheres e 36 homens. Como instrumentos para a análise utilizámos um Questionário Sociodemográfico, o Questionário sobre o Sono na Terceira Idade, o Inventário de Depressão Geriátrica e a Escala de Solidão da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Verificou-se que os idosos institucionalizados apresentavam mais sentimentos de solidão do que os não institucionalizados. Contudo, não se verificaram diferenças entre as duas subamostras em relação aos sintomas depressivos e à qualidade subjetiva do sono. Através de uma análise correlacional verificou-se nas duas subamostras que quanto pior a qualidade subjetiva do sono mais sintomas depressivos se observavam e quanto mais sintomas depressivos, mais sentimentos de solidão. Concluímos que não houve diferenças na qualidade subjetiva do sono pelo tipo de resposta social ainda que haja mais sintomas depressivos e sintomas de solidão nos idosos institucionalizados. Não encontrámos também relação entre o sono e a solidão nos idosos institucionalizados. / There seems to be an association between loneliness and poor subjective sleep quality. In support of this idea, some studies have shown that feelings of loneliness are associated with less satisfaction sleep, even if your life is not diminished. Others have shown that loneliness is associated with depressive symptoms. It is known that in the institutionalization are frequent problems with sleeping, depression and loneliness. However, lack know what is happening in the Portuguese social responses. So were our main objectives describe the subjective quality of sleep and analyze the intensity of depressive symptoms and loneliness symptoms in institutionalized elderly, compared with a non-institutionalized elderly subsample and analyze the relationship between these variables in both subsamples. One hundred and forty older adults, with 70 institutionalized and 70 non-institutionalized were matched by age, sex, education, marital status and without cognitive impairment. The average age was 76.58 (SD = 6.10), including 104 women and 36 men. As tools for the analysis we used a sociodemographic questionnaire, the Questionnaire About Sleep in the Older Adults, Geriatric Depression Inventory and the Loneliness Scale of the University of California, Los Angeles. It was found that the institutionalized older adults had more feelings of loneliness than noninstitutionalized. However, there were no differences between the two subsamples in relation to depressive symptoms and subjective sleep quality. Through a correlational analysis it was found in the two subsamples that the worse the subjective sleep quality more depressive symptoms were observed and the more depressive symptoms, more feelings of loneliness. We concluded that there no differences in subjective sleep quality by the type of social response even though there are more depressive symptoms and symptoms of loneliness in the elderly. Also we did not find relationship between sleep and loneliness in the elderly

    Figura Complexa de Rey-Osterrieth e Funcionamento Executivo em Idosos Institucionalizados

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    O envelhecimento é um fenómeno biológico natural, impulsionador de alterações profundas na cognição. As deteriorações ao nível cognitivo e psicológico são frequentes em algumas dimensões que a FCR-O avalia, nomeadamente nas aptidões visuoespaciais, visuoconstrutivas e em diversas funções executivas, entre elas a memória visual, a atenção, o planeamento e a função motora. Objetivos: Com este estudo pretendemos avaliar as aptidões de planeamento e organização através dos tipos de construção da Figura Complexa de Rey-Osterrieth (FCR-O) mais frequentes em função da existência ou não de défice executivo (avaliado pela FAB). Metodologia: O presente estudo incluiu 313 sujeitos institucionalizados em estruturas residenciais de apoio à terceira idade, com idades compreendidas entre os 56 e 100 anos, 74,1%, mulheres, 78,1% não tem companheiro, 64,5% frequentaram o ensino normal, 88,2% tem uma profissão manual. Avaliámos os tipos de construção da Figura Complexa de Rey-Osterrieth (FCR-O) mais frequentes, em função da existência ou não de défice cognitivo através da Bateria de Avaliação Frontal (FAB). Resultados: Verificámos que a maior parte dos sujeitos fez uma construção tipo II (n = 113; 36,1%), menos frequentes foram o tipo III (n = 21; 6,7%) e o tipo IV (n = 19; 6,9%). Por fim, seis pessoas (0,8%) apresentam um desenho do tipo VI. A amostra em estudo apresentou uma pontuação média na FAB de 9,75 (DP = 4,02) em que (52%) não tem défice executivo. Ao analisarmos o tipo de desenho na FCR-O em função da presença ou não de défice executivo (avaliado pela FAB), verificámos uma associação entre défice executivo a qualidade da cópia. Quanto mais alta a escolaridade melhor o tipo de cópia. Também no cruzamento do FAB com a variável escolaridade se destacou que os sujeitos com escolaridade eram menos propensos ao défice executivo (67,0%). Por fim, a análise da presença de défice executivo em função do tipo de profissão dos idosos evidenciou que os sujeitos com uma profissão intelectual tiveram melhor qualidade da cópia da FCR-O e sofreram menos de défice executivo (83,3%) comparativamente com os sujeitos com uma profissão manual (50,3%). A idade e o sexo não influenciaram o desempenho na qualidade da cópia na FCR-O. Conclusão: A maioria das pessoas institucionalizadas em estruturas residenciais de apoio à terceira idade tem boas aptidões de planeamento e de organização percetiva. Concluímos ainda que a qualidade da cópia da FCR-O se associa à presença/ausência de défice executivo, o que atesta o valor desta componente da FCR-O como instrumento de avaliação do funcionamento executivo. A qualidade da cópia da FCR-O associa-se, ainda, ao nível de escolaridade e ao tipo de profissão. / Ageing is a natural biological phenomenon triggering profound cognitive change. Cognitive and psychological deteriorations occur frequently in some of the components assessed by the Rey-Osterrieth Complex Figure (ROCF), namely visual spatial and visual-constructional abilities and various executive functions, among them visual memory, attention, planning and motor function. Objectives: In this study we intend to evaluate planning and organisational skills by means of the most frequent types of figures in the ROCF, based on the presence or absence of executive deficit (as assessed by FAB). Methodology: This study involved 313 subjects institutionalised in residential support facilities for the elderly. Subjects were aged between 56 and 100, of which 74.1% were women, 78.1% were single, 64.5% had been in standard education and 88.2% had manual work professions. We evaluated the most frequent types of figures from the ROCF, based on the presence or absence of cognitive deficit according to the Frontal Assessment Battery (FAB). Outcomes: We found that the majority of subjects produced a type II figure (n = 113; 36.1%), type II figures (n = 21; 6.7%) and type IV figures (n = 19; 6.9%) were less frequent. Six people (0.8%) produced a type VI drawing. The average FAB score for the study sample was 9.75 (SD = 4.02), of which 53% did not have executive deficit. An analysis of the type of ROCF figure based on the presence or absence of executive deficit (assessed by FAB) showed a correlation between executive deficit and the quality of the copy. The higher the level of schooling, the better the type of copy was. Also, when compared with the FAB schooling variable, it stood out that subjects with schooling were less prone to executive deficit (67.0%). Finally, the analysis of the presence of executive deficit, based on the elderly persons’ type of profession, showed that subjects who had an intellectual profession produced better copies on the ROCF and suffered from less executive deficit (83.3%), compared to subjects with manual work professions (50.3%). Age and gender did not influence the copying exercise in the ROCF. Conclusion: Most people institutionalised in residential support facilities for the elderly have good planning and perceptual organisational skills. We also concluded that the quality of the ROCF figure copy is associated with the presence/absence of executive deficit, which attests to the value of this component of the ROCF as an instrument for assessing executive function. The quality of the ROCF copy is also associated with level of schooling and type of profession

    Propriedades Psicométricas da Bateria de Avaliação Frontal numa Amostra de Adultos da População Portuguesa

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    The Frontal Assessment Batery / A Bateria de Avaliação Frontal (FAB) é um teste neuropsicológico, constituído por seis subtestes, cujo objetivo é avaliar a disfunção executiva global, nomeadamente as funções relacionadas com o lobo frontal, tais como a concetualização, flexibilidade mental, programação motora, sensibilidade à interferência, controlo inibitório e autonomia ambiental frontal. De forma a contribuir para o avanço dos estudos normativos em Portugal, esta dissertação tem como objetivo avaliar as propriedades psicométricas da FAB, numa amostra de adultos da população portuguesa. O protocolo abrangeu a seguinte bateria de testes neuropsicológicos: Bateria de Avaliação Frontal, Figura Complexa de Rey, Matrizes Progressivas de Raven e Teste do Desenho do Relógio. A amostra deste estudo incluiu 376 indivíduos, 155 do sexo masculino e 221 do sexo feminino. Os resultados desta investigação sugerem que a pontuação da FAB é influenciada por algumas variáveis sociodemográficas, designadamente a idade, escolaridade, profissões e região. A análise correlacional mostrou que há apenas uma correlação positiva moderada entre a FAB e as Matrizes Progressivas de Raven. Apesar da consistência interna da FAB ser baixa, existe uma estabilidade temporal moderada. Ao finalizar, consideramos que a FAB reúne os requisitos para se apresentar como uma bateria útil e eficaz, demonstrando um grau razoável de estabilidade temporal, mas fraca consistência interna, sugerindo que a FAB não é indicada para amostra não clínica. / The Frontal Assessment Baterry (FAB) is a neuropsychological test, composed of six subtests, whose aim is to assess the overall executive dysfunction, namely functions related to the frontal lobe, such as conceptualization, mental flexibility, motor programming, sensitivity to interference, inhibitory control and environmental autonomy. In order to contribute to the advancement of normative studies in Portugal, this dissertation aim to evaluate the psychometric properties of the FAB, in an adult sample of the portuguese population. The protocol included the following battery of neuropsychological tests: Frontal Assessment Battery, Complex Figure of Rey, Raven's Progressive Matrices and Clock Drawing Test. The sample this study included 376 individuals, 155 male and 221 female. The results of this investigation suggest that FAB is influenced by some sociodemographic variables, namely age, education, profession and region. The correlational analysis showed that there is only a moderate positive correlation between the FAB and the Raven Progressive Matrices. However, also they found low positive correlations between the FAB and the Complex Figure of Rey, and Clock Drawing Test. Although the FAB has a low internal consistency, there is a moderate temporal stability. Finally, we consider that the FAB gathers the requirements to present itself as a useful and effective battery, demonstrating a reasonable degree of temporal stability, but weaker internal consistency, suggesting that the FAB is not indicate for non-clinical sample

    Propriedades Psicométricas da Figura Complexa de Rey numa Amostra de Adultos da População Portuguesa

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    A Figura Complexa de Rey-Osterrieth (FCR-O) é um teste de avaliação neuropsicológica realizado em três momentos, que avalia a habilidade visuoespacial, organização percetiva, aptidão visuoespacial construtiva, memória visual, atenção, planificação e função motora. Esta investigação tem como objetivo avaliar as propriedades psicométricas da FCR-O, numa amostra de adultos da população portuguesa. O protocolo de investigação incluiu uma bateria de testes neuropsicológicos: Figura Complexa de Rey (FCR-O), Teste do Desenho do Relógio (TDR), Bateria de Avaliação Frontal (FAB), Rey 15 Item, Matrizes Progressivas de Raven (MPR) e a Escala de Auto-Avaliação da Ansiedade de Zung. A amostra deste estudo abrangeu 453 sujeitos, 192 homens e 261 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 90 anos (M = 40,44; DP = 19,78). Os resultados principais deste estudo indicam que a FCR-O é influenciada por diversas variáveis, tais como a idade, sexo, escolaridade, profissão, residência e regiões, apresentando uma validade convergente adequada, com correlações positivas com o TDR, FAB e MPR. A título conclusivo, verificámos que a FCR-O tem caraterísticas psicométricas satisfatórias, especificamente da consistência interna, concordância entre juízes e estabilidade temporal, sugerindo a sua utilização em populações não clínicas. / The Rey–Osterrieth complex figure (ROCF) is a neuropsychological test which was conducted in three phases to assess visuospatial ability, perceptive organization, constructive visuospatial ability, visual memory, attention, planning and motor function. This investigations aims to evaluate the psychometric properties of ROCF, in an adult sample of the Portuguese population. The investigation protocol includes a battery of neuropsychological tests: Complex Figure of Rey, Clock Drawing Test, Frontal Assessment Battery, Rey Item 15, Raven Progressive Matrices and the Zung Self-Rating Anxiety Scale. The sample of this study consisted of 453 subjects, 192 men and 261 women, aged between 18 and 90 years old (M = 40.44, SD = 19.78). The result of this study indicate that the ROCF is influenced by several variables, such as age, sex, education, profession, residence and regions. It also has adequate convergent validity, with positive correlations with TDR, FAB and MPR. In conclusion, we verified that the ROCF is a useful instrument to early detect some neuropsychological deficits. It revealed satisfactory psychometric characteristics, specifically in internal consistency, agreement between judges and temporal stability, suggesting its usage in no clinical populations

    Experiências Traumáticas e Psicopatologia em Reclusos: o papel mediador das experiências dissociativas e da compaixão

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    Introdução: A relação entre experiências traumáticas e sintomas psicopatológicos é bastante reconhecida em variados estudos, no entanto, no que toca à população reclusa os estudos reduzem-se imenso. Quanto à mediação da autocompaixão e da dissociação nesta relação, é algo que ainda não foi estudado. Objetivo: Este estudo teve como objetivo estudar, a relação entre experiências traumáticas e a psicopatologia numa amostra de reclusos e o papel mediador da compaixão e das experiências dissociativas nesta relação. Pretendeu-se também analisar qual a intensidade de psicopatologia, experiências traumáticas, dissociação, compaixão e autocompaixão. Metodologia: Foram recrutados 34 reclusos por um investigador do sexo masculino, e 33 foram recrutados e por uma investigadora do sexo feminino, a idade média destes 67 sujeitos foi de 34,85 (DP = 8,98), sendo que variaram entre os 19 e os 67 anos. Na recolha de dados foram usadas a Traumatic Experiences Checklist para avaliar as experiências traumáticas, a Dissociative Experiences Scale para as experiências dissociativas, a Self-Compassion Scale para os níveis de autocompaixão e a Depression Anxiety and Stress Scales e a Brief Symptom Inventory para os sintomas psicopatológicos. Resultados: Tendo em conta os resultados obtidos na Dissociative Experiences Scale (M ± DP = 20,94 ± 16,22) e na Traumatic experiences Checklist (M ± DP = 7,09 ± 3,46), a nossa amostra revelou valores superiores obtidos em amostras da população em geral. Quanto à autocompaixão os valores (M ± DP = 83,79 ± 10,74), revelaram-se ligeiramente inferiores quando comparados com amostras da população em geral, no entanto, algumas das subescalas da Self-Compassion Scale demonstraram-se superiores quando comparadas com essas mesmas amostras. Os participantes que apresentaram mais experiências traumáticas revelaram mais sintomas psicopatológicos (p < 0,01), assim como mais experiências dissociativas (p < 0,01). Em relação aos níveis de autocompaixão, demonstraram-se mais reduzidos naqueles indivíduos que apresentavam mais experiências dissociativas (p < 0,05), no entanto, quando a compaixão se demonstrou mais elevada, os sintomas psicopatológicos apresentavam-se como mais reduzidos (p < 0,01). Naqueles indivíduos que revelaram experiências dissociativas mais elevadas, os sintomas psicopatológicos apresentaram-se também superiores (p < 0,01). Os sintomas psicopatológicos foram mais reduzidos nos indivíduos que afirmaram maiores níveis de escolaridade (p < 0,01). Quanto à mediação esta foi inexistente para as duas variáveis propostas a estudo. Conclusões: A população reclusa apresentou níveis de experiências traumáticas e dissociativas e também de sintomas psicopatológicos mais elevados que a população em geral. Foi também confirmado por este estudo as relações entre as experiências dissociativas, traumáticas, sintomas psicopatológicos e níveis de autocompaixão. As experiências traumáticas interferem a longo prazo no funcionamento do recluso, aumentando os níveis de dissociação e sintomas psicopatológicos. Assim como as experiências dissociativas podem levar a mais sintomas psicopatológicos. Por outro lado, as experiências dissociativas podem levar a uma diminuição dos níveis de autocompaixão, sendo que esta última pode contribuir para uma melhor saúde mental. / Introduction: The relationship between traumatic experiences and psychopathological symptoms is widely recognized in various studies, however, regarding the prison population studies are reduced greatly. As for the mediation of self-compassion and dissociation in this relationship, it is something that has not yet been studied. Objetive: This study aimed to understand the relationship between traumatic experiences and psychopathology in a sample of prisoners and the mediating role of compassion and dissociative experiences in this relationship. It was also intended to analyze the intensity of the psychopathology, traumatic experiences, dissociation, compassion and self-pity. Method: 34 inmates were recruited by a male researcher, and 33 were recruited by a female researcher. The average age of these 67 patients was 34.85 (SD = 8.98), and ranged between the ages of 19 and 67 years. For the data collection, the Traumatic Experiences Checklist was used to assess traumatic experiences; the Dissociative Experiences Scale was used for dissociative experiences; the Self-Compassion Scale for self-pity levels and the Depression Anxiety and Stress Scales and Brief Symptom Inventory for the psychopathological symptoms. Results: Given the results obtained by the Dissociative Experiences Scale (M±SD = 20.94 ± 16.22) and by the Traumatic experiences Checklist (M ± SD = 7.09 ± 3.46), our sample revealed higher values than the obtained by samples of the general population. Regarding self-pity, the values (M ± SD = 83.79 ± 10.74) have proved slightly lower compared to the general population samples, however, some of subscales of the Self-Compassion Scale demonstrated to be superior when compared to these same samples. Participants who had shown the most traumatic experiences revealed more psychopathological symptoms (p <0.01) such as increased dissociative experiences (p <0.01). With respect to levels of self-pity, they proved to be lower in those individuals with increased dissociative experiences (p <0.05), however, when compassion proved to be higher, psychopathological symptoms presented themselves as lower (p <0.01). In those individuals who showed higher dissociative experiences, psychopathological symptoms also presented themselves as higher (p <0.01). Psychopathological symptoms were lower in individuals who reported higher levels of education (p <0.01). As for mediation, it was non-existent for the two proposed study variables. Conclusion: The prison population showed levels of traumatic and dissociative experiences and also higher psychopathological symptoms than the general population. The relationship between dissociative and traumatic experiences, psychopathological symptoms and self-pity levels were also confirmed by this study. Traumatic experiences affect the long-term functioning of the inmate, increasing levels of dissociation and psychopathological symptoms, just as dissociative experiences can lead to further psychopathological symptoms. Moreover, dissociative experiences can lead to decreased levels of self-pity, the latter of which can contribute for superior mental health

    Estudo Preliminar das Propriedades Psicométricas do Inventário de Lateralidade de Edinburgh numa Amostra de Adultos da População Portuguesa

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    Introdução: A lateralidade é a diferença na capacidade de controlo entre os dois lados do corpo. Os métodos utilizados para avaliar a lateralidade manual incluem a observação efetiva do uso do membro dominante ou a aplicação de inventários respondidos pelo próprio indivíduo avaliado. O Inventário de Lateralidade de Edinburgh (EHI) é o instrumento mais utilizado para avaliar a lateralidade manual. Apesar do seu uso amplo, em Portugal não existem estudos que avaliem a sua validade e fidedignidade. Objetivos: Estudar as propriedades psicométricas do Inventário de Lateralidade de Edinburgh numa amostra da população portuguesa. Métodos: A amostra é constituída por 290 pessoas (135 homens e 155 mulheres), com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. Todos os participantes preencheram uma declaração de consentimento informado e uma bateria de testes neuropsicológicos Resultados: A média no EHI foi de 62,36 (DP = 38,00). Os resultados demonstraram que das seis variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, zona de residência, regiões e profissão) três apresentaram ter influência significativa nas pontuações do EHI: idade, zona de residência e regiões. A confiabilidade e a estabilidade temporal do EHI apresentaram resultados adequados. A análise fatorial confirmatória mostrou que o modelo não é melhor explicado por um fator. Para dois fatores o modelo continua a não ser adequado. Conclusão: Apesar de termos obtido uma boa consistência interna não nos é possível considerar este teste como o mais adequado para medir o constructo da lateralidade. / Introduction: The handedness is the difference in the control capacity between the two sides of the body. The methods used to evaluate the manual handedness include the effective observation of the use of dominant member or application of inventories answered by the person assessed. The Edinburgh Handedness Inventory (EHI) is the most used to evaluate manual handedness. Even though being widely used, in Portugal there are no studies that measure its validity and reliability. Objective: To study the psychometric properties of Edinburgh Handedness Inventory in a Portuguese sample. Methods: The sample consists of 290 people (135 men and 155 women), aged between 18 and 65 years. All participants filled an informed consent form and a battery of neuropsychological tests. Results: The average in EHI was 62.36 (SD = 38.00). The results showed that 3 of 6 sociodemographic variables showed significant influence in EHI scores. The reliability and temporal stability of EHI were adequate. Confirmatory factor analysis showed that the model is not better explained by one factor. A two-factor model was not also suitable. Conclusion: Even though we got a good internal consistency we cannot consider this test as the most appropriate for measuring the handedness construct

    Estudo Preliminar das Propriedades Psicométricas e dos Dados Normativos da Forma Geral das Matrizes Progressivas de Raven numa Amostra da Comunidade

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    Objetivo: Estudar as propriedades psicométricas e os dados normativos da Forma Geral das Matrizes Progressivas de Raven numa amostra da comunidade da população portuguesa. Método: A amostra é constituída por 697 pessoas (314 homens e 383 mulheres), com idades compreendidas entre os 12 e os 90 anos. Todos os participantes preencheram uma declaração de consentimento informado e uma bateria de testes neuropsicológicos, incluindo a Forma Geral das Matrizes Progressivas de Raven (FG-MPR), Teste de Memória de 15-Item de Rey, Escala de Autoavaliação de Ansiedade de Zung, Bateria de Avaliação Frontal e Figura Complexa de Rey. Resultados: A média na FG-MPR foi de 44,47 (DP = 10,78). Os resultados demonstraram que todas as variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, profissão, regiões e tipologia de áreas urbanas), exceto o estado civil, apresentaram ter influência significativa nas pontuações da FG-MPR. A confiabilidade e a estabilidade temporal da FG-MPR revelaram-se adequadas. A análise fatorial exploratória e confirmatória mostrou que o modelo para um fator não é adequado. Um modelo a quatro fatores continua a não ser adequado. Conclusão: Os dados do presente estudo sugerem que se trata de um instrumento com potencialidades na sua utilização junto da população portuguesa. / Purpose: To study the psychometric properties and date normative of the Raven’s Standard Progressive Matrices in a Portuguese community sample. Method: The sample consists of 697 people (314 men and 383 women), aged between 12 and 90 years. All participants filled an informed consent form and a battery of neuropsychological tests, which included Raven’s Standard Progressive Matrices (RSPM), Rey 15-Item Memory Test, Zung Self-Rating Anxiety Scale, Frontal Assessment Battery, and Rey Complex Figure Test. Results: The average in RSPM was 44.47 (SD = 10.78). The results showed that all of the sociodemographic variables (age, sex, education, profession, region, and typology of urban areas), with the exception of civil status, showed significant influence on RSPM scores. The reliability and temporal stability of RSPM were adequate. Exploratory and Confirmatory factor analysis showed that the model is not better explained by one factor. A two-factor model was not also suitable. Conclusion: The data from this study suggest that it is an instrument with potential for its use among the Portuguese population

    Estados Emocionais Negativos em Mulheres Vítimas de Violência Doméstica: sua relação com autocompaixão, autocriticismo e vergonha

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    A violência doméstica é um problema de saúde pública estimando-se, mundialmente, que um terço mulheres experienciarão abusos fisicos, sexuais ou psicológicos. Estudos indicam que, nas mulheres vitimizadas, existe uma associação entre sintomas psicopatológicos e estratégias de regulação emocional. Neste estudo foram objetivos analisar a intensidade dos estados emocionais negativos, autocompaixão, autocriticismo e da vergonha em mulheres vítimas de violência doméstica comparando com mulheres da população geral, percecionar as diferenças existentes entre os sintomas psicopatológicos e as estratégias de regulação emocional e compreender de que forma se relacionam entre si. A amostra é composta por 66 mulheres, 30 recrutadas no Gabinete de Apoio à Vítima de Coimbra e 36 provenientes avaliadas através de um questionário online, os grupos foram emparelhados por idade, escolaridade e estado civil. A média de idades foi de 40,71 (DP = 10,75) anos. Os instrumentos utilizados foram um Questionário Sociodemográfico, as Escala de Depressão, Ansiedade e Stress, da Autocompaixão, das Formas de Autocriticismo/Ataque e Auto tranquilizante e de Coping com a Vergonha. Observou-se que os estados emocionais negativos e o autocriticismo foram significativamente superiores nas vítimas, sendo a autocompaixão inferior. Relativamente à vergonha, os valores foram semelhantes nos grupos. Verificou-se que quando os estados emocionais negativos aumentavam, o autocriticismo e a vergonha também aumentavam, e em oposição, quando os estados emocionais negativos, o autocriticismo e a vergonha aumentavam a autocompaixão diminui, em ambos os grupos. Aferiu-se que quando a autocompaixão aumenta, o autocriticismo e a vergonha diminuíam nas duos grupos. Viu-se, por fim, que quando a vergonha aumentava o autocriticismo também aumentava. Os resultados obtidos são no sentido esperado, com mais psicopatologia e pior regulação emocional nas vitimas de violência doméstica. Assim, poderá ser importante promover uma regulação emocional mais funcional, através de intervenções psicológicas para mulheres vitimizadas. / Domestic violence is a public health problem it´s estimated that a third of women will experience physical, sexual or psychological abuse, worldwide. Studies indicate there is an association between psychopathology and emotional regulation strategies in victimized women, This study aims to analyze the intensity of negative emotional states, self-compassion, self-criticism and shame in women victims of domestic violence compared to women in the general population, analyze the differences between psychopathological symptoms and the strategies of emotional regulation and understand how they relate to each other. The sample is composed of 66 women, 30 recruited in the Office for Victim Support of Coimbra and 36 from assessed through an online questionnaire, the groups were matched for age, education and marital status. The average age was 40.71 (SD = 10.75) years. The instruments used were a questionnaire sociodemographic, the Depression Scale, Anxiety and Stress, the Self-Compassion, Self-Criticism of Forms/Attack and self-tranquilizer and Coping with Shame. It was observed that negative emotional states and self-criticism were significantly higher in the victims, and the lower self-compassion. Regarding the shame, the values were similar in the groups. It has been found that when negative emotional states increased, the self-criticism and shame also increased, and in contrast, when negative emotional states, self-criticism and shame increased self-compassion decreases in both groups. it has measured that when self-compassion increases, self-criticism and shame diminished in both subsamples. He found himself, finally, that when shame increased the self-criticism also increased. The results are in the expected direction, with more psychopathology and worse emotional regulation in victims of domestic violence. So it may be important to promote a more functional emotional regulation through psychological interventions for victimized women

    Quais as Melhores Letras na Língua Portuguesa Para Testar a Fluência Verbal Fonémica e Discriminar a Existência e Ausência de Défice Cognitivo? Estudo Preliminar

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    O teste de fluência verbal fonémica é largamente utilizado tanto em contexto clínico como de investigação. Devido às suas especificidades e por possibilitar uma avaliação alargada do funcionamento cognitivo parece ser útil para discriminar entre a existência e a ausência de défice cognitivo. Em Portugal, o conjunto de letras utilizadas na aplicação do teste de fluência verbal fonémica é o conjunto M, P e R, no entanto parece não estar claro se é esse o conjunto de letras com melhor poder discriminatório entre a existência e a ausência de um défice cognitivo. Assim os principais objetivos foram apurar quais as letras predominantes na língua portuguesa através da aplicação do teste de fluência verbal fonémica com todas as letras do alfabeto, analisar a relação entre o total de palavras no teste de fluência verbal fonémica e as variáveis sociodemográficas e obter um conjunto de letras com melhor poder discriminatório para distinguir entre a existência e a ausência de défice cognitivo. A amostra foi composta por 66 sujeitos (idade: M = 63,12; DP = 17,88; 59,1% mulheres), divididos em dois subgrupos com base nas pontuações do Mini-Mental State Examination e da Frontal Assessment Batery, ficando 33 sujeitos no grupo com défice cognitivo e 33 sujeitos sem défice. O conjunto de letras predominantes ao nível da língua portuguesa foi o P, C e M. Verificou-se a existência de uma correlação significativa entre o total de palavras e a idade (p < 0,01) e também a existência de uma correlação significativa entre o total de palavras e a escolaridade (p < 0,01). Não se verificou correlação entre o total de palavras e o sexo (p = 0,34). Apurou-se o conjunto de letras Q, T e P como o conjunto que melhor discrimina entre existência e ausência de défice cognitivo. As letras Q, T e P apresentam-se como promissoras para discriminar entre a existência e a ausência de défice cognitivo. Revela-se importante replicar este estudo com uma amostra clínica maior e mais jovem. [Phonemic verbal fluency test is widely used in clinical context as well as in investigation. Regarding its specificities and due to the possibility to evaluate a large scale of cognitive abilities it seems to be a useful instrument to discriminate between cognitive impairment and healthy subjects. In Portugal, phonemic verbal fluency test is presently applied with the letters M, P and R. However, it is not clear if these letters are the letters which can discriminate most between cognitive impairment and healthy subjects. In this sense, the aim of this study is to determine which letters are the predominate letters in the Portuguese language, through the application of the phonemic verbal fluency test with all the letters of the alphabet, to analyse the relation between the total of words in the phonemic verbal fluency test and sociodemographic variables like gender, age and education and to obtain a set of letters with high discriminatory power to distinguish between existence and absence of cognitive impairment. This study included 66 subjects (age: M = 63,12; DP = 17,88; 59,1% women), which were divided into two subgroups based on the results of Mini-Mental State Examination and Frontal Assessment Battery. This way, we obtain one subgroup of 33 subjects with cognitive impairment and another subgroup of 33 healthy subjects. It was found that the set of predominant letters for the Portuguese language was the set P, C and M. Significant correlation was found between the total of words in phonemic verbal fluency test and age and level of education. No significant correlation was found between the total of words in phonemic verbal fluency test and sex. The set of letters Q, T and P was identified as the set that best discriminates between existence and absence of cognitive impairment. The letters Q, T and P seem to be promising to discriminate between the existence and absence of cognitive impairment. It appears to be important to replicate this study with a larger and younger clinical sample.

    Impacto da satisfação com a vida no funcionamento cognitivo em idosos

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    Introdução: A investigação tem mostrado que uma baixa satisfação com a vida se se correlaciona com défice cognitivo. Em Portugal, existem poucos estudos neste domínio, por isso queremos alargar um estudo prévio sobre o impacto da satisfação com a vida a outras variáveis cognitivas medidas por diferentes instrumentos neuropsicológicos. Objetivos: A nossa investigação tem como objetivos determinar o grau de satisfação com a vida, a intensidade dos sintomas ansiosos e depressivos e o nível de funcionamento cognitivo; determinar a prevalência dos sintomas depressivos, ansiosos, insatisfeitos e com défice cognitivo; determinar se a satisfação com a vida, os sintomas ansiosos e depressivos se distinguem pelos subgrupos com e sem défice; estudar a relação entre a satisfação com a vida e as funções cognitivas e por fim estudar a relação entre satisfação com a vida, sintomas depressivos, ansiosos e sentimentos de solidão. Metodologia: A nossa amostra é constituída por 539 idosos, 127 do sexo masculino e 412 do sexo feminino, dividida em dois grupos: grupo com défice cognitivo (n = 380) e grupo sem défice cognitivo (n = 159) e avaliada através de: Escala de satisfação com a vida; Mini-Exame do Estado Mental; Inventário Geriátrico de Ansiedade; Escala Geriátrica da Depressão e o questionário de solidão. Resultados: Não existem diferenças estatisticamente significativas na satisfação com a vida pelos grupos com défice e sem défice cognitivo. Obtivemos uma média baixa na satisfação com a vida e no funcionamento cognitivo e médias altas nos sintomas ansiosos, depressivos e sentimentos de solidão. Quanto há prevalência, verificámos que 48,7% dos idosos apresentavam uma baixa/moderada satisfação com a vida, 76,2% apresentavam sintomas ansiosos, 69,8% sintomas depressivos e 68,2% sentimentos de solidão. Conclusão: Ao contrário do que é apontado na revisão da literatura, o nosso principal objetivo não foi comprovado. Ainda assim conseguimos estabelecer associações entre as variáveis centrais (satisfação com a vida e défice cognitivo), as variáveis sociodemográficas, a sintomatologia ansiosa/depressiva e os sentimentos de solidão
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